Purity escrita por gaara do deserto


Capítulo 2
Reminiscências - A Chegada


Notas iniciais do capítulo

Ah, tanto trabalho...



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PURITY

 

2. REMINISCÊNCIAS – A CHEGADA

 

As cortinas escuras do quarto farfalharam, tocadas pela brisa matinal. Era um belo efeito logo de manhã, mas não havia quem o apreciasse muito.

O despertador tornou a tocar, como todos os dias.

Aquilo o irritava profundamente. Ele abriu minimamente o olho direito. Não dava para ver muita coisa, mas conseguiu enxergar a claridade que insistia em romper o tecido grosso das cortinas. Fechou o olho.

O despertador não desistiu em sua árdua batalha de acordá-lo. O preço a pagar foi alto; no instante seguinte o objeto foi arremessado contra a parede oposta, despedaçando-se em vários fragmentos, molas rolando para todos os lados.

Ele sorriu, satisfeito com sua pequena vingança. Mas não fora só por isso. Ele sabia que aqueles malditos despertadores não afetavam em nada o sono dela, e era o que o divertia. Com os olhos bem abertos agora, ele levantar-se para ir preparar o café.

Mas antes, pôs-se a contemplar a figura adormecida ao seu lado.

Mesmo adormecida, pensava Kiryuu Zero, nenhum detalhe era perdido. Ela lhe parecia bela do mesmo jeito, talvez um pouco frágil, mas nada mudava.

Como ele sabia que não mudaria.

Os puros-sangues ainda lhe eram um mistério insondável.

Absolutamente intrigantes.

Zero desceu o olhar pela silhueta da garota. O cobertor ia até sua cintura, desarrumado como sempre.

Seu perfeito anjo.

Adormecida e sorridente.

Ela era Kuran Yuuki. Zero sabia disso havia anos. Sabia os significados da ascendência dela.

Mesmo assim, ela renegara tudo. Por ele?

Uma vez Ichiru lamentara o péssimo gosto de Zero para mulheres. Dissera-lhe algo como “que ele só arranjava mulheres problemáticas”. Zero ainda percebia a ironia das palavras de seu falecido irmão gêmeo, pois o próprio Ichiru desenvolvera uma grande afeição por Hiou Shizuka, e não poderia haver mulher mais problemática do que “Aquela que florescera fora de época”.

Zero afastou esse pensamento. Não gostava de lembrar-se de irmão logo de manhã, não lhe parecia um bom agouro. Pensar em Ichiru doía duas vezes mais que o normal, era a sua dor somada à do sangue de seu irmão.

Voltou a contemplar Yuuki. No mês anterior, haviam-se completado três anos desde que eles tinham se mudado para Tókio. O Hunter não gostava muito da cidade barulhenta, mas era melhor manter-se afastado o máximo possível das montanhas geladas que cercavam a Academia Cross e guardar lá todas as péssimas recordações que tinha.

Ele estava feliz agora. Faria de tudo para mostrar para Yuuki que a vida era melhor com ele do que no antigo “Jardim das Ilusões” que aquele colégio criara.

Zero involuntariamente acariciou o rosto da vampira com as pontas dos dedos. Sorriu novamente. Era um tanto egoísta pensar que ela largara tudo por ele, mas não havia como não se deliciar com isso. Por ele.

Depois, ele recobrou o juízo e decidiu ir para a cozinha. Ao abrir a porta do quarto, chutou para o lado os restos do despertador, com impaciência.

- Chikusho – praguejou - Despertador idiota – E fechou a porta atrás de si, silenciosamente.

 

-Flashback Zero On-

 

- Zero, não precisava ser tão grosseiro com o Aidou-sempai! – nem a chuva que varriam os terrenos da Academia Cross amenizava a importância que ela dava para os sentimentos dos vampiros da Night Class – Afinal, o que o Diretor quer comigo?

Não era nada, eu é que inventara aquela mentira estúpida. Fiquei calado, sem responder sua pergunta. Continuei segurando-a firmemente pelo pulso, arrastando-a comigo. Entramos no colégio anormalmente silencioso, sem dar atenção às pegadas molhadas que deixávamos pelo tapete.

- O que o Diretor quer?

Eu faria qualquer coisa para que ela não se arrependesse de ter me escolhido.

Sim... Era eu em vez daquele “Kaname-sempai” que eu precisei aturar durante anos.

Um tanto quanto estranho que eu quisesse despedaçar Yuuki antes... Quando descobrir o que ela era.

Bem sei que preferia me matar vezes seguidas a lhe fazer algum mal.

- Yuuki... – minha voz que lhe tinha proferido tantas palavras de desdém, agora suplicava por sua estadia ao meu lado.

- Zero...! – ela parecia perder a paciência com a falta de resposta. Era sempre inquieta quando lhe escondiam alguma coisa. Eu não tinha mais tempo.

