Capítulo 15

- Porque viemos para cá? – Harry perguntou.

- Porque não podemos ficar onde o Tom nos ache. – falei.

- Ele está ai? Por isso demorou pra descer não é? – ele emburrou e se afastou de mim. – Não sabia que ele já dormia ai.

- Não, ele não dorme aqui. – falei. – Hoje ia ser a primeira vez que ele ia dormir, e eu não queria. – me aproximei dele e comecei a sentir sua respiração quente.  – E eu demorei a descer porque...

- Porque...? – ele me olhou e eu não respondi, era incrível como eu me perdia fácil em seu olhar. – Ele não deixou?

- Sim, na verdade... Ele me jogou na cama e me trancou no quarto, ai eu tive que subir na árvore, e eu não tinha como descer...

- Alice. – ele me chamou.

- ... Dai eu me joguei de 3 metros, me esborrachei no chão, cheguei correndo na ponte e li o que você escreveu, dai pensei que você já tivesse ido embora e sentei no chão e comecei a chorar, dai foi quando eu... – Ele me beijou rápido. – Ótima maneira de me fazer a calar a boca. – eu sorri e ele também.

- Então você se jogou de três metros de altura? Alice, está louca?

- Era isso, ou eu nunca ia chegar aqui. – dei uma risada.

- E você chorou? – eu assenti com a cabeça. – Por que?

- Porque eu pensei que não tivesse chegado a tempo de te ver. – abaixei a cabeça. – Eu senti sua falta Harry. – Ele colocou seus dedos em meu queixo e levantou meu rosto até ele.

- Eu também senti muito a sua falta Ali. – ele me abraçou e nós ficamos um tempo assim, quando nós nos separamos, sem querer ele bateu sua mão onde eu tinha machucado.

- Ai.. – reclamei um pouquinho.

- O que foi? – perguntou.

- Não é nada.

- Me fala Alice.

- É que ... quando o Tom não quis me deixar vir aqui ele me jogou na cama e eu bati com o braço, mas não é nada demais.
 
- Como não é nada demais, deixe me ver. – ele pegou meu braço e olhou com todo cuidado. – Fez um corte pequeno. – Ele beijou o corte o que me fez sorrir. – Pronto, daqui a pouco sara.

- Você é inacreditável sabia. – ele sorriu e assentiu com a cabeça.

- Até quando vamos ter que ficar aqui? – perguntou.

- Não sei, onde podemos ir?

- Pra minha casa... – ele sorriu.

- Mas e se o Tom nos vir saindo?

- Ele não vai... vem comigo. – ele pegou na minha mão e eu só o segui.  Nós seguimos em silêncio até a saída da minha casa, eu olhei para lá e a luz da sala estava acesa, acho que o Tom ainda não se deu conta de que eu não estava mais lá, não quero nem ver quando ele descobrir.  Abrimos o portão com cuidado e saímos. – Agora corre. – ele disse com um sorriso no rosto e começou a correr e eu corri atrás dele.

Chegamos em sua casa, completamente cansados e suados e rindo que nem duas crianças. Entrei com Harry em sua casa e dei de cara com a Tia Anne sentada no sofá, ela olhou assustada para a porta e logo abriu um sorriso. Ela se levantou e veio falar comigo e disse que sentiu minha falta, que ela não estava acostumada a ficar tanto tempo longe de mim assim. Ela foi super carinhosa, mesmo sabendo de tudo o que aconteceu. Nós explicamos para ela o porque eu estava alí, ela entendeu perfeitamente e  me deixou ficar, mas o Harry dormiria na sala. Porque a Gemma dormiu fora e trancou seu quarto. Legal Gemma!!! E Bom, eu dormiria no quarto de Harry. Depois de uma boa conversa a Anne foi dormir e ficou só eu e Harry na sala.

- Quer tomar um banho? –Ele me pergunto

- Eu estou sem roupa pra colocar Harry. – eu ri

- E você achou que ia dormir com esse vestido? – ele apontou pro meu vestido e riu. – Eu te empresto uma camiseta, vai lá. – resolvi aceitar, afinal eu estava suada de tanto correr até chegar aqui.  Tomei meu banho um pouco rápido e chamei ele com a porta meio entre aberta onde só passava minha mão, ele me entregou a camiseta. Peguei e quando abri a camiseta uma coisa caiu de dentro, olhei no chão e era uma cueca boxer, olhei e comecei a rir. – É nova tá? – Ele gritou de lá de fora o que me fez rir mais ainda, mas vesti e me arrumei um pouquinho antes de sair.

- Harry, está ai? – Sussurrei antes de sair.

- Estou aqui no quarto. – ele respondeu.

- Está, não ria de mim. – Sai do banheiro, ainda bem que eu era menor que o Harry e sua camiseta chegava quase no meu joelho, ele me olhou e riu. – Não é pra você rir.

- Desculpa. – Falou. – Você fica linda de qualquer jeito.  – me corei e sentei na cama e ele foi tomar um banho não demorou muito ele estava de volta e eu estava sentada olhando o nada. Ele chegou e beijou minha testa. – Boa noite.

- Onde você vai? – perguntei quando estava saindo.

- Esqueceu que você roubou meu quarto hoje? – ele sorriu.

- Mas não precisa ir agora... aliás eu perdi meu sono.  – eu sorri maliciosamente pra ele.

- Talvez eu possa ficar mais um pouquinho... – e me retribuiu o mesmo sorriso.

Deitamos na cama dele bem perto um do outro por ser de solteiro, Harry estava sem camisa porque ele tem essa mania de ficar sem roupa, mas não ia tirar tudo perto de mim, então só tirou a camiseta. Seu corpo era muito quente, e ele me abraçou para ficarmos mais confortável e aquilo me causou um arrepio no corpo inteiro. Ele me causava isso sempre. Sem querer eu levantei minha mão e bati ela no interruptor fazendo a  luz se apagar, eu me assustei e quando eu ia procurar pra ligar de novo, ele pediu para deixar desligada. E no meio da escuridão a gente ficou conversando sobre tudo o que tinha acontecido enquanto nós estávamos sem nos falar, e nós ficamos o tempo todo abraçados.  Olhei no celular de Harry e já era 3h30 da madrugada e nós ainda estávamos do mesmo jeito.  Por um momento tudo ficou um silêncio e só escutava nossa respiração. Eu me virei um pouco fazendo meu rosto se encaixar perfeitamente em seu pescoço. Era engraçado como tudo quando se relacionava a ele se encaixava perfeitamente.

- Harry. – respirei fundo.

- Oi Ali. – Respondeu me dando beijo no topo da cabeça.

- Me desculpa por tudo. – o abracei e apertei bem forte.

- Não precisa se desculpar. – Automaticamente meu rosto subiu em direção ao dele e ele selou bem lentamente nossos lábios e me apertou mais ainda ao seu corpo, o beijo foi ficando mais intenso. Nossas bocas buscavam uma a outra desesperadamente e nossas línguas brincavam em perfeita sintonia, conforme ele me apertava mais eu segurava com um pouco mais de força em seu cabelo, parecia que estávamos recuperando o tempo perdido e não queríamos parar, escutamos um barulho vindo e também tivemos que nos render para o fôlego, olhamos em direção a porta, mas o barulho não continuou. – Como eu senti falta disso. – Eu sorri e pude ver que ele sorriu também. – Preciso mais de você. – falou e me puxou fazendo com que eu ficasse em baixo dele, eu só suspirei novamente e fiz questão de voltar a beija-lo.