Dois meses depois:

Já faz dois meses desde que tudo aconteceu. A Karen e o Harry? Estão tão apaixonadinhos que quando eles chegam todo mundo vai embora. Tá tipo aquilo de: “Eu vou te beijar.” “Não, você já me beijou, minha vez de te beijar.” É engraçado. O Louis dá os ataques dele de vez em quando. Eu me demiti do hospital no começo de dezembro quando a luz da Elly se apagou. O Niall ficou triste por dias. Agora é madrugada do dia 12 de janeiro. É esse dia mesmo.

Zayn:

Deveria ser o que? Quatro da manhã? Acordei com gritos. Bem, os outros quatro também.

–Zayn! Zayn! Corre aqui. Zayn Malik! – Eu levantei da cama em um pulo e corri para o quarto da Manuela, os meninos atrás de mim.

–Manuela, abre essa porta! O que foi? Tá tudo bem? – Nós batíamos na porta. Ela se abriu.

–São perguntas demais. Tá tudo bem sim. Só... Feliz aniversário!

–Espera ai só um minuto! – O Harry gritou. – Nos acordou às quatro da manhã de uma segunda feira pra desejar feliz aniversário para o Zayn sendo que poderia fazer isso daqui umas cinco horas?

–Isso. – Os meninos riram. Eu a abracei. – Ei, falando nisso eu devo ter consulta pra amanha... Quem me leva?

–Depois dessa noite? Eu não. – Harry falou.

–Nem eu. Vou sair com a Elly.

–Vou comer. – Niall disse.

–É meu aniversário, conhece a tradição dos aniversários... – Ela riu. Eu e os outros três olhamos para Liam.

–Tá, eu vou. A propósito feliz aniversário. – E voltou para o quarto dele.

–Beleza, o Liam me leva. Boa noite para vocês saiam do meu quarto seus mamutes que eu quero dormir.

–Não é só você não tá gracinha? – Harry falou e nós rimos. Voltamos para os nossos quartos para dormir.

Liam:

(...)

–Liam pare o carro! – Manuela disse. Estávamos indo para o tal médico dela.

–O que?

–Para Liam! – Ela gritou. Eu estacionei. Ela desceu. Encostou-se ao carro. – Vem aqui. – Eu parei na frente dela. – Acena para mim.

–Oi?

–Acena Liam! – Acenei. – Obrigada. – E voltou para o carro. Não entendi. Voltei também.

–Vamos embora!

–Mais o médico...

–Liam, por favor, me leve para casa. – Eu levei. No caminho me contou o que havia acontecido eu fiquei extremamente feliz.

Zayn:

–Zayn! Zayn! Zayn Malik! – Ouvi os gritos de Manuela lá na frente. Fui até a porta, pronta para abri-la, mais Manuela a abriu e me deu um abraço tão forte que recuei dois passos. Deitou a cabeça no meu ombro chorando.

–Ei, o que foi princesa? – Passei a mão por seus cabelos.

–Ela está chorando? Ela pode chorar?

Niall:

Legal! A primeira vez que a vejo chorar desde o acidente.

–Ela está chorando? Ela pode chorar? - Exclamei surpreso. Zayn fuzilou Liam que... Sorria? Espera, isso está confuso. A Manuela tá CHORANDO e eu nem sabia que cegos choravam e o Liam tá com a maior cara de felicidade? Ele apenas levantou as mãos, como quem quisesse dizer que não fez nada.

Zayn:

–Eu voltei a enxergar! – Sussurrou em meu ouvido, para que só eu ouvisse.

Niall:

–Você O QUE? – Zayn gritou feliz depois de ter sussurrado algo em seu ouvido. Ele a tirou do chão em um abraço. Eu olhei para Harry que tinha uma cara de “Hum, essa ai tá grávida.” E apenas ri. Zayn colocou Manuela no chão e ela se virou para nós.

–Niall, prefiro você de azul. – Eu não entendi.

–Oi?

–Sua camiseta. Azul. – Eu estava de vermelho.

–Como sabe que não estou de azul?

–você VIU! – Harry gritou feliz.

–Eu vejo. Um pouco. Ainda está embaçado, mais as cores mais fortes eu vejo.

–Manu isso é incrível. – A abraçamos.

–Vamos ao Nando’s? Eu preciso de uma batata!

–Quantas você quiser. – Zayn passou os braços pelo ombro dela. Sentamos-nos em uma mesa e comemos, enquanto Zayn se levantou.

–Se me dão licença e saiu correndo para fora, se encostando a uma arvore.

–Onde Zayn foi?

–Está lá fora. – Liam respondeu.

–Pode me levar até lá Liam? Por favor.

