Alvo Severo PDV

Era isso, o que eu escolhesse agora seria a minha casa pelos próximos sete anos. Grifinória, Sonserina, Grifinória, Sonserina...

Grifinória era meus pais, Rosa, Lorcan. Sonserina teria que aturar eternamente o Tiago mas teria o Scorpius que parece ser um cara bem legal.

“ Você não quer mesmo escolher por mim?” – tentei conversar com esse chapéu maldito que nem para fazer o seu trabalho faz.

– É tão difícil escolher? Seu pai quando esteve aqui tinha certeza para onde queria ir.

“ Por Merlin! Escolha logo! Eu não sei, está bem!? E você está na minha cabeça, deve saber mais que eu mesmo.”

O chapéu parecia estar achando graça da minha indecisão, juro que até ouvi uma risadinha no fundo. Ele não podia fazer isso, podia?

Rosa PDV

Eu acho que tem alguma coisa errada. Alvo está ali por tempo demais. Isso é normal?

Virei-me para os lados, mas até os alunos do sétimo ano olhavam a cena com uma cara de confusão. Tiago tinha até parado o seu motim na mesa da Sonserina. Os professores cochichavam entre si. Alvo está muito tempo ali sentado com o chapéu na cabeça e aparentemente isso não estava certo.

– Uou Rosa, essa torta é muito boa! – Lorcan falou enchendo de novo o prato.

Dei um tapa na mão dele, será que não reparava que estava acontecendo algo muito estranho?

– Ai! O que foi? Se você quer é só pedir!

– Olha o Alvo ali, tem algo errado acontecendo. Você não percebe?

Lorcan deu os ombros e voltou a comer, não sei como conseguia, só faltava eu começar a roer minhas unhas.

Alvo Severo PDV

Isso é ridículo! Eu estou discutindo, ou melhor, implorando para o chapéu me selecionar, esse é o dever dele! Acho que ninguém nunca passou por uma situação assim.

– Escolha Potter, as pessoas já estão começando a se questionar sobre o que está acontecendo. Seu irmão está até com uma cara estranha.

– Por que é que você colocou meu irmão na Sonserina? Arruinou tudo, ele está um idiota agora!

– Potter, a maneira como eu decido onde os alunos vão cabe somente a mim. Mas se você realmente quer saber, pergunte a ele.

Suspirei, isso não podia estar acontecendo. Em vez de ser selecionado eu estava aqui tomando chá com biscoitos e conversando com a chapéu. Que aluno já fez isso?

– Para tudo tem uma primeira vez.

Esse chapéu estava começando a me irritar, por que ele não fazia logo o trabalho dele e me selecionava? Tinha que ficar assim? Tinha que eu mesmo decidir?

– Potter, o tempo está se esgotando, decida-se.

– Não quero. – tentei fazer estilo de garoto birrento.

Consegui ouvir as risadas do chapéu, que não era nada discreto.

– Eu estou na sua cabeça Alvo Severo Potter, sei exatamente o que você está tentando fazer. E sei que se eu acabar escolhendo por você, no futuro você se arrependerá de não ter escolhido.

Droga! O pior é que esse chapéu tem razão, então voltamos para a estaca zero: Grifinória, Sonserina, Grifinória, Sonserina...

– Um conselho? Escolha o que o seu coração pede, a razão nem sempre é o melhor caminho. – foi a última palavra do chapéu que se calou então.

O coração? Mas então é escolha é tão óbvia. Espero que o Scorpius ainda queira falar comigo depois, apesar de eu ir para...

– GRIFINÓRIA!

Tirei o chapéu e saí correndo para a mesa da Grifinória. Rosa tinha até guardado um lugar para mim, como se soubesse que eu ia vir para cá.

– O que aconteceu? – minha prima murmurou.

– Mais tarde te explico.

Virei-me em direção a mesa da Sonserina e vi meu irmão me olhando com uma cara irritada e Scorpius com uma de “ fazer o quê?”, é, acho que ele ainda vai querer falar comigo.

– E agora, a diretora gostaria de dar alguma palavras.

– Boa noite e bem vindo à Hogwarts – a diretora McGonagall tinha um olhar sério – Espero que tenham um ano agradável e de muito estudo. E é para lembrar que nesse ano o ala Oeste do Quinto andar está proibida para os alunos e qualquer um que tente transgredir essa ordem será punido severamente. Também que objetos da Geminialidades Weasley estão terminamente proibidos. Agora, se puderem acompanhar seus monitores...

Quando estavamos saindo, Lorcan se meteu no meio de mim e Rosa e falou bem baixo para ninguém ouvir:

– É isso, nossa primeira missão.

– O quê? – Rosa perguntou confusa.

– É o que a gente vai fazer – Lorcan falou como se fosse o óbvio – Nós vamos para a Ala Oeste. Eu, vocês, o Lysander, e claro, o Malfoy.

– Você está louco!? Não ouviu o que McGonagall disse?

– Qual é Rosa? Não quer ter histórias legais para contar para seus netos? – mas vendo que isso não surtira efeito nenhum em minha prima continuou – Sabia que até a sua mãe quebrou varias regras quando esteve aqui?

– Quê? Mamãe?

– É, mas como você está interessada eu já vou indo e...

– Espera! Eu vou. – Rosa respondeu confiante – Mas só se todo mundo que você falou for. E minha mãe fez mesmo isso?

– Sim, quem diria né? Então fechado.

Estavamos indo na direção do Dormitório quando uma mão me agarrou pelo casaco e me puxou para um canto.

– Agora, - meu irmão falou com raiva – explique-se, por que diabos você quis ir para a Grifinória?

– P-p-por que você acha que eu quis? – tentei enrolar.

– Eu não nasci ontem Alvo, tenho uma ideia do que aconteceu lá com você, então é bom você começar a se explicar rapidinho.