Meetings in Our Holiday escrita por Machene


Capítulo 1
Mudando de Vida




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Cap. 1

Mudando de Vida

{Sala de Bate-papo – Oito da Noite}

– “Deus do céu...! Como ele era irritante! Dá para acreditar que um homem como ele pode existir?”. – resmunga a morena enquanto acrescenta emoticons a mensagem.

– “Acho que entendo bem seu lado. Sabia que a protagonista da minha história tem seu nome?”. – a ruiva comenta sorridente via web.

– “Jura? Mas você a batizou depois que me conheceu?”.

– “Não, antes. Por isto é uma coincidência, não acha?”.

– “Claro... Sabe o que eu fazia agora a pouco? Fui olhar seu blog; está show!”.

– “Eu te dei o link do meu blog? Achei que tinha me esquecido.”.

– “Não, você deu. É um cheio de fotos de felinos, não é?”.

– “Ah é, este é o meu blog! Eu adoro tigres.”.

– “Mas eu vi um anúncio para alugar uma casa. É sua?”.

– “É. Estava pensando nisso semana passada.”.

– “E por que está alugando sua casa de repente?”.

– “Eu estou passando por uma situação quase igual a sua, mas o meu caso é que o cara de quem gosto está noivo.”. – a amante de gatos confidencia.

– “Nossa, que barra! Mas o que isso tem a ver?”.

– “Eu quero ver se alguém aceita ficar com a casa para eu viajar neste Natal. Não quero deixá-la vazia de jeito nenhum! Vai que algum ladrão resolve fazer a festa.”.

– “Sei... Eu também estava com vontade de viajar, e para um lugar bem longe.”.

– “Espera, alguém acabou de ficar online...! Ah, é a Melissa; vou adicionar ela na nossa conversa. Tudo bem, certo?”. – a morena dá de ombros e digita a resposta.

– “Beleza.” – em alguns segundos o som da adição do novo membro na conversa a faz recomeçar a escrever – “Oi Meli, tudo bem?”.

– “Tudo gente.” – responde a loira de olhos castanhos – “E como passaram o fim-de-semana? Terrível sem a minha companhia?”.

– “Nem me fale! Foi um trauma para nós duas, certo Hilary?!”.

– “Pois é.” – Melissa acrescenta um emoticon de surpresa com uma sobrancelha arqueada, como se estranhando a situação, então a morena completa – “Sabe o cara com quem eu estava ficando? O safado me traiu Meli!”.

– “Não me diga, que horror! Mas eu também te disse que ele não prestava Hi!”.

– “A Hilary gosta de esperar para ver, não é?!”.

– “Puxa Sali, é você que gosta de um cara que não pode ter, então não vale falar de mim!”. – a ruiva bufa e faz uma careta, digitando rápido no teclado.

– “Obrigada por derrubar o resto de dignidade que eu tinha, amiga...! Mas e você Melissa? Desenrolou sua situação com aquele cara?”.

– “Nada, continuo do mesmo jeito. Passei duas semanas internada num hospital só para ver o homem de quem gosto sair com outra bem na minha frente. Aquela perua se aproveitou só porque é gostosa, safada miserável!”.

– “Mas você não teve culpa se tem Miastenia Grave.”.

– “É Hi. Pelo menos estou melhor que a Lane, não é?!”.

– “Muito delicado de sua parte reparar que ainda sou solteira, obrigada Melissa!”.

– “Ah, a Melissa te adicionou, Kailane? Eu nem reparei.”.

– “Sim Salima. Eu ia falar, mas vocês digitam muito rápido.”. – responde a jovem com cabelos da cor da graúna, equiparando-se aos seus orbes cintilantes.

– “Continua solteira Lane? Mas você é tão linda!”.

– “Não pensou que a minha foto de perfil pode ser de outra garota?”.

– “E o que ia ganhar mentindo, sua besta? Sabe Hi, ela chutou o último cara.”.

– “Sua delicadeza não mudou Meli... O que houve Lane?”.

– “Ele tentou me manipular. Pra variar, será que eu tenho ar de garota frágil?”.

– “Você, frágil? Isso é quase impossível!...”. – a loira ri consigo mesma.

– “Não abusa da situação Melissa! Ela está sofrendo.”.

– “Todas nós estamos Sali...” – a morena suspira e de repente um plano passa por sua cabeça, fazendo-a escrever cheia de empolgação o texto seguinte – “Ei meninas, eu tive uma ideia. Já que todas nós estamos cheias dessa rotina e queremos nos conhecer pessoalmente, poderíamos viajar juntas.”.

– “Bom...” – Salima reflete um pouco – “É uma boa ideia. Eu não tenho nada para fazer até o início de fevereiro. E vocês meninas?”.

– “É... Eu ia passar mesmo sozinha o Natal e o Ano Novo...”.

– “Então estamos na mesma Lane! Com a Sali três.”.

