Victoria Pov

Cheguei em Londres em menos de quatro horas e já conheci mais gente do que eu já tive de amigos durante toda a minha vida. Digamos que eu sou muito parecida com a minha irmã. Só que ela não gosta de chamar a atenção, e é meio tímida (nos primeiro 30 segundos de conversa), por isso ela não tem muitos amigos. Já eu, odeio todo o tipo de contato humano, sou a antissocial da família, e por isso eu não tenho amigos, por ser a antissocial. Eu tenho 17 anos, farei 18 daqui há uns dois meses, e estou no terceiro ano do ensino médio. Segundo a minha mãe vou ter que estudar com a Ali, o que não é ruim, já que ela é minha melhor amiga, ou seja não preciso fazer amigos.

Saímos do carro dos amigos da Ali, que pelo o que ela me contou por alto é uma tal de One Direction, uns cantores que famosos que ela é fã, mas eu não faço a mínima ideia de quem sejam. Eu deveria parar de ouvir um pouco das minhas bandas antigas para me atualizar no mundo da música moderno. Se não vão achar que eu tenho 40 anos disfarçada em um corpo de uma garota de 17. Então entramos no edifício que a mamãe havia me indicado, percebo que eu, Ali e mamãe somos uma família de burras, já que as chaves não estão comigo, ou seja vamos ter que esperar lá fora.

-Merda! As chaves não estão comigo. Como é que vamos entrar?- Falo perto de uma velhinha que me olhou estranho quando eu falei “Merda.”.

-Liga para mamãe. Vai ver a chave está com o porteiro, sei lá.

-Ok.- Pego o telefone e digito o número dela. Ocorrem três toques e elas atende.

-Err... mãe... as chaves do apartamento estão com você?

- Sim filha, mas as reservas estão embaixo do capacho, eu sou uma pessoa precavida. Você pode pegar para você e depois você sai para fazer uma cópia para a sua irmã.

-Ok, beijos. Você já tá vindo?

- Sim, houve um imprevisto e as minhas malas não tinham sido desembarcadas ainda. Mas eu já peguei elas, estou a caminho. Beijos.- E desliga.

-Alice, mamãe está vindo. Vamos ter que sair para fazer uma cópia para as suas chaves. E as novidades maninha?

- Ok. Não tá sabendo não? Eu levei um tiro ontem de madrugada, quero dizer não foi um tiro, foi uma bala de raspão. Mas foda-se doeu para caralho.

-O QUE? PORQUE ISSO ANTA?

- É porque simplesmente eu estava voltando para a casa com o Harry, e um cara tentou assaltar a gente, eu consegui enrolar o cara e ligar para o meu “pai”, que é policial, nós conseguimos montar meio que uma emboscada, só que o idiota do Harry deixou o assaltante ver o meu celular na mão dele. Eu tentei bancar a heroína para que o cara não atirasse nele, e saí correndo, resultado... Isso.- Me mostrou o curativo, não era tão grande.

- É acho melhor contar depois para mamãe. Mas ainda bem que você está bem... Isso foi corajoso da sua parte. E muito idiota também.

- Idiotice eu aprendi com a melhor.- Disse apontando para mim. Com isso levou meu lindo dedo do meio como resposta, ela riu.

- Eta garota que ri de tudo. Se eu falar “Bumbum” perto de você, tu ri.- Ela gargalhou com a minha expressão de indignação. –Viu... Afe, vamos lá? Você tem que me guiar por aqui, porque não conheço lugar nenhum aqui.

- Vamos. Só deixa eu trocar de roupa. Quero tirar esse salto.- E ri mais uma vez. Reviro os olhos.

- Vou trocar também. Estou usando isso há umas 7 horas.

Caminho pela casa até encontrar um quarto que me agradasse, Ali fez o mesmo, eles na verdade só tinham o básico, cama e uma mesinha de cabeceira. Acho que vamos ter que decorar. Abro minha mala e pego as primeiras roupas que eu acho. Saio do meu quarto e vou para o quarto da Ali que ainda estava escolhendo as roupas.

- Ô minha filha a gente só vai fazer suas chaves. Não precisa escolher roupa.

- E quem disse isso. Nós também vamos tomar um café.- Olho no relógio, 11h30.- Então vamos logo, se não daqui a pouco mamãe está aqui.

Só foi eu falar que eu ouço barulho de chaves na porta e depois ouço um barulho de salto alto no chão.

- MÃEEEEEE!- Eu e Ali corremos para ela, juntas, parecendo duas crianças de quatro anos.

-Oi filhas. Você já foram fazer as chaves?- Perguntou.

- Err... não a rainha da Inglaterra ainda esta escolhendo a roupa.

-Então, pelo que eu vi vocês já escolheram seus quartos. Agora só falta decorar a casa. Seria muito incomodo nós três irmos ao shopping comprar os móveis para o apartamento?

- NÃO! –Falamos, eu amo decorar os lugares. Ainda mais meu quarto, e a Ali também.- Iriamos adorar. Mãe podemos comprar umas tintas para pintar a parede do meu quarto?

- Sim eu ia sugerir isso. Já que a parede é branca isso é fácil.

-Ok, vou me ajeitar e a gente vai tá?- Alice perguntou.

-Já deveria estar pronta.- Implico.

-Shiu. Ok mãe?

-Ok filha. Eu vou também trocar de roupa. E as duas foram para os seus quartos.

Me jogo no sofá, meio velho que tinha no meio da sala, trataria de me livrar dele o mais rápido possível. Pego meus fones e coloco uma música qualquer, enquanto eu cochilava para passar o tempo. Isso funciona, já que eu acordo com a Ali me cutucando.

- VIIIIIIICCCCCC! Acorda criatura. Morreu é?

- Acordei coisa chata. Vamos?- Perguntei olhando ela pronta. – Nossa, vou me arrumar melhor porque você está bonita demais. Se eu não fosse sua irmã eu te pegava.

-Ai credo Victória.- Minha mãe riu.- Está bem vamos?

- Ok.- Falei levando do sofá e esquecendo que o meu celular estava no meu colo. Resumindo, ele cai no chão e quebra a tela toda.- PUTA QUE PARIU. Mãe acho que vamos ter que comprar algo além dos móveis.

-OLHA A BOCA GAROTA.- Ops, esqueci que minha mãe não deixava eu falar esse palavrões meio pesados na presença dela.

-Ops. Desculpe. Mas meu celular quebrou. AAAAAAAH vou chorar.

-Ok eu compro outro. Mas só se você me prometer não falar mais esses palavrões na minha frente.

-Prometer eu não prometo, mas eu vou me controlar.- Sorrio amarelo, a Alice que estava quase se matando de rir com a cena, ri mais ainda, ela estava quase rolando no chão. Minha mãe olha para ela e começa a rir também.- Eu sou a única normal daqui?

Reviro os olhos, e saio andando até a porta, tinha certeza que ela iriam me acompanhar. Pego o elevador, e elas ainda estavam rindo. Puta merda, ô família problemática, mas eu sentia falta disso, porque desde que a Alice tinha vindo para cá, por causa do intercâmbio, eu e nossa mãe não tivemos mais esses momentos “funnys”.