Conexão Seattle escrita por Karmen Bennett


Capítulo 22
Concertando ou piorando


Notas iniciais do capítulo

Então. Decuplem a demora. estou até sem graça, mas espero compensar nesse cap, por que eu gostei dele. Tem caps que eu chego a fazer em uma hora, mas esse levou alguns dias. Tudo por causa de uma unica parte, que não vou dizer qual é mas eu refiz seis vezes, mas agora acho que ficou boa!! Espero que gostem. Ah, claro muito obrigada pelos reviews, muito feliz!!! É isso boa leitura!!



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O relógio branco na parede lilás marcava quatro e quarenta e cinco. A janela aberta deixava entrar a tênue luz solar, indicando o fim da tarde daquele sábado. No tapete cor de rosa, duas garotas conversavam. A loira tinha a expressão aborrecida, e as faces coradas, enquanto a outra estava visivelmente perturbada, ainda absorvendo as informações que lhe foram ditas.

“Sim”, confirmou a dona do quarto. Seu pai havia sugerido que buscassem o apoio local para o web show utilizando o nome da cidade e sugeriu esse nome. Dissera sorridente ao telefone que tinha um clube de amigos (não citou nomes) com esse nome. Carly achou desnecessário contar aos outros.

Foi difícil conter a garota, de modo que ela não saísse correndo contando ao irmão, ligando para o pai e avisando a imprensa sobre suas descobertas. Ela havia entrado em um estado de histeria que, do sofá, passaram para o tapete, numa luta que Sam ganhou em poucos segundos sem usar muita força. Mas ela passou um bom tempo alarmada. Agora, no tapete, tentavam voltar a uma conversa civilizada.

–Por isso o Freddie não queria que eu te contasse. –Disse Sam ajeitando os cachos loiros.

–Perai, ele não queria me contar? Por que?

–Por ele, nem eu mesma saberia. Deu trabalho pra convencer ele a te contar... Ainda assim a gente ta brigado!

–De novo? Por que?

–Por que ele surtou de vez. Ele se nega a aceitar minha ajuda, a sua também, diz que é perigoso... Puxa, mas não podemos deixar ele sozinho!

–Claro que não! Mas o tio dele já não esta investigando?

–Sim, mas o senhor Benson não pode fazer nada pra proteger ele...

–E nos podemos?

–Se ele deixasse... Mas sabe o que é o pior? Ele quer ceder a chantagem da Missy, segundo ele por que acha perigoso que nos descubram agora!

–Isso é loucura...

–Esse foi o outro motivo pelo qual brigamos. Ele disse que prefere que a gente se separe a me por em risco. Carly, ele ta muito surtado!

–Não é pra menos... Mas também acho que não é um bom momento pra vocês trazerem esse relacionamento à tona. Talvez se me deixassem falar com ela...

–Não. Continue fingindo que não sabe de nada. Eu desisti de tentar falar com o Freddie, ele não ouve!

–E o que vai fazer?

–To procurando um jeito de tirar ele da linha de tiro. Eu não tenho tempo pra Missy nem pra paranoia dele.

–Você tem alguma ideia?

–Muitas. Ta tudo embaralhado, mas escuta. Primeiro temos que fazer ele ficar mais tranquilo, ele disse que quer a fazer a droga dessa declaração na segunda, na escola. Você vai descer agora, e sugerir que ele faça aqui, por vídeo. Menos humilhante.

–É tão humilhante quanto... E ridículo. muito ridículo.

–Faz o que eu falei. Vamos tentar ver as coisas pelo lado positivo.

–E tem?

–Hm... Não. Agora vai! Eu tenho que ensaiar. Conversa com ele, amanhã eu passo aqui pra saber como foi e a gente conversa melhor.

Carly a observou se levantar com uma expressão tranquila preocupada, mas serena. Deveria ser bom poder ver as coisas de fora, como ela. Não estava sendo fácil pra Carly admitir a si mesma naquele momento que o seu pai de fato havia conseguido muitos benefícios após o homicídio no qual ele capturou toda a quadrilha, menos o atirador.






A segunda feira chegou com uma manhã ensolarada. A principio fresca, depois muito quente. Durante o intervalo, os estudantes do Ridgeway School eram liberados para lanchar, e podiam assim se espalhar por quase toda a escola onde lhes parecessem mais conveniente para comer e/ou conversar.