Antes que seu braço tentasse se desvencilhar de mim, puxei-a para um corredor que certamente não nos levaria até a sala de Kurosu Kaien. Encostei-a com força na parede, prendendo seus pulsos.

- Zer...? – não lhe dei oportunidade de terminar. Calei-a com minha própria boca. Percebi que a havia pegado de surpresa com minha falta de cautela.

Porque, naqueles segundos preciosos, não existia Kuran Kaname para minha ruína.

Restava pouco oxigênio agora, mas eu exigiria tudo de mim para morrer preso a ela.

Preso por seu sangue.

Mas acabei soltando-a. Ela arfava, a expressão entre surpresa e irritada.

-Você... Por que mentiu? – seus olhos tinham um quê de acusação – Como faz... uma coisa dessas... do nada?

Ela me deixava mudo aos poucos. Sua repreensão meio maternal me dava vontade de rir.

- Gomen ne – desculpei-me quase inaudivelmente.

Suas mãos alcançaram meu pescoço sem que eu percebesse.

- Baka – era a vez dela.

Tudo tinha um gosto extremamente perigos; uma pura brincadeira de vontades - e eu tinha de admitir que fosse um mau perdedor - Beijava-a com uma voracidade absurda, animalesca. Não conseguia refrear meus impulsos.

Talvez eu estivesse seriamente drogado.

Mordi seu lábio inferior sem intenção. Afastei-me, a culpa me consumindo.

- Yuuki...? – eu nunca suportei feri-la.

- Está tudo bem, Zero – disse ela, encostando-se na parede. Com um movimento involuntário, ela passou a ponta da língua no filete de sangue, estancando-o. Minha culpa cresceu alguns centímetros.

Mas então, ela sorriu. Aquele sorriso que sempre me acalmara, que me fez seu prisioneiro. Tormento e obrigações não me atingiam quando eu desfrutava de sua companhia...

Eu estava dependente dela.

Mesmo assim, Yuuki ainda tinha algo a resolver. E era exatamente isso que me irritava – O adiamento de sua conversa definitiva com Kuran Kaname – Não que eu ansiasse para proferir alguma dor no espírito daquele maldito puro-sangue, mas porque eu sabia que Kaname não deixaria Yuuki ir embora tão facilmente.

- Quando... – comecei, depois de um tempo em silêncio – Quando vai falar... com ele? – mantinha os olhos fixos nela, sentindo a repentina mudança no ar.

Ela ficou muda, avaliando minha pergunta.

- Não é tão fácil assim – respondeu, a voz vaga.

Ha, essa era boa! Ela ia recomeçar com a ladainha do “Não é fácil”. Pra mim era relativamente simples!

Talvez eu fosse incompreensivo demais.

- O que você ainda pode ter com ele, Yuuki? – não conseguiria refrear o meu crescente ciúme.

Quanto mais eu teria que esperar? O ano letivo terminara, estávamos formados; eu tinha em mãos a oportunidade perfeita de acertar-me com a Associação de Hunters de Tókio e de finalmente conquistar minha independência.

Mas eu não iria, não podia ir... sem ela.

- O meu tempo está acabado – pressionei-a, sabendo que estava agindo como um idiota. Mas era a verdade, eu não tinha nada mais a fazer na Academia Cross.

Ela virou o rosto, incomodada. Seus olhos pareciam vítreos.

No que (ou em quem) estaria pensando?

- Não é tão fácil, Zero – repetiu.

O que ela realmente queria dizer com aquelas palavras? O que não era fácil?

Desfazer-se de seu irritante irmão?

- Sabe – eu sentia a raiva e frustação percorrerem meu corpo como veneno -, às vezes tenho a impressão de que está brincando comigo, vampira.

Pronto. Eu fizera exatamente o que a magoaria. Ultrapassara limites.

Yuuki veio até mim e puxou-me pela gola da camisa.

- Pois eu tenho certeza, Kiryuu Zero – sussurrou ela, sorrindo cinicamente – Que não sou seu brinquedo.

E com um ágil movimento, ela retirou-se do corredor.

 

- Flashback Zero Off -

 

De brincadeiras a acusações... Essa era a vida que ele tinha com Yuuki.

E, no entanto, a perspectiva de uma “eternidade” ao lado dela nunca lhe parecera mais perfeita.

Ele arrumou o café da manhã cuidadosamente em cima da mesa e voltou à pia para lavar a louça que sujara. Porém, antes que começasse, sua visão foi coberta por duas mãos conhecidas.

- Ohayo, Zero... – disse a voz sonolenta de Yuuki.

- Você dorme muito, não? – repreendeu-a Zero, tirando as mãos da vampira de seus olhos.

- Ah não! Que horas são? – ela fingiu-se desesperada.

