Conexão Seattle escrita por Karmen Bennett


Capítulo 32
O veterinário


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO! ESSA FIC NÃO ESTÁ ABANDONADA A DEMORA NAS ATUALIZAÇÕES OCORREM POR MINHA FALTA DE TEMPO, MAS POR FAVOR NÃO DEIXEM DE ACOMPANHAR OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DE CONEXÃO SEATTLE. E comentar. Preciso de comentários, tá?Tipo ler e deixar a autora no vácuo não é legal não é?
Hei amores eu não morri! Desculpem a demora, mas como já disse é a falta de tempo, muita coisa pra ler pra resumir e fichar e resenhar... Obrigada pelos reviews de vcs como sempre, magníficos! Olha só leiam as notas finais é muito importante! Obrigada a todos que ainda estão comigo, graças a vocês a fic segue até aqui muito obrigada mesmo não sabem quanto amo escrever essas fics e saber que vocês acompanham. Bom, é isso boa leitura.



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Freddie retirou os fones de ouvido ao descer do carro e encaminhou-se a residência do tio, onde estava hospedado há exatos três dias. Havia um carro parado há alguns metros e ele se lembrou de já ter visto aquele veículo em outro lugar, mas não soube quando nem onde, apenas sabia que o vira em mais de uma ocasião. Após guardar o celular na mochila, e a ajeitar a mesma sobre os ombros ele apressou a caminhada e logo chegou a porta da frente. Freddie retirou a chave do bolso e a introduziu na fechadura, destrancando a porta surpreendendo-se diante do que vira na sala.

Dois homens discutiam num tom pouco amigável, ambos de pé com feições aborrecidas lançando acusações um ao outro. Estavam tão absortos na discussão, que não perceberam a chegada de Freddie, e continuaram a troca de farpas.

–Sua bondade nunca me convenceu coronel, quero meu sobrinho longe de você!

–Sabe qual o seu problema? Nunca suportou o fato do seu irmão gostar mais dos amigos do que de você, dele confiar mais em mim!

–Pense como quiser, mas se já disse o que queria, faça o favor de se retirar!

–Com prazer! E saiba que se isso estivesse dentro de minhas competências, eu o levaria preso agora mesmo!

–O que? –Disse Freddie ao que os homens viraram-se espantados. –Preso, mas por que?

–Freddie, não vi que tinha chegado. –Disse Arthur indo ao encontro do garoto.

–Tio, o que houve, por que o senhor Shay está falando assim?

–Houve um grande mal entendido, mas nada com que você tenha que se preocupar.

–Freddie, houve um pedido em nome do seu tio...

–Cale a boca! –Gritou o outro.

–O garoto tem que saber! Seu tio fez um pedido para o pet shop de dois filhotes de cães indianos e uma víbora serrilhada. Nenhum dos animais estão na loja.

–Por que eu não os pedi! –Gritou. –E pare de tentar jogar meu sobrinho contra mim! Fazer um pedido desses em nome de outra pessoa não é difícil, qualquer um poderia ter feito!

–Que seja. –ele se voltou ao garoto. –Mas Freddie, sua mãe pediu que eu o levasse imediatamente. Freddie!

Completamente atônito, Freddie se deixou guiar pelas próprias pernas e saiu desenfreado pela porta a fora, ignorando os chamados do dois homens parados em frente a casa, cientes de que seria inútil tentar alcança-lo. Freddie ainda pôde ouvir Arthur esbravejando com o coronel por aquilo, ao que o outro não respondeu, talvez se perguntando se agira certo. Com lágrimas inconformadas a lhe cair pela face, ele continuou caminhando até dobrar a esquina e sumir da vista dos dois. Continuou a caminhar sem rumo.



Sentada em um cadeira no sótão, Carly analisava o texto em sua mão mais uma vez e comprazia-se pelo excelente resultado obtido. Ela havia tentado fazer o roteiro do vídeo sozinha, já que Sam estava atribulada com problemas da banda, mas se descobrira incapaz de satirizar as letras das músicas que selecionaram como haviam planejado. Conseguira encontrar a falta lógica em algumas letras, mas não obteve êxito na hora de tornar aquilo engraçado, e teve de recorrer a Sam.