Gibby buscava, naquele momento distração em um livro de capa azul, com uma foto esfumaçada de um casal na capa. Desde o episodio com Carly, o garoto preferia se manter afastado dela, e os demais amigos não lhe pareciam tão agradáveis quanto ela e Freddie. Ou mesmo sua amiga Wendy, que sabe-se Deus como e por onde andava agora.

Passava para o terceiro capitulo do livro que lia com avidez quando alguém sentou em sua frente chamando a sua atenção. Ele sentiu seu coração palpitar ao ver Carly projetada em sua frente com um sorriso tímido.

–O-oi Carly... –Disse se ajeitando na cadeira.

–Posso saber por que você se afastou de mim? –Perguntou a garota sorrindo docemente.

–É que... –Ele sentia as mãos tremerem de leve. –Pensei que quisesse assim.

–Sabe que não é verdade. –Ela pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha e o mirou nos olhos. –Olha, eu lamento se não posso te corresponder inteiramente, mas eu gosto de você. Será que podemos continuar sendo amigos?

–Claro que sim! –Ele fechou o livro usando o dedo indicador como marcador – Desculpa por aquilo...

–Não se desculpe. O que tem de errado no que você fez?

–Obrigada, Carly.

–O que esta lendo?

–O Morro dos ventos uivantes.

–Excelente livro! Tem um filme não é?

–Tem sim! –Ele respondeu sorrindo para logo adquirir um ar um pouco mais serio. –Carly, eu posso te perguntar uma coisa?

–No caso duas, mas pode.

–Ainda gosta do seu ex namorado?

–Não. –Respondeu com convicção.

Tamanha foi a convicção que Gibby percebeu ser uma mentira. Abriu o livro fazendo menção de voltar a leitura e ela assentiu com um enorme sorriso. Ele correspondeu o sorriso e baixou a cabeça fingindo grande interesse na leitura. Mas foi com tristeza que a ouviu levantar e se encaminhar a porta.

–Não vem? –Ela perguntou já alguns passos de distancia.

–Não, obrigado nos vemos no almoço.

Carly sorriu e se foi. Pensou em lhe dizer alguma coisa, mas acabou saindo o deixando sozinho novamente na sala. Ela sentia como se tivesse acabado de retirar um grande peso das costas. Gibby era um amigo muito querido que ela não gostaria de perder em hipótese alguma. Não quisera, em hipótese alguma lhe dar esperanças ao responder a pergunta, apenas convencer a si mesma que Griffin não representava mais um empecilho para que seguisse adiante.

Assim que alcançou o pátio, uma garota com um enorme sorriso a interpelou. A arrastou pelo pulso até perto das escadas, onde ficavam um pouco mais escondidas da aglomeração de estudantes que havia ali naquele momento.

–O que foi, Missy por que essa pressa? –Perguntava enquanto era arrastada.

–Você sabia não é? –Respondeu quando estavam próxima as escadas. –Da Sam e do Freddie, e não me contou.

–Não sei do que esta falando. –Respondeu com um falso ar confuso.

–Achei que fossemos amigas. Mas tudo bem. Ele disse que quer falar comigo. Parece que finalmente se tocou! Você e aquela delinquente, perderam.

–Você ta louca! Eu sou sua amiga, e te avisei que ele não queria nada contigo!

–É, mas não me disse o porque! Agora me fala. Por que eles tão juntos? Ela ta ameaçando ele? Algum tipo de pacto satânico?

–Eu não sei do que você ta falando! Agora me deixa! –Carly começava a se enfurecer. –Tenho que retocar minha maquiagem.

–Vai la amiga. –Respondeu sarcasticamente. –Antes, me chamaria pra irmos juntas...

–Antes do que? –Perguntou impaciente. –Quer ir comigo, pois venha.

–Não, obrigada. –Respondeu de uma forma sombria.

Carly a encarou por alguns segundos como se estivesse vendo sua amiga de infância pela primeira vez. Havia um brilho diferente nos olhos da garota, e sua expressão alem de gélida parecia ressentida. De repente Carly percebeu que não era a primeira vez que ela a olhava assim. Talvez, “antes”, como ela mesma empregara, apenas disfarçasse.

Missy a observou se afastar, com seu andar charmoso e elegante atraindo olhares com os movimentos dos seus cabelos negros. Todos os rapazes a olhavam. As meninas também, com uma espécie de admiração, como se ela fosse um espelho no qual elas se mirassem. Algumas, ao vê-la sozinha, a seguiram. Todas gostavam de vê-la se maquiar, era como se ela fosse uma atriz. Linda e famosa.