– “Todas nós aceitamos a oferta Hilary. Mas para onde nós vamos viajar?”.

– “Para qualquer lugar Sali. Estava pensando em Paris.”.

– “Justo na situação em que estamos? É a terra dos amantes, e não precisamos de mais tortura! Itália também está fora de questão!”.

– “A Melissa tem razão... Por que não para Portugal?”.

– “E correr o risco de não entendermos a mesma língua? Melhor não Sali.”.

– “Se for por isso Melissa, que tal Nova York?”.

– “Ótima idéia Lane! Vamos poder ver a neve bem no Central Park!”.

– “Acho melhor escolhermos o horário de voo antes de todo o resto, Hilary.”.

– “Certo Sali. Qual hora fica melhor para vocês garotas?”.

– “Acho que umas sete, todo mundo tem se arrumado?”.

– “Sem essa Lane, eu durmo mais que isso!”.

– “Meli, temos que sair cedo! Sete e meia está bom?”.

– “Deixamos para as oito então, Hilary. Assim, Kailane, Melissa e eu temos mais tempo de arrumar nosso trabalho pra levar. E é muita coisa!”.

– “Ah, é mesmo, esqueci que vocês gostam de levar o trabalho junto!... Então tudo bem. Ficamos assim: nós pegamos um voo sem escalas às oito horas daqui a três dias e nos encontramos no Aeroporto de Heathrow. Até lá!”.

...

Em um parque quase vazio, algumas crianças começam a brincar diante dos olhos atenciosos de suas mães e de uma jovem morena cansada, sentada num banco vazio. Ao seu lado alguns casais passam sorrindo, de mãos dadas ou aos beijos. Hilary suspira.

– Oh... Por que será que os homens tinham de ser tão infiéis assim? Parece que sua idiotice supera as divisões oceânicas! – ela bufa – Pelo menos estaremos juntas logo.

No mesmo momento, durante a noite em outro lugar, uma ruiva anda devagar pela calçada parada de uma rua movimentada. Absorta em seus pensamentos, ela olha para o restaurante do outro lado da esquina e observa pela janela de vidro uma alegre família a mercê das brincadeiras uns dos outros. Sentados não muito longe, um casal feliz come.

– A Melissa em Birmingham, Kailane em Londres, Hilary em Liverpool e eu aqui em Oxford, mas nenhuma de nós consegue achar um único namorado decente. Será que esse problema pode ser resolvido se mudarmos de país? – ela recomeça a andar – Se nós esquecermos um pouco a nossa má sorte, talvez possamos só curtir a viagem juntas.

{Três Dias Depois/Londres – Sete e Meia da Manhã}

– Melissa! – Salima e Hilary chamam a linda loira de longos cabelos bem no meio do movimentado aeroporto e a jovem se apressa contente para chegar perto das duas.

– Nossa...! Eu me atrasei? A Kailane nem chegou!

– Não. Mas olha só, você é bem mais bonita pessoalmente! – a ruiva a admira.

– Obrigada. Perdi alguns quilos desde que nos falamos pela última vez, então pude entrar nesta blusinha com strass lindíssima. Todo meu glamour se deve a ela por agora. – as três riem – Então, me deixem abraçar as duas! – as jovens se apertam com carinho.

– Ah, é um prazer conhecer vocês finalmente! Estou muito animada por sairmos todas juntas! Quem diria que nosso encontro na internet poderia resultar nisso.

– Verdade Sali, mas neste time de melhores amigas falta uma. Onde está a Lane?

– Atrás de você. – as três se viram ao mesmo tempo e vêem uma atraente jovem se debruçar sobre Melissa, com um sorriso de canto.

– Kailane? Uau, você tem um corpão! – a moça cora pelo elogio e pigarreia, dando uma arrumada no cabelo – Você sempre foi tão alta assim?

– Não, eu ainda estiquei depois do colégio. Enfim, estamos reunidas. – as quatro se entreolham sorridentes – É um prazer conhecer todo mundo.

– Igualmente! – diz Hilary – Nós vamos ter muito tempo pra nos conhecermos no avião e no hotel. Melhor irmos para o embarque antes que comecem a chamar.

– De acordo. – Kailane declara, pegando suas malas – Não gosto de me sentir feito uma sardinha enlatada, então quanto antes dermos o fora daqui melhor!

...

Afinal, no Aeroporto JFK (John F. Kennedy), as quatro amigas pegam dois táxis e fazem uma excussão com os carros próximos. Ambas já haviam aceitado permanecer a semana de folga num fino hotel recomendado por Hilary, uma antiga hóspede que assim facilmente conseguiu o ótimo desconto pela hospedagem. A cineasta arranja o melhor e maior quarto do último andar e todas sobem de elevador.

– Hilary, ele é fantástico! – Melissa explora o local dando rodopios – É bem o que uma mulher rica pode pagar... Oh Deus, vocês precisam experimentar a cama!