O elevador se abriu e ela levantou acreditando ser um dos dois, mas teve de controlar a frustração ao ver que se enganara. Sorriu e encaminhou-se ao garoto recém-chegado.

–Olá, Carly espero não estar incomodando. –Disse Gibby.

–Não está, na verdade é bom que esteja aqui, assim me faz companhia até aqueles dois aparecerem!

–Vão gravar o web show?

–Se eles vierem. Devem estar namorando por aí e esqueceram o trabalho.

–Nossa! Isso ainda soa bizarro!

A garota sorriu concordando.

– Carly, eu vim aqui por que queria saber se falou com seu pai sobre aquilo...

–Aquilo?

–Sobre a Wendy...

–Falei sim, mas ele disse que os pais dela devem encaminhar o caso as autoridades competentes. Meu pai saiu das forças de segurança depois... Em fim, ele mudou de carreira é coronel militar, só isso.

–Só isso. –Murmurou. –Você é muito modesta. Mas como ele ajuda os Benson naquele caso, achei que...

–Ajuda apenas na influencia. –Continuou Carly. –Ele participou da operação, mas se ajudasse no caso da Wendy, seria apenas por que é amigos dos pais dela. Não pode.

–É uma pena. –Ele deu um longo suspiro. –Parece que ninguém se importa mais com isso.

–É claro que se importa, mas há bem coisa que se possa fazer. –Disse Carly. –Eu pelo menos não consigo pensar em nada.

–É verdade. E alguns realmente em se mostrado bons amigos, como o senhor Robinson que se ofereceu pra quitar as dividas da CR.

–O pai da Missy? –Perguntou Carly espantada.

–O próprio. Pois então, ele vai ajuda-los. Parece que todos viraram as costas pra eles no momento mais difícil.

–E o que o sumiço da Wendy tem a ver com as dividas?

–Muita coisa. Isso os desestabilizou, e também alguns clientes os deixaram por causa do escândalo. Alguns jornalistas espalharam que ela fugiu por sofrer maus tratos, aí já viu, não é?

–Entendo... –Disse pensativa. –Mas o que acha de irmos pra sala enquanto a Sam e o Freddie não chegam? É mais confortável e também podemos ver TV!

–Por mim tudo bem.

Carly sorriu satisfeita por ter conseguido disfarçar o espanto que as palavras do garoto lhe causaram e levantou dirigindo-se logo em seguida até a porta sendo seguida do garoto. Esse, não só percebera a reação da amiga, como ficara ainda mais convicto de que havia algo errado naquela história toda.



Sam parou na entrada do edifício e pôs um pé sobre o degrau, inclinado-se para amarrar os cadarços. A bolsa escorregou pelo seu braço, caindo sobre o chão e ela achou melhor deixa-la ali por alguns segundos, estava suficientemente atrasada para travar um a guerra com a bolsa em função da posição da mesma. Os fios louros esvoaçaram para o lado quando ela se ergueu e um trovão seguiu-se a um forte clarão no céu evidenciando que um temporal estava prestes a cair. A Sam aquilo pareceu algum tipo de presságio.



Ela subiu os degraus e entrou no Bushwell encaminhando-se ao elevador após acenar para o porteiro que ouvia atentamente um programa de rádio e apenas levantou os olhos ao vê-la passar, o que ela achou ótimo, afinal não era todos os dias que ele se mostrava tão controlado.

Quando as portas do elevador se abriram, uma mulher alta e com cabelos castanhos onde já começavam a aparecer alguns fios brancos, saiu de dentro do equipamento encarando a garota de uma forma diferente da que costumava olha-la.

–Boa noite senhora Benson. –cumprimentou Sam.

–Olá. –Respondeu a contra gosto.

Ela passou pela garota a passos contidos e voltou-se novamente segurando a bolsa com força como que buscando forças para se dirigir aquela que ela considerava uma delinquente.

–Samantha. –chamou.

A menina voltou-se olhando-a friamente.

–Pois não?

–A caso... O Freddie ligou para você depois de sair da aula?

–Não, marcamos de nos ver na casa da Carly. Aconteceu alguma coisa?

–Não... É só que ele sempre liga e hoje não ligou.