Mas ela era a ruiva. Ela tina olhos azuis. Ela era descendente de francês, e falava a língua fluentemente. E mesmo copiando Carly, aquela garota comum, que tinha como único diferencial lançar a qualquer um que surgisse em sua frente (de rei a mendigo) um enorme sorriso, não obtinha o mesmo êxito que ela.

Lembrava-se de quando Carly montou uma feira de moda na escola, dando uma breve palestra, fazendo um pequeno leilão com algumas de suas peças, e distribuindo pulseirinhas como brindes. As pulseiras vieram com o nome de Carly, e todas as garotas usaram-nas por pelo menos um semestre inteiro, como se fosse a mais bela e cara peça a venda no shopping Center de Seattle. Ela ainda havia conseguido, sem a menor dificuldade, uma brecha para falar no final, que desse uma contribuição. Quase ninguém se voltou para ela quando subiu no pequeno palanque montado na quadra,mas ela pretendia mudar aquilo. Havia preparado um esquema básico sobre moda praia que certamente atrairia as pessoas que até então se mostravam mais interessadas nos cartazes e manequins que Carly espalhara por ali.

“Boa tarde. Esperamos que estejam se divertindo.” Disse.

As cabeças começavam a se voltara para ela. Ela sentia uma adrenalina percorre-lhe todo o corpo. Pretendia afogar Carly em seu próprio show, e tomar o espetáculo só pra ela. Mas de repente as pessoas dilatavam as narinas. Ela mesma parou de falar sentindo um cheiro horrível vindo de trás do palco. Só teve tempo de ver Jonah sair correndo do lugar. A feira acabou.

E era sempre assim. Sempre era sabotada em suas tentativas de tomar o lugar da garota mais popular da escola, aproveitando-se da amizade entre as elas. Presidente de classe? Carly. Presidente da chapa para as eleições do grêmio escolar? Discurso de baile? Cantar em festinhas? Garotos mais bonitos? Sempre ela. Ela aliava isso ao fato de Carly ter como amigo alguém de relevante importância. Pela beleza, inteligência, e relativa fama por sua loja poeirenta e simbólica.

–Não vou ser mais sua sombra, Carly. –Murmurou se pondo a caminhar com os olhos semicerrados. –Quando o Freddie for meu, veremos quem é a melhor por aqui...





A tarde estava quente e os efeitos dos fortes raios solares que caíram sobre a cidade o dia inteiro ainda se fazia sentir até as cinco. Um mormaço incomodo fez Shelby prender o cabelo num rabo de cavalo e por a franja diagonal para trás. Pós um vestido preto confortável, uma sandália rasteira e saiu de dentro de casa com sua decisão tomada.

Ela entrou na varanda da bela casa com passos contidos. Tocou a campainha e, não demorou muito a mãe de Brad atendeu. Era uma mulher baixa e rechonchuda. Tinha um ar bondoso e estava quase sempre sorrindo. Mas era vivida a tristeza permanente em seus olhos. Não devia ser fácil criar um filho cujo pai estava preso sabe-se Deus por quanto tempo. Ainda assim, ela fizera um ótimo trabalho, e de certo era por isso que estava sempre sorrindo.

–Boa tarde, dona Beatriz. O Brad esta?

–Sim esta. Pode subir minha querida, qualquer coisa eu estou em meu quarto, trabalhando.

Shelby assentiu e a observou se afastar. A mulher tinha um blog de culinária, e a noite dava aulas num centro comunitário. Preso ou solto, Crawelt proporcionava muito conforto a sua família, sabe-se Deus como.

Shelby caminhou até o quarto e la estava ele, lendo uma apostila. Sentado na cama com as pernas esticadas, usava fones de ouvido e estava tão distraído que não a viu entrar. Os olhos de Shelby se encheram de lagrimas pensou em recuar, mas respirou fundo e adquiriu a expressão mais fria que pode.

–Hei. –Ele exclamou assim que a viu. –Pensei que só vinha mais tarde.

–Digamos que eu vim dizer que não venho. –Respondeu sentando-se na beira da cama.

–Como é isso? –Ele sorriu confuso.

–Brad, você sabe que eu gosto muito de você, não é?

–Já não gostei do jeito que esse papo começou. –Ele se aproximou colando os lábios rapidamente aos dela. –O que houve?