- Não sabe...

- Talvez eu soubesse se alguém não tivesse matado o décimo despertador desse ano – provocou a garota.

- Sabe que aquilo me irrita – disse Zero, encostando-se na bancada da pia, de braços cruzados.

- O que você queria? Essa é a função de um despertador.

Zero viu o gatilho para ganhar seu dia.

- Tenho pena deles, então – suspirou ele, passando a mão pelos cabelos branco-prateados.

- A sua piedade me comove – disse Yuuki sarcasticamente – Tadinho do desp...

O Hunter prendeu-a pela cintura, sorrindo.

- Como eu sou mau, não? – seus olhos lilases brilhavam de malicia.

- Zero, dessa vez vou chegar atrasada de verdade...!

- Se você não sabe as horas, essa é uma desculpa perfeita.

- Mas você sabe, né? – Yuuki colocou as mãos em volta do pescoço dele, que concordou ao beijá-la abruptamente.

- Quanto tempo temos? – perguntou a vampira, admitindo derrota na voz.

Zero puxou-a para cima de seus braços, carregando-a sem dificuldade.

- Bastante – mentiu ele, levando-a de volta ao quarto.

 

***

- Tem ideia de que horas eles chegam, Akatsuki?

- Não, por isso fique calado, Hanabusa.

- Hm... Tá metido só porque vai casar com a Ruka!

- Cala a boca – retrucou Kain Akatsuki, corando quase imperceptivelmente.

Os dois vampiros conversavam em voz baixa, mas eram observados pela maioria das pessoas que passavam por eles, chegando ou saindo para os trens da estação de Shinjuku.

 Aidou Hanabusa estava inquieto. Recebera no dia anterior o telefonema de Kaname e prontificara-se a ir buscá-lo na estação, arrastando o primo consigo.

Kain Akatuski, por outro lado, estava tranqüilo. Verdade que dispensara a ida até alguma floricultura com sua noiva, Souen Ruka, mas valia à pena. Duvidava que fosse útil na hora de escolher entre rosas e lírios, arranjos para damas-de-honra ou qualquer coisa que o fizesse dizer “Ah...”, no lugar de uma resposta coerente.

O vampiro nobre olhou o grande relógio da estação: eram quase nove horas da manhã. Desistiu de dizer ao primo para se acalmar, não adiantava tanto esforço.

Um grupo de colegiais passou por eles, dando risinhos e olhando admiradas para os dois vampiros loiros e quase idênticos.

Mas Aidou e Kain eram parecidos somente à primeira vista, em teoria. Na prática, suas personalidades eram bem distintas, assim como seus gostos pessoais. Enquanto Hanabusa preferia se vestir sempre impecavelmente – fosse para chamar atenção ou não -, Akatsuki não fazia questão de abotoar toda a camisa e certamente dispensava o uso de gravatas ou qualquer coisa que o deixasse formal demais. Fora assim durante os tempos de Night Class, quando adquiriram as alcunhas de “Ídolo-sempai” e “Wild-sempai”, respectivamente.

Mesmo assim, Aidou confiara somente ao primo seu único e maior segredo... O fato de continuar amando Wakaba Sayori.

Três anos haviam se passado, mas o vampiro de olhos azuis-gelo perguntava-se onde aquela humana estaria, ou na pior das hipóteses, com quem.

Surpreendeu-se pensando nisso. Não havia lhe ocorrido até então que Sayori provavelmente se apaixonaria por alguém de sua própria espécie.

A raiva pareceu queimar dentro dele...

- Ei, Hanabusa... – Kain chamou de volta ao presente um Aidou evidentemente atordoado.

- Hã, nani? – ele sacudiu a cabeça, reorganizando seus pensamentos.

- Olhe. – mandou, apontando para a direita.

Um trem parara e uma massa compacta de pessoas saiu apressada. No meio da multidão, eles enxergaram dois vultos inconfundíveis. O primeiro era loiro, com olhos verdes e o semblante inalteradamente feliz; em seu encalço vinha o segundo, os cabelos compridos, olhos vermelho-sangue e a aura emanando soberania.

Um sentimento de nostalgia os assaltou.

Antes que Akatsuki pudesse deter o primo, este saiu correndo desabalado ao encontro de Ichijou Takuma e Kuran Kaname. Parecia um garotinho, leal demais, com uma postura de absoluto servilismo.

- KANAME-SAMA...! – berrou, enquanto Kain sacudia a cabeça – ICHIJOU-SAMA...!

Aquela era a parte de seu passado que não o assombrava com insinuações torturantes.

- Ídolo-kun! – saudou-o Ichijou, soltando uma mala bem pesada e abraçando o loiro.

(N/A: E este é o encontro de dois oxigenados.)