–O que houve? –Perguntou num tom intrigado. –A senhora não estaria me dando explicação se não tivesse acontecido algum problema.

–Se tivesse você seria a última pessoa a quem eu recorreria por que certamente seria a causadora do problema!

–Senhora Benson, se tiver acontecido alguma coisa me ponho a disposição para ajudar. Pelo Freddie, é claro. Agora se me der licença...

–Um momento, garota. –Chamou a mulher num tom autoritário. –A Cintia me disse que... Sem querer, ela acabou inventando coisas ao meu respeito. A caso não disse nada ao meu filho, não é?

Sam riu sarcástica voltando-se novamente a mulher encarando-a diretamente nos olhos sem perceber que alguém acabava de entrar no prédio e se aproximava das duas.

–Inventou? Ela não é tão boa atriz assim, sei que ela disse a verdade. E não, eu não contei e nem vou contar ao Freddie, de que isso serviria? Deixa ele acreditar que a senhora o respeita. Tenha uma boa noite, senhora Benson.

–O que você não ia me contar, Sam? –Perguntou uma voz por trás de Marissa.

O rosto de Marissa tornou-se lívido ao ouvir a voz do filho tão próxima. Ela se virou lentamente ficando de frente pra ele e se aproximou, preocupando-se diante do estado do filho que tinha os cabelos desgrenhados e os sapatos sujos.

–Freddie o que aconteceu, onde você estava? –Perguntou se aproximando ao que ele recuou.

–Fiz uma pergunta, e quero a resposta. –Respondeu seco. –O que estão escondendo de mim?

– Que droga. –Murmurou Sam. –Não é nada demais, Freddie apenas uma discussão que sua mãe e eu...

–Não, Sam de você eu não admito. –Gritou. –Não admito que esconda coisas de mim, é uma das poucas pessoas em quem eu ainda confio é melhor ir me dizendo a verdade!

–Satisfeita? –Perguntou Marissa avançando. –Não acredite nas mentiras dessa trombadinha, Freddie é melhor deixa-la ir de uma vez.

Freddie sorriu amargamente voltando-se a mulher.

–A Sam, está certa a senhora não me respeita! Como pode se referir assim à pessoa com quem estou saindo?

–Filho, essa garoa é uma mentirosa, está inventando coisas ao meu respeito!

–Insinuando, inventando... Todos estão sempre falando mentiras ou fazendo suposições, a senhora é a única honesta por aqui, não é?

–Veja como fala comigo! –Disse rispidamente. –É nisso que dá ficar se misturando com... –Ela encarou a menina com ódio. –Garota suma daqui de uma vez!

–Ela fica! –Gritou. –E estou esperando que me digam o que deviam ter me contado. Ou melhor, o que mais deviam ter me contado.

–Mais do que você está falando, garoto? –Perguntou a mulher.

–Eu não sei. –Disse dando de ombros. –Se me escondem as coisas como posso ficar sabendo de que elas se tratam?

–Freddie. –Chamou Sam. –É melhor você ir descansar pode conversar com a sua mãe em casa...

–Tenho certeza de que ela vai discordar de você, como sempre faz.

–Não, dessa vez não. –Disse a mulher constrangida com a plateia que se formava. –Vamos pra casa...

–Era isso que eu estava fazendo antes de ouvir a Sam dizer que deixou de me dizer algo pra que eu continuasse a confiar em você, mãe! E eu quero saber o que é, eu to farto de ser feito de idiota!

–Não quis te fazer de idiota, Freddie... Mas se quer a verdade...

–Cale a boca garota!

–Senhora Benson, ele ouviu não há mais nada o que eu possa fazer, devia ter pensado nisso antes. –Ela se voltou a Freddie novamente. –Mas primeiro Freddie, por favor, sobe se acalma e aí conversamos. Não sei o que houve, mas você não está no seu estado normal então é melhor se acalmar!

–Vou me acalmar quando souber o que está acontecendo aqui! –Disse irredutível.

–Não pode subir e conversar com a sua mãe em casa? –Perguntou Sam.

–Não, não quero dar tempo pra que ninguém possa inventar alguma história. –Disse encarando a mãe. –Vamos lá, Sam o que não me contou?

