Capítulo 3

Edward não sabia o que fazer, já estava naquele hotel faziam três dias, o único contato que tinha era com Garrett que lhe informava como andavam os preparativos do casamento que aconteceria dali a dois dias, não sabia nem ao menos o nome da noiva, já havia recebido o dinheiro e enviado boa parte para Carlisle, mesmo a distância já havia resolvido tudo, saldou as dívidas e com o que sobrou comprou um modesto apartamento em Nova York para o pai e custeou a ida de Alice para a faculdade.

Estava irritantemente inquieto naquela tarde de julho, andava pelo quarto do hotel reparando em cada detalhe,desde o carpete marrom ate a pintura em tons de pastel as cortinas beges,já havia observado por mais de meia hora os travesseiros milimetricamente organizados sobre a cama, as paredes do luxuoso quarto de hotel pareciam oprimir sua alma, sentia-se sufocado, um verdadeiro prisioneiro, começava a arrepender-se daquela ideia idiota.

Nem casado havia ainda e já  perdera sua liberdade, não tinha permissão para fazer ligações ,acessar a internet ou assistir Tv,  e a ordem de maior arbitrariedade: não podia sair do quarto.Na porta de seu quarto dois enormes brutamontes vestidos de terno e gravata vigiavam para ter certeza de que todas as ordens seriam cumpridas.

As escolhas dentro do recinto não eram das melhores, tudo o que restava para ser feito resumia-se entre ler e pensar no que o esperava para os próximos dia, Edward passara os três últimos dias imaginando como seria a noiva misteriosa, mas não houve uma vez que conseguisse visualizar algo que não fosse a senhora de 75 anos de idade lhe esperando no altar da igreja com um sorriso enorme. Estremeceu com a possibilidade e sentou-se na cama decidindo que o melhor a fazer era dormir, não estava conseguindo se concentrar na leitura embora os livro que estivessem presentes ali fossem de seu autor favorito.

Retirou toda a roupa ficando apenas com a cueca box e deitou-se fechando os olhos e esperando que o tempo voasse.

A algumas quadras de distância do hotel Isabella organizava com a ajuda da esposa de seu primo todos os detalhes do casamento, a recepção seria na mansão, já estava tudo acertado, a cerimônia seria realizada na Catedral de Westminster a noite , não fora nada difícil para ela conseguir tal fato, toda a alta sociedade compareceria,mas antes da cerimônia religiosa ela casaria –se pela manhã no cartório mais próximo e depois que cassasse revelaria a Edward que ela era seu mais novo pesadelo. Os jornais do mundo todo fervilhavam com a novidade, na televisão e nas revistas de fofocas não se falava de outra coisa senão no casamento da Dama de  ferro,enviara uma foto antiga dela com Edward para todos os jornais afim de explicar o repentino casamento,não queria rumores sobre isso.

Já dera diversas entrevistas explicando que mantivera o romance na esfera privada para evitar falatórios. Justamente por prever esses acontecimentos foi que Isabella tomara a decisão de privar Edward de toda e qualquer tecnologia onde ele pudesse manter contato com o mundo exterior.

A bella morena sorriu enquanto olhava o vestido de noiva colocado sobre a cama, imaginava como Edward estaria agora trancafiado como um bicho acuado na jaula, sabia que ele estaria com humor dos infernos na cerimônia civil, mas de certa forma isso a agradava de uma maneira doente, era o começo de sua vingança, uma forma de puni-lo antes mesmo que se cassassem.

Rosalie entrou observando o vestido colocado sobre a cama com o pequeno Henry nos braços.

-É lindo Bella, sabe quando me casei com Emmett eu ainda não o amava, mesmo assim ele me aceitou eu estava triste e desiludida e ainda por cima grávida, mas no dia do meu casamento quando adentrei a nave da igreja ao lado de seu pai me senti a mulher mais feliz do mundo, Emmett me esperava no altar com um sorriso de orelha a orelha e ali eu soube que havia esperança pra nós dois, eu nos dei uma chance Bella, acho que talvez você devesse fazer o mesmo.

Isabella sabia que aquele era  o modo como Rosalie lhe informava que não aceitava seu plano de vingança e tentava a todo custo demovê-la da ideia, a historia de Rosalie e Emmett era linda.

Rosalie havia namorado durante algum tempo com Royce King que a engravidara e em seguida a abandonara a própria sorte, numa sociedade conservadora o fato de Rosalie ser mãe solteira seria um verdadeiro escândalo nas altas rodas sociais. Seu pai prevendo o desastre expulsou-a de casa, foi nos braços de Charlie Swan que ela encontrou abrigo e desde a primeira vez que a tinha visto Emmett ficara perdidamente apaixonado,pediu a mão de Rosalie em casamento, prometendo cuidar dela e dar um nome ao seu filho.

