POV’s Laura

“- Mãe, calma esta tudo bem, eu estou bem, não precisa se preocupar.” – Eu tentava acalmar minha mãe que insistia em dizer que estava com mau pressentimento. “- Mãezinha, eu preciso desligar agora, ok? Não se preocupe esta tudo bem comigo. Beijos. Te amo!”

Desliguei o celular pondo-o na bolsa, entrei no banco financeiro de Miami e fui direto para um dos caixas eletrônicos. A fila estava um pouco grande, como sabia que iria demorar a chegar minha vez, resolvi pegar meu celular e checar os meus e-mails.

Ouvi gritos apavorados, quando pretendi me virar para ver melhor o porquê da gritaria, senti um braço musculoso envolver meu pesco e um cano de metal ser pressionado em minha cabeça. Assustada com o que estava acontecendo ali comigo, fui levada bruscamente para trás. O que me deu a visão melhor, para entender o que estava acontecendo.

Um dos maiores bancos financeiros de Miami estava sendo assaltado por cinco homens fortes, armados e encapuzados. Os mesmos pareciam bastante treinados para fazer tal ação. As pessoas deitadas no chão, crianças e mulheres chorando e implorando pelas suas vidas. Alguns senhores de idade apavorados e desesperados.

De repente um filme de toda a minha vida foi se passando lentamente pela minha cabeça, até então eu estava apenas assustada, mas quando percebi que nada era sonho e que eu realmente estava presenciando aquela cena toda, entrei em desespero e assim comecei a chorar.

“- Quietinha se não será pior para você!” – Ouvi uma voz grossa e ameaçadora próxima ao meu ouvido, era o tal assaltante que me segurava enquanto esperava seus comparsas terminarem de roubar o banco. Fechei meus olhos por alguns segundos e quando eu os abri novamente eu já estava sendo levada para uma van preta com os vidros também pretos, o mesmo homem que me mantinha presa em seus braços e com a arma em minha cabeça, abriu a porta de correr da van onde me jogou com brutalidade para dentro da mesma, entrou junto dos outros e logo tratou de colocar uma espécie de saco feito com pano, cobrindo minha cabeça. Senti minhas mãos sendo amarradas com cordas que foram apertadas em meus punhos. Comecei a choramingar em silencio.

Não estava a acreditar que isso estava acontecendo comigo, eu estava realmente sendo sequestrada. Quanta sorte eu tinha.

Minutos se passaram e eu fui tirada de dentro da van, caminhei um pouco e logo fui posta sentada em uma cadeira, onde acabaram por amarrar meus pés. Retiraram o pano de minha cabeça e então, pude ver as caras dos meus sequestradores.

“- Quietinha, se não você morre!” – Disse-me um cara, alto, magro, braços fortes, corpo aparentemente bem malhado, olhos claros, cabelo raspado e loiro, sua pele era branca. E confesso o cara era muito gato. Se não fosse a ocasião da qual o conheci, agora eu estaria altamente com desejo de beija-lo.

Anestesiada pelo acontecimento ainda, apenas mordi meu lábio inferior e concordei com a cabeça. O homem saiu de minha frente e eu pude então me sentir na liberdade de analisar melhor o local onde eu esta. Um galpão aparentemente grande, com apenas algumas caixas de madeiras jogadas pelos cantos, no chão havia algumas grandes possas de agua. O local era bastante sujo e mal iluminado.

Ouvi ecos de passos vindos até a mim, olhei para o meu lado esquerdo e percebi um homem caminhando calmamente de encontro ao meu. Não consegui ver seu rosto devido a péssima iluminação que havia no local. Mas assim como aquele loiro dos olhos claros, ele também tinha o corpo bem malhado e braços musculosos, seu cabelo estava para cima, posto em forma de um topete, seu andar era um tanto quanto sexy. Ele parou de andar exatamente onde eu não pudesse ter uma imagem nítida de seu rosto. O mesmo acendeu um cigarro dando a primeira tragada e logo em seguida liberando a fumaça.

“- Quem é você? Porque estou aqui? O que vai fazer comigo?” – Sem notar, já estava a largar milhares de pergunta para aquele ser que nem conhecia. Afinal porque eu estava ali? O que eu fiz de errado? Perguntas e mais perguntas me vinham a cabeça, e nem uma resposta eu tinha para as mesma que me atormentavam.

Sem ainda dizer-me nada, o homem terminou de fumar seu cigarro depois de algumas longas tragadas e continuou a andar de encontro ao meu, silenciosamente. Só se ouvia o barulho de seus passos e das possas d’água sendo pisoteadas. 

[...Continua...]