Sam deu um longo suspiro ao perceber que não haveria jeito de dissuadi-lo. Ela olhou de relance para Marissa que maninha os olhos fixos nela como que a tentar impedi-la.

–Sua mãe. –Começou Sam. –Ela pagou aquela garota, a Cintia pra... Pra dá em cima de você. Pra que você terminasse comigo ou algo do tipo.

Houve um breve silêncio enquanto Freddie encarava a mãe completamente perplexo. Ela, que não cansava de se gabar por ser uma mulher que defendia os valores, decência e bom costume descera ao ponto de colocar uma garota em casa para seduzir o próprio filho. Ele não reconhecia aquela mulher em sua frente.

–Mãe... –Freddie a fitava atônito. –A senhora não... Como pôde?

–Ela está mentindo, essa garota não presta Freddie! –Disse apontando Sam. –Olhe para ela, você só pode estar muito perturbado pra andar com alguém assim, esqueceu quem ela é?

–A senhora não tem o direito de interferir na minha vida desse jeito! –Esbravejou. –A caso ao menos tentou conhecer melhor a Sam? Claro que não, sua opinião é soberana, não é? Eu não sei cuidar da minha própria vida é isso o que pensa, não é?

–É claro que não Freddie, mas veja como você está sendo agressivo, isso só pode ser resultado de más influencias. Sabe que essa gente não presta!

–JÁ CHEGA! A Sam mentiu pra mim pra que eu não me voltasse contra você e ainda assim tem coragem de dizer isso? Que tipo de pessoa é você, mãe?

Uma lágrima rolou pela face do garoto enquanto ele dava às costas a mãe e saia do prédio a passos largos, sendo observado pela aglomeração que aquela altura já contava com meia dúzia de moradores mais o porteiro escandaloso que naquele momento não emitia um único ruído. Era realmente espantosa a forma como Freddie agira dado o fato de que nunca chegara nem perto de falar daquele jeito com a mãe.

–Hei, espera! –Gritou Sam alcançando-o.

–Vai pra casa, Sam. –Respondeu sem olha-la.

–Depois que você me ouvir!

Ela se pôs diante dele segurando-o pelos ombros.

–Deixa de infantilidade e me escuta!

–Por que, Sam, por que mentiu pra mim?

–Omiti. Não queria levar mais um problema a você.

–Não podia ter feito isso, eu tinha o direito de saber!

–É, mas me diz será que você acreditaria? Sim por que antes de descobrir isso eu falei a você que achava que sua mãe havia convidado essa garota com esse propósito. Tava óbvio, você é quem não quis ver.

–Uma coisa era o que você achava outra o que você sabia. –Respondeu indignado.

–De qualquer modo, você já tem problemas demais. –Disse num tom mais brando. –Eu quis te poupar.

Ele desviou o olhar buscando uma resposta.

–Eu preciso de um tempo. –Disse por fim.

–Ok, então vai pra casa. Não pode ficar zanzando por aí, transtornado desse jeito lembra o que o seu tio disse sobre sair a noite?

–Meu tio... –Murmurou amargurado pondo-se a caminhar. –Sabia que foi ele quem pôs a víbora na minha cama?

O-o que? –Ela quase gritou.

–Era ele o tempo inteiro. –Ele parou encarando-a. – me enganando, me manipulando... Não sei o que pretende, mas... Ele não é quem parece ser.

–N-não pode ser... Como, quando, onde ficou sabendo disso?

Ele parou com as mãos nos bolso, fitando-a por um tempo e depois de soltar um longo suspiro fez menção de começar a falar quando um carro azul parou próximo aos dois, ao que Freddie pôs-se diante de Sam como se a estivesse protegendo-a do que quer que fosse sair do veículo.


A porta estava entreaberta quando a menina, trajando um belo vestido azul, solto que ia até a altura dos joelhos entrou segurando um envelope entre os dedos. Ela caminhou distraidamente até o interior da sala onde um homem conversava ao telefone num tom praticamente inaudível com o rosto voltado a janela o que deixava a sua voz ainda mais distante.