–Eu pensei muito antes de vir aqui. Pode parecer estranho, mas essa foi uma decisão que eu tomei já há algum tempo... Eu só tava esperando pra não me precipitar.

– Shelby, o que houve?

–Eu quero terminar o nosso namoro.

A voz dela soou como um raio rasgando os céus com um ruído seco e devastador. Caindo impetuoso sobre a terra e iniciando um terrível incêndio extremamente destruidor. Não havia emoção alguma. Apenas um ar resoluto e um brilho diferente nos olhos dela. Um brilho que oscilava entre tristeza e crueldade.

–Que brincadeira é essa?

–Brad, eu acho que o que eu sentia por você, sempre foi um deslumbramento infantil. O cara impossível sabe? Mas acho que nunca passou disso...

–Não, você só pode estar brincando. Shelby, nós... Nós dormimos juntos no fim de semana...

–Eu sei, não estou dizendo que te odeio. Acho que o que houve entre nos, tudo inclusive isso, sabe me ajudou a perceber...

–NÃO! –O rapaz se levantou a aturdido. –Você não pode estar falando serio!

–Mas eu estou. –Ela levantou com um ar resoluto, mas medindo as palavras e o tom pois Brad se mostrava de um jeito que ela nunca vira antes. Parecia um leão enjaulado caminhando de um lado pro outro esfregando os cabelos. ––Estou falando serio, a gente pode continuar sendo amigos, e...

–Amigos? –Ele se voltou revelando o brilho furioso em seu olhar. – Você entra no meu quarto, diz sem mais nem menos que quer terminar e espera que eu aja como se nada tivesse acontecido?

–Brad, se acalma. –pediu sentando com a cabeça baixa. Já pensava em desistir daquilo tudo e se atirar nos braços dele pedindo desculpa. Mas continuou. –Vai ser melhor...

–Melhor pra quem? –Ele a segurou pelos braços com força. –Você tem outro? É isso? Fala, Shelby, FALA!

Ela baixou os olhos sem responder dando a entender que sim. No mínimo talvez. Brad a saltou já com o rosto banhado em lagrimas. Ela não ousou encara-lo. Apenas reprimia o choro que tentava vir a tona. Brad sentou na cama ao lado dela, enxugando as lagrimas, procurando as palravas. A dor que sentia era imensa. Aquela era a primeira garota a quem ele entregava seu coração verdadeiramente, e ela pegava e o destruía.

Ela se levantou dando o trabalho por concluído e se retirou do quarto. Ele a chamou algumas vezes, ela chegou a ouvir da porta da sala. Ela não voltou. A mãe dele talvez tivesse ouvido tudo, Shelby não quis saber. "Acabou", pensou dando um longo suspiro.

Ela achou que seria mais fácil executar aquele plano. Achou que depois desse ultimo ato, poderia sair sendo aplaudida por si mesma, e como uma boa atriz, se desvincular completamente do seu personagem após o encerramento da peça. A verdade de é que estava mais destroçada do que Brad.

Sam estava penteando os cabelos na frente do espelho, quando viu a amiga entrar com o rosto banhado em lagrimas. Correu até ela que desabara no sofá escondendo o roto nas mãos. Era um choro convulso e histérico.

–Shelby, pelo amor de Deus, o que houve?

–Eu terminei com o Brad. –Disse entre os soluços.

–Mas por que, o que houve?

–Por que eu quis! –Disse em um berro. –Era um plano o tempo todo, eu queria que ele se apaixonasse por mim, pra depois da um chute nele, e foi isso o que eu fiz!

Sam se afastou com os olhos arregalados como se estivesse ouvindo a mais absurda loucura. Abriu e fechou a boca varias vezes buscando as palavras que expressassem sua indignação diante do que acabara de ouvir. Sabia que Shelby era vingativa, mas não tanto. Pôs os próprios sentimentos em jogo só para poder ferir Brad pelos anos de desprezo velado.

–Você não fez isso.

–É claro que eu fiz, Sam! Ele mereceu! É um idiota, eu só faltava me jogar nos braços dele esses anos todos, é impossível que ele não tenha percebido! Me tratava como uma ninguém, como um lixo.

–Não, Shelby ele não sabia que...

–Sabia sim! Ele era o típico cego de conveniência, só não via o que não queria!

–E por que ele fingiria não te ver?