Akatsuki aproximou-se discretamente dos três vampiros, reprovando o comportamento do primo.

- Ohayo, Kuran-sama – disse, dirigindo-se ao puro-sangue.

- Ohayo, Kain.

- Desculpe pelo Hanabusa. Ele já estava impaciente.

- Entendo – disse Kaname, sorrindo – Tivemos uns contratempos no Conselho. Desculpe-nos por isso.

- Claro.

- Kaname-sama! – um eufórico Aidou o cumprimentou – Faz tanto tempo, não é...? Achei que nunca viriam!

- Espero que não se irrite com nosso atraso – disse Kaname – Você está bem?

- Melhor impossível, Kan...

O vampiro parou abruptamente. Uma moça viera na direção deles, a expressão séria. Era bem magra e tinha cabelos curtos, de um roxo claríssimo e olhos frios, escuros.

- Kaname-sama – murmurou ela – O carro já o aguarda.

- Ah, arigato, Seiren – agradeceu Kaname.

- Gostariam de nos acompanhar, Aidou, Kain? – convidou Ichijou, pegando a mala que deixara cair no chão.

- Gomen, Takuma-sama – disse Akatsuki – Tenho que ir ver... A Ruka...

Aidou deu uma risadinha.

- E você, Ídolo-kun?

- Eu vou, sim – respondeu o loiro.

- Então vamos – decidiu Kaname. Os três despediram-se de Kain e seguiram para fora da estação.

O sol já ia alto às ruas de Tókio, e isso os incomodou. Felizmente, um carro muito grande os esperava no acostamento.

- Aidou – disse Kaname, quando todos se acomodaram dentro do carro -, tem algo que preciso lhe pedir.

 

***

- Você está atrasada, Yuuki-sensei.

Ela bem que tentara passar despercebida, mas aquela mulher tinha a visão muito aguçada.

- Sinto muito, Karin-san – Yuuki desabotoou o casaco que vestia até o pescoço – O trânsito estava horrível...

Karin bateu a ponta de uma caneta na superfície de sua mesa na portaria.

- Sei... – e olhou para o lado – Mika-sensei está cobrindo seu horário, não se preocupe. Pode ir, Yuuki-sensei.

Desde que começara a trabalhar com as turmas do primário numa escola de Chiyoda, ela já colecionara muitas desculpas esfarrapadas para seus atrasos.

“Mas aquele maldito Hunter... Como pudera enganá-la...?”

Se bem que, pensou Yuuki, tinha valido muito a pena ter ficado.

Ao entrar na sala de professores, que àquela hora estava vazia, a puro-sangue instintivamente fechou as cortinas para evitar o sol.

Era uma coisa que realmente a deixava enfraquecida... Um preço a pagar pela convivência com os humanos.

Yuuki sentou-se numa cadeira, à espera de seu próximo horário. Teria que compensar valorosamente seu atraso “quase” sem explicação.

Sua vida em Tókio tornara-se uma rotina ao qual ela tentava se adaptar, embora às vezes não se sentisse disposta a levantar-se da cama no apartamento que dividia com Zero.

Mesmo agora, agora que sabia de toda a verdade sobre seu passado, ainda havia uma estranha sensação de deslocamento no meio de tudo aquilo.

Nem muito humana, nem muito vampira.

Ela era única, como dissera seu irmão muitas vezes.

Sempre alimentara certo constrangimento com o que sua condição lhe reservara.

Ainda que fosse deveras estranho a ideia de ocupar o ponto mais alto da sociedade vampírica.

Yuuki apoiou os ombros na mesa e passou as mãos pelos cabelos.

Nunca quisera deixá-los curtos novamente.

E, sem se dar conta, deslizou o indicador pelo pescoço, parando em um determinado ponto.

Fora ali, exatamente ali, que as presas de seu irmão tinham-na perfurado.

Quando ela ainda não entendia.

Quando a neve ficara sinistramente rubra como sangue.

Quebrando a redoma na qual sua mãe havia enclausurado-a.

Deixada aos cuidados de um belo vampiro, “um vampiro bonzinho”.

Ele... Perto de sua vida humana, perto de sua verdadeira natureza.

Seu irmão e seu primeiro amor... Kuran Kaname.

Yuuki escolhera um lado. Ele era somente seu irmão agora.

Porque ela não podia abandonar Zero... Reconstruir a alma do Hunter era um de seus preciosos objetivos.

Porque estas eram coisas pelas quais vali a pena se sacrificar.

O sinal do segundo horário soou além das paredes do recinto.

Ela saiu correndo.

Qual voz em seu interior dizia a verdade?

Não podia admitir que seu corpo ainda guardasse as marcas daquela noite... Não devia.

Será que Yuuki havia se decidido inteiramente...?

 

 


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Notas finais do capítulo

Quando será o proximo cap. eu me pergunto...