Missy sentou-se sobre uma cadeira e passou os olhos sobre o envelope, voltando a sorrir, mal acreditando no que havia naquele conteúdo. Ela tinha certeza de que o pai ficaria feliz quando soubesse, tanto quanto ficara quando foi a vez de Kate ou quando ele conseguia comprar uma loja em Yákima pagando um valor muito ínfimo, aproveitando-se da vulnerabilidade em que o antigo proprietário se encontrava.

–Já ouvi desculpas demais, está dificultando as coisas. –Dizia. –O quê? Nas minhas mãos é que não está, então é melhor...

Ele se virou com os olhos enfurecidos e deu de cara com a menina, encarando-o com uma feição meiga. O rosto do homem tornou-se lívido, depois rubro quando ele desligou o telefone e o atirou sobre a mesa, espatifando-o.

–O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI, POR QUE NÃO BATEU NA PORTA? –Esbravejou.

Missy sentiu as lagrimas encherem seus olhos ao mesmo tempo em que o rubor em suas faces se acentuava. Ela passou da mágoa extrema ao ódio em poucos segundos e levantou com um ar arrogante.

–Qual o problema, mais um dos seus negócios inescrupulosos?

–Os mesmos que pagam suas roupas! –Gritou.

–Teve filhos por que quis, não sou obrigada a apoiar o que você faz só por que me sustenta, é seu dever!

–Saia dessa sala! –Gritou. –Não sei o que quer aqui e nem quero saber, suma da minha frente agora!

–Está certo. Mas quer saber de uma coisa, sei qual o seu problema e sinto em informar que não importa quantas lojas tenha comprado, a Play&Back nunca será sua! Viva com essa frustração!

–Saia logo daqui! –Gritou. –SUMA DE UMA VEZ!

Ela saiu da sala lançando ao pai um último olhar de desdém e rumou em direção ao quarto, sendo no meio do caminho interrompida pelo barulho da campainha. Buscando algo com que pudesse se entreter e esquecer a grosseria do pai, ela deixou o envelope sobra mesinha ao lado do sofá e encaminhou-se a porta, dando uma olhada através da pequena fenda na porta antes de abri-la. Ela sorriu ao ver o garoto do outro lado da porta.

–Boa noite. Você está muito linda!

–Obrigada. –Ela sorriu ao responder. –Tenho uma grande novidade!

–É mesmo, qual?

–Fui admitida! –Ela disse atirando-se nos braços do garoto. –Vou fazer moda no Canadá, acredita?

–Parabéns, meu amor! Seus pais devem estar felizes!

Ela se desvencilhou dele com o sorriso morrendo nos lábios.

–Eles tem coisas mais importantes para se preocupar. Mas o importante é que você está aqui, o que acha de comemorarmos?

–Eu acho ótimo!

–Tá bem, deixa só eu pegar minha bolsa e...

Missy se calou pondo a mão sobre a testa ao sentir uma forte tontura, seguida do escurecimento de sua visão. Ela sentiu as pernas fraquejarem e a última coisa que viu foi Tomy apara-la rapidamente nos braços enquanto a voz do garoto pedindo ajuda a alguém naquela casa, distanciava-se, cada vez mais até desparecer em meio escuridão.


Arthur saltou do carro sobressaltado e caminhou em direção aos dois adolescentes parados na calçada. O homem também transparecia certa irritabilidade.


–Mas que diabos, garoto, estou a duas horas te procurando!

Freddie permaneceu em silencio encarando-o.

–Freddie, não pode acreditar no Charles, ele não sabe o que diz!

–Já outros não dizem o que sabe. As coisas parecem não fazer sentido por aqui.

–Filho, precisamos conversar. Sam, pode nos dar licença?

Ela olhou de um para o ouro hesitante. Depois do que Freddie dissera, a última coisa que queria era deixa-lo sozinho com Arthur. Esse percebeu rapidamente a hesitação da menina e concluiu que aquela altura, ela sabia mais do que devia.

–Freddie, o que disse a Sam?

–Nada. –Respondeu rapidamente. –Estávamos no meio de uma discussão. Sam, vá pra casa, depois conversamos.

Ela limitou-se a comprimir a mão de Freddie entre as suas.

–Freddie, não acredito que contou a ela! Disse que isso tudo era sigiloso.

