Atashi To Tenshi To Akuma escrita por Mel Devas


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, deu um bloqueio imenso, mas acho que deu em tempo!! Ah, eu corrigi no último capítulo, sem querer eu chamei ômega de delta (a sala de Dan x.x)
Bem, enfim, BOA LEITURA!!!



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Incrivelmente, a maioria dos estudantes não se incomodou de ser chamado de picanha por uma bonequinha vodoo. Um ou outro levantou a sobrancelha e alguém pediu para tirarem a pilha da boneca, mas, no fim das contas, ninguém reclamou abertamente e isso foi um erro.

Fujam pras colinas, Mitsra começou a falar.

- Olha só... Como o idiota do meu marido acha que temos que interagir com os alunos no primeiro dia de aula vim aqui... Mas realmente não vejo nada de interessante em um bando de adolescente idiota numa sala idiota. Menos meu amor!!! – Ela deu uma olhadela para mim e desejei que ninguém tivesse reparado. Carlos, na minha frente, corou, achando que fosse com ele, e deu uma piscadela nada discreta para minha mãe de volta, esta encarou Carlos confusa. Ok, ok, admito que foi engraçado. Mas perdeu totalmente a graça.

- Então... - Ela continuou. – Como não sei como fazer com vocês, por quê não comemos torta? – Ela deu um sorriso inocente, como se não soubesse que estava prestes a fazer um genocídio. Vi os olhos de Carlos brilharem.

- Não coma. MESMO. – Segredei em tom conspiratório, me inclinando pra frente para alcançar seu ouvido. Ele não entendeu, mas depois de umas caretas elaboradas fi-lo desistir de pedir um pedaço.

Vi ele arregalando os olhos quando Mitsra arrastou um pacote suspeito pela mesa e a abriu. Não deu outra: Todos que pareciam felizes com a ideia antes tiveram que comer. Carlos suspirou quando não virou cobaia e segurou minha mão entre as suas, beijando-a.

- Sou eternamente grato. – Mostrou a língua em desagrado ao sentir o cheiro da torta. – Devo minha vida a você. – Gargalhou, me levando junto também.

Afinal, parece que não será tão ruim estudar na classe 1-Z...

--x—

Os engraçadinhos dos meus pais estavam realmente sérios nesse negócio de me colar com Taus. Não só caímos na mesma classe (1-β) como nos fizeram sentar lado a lado. Ela não parecia muito perturbada, se acostumou mais fácil do que eu, estava lendo um livro de bolso com a mão apoiada na sua bochecha. Sorri internamente quando ela mudou de braço e deixou à vista uma grande marca vermelha no onde estivera apoiada.

- Calopsita... - Murmurei.

Não me surpreendi muito quando meu pai apareceu na sala e começou a monologar sobre arqueologia para “integrar os alunos na escola” e metade da sala estava tomando um cochilo em 1 minuto de bate-papo. Parabéns para o meu pai, primeira vez que eu vejo nocautearem tantos adolescentes tão rápido.

Não sei quanto tempo se passou, só sei que quando bateu o sinal, Jim saiu deprimido da sala de aula e vários alunos bocejaram, alguns olharam curiosamente para meu chapéu de Carmem Miranda.

Taus esfregou os olhos, deixando o livro de lado, me perguntando as horas. Olhei para meu pulso vazio:

- Cinco para daqui a pouco. – Modéstia à parte, essa piada foi fenomenal. Ela simplesmente me ignorou e perguntou para o aluno ao lado, um marombadão. Lembro de ter visto-o com Lion. Qual era o nome?

- Obrigada, Jonas. – Ah, Jonas, era Jonas, outro para minha listinha negra Death Note .

Uma professora com cara de animada entrou na sala, o que me desanimou. Professoras bem dispostas com a vida são pouco propensas a serem irritadas.

Tem como ficar pior?

Ah, preciso me lembrar daquela palavra... Carma?