Ela aceitara a proposta e ambos agora viviam felizes, constituíram uma família e já estavam no segundo bebê. Henry era o filho que Royce negara, o pequeno garoto de sorriso encantador agora já tinha três anos e era a grande alegria da família Swan. Emmett dera seu nome a ele e o amava profundamente como se fosse seu próprio filho, naquele ano tinha nascido a pequena Dayane, filha de Rosalie com Emmett e que agora provavelmente estaria dormindo no berço.

-Rosalie o que aconteceu entre você e Emmett é totalmente diferente desta situação, ele a amava, e jamais a desprezou.

-O que estou querendo dizer Bella, é que se eu não desse uma chance a Emmett jamais teria encontrado a minha felicidade, se não tivesse deixado de lado o passado e me concentrado num futuro ao lado dele jamais ficaríamos juntos. As vezes devemos esquecer as coisas ruins da vida e dar uma nova chance a nós mesmos.

Henry pareceu entender a conversa pois bateu palmas e deu gritinhos chamando pela “tia Isa”.

Pegando o no colo Isabella resolveu que já era hora de por um fim aquela conversa.

-Fico feliz que tenha dado certo para você Rosalie, mas não é assim para todos, sei o que estou fazendo.-as palavras foram ditas com  tranquilidade mas ao mesmo tempo com firmeza que não abria margem para prolongar o assunto.- Você encomendou as flores?-o tom de voz de Bella agora era amável.

 Londres, Julho de 2012, Dia do casamento

Era agora, Edward sentia um nó apertar sua garganta enquanto observa a noiva vestida de...Preto? Só poderia ser uma brincadeira de mau gosto. Ele suspirou pesadamente mais ainda sim mantinha o sorriso forçado nos lábios, ansioso demais, o pequeno cartório só contava com a presença de alguns poucos parentes da noiva, rostos totalmente desconhecidos, que lhe inspecionavam da cabeça aos pés como se avaliassem se ele vali a pena para casar-se com a noiva misteriosa.

Ele engoliu em seco reprimindo o impulso absurdo de fugir, a mulher adentrava o local com seu vestido de renda preto ao lado de um homem grandalhão que deixou Edward ainda mais nervoso, o rosto era impedido de ser visto pois ela usava algo como uma espécie de véu negro e Edward sentiu-se ainda mais inquieto.

O que se seguiu foi para Edward como algo que ele não conseguiu distinguir se era sonho ou realidade , as palavras que eram ditas pelo juiz de paz não pareciam fazer nenhum sentido, não lembrava-se nem de ter dito o tão esperado “Sim”.

Quando se deu conta já estava dentro de uma limusine ao lado de uma completa estranha que insistia em permanecer com aquele véu inútil sobre a cabeça, a vontade que Edward tinha era de puxar aquele treco e poder vê-la, mas acima de sua curiosidade estava o medo. Tudo o que se lembrava era que o nome de sua mais nova esposa era “Isabella Swan”.

Aquele nome agora rondava-lhe a mente de uma forma assustadora.

“Mais uma, mais uma Isabella para meu completo tormento”.

Em sua mente pensava que aquilo nada mais era do que um castigo divino pois cava dez que tivesse que se dirigir a esposa lembrar-se-ia de sua doce e inocente Isabella, aquela a quem ele deixara para casar com Tânya.

Uma dor aguda roubou todo o ar de seus pulmões, observou o perfil da mulher sentada ao seu lado, tinha uma pose e classe que não lhe parecia nada natural, não se parecia em nada com as mulheres a quem estava acostumado, essa lhe dava calafrios, passava uma imagem de frieza que era capaz de gelar ate seus ossos.

Não podia negar que tinha um corpo generoso, as curvas eram pronunciadas embora o vestido disfarçasse. Edward sentia-se um pouco mais aliviado pois sabia agora que ela não era uma idosa mas ainda assim estava temeroso, não sabia o que esperar do futuro, olhando pela janela ele observava as imponentes mansões, nenhuma palavra  foi trocada, ele por não saber o que dizer e ela por querer realmente prolongar sua agonia.

Bella se divertia observando-o por detrás do veu negro que combinava com o vestido de renda, podia sentir a tensão e a agonia que irradiava do corpo do marido,podia vê-lo torcer nervosamente as mãos sobre o colo enquanto fingia olhar a paisagem mas estava ligado a todas as suas reações.  A morena sorriu  ao constatar o quanto estava afetando seu rival, a primeira parte do plano fora cumprida com maestria, ele não desconfiava de nada, agora era  a esposa de dona de Edward, um lampejo de dor havia passado por seu coração ao vê-lo tão abatido quando entrara no cartório mas logo escondeu dentro de si aquele sentimento que denotava fraqueza. Edward não merecia sua pena, apenas seu desprezo.