– Talvez depois. – Salima ri, levantando sua bagagem – Vamos desfazer as malas.

– Ah, eu tomo banho primeiro! Estou precisando desesperadamente tirar de mim o cheiro de salame que ficou impregnado por causa daquele porco gordo no avião! – com um pulo, a loira vai para o banheiro e dá um gritinho nervoso – Ei pessoal, venham ver! Aqui tem uma banheira grande o bastante para as quatro!

– Vai ser preciso mais do que isso pra me convencer a ficar nua na sua frente. – as risadas ecoam pela provocação de Kailane e logo todas estão fazendo planos de férias.

...

Três dias após chegarem à Nova York, as moças resolvem explorar a cidade cada uma ao seu modo. Hilary espalha seus cartões de crédito em todas as lojas que encontra pela frente, comprando sapatos, roupas e acessórios para ela e as amigas. Salima busca logo pelo zoológico mais próximo do hotel, olhando um catálogo de atrações, enquanto Melissa vai andando pelas ruas atrás de pontos turísticos.

Kailane, desinteressada em qualquer destas atividades, simplesmente aprecia o dia e os variados sabores da comida americana num restaurante local. Já tendo marcado seu horário de encontro para o almoço, elas passam o tempo despreocupadamente. Contudo, a cineasta em pouco tempo acaba sofrendo o desprazer de ter o chapéu novo jogado por uma ventania e rapidamente centenas de fãs e dezenas de paparazzis a descobrem.

Neste momento, bem na entrada chega alguém que ela conhecerá em breve, a viva prova da ironia do destino, ao fazê-la convencer suas amigas a viajarem justamente para esta cidade nesta época do ano. E ele vem acompanhado.

– Não acredito que conseguiu me convencer a te acompanhar para o shopping!

– Deixa de reclamar Tyson! Quando eu comprar meus sapatos novos, vou te largar lá na praça de alimentação e aí você pode comer feliz, porcalhão!

– Diz isso de novo Daichi, que eu peço pro Max publicar aquela foto sua, cheio de molho de churrasco no rosto, na internet! – ambos param de brigar quando quase sofrem um atropelamento – Ei, que movimento é esse? Parece dia de liquidação.

– Sei lá. Vamos ver. – os dois entram com muito sufoco no meio da multidão e se deparam com filas de fãs atrás de um autógrafo da Hilary – Ei, Tyson, olha!

– É sim, eu estou vendo a confusão. Vamos embora.

– Não seu idiota, é aquela cineasta inglesa famosa!

– O quê? Eu não tenho nenhuma madrasta chinesa escandalosa!

– Você é ainda mais burro do que eu pensei! – Daichi grita mais alto e balança sua cabeça – Vou avisar isso para o senhor Dickerson amanhã!... Estou falando dela!

– Quem?... – ele levanta a cabeça pra enxergar acima da multidão e afasta para um lado favorável, mas os seguranças logo dissipam o grupo de eufóricos e eles vão junto – Viu no que deu? Agora não podemos mais entrar!

– Ah, você é muito lezado! Se não fosse tão surdo poderíamos ter...

– Ei, Tyson, Daichi! – uma voz vem detrás deles e os faz virar.

– Oi Max! – ambos sorriem e cumprimentam o amigo loiro recém-chegado.

– Não sabia que estavam de folga. – ele respira fundo pela corrida.

– O senhor Dickerson foi fazer uns exames, mas volta amanhã.

– É melhor se preparar para trabalhar no Natal. – o pequeno amigo ruivo o lembra.

– Por favor, não me lembre. – pede o rapaz, arrumando o boné sobre a cabeça – Se eu tivesse uma namorada, pelo menos me safaria. Não precisaria passar o feriado colado contigo e poderia ficar em casa tomando chocolate quente.

– Bom, eu também vou ter o mesmo destino Tyson, mas não reclamo.

– É claro, você gosta de trabalhar! Falando nisso, o que está fazendo aqui Max?

– Ah, eu soube de uma cineasta andando aqui no shopping e vim fotografá-la.

– Puxa vida, as coisas devem ser mais fáceis pra quem não precisa ficar limpando mesas cheias de gordura de sanduíches para ganhar salário de garçom.

– Poderia ser pior se estivéssemos morando embaixo da ponte, não é Tyson?!

– Você podia ir só que eu tentaria arranjar outro emprego. Mas eu concordo...

– Ei, ser fotógrafo de um jornal não é um ofício que paga tão bem, nem é fácil da maneira na qual estão pensando, mas paga as contas. Então, será que vocês a viram?

– A cineasta? – Daichi olha em volta – Quando a gente entrou ela estava na porta.

– Ei, não é ela ali cercada por aqueles gorilas de terno? – Tyson aponta.

– É, é ela sim! – Max sorri e sai correndo, logo sendo seguido pelos amigos.

Continua...


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