Zayn:

Eu não pude acreditar. Eu não tinha lido aquela mensagem. O quanto ela tinha sido insensível, idiota... Vadia... Tá, não pense assim dela. Mais era o que ela era. Uma qualquer. Mais aquilo não ia ficar assim, eu ia encontrar alguém, mil vezes melhor que ela. Mais se eu não me importava por que estava chorando? E por que estava chorando no meio da rua, encostado em uma arvore para qualquer um ver? Para qualquer fotógrafo tirar uma foto e ir parar na capa de uma revista qualquer de fofocas? Droga! O problema é que foi tempo demais. MESES! E ela faz isso comigo por torpedo?

–Zayn, o que foi? Príncipe... Por que choras? – Manuela perguntou me abraçando.

–Não estou chorando. – Tentei limpar as lágrimas que insistiam em cair pelo meu rosto.

–Sou cega Zayn, não estúpida. Te conheço. Sei quando está triste e está diferente. Conte-me.

–A Perrie terminou comigo por mensagem. – Ela colocou a mão no meu rosto. Seus dedos paravam as lágrimas que insistiam em cair. Sua mão esquerda deslizou pelo meu ombro até encontrar a minha mão e puxa-la, colocando-a no meu rosto. Senti as lágrimas encontrarem minha mão e a mão dela sobre a minha.

–Não espere que eu diga algo bonito. Sempre soube a minha opinião sobre ela. Mais está sentindo isso? – Perguntou se referindo ás lágrimas. Assenti. – Ela não merece isso. Zayn se vocês fossem mesmo como dizem, feitos um para o outro você não estaria assim. E ela não faria o que fez. O que vocês passaram foi intenso demais para que ambos não sintam mais ela não é a certa para você. Ela não te merece. A garota certa tá ai em algum lugar. Você vai encontra-la. Só pare de chorar, tá legal?

–Obrigado. Eu te amo Manuela. De verdade. Você não imagina o quanto é importante para mim.

–Eu te amo príncipe. Mais se eu for tão importante para você quanto você é para mim eu imagino sim. – Beijou meu rosto. – Eu vou entrar. Você vem?

–Não eu vou... – Me interrompi. Ela não gostava disso. Bem, ninguém gostava.

–Fumar. Tudo bem. Mais eu te espero lá dentro. – E foi em direção á porta.

Liam:

Eu estava no telefone, conversando com um dos produtores sobre a pequena turnê em Nova York dali a menos de dois meses quando vi Zayn deixar Manuela voltar para o restaurante sozinha. Enquanto de algum modo ela seguiu em direção à porta e a encontrou no mesmo segundo que uma garota de mais ou menos a nossa idade saía apressada.

–Ah, me desculpe. Eu não te vi. – Manuela falou. E comecei a prestar mais atenção que em Cameron, que não parava de falar um segundo se quer.

Manu:

Tá, eu bati em alguma coisa. Opa era uma pessoa!

–Ah, me desculpe eu não te vi.

–Não se preocupe você está bem?

–Estou eu acho.

–Manu, está bem? – Ouvi a voz dele do meu lado. E senti o cheiro do cigarro dele.

–Estou. Mais o que faz aqui e com isso?

–Me desculpe. Pronto, joguei fora.

–Zayn... Ah... Zayn Malik! – Eu ri. – Espera, você é Manuela? Manuela Frazzen?

–Sou.

–Eu estava atrás de você! Ai meu Deus! Eu te encontrei!

–Como assim me encontrou?

–Eu vim para Londres por você na verdade. Meu chefe te viu naquela sessão de fotos com Eleanor Calder há alguns meses e quer te levar para Nova York.

–O que?

–Ele quer te contratar como modelo na agencia dele. Uma das mais conceituadas dos Estados Unidos.

–Isso é... Ótimo!

–Então você vai?

–Zayn... Eu...

–Pequena, escute. Três anos atrás você me deixou seguir meu sonho. Entendeu que era o que eu queria. Em nenhum momento você desistiu de mim por isso. Você é linda, é incrível. Você quer isso? – Colocou as mãos na minha cintura. Assenti. – Então vai. É minha princesinha, deve seguir seus sonhos.

–Obrigada Zaz. – Eu o abracei. – Vem com a gente? Podemos conversar melhor lá dentro.

–Claro. – Zayn me pegou pela mão e me conduziu. O ouvi puxar uma cadeira para mim.

–Obrigada príncipe.

–Então... Manuela está tudo bem?

–Está... Pessoal essa é a...

–Megan.

–Oi. – Todos eles disseram.

–Galera, a Megan quer me levar para Nova York.

–O que? – Todos eles disseram. – Mais... Você... Não vai não é? – Liam.