Quando a limusine estacionou nos fundos da casa Isabella pode ver  os olhos de Edward quase saltarem das orbitas tamanho era o seu deslumbramento com a casa em qual iria morar a partir de agora. Deixando o carro Isabella fez um sinal para que Edward saísse a e a seguisse. Depois de deixa-lo mais a vontade no quarto que iriam dividir ela dirigiu-se a um quarto de hospedes para melhorar sua aparência e fazer o gran finale daquela parte inicial de seu plano.

Abandonando o véu sobre a  cama, ela olhou-se no espelho ,organizando os cabelos e retocando a maquiagem ela voltou ao quarto onde sua presa estava.

A bela morena entrou no quarto, decidida, os saltos batiam ritmada mente contra o chão frio de mármore, apreensivo na cama Edward olhava para um ponto na parede sem parecer ter notado sua presença. Um sorriso maquiavélico se apossou dos lábios de Bella, sua vingança estaria apenas começando, iria fazer Edward pagar por ter destruído seu coração e lhe humilhar com suas propostas indecorosas. Quando seus olhos se encontraram Edward arquejou, os olhos arregalados confirmavam que ele não fazia ideia de que era ela por trás de todo aquele joguinho sórdido.

-Isa... bella?- sentiu uma fagulha acender dentro de si, mas fez questão de apaga-la lembrando-se das palavras dele a dois anos atrás.

-Edward Cullen.-andou pelo quarto com seu costumeiro ar de superioridade e o rebolado digno das mulheres da alta sociedade londrina.

Ele olhou para a porta parecendo assustado e depois olhou para ela sorrindo amavelmente.

-Acho melhor você ir, estou esperando uma pessoa.-Edward pensava que estava em um pesadelo, e que aquela Isabella voltava a sua mente apenas para assombra-lo e culpa-lo um pouco mais.

Bella riu, um som cheio de crueldade e ódio subentendido; Edward a fitou de forma interrogativa.

-A pessoa que esperava... sou eu , Edward, a mais nova senhora Cullen.-ela disse rindo mais uma vez enquanto estendia a mão com a aliança. Os olhos de Edward quase saltaram das orbitas e se não estivesse sentado com toda certeza cairia.- Então... como você sente ao saber que foi comprado, que não passa de um homem-objeto rendido a todos os meus desejos?

Ele não conseguia falar, a voz havia lhe abandonado. Ainda não conseguia acreditar no que acontecia, reconhecia a garota, mas em seu coração algo lhe dizia que a sua Bella não tinha mais espaço diante daquela nova Bella que lhe olhava com olhos frios e distantes, que lhe falava de forma sarcástica e devastadora.

-Não entendo. - Murmurou mais pra si mesmo, ele era o típico homem prevenido e cafajeste, não costumava ser surpreendido, no entanto o que acontecia ali lhe deixava tonto.

-Você agora é meu ,Edward, sua honra, sua dignidade se é que você tem isso- revirou os olhos- , sua escolhas, sua liberdade, resumindo... toda sua vida agora me pertence...Marido!

Sentia-se ferido no âmago de seu ser, além de que uma raiva pareceu apossar-se de cada membro de seu corpo , ponde-se de pé Edward enrijeceu.

-O que que dizer? Não posso acreditar! Você é...como você pode..

-Como eu enriqueci?-ela riu amargamente despejando nele todo o ódio que juntara durante aqueles anos.-Isso é algo que vou lhe explicar depois querido, agora quero saber, como se sente tendo feito a escolha errada? Não é irônico que você tem me abandonado por causa da minha pobreza, e agora é o contrario que nos une? A sua pobreza e a minha riqueza. Ao contrario da família de Tânya, acho que você não sabe que eu comprei a empresa Denali, juntamente com a sua empresa não é querido? Agora tudo o que você tinha, tudo o que você é, esta em minhas mãos Edward e não há nada que você possa fazer senão aceitar este fato.

Ele não sabia o que dizer estava petrificado enquanto ouviu cada palavra lhe devastar a alma.

-Eu sabia que seria fácil te trazer ate aqui, você não mudou nada, continua sendo o mesmo mercenário de sempre, quando Garrett me disse que você tinha aceitado a proposta eu confesso que me impressionei que você não tivesse pedido para subir o preço, eu estaria disposta a pagar muito mais que 500 mi dólares. Ah querido Edward, você se vende por migalhas, isso e deplorável.-cada palavra era dita com a intenção ferina de machuca-lo e ela estava conseguindo.

-Não vou admitir que me julgue desta maneira!-Edward estava desesperado e já começava a gritar, nada o tinha preparado para aquela situação.

Com um sorriso de escarnio a morena deu um ultimato na situação.

-Eu não preciso de sua permissão para nada Edward, muito menos de sua admissão, você é quem precisa, precisa de mim para sentar, levantar, comer, dormir, andar,sorrir, ate para piscar você precisa da minha permissão. Agora sente-se aí e vamos discutir os seus benefícios e as suas obrigações. Espero que você seja um bom e fiel cachorrinho-ela sorriu- quero dizer ,marido.