–Por que era obcecado por você! Ai criou uma zona de conforto da qual não deixava ninguém se aproximar.

–Shelby...

–Sam, eu tive que me oferecer pra ajudar ele a te fazer ciúmes... Foi a única forma que consegui de me aproximar, sabe o quanto eu sofri? Sabe quanto eu me senti mal?

–Mas você ta sofrendo de novo...

–Pelo menos ele também ta! –Ela levantou limpando o rosto. –Agora é bola pra frente.

Sam observou ela caminhar até o quarto limpando as lagrimas que teimavam cair. Shelby se jogou na cama e voltou a chorar convulsivamente. Conhecia a amiga o suficiente para saber que não adiantaria tentar persuadi-la. Era com tristeza que presenciava um momento tão lastimável da vida de dois dos seus melhores amigos.

Foi difícil pra Sam ter de sair e deixa-la sozinha naquele estado.





Freddie saiu de casa desejando estar em outro planeta, longe de tudo, e de todos. Ceder a chantagem de Missy, se humilhando daquele jeito parecia um terrível pesadelo. Mas o que mais lhe assustava naquilo tudo era o risco de que Sam visse nisso uma válvula de escape para fugir dele, o que seria perfeitamente natural. Ainda assim era melhor do que deixa-la em perigo, não suportaria que algo acontecesse a ela por sua culpa.

Entrou no apartamento de Carly, a garota abriu com um sorriso carinhosos no rosto e disse para que ele subisse e esperasse la em cima, pois ela ficaria esperando Missy la embaixo. Tudo o que Freddie queria era que aquilo acabasse logo.

Quando chegou ao estúdio, Carly enviou uma mensagem na qual lembrava a ele de tentar persuadir Missy a desistir argumentando o quanto fosse possível. Não entendia por que ela sempre dizia isso. A garota não iria desistir, mas Freddie não deixava de sentir uma pontada de esperança. Fora que era reconfortante ter alguém o apoiando, enquanto Sam lhe virara as costas sem compreender que não fazia aquilo por ele.

O garoto sentou na cadeira, aguardando as garotas, e mais ou menos vinte minutos depois, sentiu uma mão tampando sua visão, e um perfume enjoativo penetrar em suas narinas. Levantou sobressaltado distanciando-se da ruiva que acabara de entrar.

–Oi, Missy boa noite.

–Boa noite. –Respondeu dum pouco desapontada. –O que você queria falar com tanta urgência?

–Senta, por favor?

Ela sentou voltando a sorrir de uma forma que ela provavelmente acreditava estar sendo sensual. Um pouco desconcertado, ele sentou-se novamente em sua cadeira, de frente para ela, e fitou-a carinhosamente nos olhos. Não a odiava, apenas se chateava com a forma que ela vinha agindo. Achava lamentável.

–Missy, eu queria pedir por favor que reconsiderasse o que me pediu.

–Não. –Respondeu cruzando as pernas. –Ou se declara pra mim, ou conto pra todos que esta namorando com a Sam!

–Missy, por favor. Sempre fui seu amigo, nunca lhe fiz mal, desculpa se só te vejo como amiga, será que não pode me deixar em paz?

–Eu sei que é meu amigo. Só estou pedindo que me ajude a me livrar da fama horrível com que fiquei após o seu comentário naquela foto. Quero que todos acreditem que você gosta de mim.

–Mas eu não gosto, de você, eu gosto da Sam!

–Que horror, para com isso! No Maximo, sente alguma atração física, mas isso passa, é da sua idade. De qualquer jeito, depois te deixo livre pra ficar com quem bem entender.

–Estou te pedindo, não conta pra ninguém, ainda é cedo, por favor. Eu posso até dizer que te beijei sim naquele dia...

–Tarde demais. Ah Freddie, vamos logo com isso! –Ela levantou se aproximando. –Não vai ser tão ruim assim. Podemos fazer uns ensaios antes, o que acha?

Um baque estrondoso na porta fez a garota pular para trás assustada. Susto maior foi ver uma garota loira, com um ar de poucos amigos, se aproximando. Apesar do ódio no olhar, tinha um sorriso debochado que lhe conferia uma expressão ainda mais ameaçadora. Missy, rapidamente, passou pra trás de Freddie buscando proteção.

–Boa noite! –Disse ela cordialmente, enquanto avançava.

–Se me bater eu ponho a boca no mundo agora, Sam! –Gritou Missy se prevenindo.