–Não contei, mas o senhor de certa forma está contando, percebeu? –Ele virou-se encarando a menina. –Sam, pode ir foi apenas uma briga que tive com ele, depois terminamos nossa conversa.

Ele piscou o olho para ela e tentou sorrir levantando o canto dos lábios. Ela balançou a cabeça negativamente de forma quase imperceptível.

–Ok, Freddie. –Disse o homem. –Deixe-a ficar, mas me escute. Não encomendei diabo de cobra nenhuma, e tenho como provar.

–É? –Disse voltando-se ao tio. –Como?

–Sou veterinário, especialista em animais silvestres.

–Ajudou muito. –Disse sarcástico.

–O que quero dizer, é que se eu quisesse arrumar uma serpente poderia eu mesma tê-la capturado. Um pedido é algo bastante exibicionista, não acha?

Freddie permaneceu em silencio sentindo as mãos de Sam subirem pelo seu braço lentamente envolvendo-o com firmeza enquanto travava uma verdadeira luta interior. Lembranças de uma porção de fotos que o tio tinha em casa, segurando várias espécies de répteis enchiam-lhe a mente. De fato seria muito mais fácil pra ele se embrenhar no mato com seus equipamentos e conseguir uma serpente sem deixar para trás uma pista como a que Charles encontrara.

–Talvez. –Respondeu o garoto. –Mas eu realmente preciso de tempo pra pensar. Em muitas coisas.

–Certo, mas agora saia daqui e vá para um lugar seguro. Pra sua casa, pra minha se quiser, mas mantenha-se em segurança, é tudo o que lhe peço.

Ele assentiu em silencio e se afastou do homem puxando o braço que Sam prendia e passando o mesmo em volta dos ombros da menina. Um carro da polícia passou com as sirenes ligadas iluminando rapidamente o rosto de Freddie revelando o quanto ele estava exausto. Quando se distanciaram alguns metros de Artur, ela lançou um último olhar ao homem e constatou que ele ainda os observava com uma expressão difícil decifrar, mas que a ela pareceu preocupação. Se ele estava mentindo, era de fato muito bom ator.

Na entrada do Bushwell, ela se desvencilhou de Freddie e o encarou.

–Ainda está bravo comigo?

–Estou. –Mentiu.

–Dane-se. O que pretende fazer agora?

Ele soltou um longo suspiro e a fitou sério por alguns segundos.

–Acho que se eu realmente corro risco de vida... –Disse calmamente. – Talvez fosse melhor subirmos e... –Ele levantou as sobrancelhas insinuando-se –Sabe, minha mãe fica de plantão hoje, ficaríamos a noite inteira sozinhos. O que acha?

–Não acredito que disse isso. –Ela tinha um sorriso incrédulo. –Eu realmente não acredito que com tanta coisa acontecendo...

Com as faces coradas, Sam deu leves tapinhas no braço dele, fazendo-o rir pela primeira vez aquela noite.

–Me perguntou o que eu pretendia fazer não foi?

–Haha muito engraçado. -Disse ainda corada.

–É brincadeira. Não completamente, mas... –Ele suspirou voltando a ficar sério –Sinceramente não faço ideia do que fazer em relação a isso tudo.

–Hei! –Disse uma menina correndo em direção aos dois. –Pelo amor de Deus, onde estavam?

–Aqui perto. –Respondeu Sam distraidamente. –O que houve, Carly parece que viu um fantasma!

–Antes fosse. –Ela olhou diretamente pra Freddie. –Freddie a polícia esteve aqui. Eles levaram a sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Sabe aquele drama lá no começo das notas iniciais? Então eu mesma acompanho um monte de fic que não é atualizada desde antes da era Cristã não tenho mais esperança de que seja concluída e tenho medo de que vocês pensem a mesma coisa dessa! Jamais faria isso, por favor acreditem tanto essa quanto Meu mundo é você serão concluídas eu juro que tento ser rápida mas é realmente difícil! Então se vocês ainda acompanham e gostam da fic, por favor comentem e se não gostam, comentem assim mesmo, pq vc leu então alguma opinião deve ter formado. Quero saber os palpites, hem? Em breve volto pra atualizar, brigada pela paciência. Bjos até mais gente!