Atashi To Tenshi To Akuma escrita por Mel Devas


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Aí está: Um capítulo maior e mais bem-desenvolvido. Agora que eu já peguei minha inspiração (tomei banho) estou pronta para ficar tarando meus personagens. (Nossa, sou doente x.x)
Bem, boa leitura!!!



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– Alô?? – Já fechei meus olhos e encolhi. A bronca ia ser pesada dessa vez. 15 chamadas não atendidas não é mole, não.

–ALÔ É O CARAMBA!!! NÃO ME AMA MAIS? EU TE ALIMENTEI E TE AMEI, NÃO FOI? PRA QUÊ TODA ESSA REBELDIA? PI PIPIPIPI PI PI PIPI – Uma das minhas manobras de sobrevivência nessa situação é transformar em código Morse tudo dito depois de 20 segundos e voltar a prestar atenção quando o ar do Lion vai acabando. – PIPIPI PIPI PI PIE ESTOU AVISANDO!!!! Onde você tá?

– Do lado de fora da minha cabana, caí no sono, desculpa.

–E nem pra acordar com o celular?

– Você me conhece.

–Sim, perguntas estúpidas humanas. – Lion suspirou, conhecia bem o meu sono pesado. Já ficou trancado pra fora do meu quarto um dia que foi brincar comigo e nada me acordava. – E aí, conheceu seus companheiros de quarto?

– Sim, sim. Eles parecem do bem, mas vou fazer tipo um pano pra dividir os lados do quarto, tenho problemas com gente me encarando, você sabe...

– Sei, você é muito tímida... – Falou ele sarcástico dando uma risada – Acho que seus dias de desfilar com toalha cantando Adele usando o shampoo de microfone acabaram.

– Não acabaram, não, apenas deram uma pequena pausa para “coleta de informações” do artista. – Retruquei (guardei a informação de que ele fazia a mesma coisa só que cantava Avril Lavigne (com um falsete fail) pra chantagear ele outra hora) – E você, como tá?

– Aqui é simplesmente o que um egocêntrico chamaria de “cheiro da juventude”. Aqui tem um jogador de Rugby que tá fazendo flexões desde que cheguei aqui. Tá um cheiro dos deuses... E ainda têm outros dois. O primeiro é um viciado em futebol, ficou tentando me convencer a fazer embaixadinhas, mas agora tá dormindo. Epa, ele tá babando na bola!!! Hahahahaha, que pessoal interessante!

– E o outro?

– Ah, sim, é o mais deslocado, o que as pessoas chamariam de nerd. Sabe o melhor???

– Não, o quê? – Ritual comum em nossas vidas, Lion NUNCA responde até você perguntar. O que não falta no mundo é gente que esperou resposta e no fim, só ficou encarando o Lion com cara de retardado.

– Ele tava jogando Pokemón!!!! Eu fiquei tipo: “Sou um idiota enorme e feliz, mas casa comigo?”

– ÊÊÊÊ, Lion!!! Tu arranjou um parceiro!! Bate aí, Manolo!! – Sim, ignore o fato de que eu peço pra ele bater na minha mão por celular.

–Sim, sim, precisa alguma coisa de mim?

– Não, por quê?

– Nada, estou só indo encher o saco do meu parceiro treinador de Pokemón!!!

– Então vai lá, criança, divirta-se. – Despedi-me rindo, desligando o celular.

Então... Pensei pra mim mesma. O que eu faço agora? Falo com Sam e o Dan ou dou uma volta pelo colégio? Bem, de qualquer jeito eu teria que entrar e pegar o mapa. Eu e esse meu senso de direção estropiado...

Dei dois toques de leve na porta e entrei, Sam estava no banheiro metendo gel no cabelo- um desperdício, em minha opinião – e fazendo caretas pro espelho. Dan estava sentado no beliche, rabiscando algo em um grande caderno de desenho. Hum... Caderno de desenho... Caderno de... Caderno!!!! Entenda, para mim, não há nenhuma distinção entre a palavra “caderno” e a palavra/frase “objeto constituído de papel feito pra meter o nariz e bisbilhotar”. Abortei minha missão "Vamos nos perder na Academia" e comecei a "Vamos irritar o Dan".

– Ei, ei! – Me aproximei dele – O que você está desenhando??

Ele apoiou o caderno no peito, escondendo o desenho:

–Não te interessa, palhaça. – Disse num tom seco demais se você pensar no contexto comentário. Devo ter ficado com uma cara de quem comeu bolo estragado, mas isso não vem ao caso...

Ah, coitado, quem disse que eu ia parar com uma simples cortada? Na verdade ele cavou o próprio túmulo.

– Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum. Tá desenhando pornografia, é? Garoto safadinho... – Ele fez uma cara de quem não entende titica (olha que palavra legal, titica) nenhuma. Ponto para mim, ele fez outra expressão além de cara de bunda. Agora que a coisa ia ficar séria. Minha técnica super-hiper-master desenvolvidas por anos.

– Ei. – Cutuquei o braço dele. –Ei – Cutuquei de novo.

Bem, deu pra entender que minha técnica milenar consistia em cutucar a pessoa até ela fazer o que eu queria. É raro essa técnica falhar, MUITO raro mesmo. Mas posso dizer que o Dan é duro na queda mesmo, *faz uma pose de frustração* usei minha técnica por quase meia hora e nada. Sam até terminou de fazer uma escultura que parecia plástico na cabeça dele - um minuto de silêncio pelo cabelo - e tinha saído pra catar coquinho (?).

– Hunpf, você não quer mesmo que eu veja, né? – Me recostei na parede, sentada ao seu lado. Ele me encarou firme, e foi aí que percebi que seus olhos eram muito escuros, pretos, contrastavam demais com o cabelo loiro e a pele branca. Ele me olhou durante uns 10 segundos, e eu encarando de volta, usando a oportunidade pra sondar os olhos dele. Olhos lindos. Lindos demais, davam a impressão de que você era sugada para um universo maldoso, ao mesmo tempo no fundo dava pra ver bondade, conforto. Ele desviou o olhar, virando a cabeça para mim.

– Se fosse tão fácil eu te mostrava... – Falou baixinho. Pasmem, a voz dele era realmente linda quando ele não tava te xingando.

– Bem, se é tão pessoal assim não precisa – Eu já estava suficientemente satisfeita com a resposta dele. Para mostrar que a situação era de paz, eu passei a mão no cabelo dele – passar mão em cabelos é fetiche meu de tempos, e quanto mais curto o cabelo, melhor – Quando eu senti algo estranho.

Dan levantou-se subitamente, quase batendo a cabeça na cama de cima, agarrou meus pulsos e levou-os pra longe do cabelo dele, corou e pediu desculpas. Levantou-se, lavou o rosto e saiu do quarto, apressado, parecendo muito perturbado.

Tinha algo de muito estranho nisso, e me revoltava o fato de eu não entender nada. Joguei-me na cama dele – quantas vezes eu já fiz isso hoje? – e senti algo me espetando. Era o caderno de desenhos.

Ah, Deus, o que eu faço nessa situação???


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Notas finais do capítulo

Ah!!! Que tenso esse final, quero escrever a continuação!!! ~le autora que fica tensa com a própria história. Vou tentar escrever o mais rápido possível, mas provavelmente só amanhã... Bem esperem que gostem, deixem reviews fazendo críticas. E também quero agradecer muuuuito à Carol, que me ajudou muito