–É ela vai Liam. – Zayn falou como se fosse óbvio.

–Mais... Mais por quê?

–A Manuela.

–Manu. – A corrigi.

–A Manu fez um ensaio com Eleanor Calder há alguns meses atrás e eu quero leva-la para ser modelo em uma das melhores agencias do país.

–Uau, isso é... Incrível! – Louis falou e me abraçou.

Liam:

Nova York? Ela não podia ir, simplesmente não podia. Eu ainda a amo, eu a quero de volta. Ela não pode fazer algo assim comigo. Não posso ficar sem ela. Eu só não posso me imaginar sem ela. Sem os sorrisos lindos dela, mesmo quando são para outra pessoa. Quando eu ia busca-la no trabalho e ela ficava cansada demais e dormia no meu carro, Eu só não posso viver sem ela. Eu sei que errei demais, sobre a Danielle, o hospital psiquiátrico, que talvez ela nunca me perdoe, mais eu a amo, muito, como eu nunca amei, e nunca serei capaz de amar outro alguém. Eles a amavam também, mais estavam ali a parabenizando, a elogiando, a apoiando.

–Então Liam, o que nos diz? – Louis me tirou dos meus pensamentos. O que foi ótimo, já que eu já sentia lágrimas chegando.

–Ãhn? Eu... Eu não sei, já vou indo. – Me levantei e saí.

Zayn:

–Eu vou atrás dele. – Me levantei. – Vocês levam Manu para casa? – Eles assentiram. – Você fica bem, princesa? –Assentiu. Dei um beijo na sua testa. – Tchau Meg, foi um prazer.

–Eu digo o mesmo Zayn. – E saí.

–Ei, cara o que houve? – Falei parando ao lado dele, enquanto andávamos de volta para casa.

–Nada.

–Ei, não minta. É sobre Manuela não é? – Assentiu.

–Eu devo deixa-la ir não é? Eu não posso Zayn, não a quero longe.

–Sinto muito cara. É a vida dela. Manuela já passou por muita coisa, eu sei que é difícil pra você. Sei que realmente a ama, mais por favor se a ama deixe-a ir. Não a faça desistir dos seus sonhos, é a única coisa que eu peço. – Voltamos para casa.

(...)

–Niall mandei parar! – Manuela tentava falar enquanto gargalhava com Niall lhe fazendo cócegas. – E-Eu n-ão co-con-sigo res-pi-pi-rar Niall! – Gaguejou enquanto tentava pegar fôlego.

Liam se levantou do sofá ao meu lado e subiu correndo as escadas. Ouvi a porta do quarto dele bater.

–Principe! Zayn!

–Estou aqui.

–Vai comigo para Nova York?

–Claro.

–Então ande. Partiremos em dois dias. E Louis, ligue para a Elly. Eu queria que ela me ajudasse.

–Claro. – Louis foi para a cozinha.

Liam:

Eu estava jogado na minha cama, contemplando o teto, que naquele momento pareci a bem interessante mais até que as lágrimas que corriam pelo meu rosto e eu as ignorava. A campainha tocou.

–Manu... – Senti um aperto. Eu não ouviria mais aquilo. Os constantes gritos dos meninos que a amavam mais a estavam deixando-a ir. Sozinha. Para a maior e mais perigosa cidade do mundo. Mais perigosa? Talvez. Para quem tem 18 anos e não enxerga. – É a Elly.

–Ótimo, eu ainda estou no meu quarto!

–Eu sei. Estou te vendo. Você não? – Ah, as piadinhas, que chegavam a ser engraçados. E o incrível jeito de ela levar tudo na brincadeira. Era fofo e divertido. Eu ia sentir falta dela. Do seu jeito louco de gritar com as pessoas. Do seu jeito desajeitado de ser. Era inspirador ver que com tudo o que ela passara ela não mudava. Levava os problemas para um lado menos ruim. Diferente de outras pessoas que ficavam apenas se lamentando em como a vida era dura com elas. Manuela era forte. Se aceitava. Aceitava as pessoas como elas eram.

–Eu vou para Nova York! – Gritou para Elly.

–Ai meu Deus, como assim?

–Modelo. Em Nova York! Aliás, obrigada.

–Como assim modelo em Nova York e por que obrigada?

–O ensaio que fizemos juntas lembra? Eles me viram. Gostaram de mim e estão me levando para lá! – Elas gritavam felizes.

–Então você vai? Isso é incrível! Parabéns!

–Me ajuda?

–Claro. – Os gritos pararam. Lagrimas. Muito mais lágrimas. Levantei-me lavei o rosto e desci. Peguei as chaves do carro e sai. Ignorando os chamados de Niall.