Uma nuvenzinha se formou em minha cabeça e começou a chover.

MITSRA!

--x—

A sala 1-Ω não era tão ruim quanto o esperado. Havia Lion e Bernardo.  Pelo que entendi as classes eram classificadas pelos resultados dos testes de admissão.

A aula do ômega se mostrou bastante puxada desde o início. Sem apresentações, um professor de semblante sério e cabelos levemente grisalhos nas têmporas depositou sua maleta na mesa e rapidamente encheu o quadro de equações.

Eu até que gostava de exatas, mas minha mente voava para o que Lorene estaria fazendo enquanto eu tamborilava minha lapiseira no tampo da carteira. Lion, apesar de não me conhecer muito bem, percebeu de imediato.

- Como vai?! – Cochichou, estendendo a mão em um gesto amistoso. Gosto dele.

- Bem, e você? – Continuei com o estranho ritual humano de conversas.

- Tirando o fato que minha filha-gêmea não me ama mais tudo bem... – Ele fez uma careta engraçada, desmentindo sua fala. – Não, mas realmente, você está bem? – Ele ficou mais sério.

- Sim, de verdade. – Sorri tranquilizadoramente. Cada vez mais eu entendia o motivo de Lorene amar tanto o “irmão gêmeo”. – E você? – Perguntei num tom fingidamente conspiratório e preocupado.

- Melhor impossível! – Ele deu uma palmadinha sem o "inha" nas minhas costas de brincadeira. Reprimi um gemido.

Finalmente percebi que a sala estava estranhamente quieta. Olhei para frente e vi o professor nos encarando por cima dos óculos, estes, na ponta de seu nariz. Sacudiu o livro que segurava.

- Zarath, Atoin, façam o favor de resolverem essa equação. - Passamos por alunos com cara de pena e me surpreendi ao ver que Bernardo não parecia abalado com o amigo indo pro quadro. Olhei sobre seu ombro. Desenhava Pokemóns. Reprimindo um sorriso, resolvi séria e rapidamente a questão. Era desconfortável ser o centro das atenções. Não combinava comigo. Fiquei com uma vontade desesperada de desenhar.

Sentei rápido no meu lugar enquanto observava o professor apagar a equação de Lion porque achou que a letra estava ruim. Peguei uma lapiseira e folheei o livro à procura de uma página branca. Deixei o grafite flutuar sobre o papel por alguns minutos. Pela primeira vez não sabia o que desenhar.

Sempre desenhei para descarregar as memórias do inferno, mas o tempo que passei com a Lorene jogou isso bem longe de mim. Não é surpresa que eu tenha ficado tão irreconhecível. Sorri só de imaginar em seus longos cílios brancos.

Quando me dei por mim percebi que havia desenhado-a. Escondi rapidamente antes que Lion sentasse ao meu lado novamente, o que eu tinha na cabeça? Que tipo de garoto fica apaixonadamente desenhando a garota que gosta? Só faltava mesmo eu desenhar um coraçãozinho com nossos nomes. Refleti por um momento. Não soava tão ruim. Não, LORENE, O QUE VOCÊ FEZ COMIGO?

O sinal para o intervalo soou, eu não tinha prestado atenção em nada, ah, depois eu me viro com isso.

Saí de sala empolgado para me encontrar com a albina, mas, sem motivo, tentei esconder. Virei uns 4 corredores revestidos de pedra quando alguém me puxou pelo colarinho da camisa.

Dois pares de olhos violetas me encararam. Os lábios cerejas da mulher se contorceram em um sorriso cínico.

- Ora, ora, Daaan... Você por aqui?


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Notas finais do capítulo

Não fiz nenhum desenho por causa do bloqueio e talz (fiquei com bloqueio para fazer TUDO, até jogar tênis x.x)
Bem, espero que tenham gostado (acho que não, masok). Qualquer coisa é só falar o/



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