Era uma sexta-feira de julho, estava acabando de me preparar para entrar no palco do teatro. Meus dedos tremiam. Era a primeira vez que humanos competiam contra novatos (vampiros não formados). Eram as finais. Eu contra um novato.

 Ele terminara de tocar sua música no piano, e foi muito bem aplaudido. Sua musica foi bonita, mas tinha certeza que não conseguiria chegar aos seus pés. Fiquei me sentindo uma retardada. O que eu estava fazendo ali? Ele era mil vezes melhor que eu...

 Meu nome foi chamado para entrar no palco. Suspirei, e caminhei até onde estava o garoto. Assenti para ele, pegou minha mão e a levou aos seus lábios. Surpreendi-me com seu ato.

    Sentei-me no banco, levei as mãos às teclas e comecei a tocar.

   No fim, os juízes não tiveram muitas dúvidas, e escolheram o garoto como vencedor. Enquanto ele subia ao palco para receber seu troféu, percebi como ele era lindo. Seus cabelos negros, assim como os olhos, pele pálida, e o corpo... ah! Aquele corpo que parecia ter passado horas e horas levantando peso. Ele era o sonho de todas as garotas.

 Ele pegou o troféu e ficou o encarando enquanto me chamavam novamente ao palco para receber a medalha de 2 lugar. Ele ficou me encarando enquanto recebia a medalha e saia do palco. Eu poderia achar que estava ficando louca, mas ele não parou de olhar para mim. Quando eu estava saindo do teatro, o garoto estava encostado na porta de saída.

  - Parabéns. – disse ele – A música foi cativante.

  Dei uma risadinha.

  - Não é nada comparada à sua.

   - Você parece ficar muito segura no palco. – afirmou ele levantando sua mão e tocando minha bochecha. Seu toque me fez tremer. – Está com frio?

    - Não.. .- minha voz morreu.

    - Importa-se de eu lhe acompanhar até sua casa?

    - Ah, tudo bem. – disse sem jeito.

    - A propósito, sou Alec.

    - Carol.

   Ele me acompanhou até em casa, na verdade, até a porta para ser mais exata. Ele levantou sua mão e a levou até minha bochecha, e aproximou meu rosto do dele. Seu beijo foi doce, e para um novato, surpreendemente quente. Um beijo que durou um bom tempo, até ele o interromper.

    - Melhor eu ir. – disse ele com sua boca próxima ao meu ouvido.

     - Tudo bem. – eu disse arfando.

     Ele partiu em direção ao sol que nascia, e eu fiquei ali parada na frente de casa com meus lábios ainda latejando por causa da quentura de seus lábios.