–Calma, eu não vou te bater. Vim dizer que o Freddie não vai se declarar pra você nem você vai contar de nos pra ninguém!

–Ah é? E quem vai me obrigar?

–Ninguém. –Disse calmamente. –Mas vejamos as opções. Se disser alguma coisa, eu divulgo esse vídeo que acabo de gravar aqui, por uma câmera escondida, na qual você se humilha significativamente. De quebra, arranco toda a sua arcada dentaria e ateio fogo na sua casa!

–Você não faria isso sua louca! Eu fotografei vocês, sabia?

–Ok. A mãe do Freddie esta em casa. Desça e mostre as fotos a ela! Ai é só aguardar. Tem plano de saúde? Seguro de imóvel? É bom que tenha!

–Ai você ficam impedidos de ficar juntos! –Gritou apontando um dedo trêmulo.

–Por quem? –Sam saltou um riso sarcástico. –O Freddie e eu estamos a um ano de sermos maior de idade, seu alarde só adiantaria as coisas. Só não queremos que todos fiquem sabendo por você. Você tem muito mais a perder...

Sam silenciou esperando que ela respondesse. Ela estava rubra e parecia que ia chorar a qualquer momento. Freddie ainda exibia uma expressão aturdida e alarmada. Mas não podia negar que sentia uma certa satisfação. Houve pelo menos vinte segundos de um silencio incomodo e aflitivo. Foi quando Missy caminhou alguns passos em direção ao elevador mantendo distancia de Sam.

–Tudo bem. –Disse com a voz grave. –Você venceu dessa vez.

–Isso é uma ameaça? –Perguntou avançando.

Freddie finalmente, saiu do transe em que estava, se e aproximou rapidamente contendo Sam. A ruiva arqueou a sobrancelha desafiadoramente e deu as costas ao casal. Sentia seu corpo tremer de ódio, e só então viu que era inútil tentar bater de frente com Sam. Mas não deu a guerra por acabada. A raiva que sentia só serviria pra alimentar sua vingança. Estava mais convicta do que nunca de que Freddie estava sob a horrível influencia daquela delinquente, e seria muito grato a quem o ajudasse a se livra dela.

–Hey, Missy. –Sam chamou pouco antes dela alcançar a porta.

Quando a ruiva olhou, Sam passou os braços em volta do pescoço de Freddie e o beijou demoradamente. A principio se limitando a uma breve sucção no lábio inferior do garoto, e depois a um entrelace selvagem de suas línguas. Freddie a enlaçou pela cintura, involuntariamente. Não queria participar daquele show cruel que a loira promovia, mas não resistiu ao beijo. Quando se afastarem arfando, a ruiva não estava mais ali.

–Sam, eu não acredito que fez isso... –Disse se afastando.

–O que?

–Agiu sem me consultar, quem garante que ela não vai descer e sair mostrando as tais fotos?

–Eu garanto. Deveria me agradecer, sabia?

–Você não podia ter feito isso! –Disse contendo a fúria. –Ainda envolveu a Carly!

–Você realmente acredita que ela ia nos deixar em paz depois disso? –Sam já começava a se irritar –Acorda, Benson! E mesmo que fosse. Seria covardia minha deixar você se humilhar desse jeito por mim!

–Não. Seu problema é que você não confia em mim. Esta agindo como se eu estivesse ficando louco. Como se eu não pudesse controlar minha própria vida!

–Olha, Freddie a Carly foi no cinema e o Spencer ta cochilando no sofá. –Ela deu um longo suspiro buscando o controle. – Temos pelo menos uma hora sozinhos aqui. Vai ficar mesmo brigando comigo?

–Sabe por que essa tranquilidade? –Perguntou elevando a voz. –Por que não é a sua família que esta na situação que a minha esta!

Sem responder, Sam sentou em um puff e pôs fones de ouvido. Esticou as pernas e fechou os olhos deixando claro que estava saindo daquela conversa. Sua paciência com Freddie se devia unicamente a difícil situação pela qual ele estava passando. Foi difícil pra ela conter as lagrimas diante das palavras duras dele. Ele insinuava que ela era egoísta e possessiva, quando na verdade ela se importava mais com ele do que com o namoro deles em si. Nisso não agiam diferentes.

Freddie chegou a sair do estúdio,por uns três minutos, sentando-se nos degraus. Depois voltou aturdido. Vê-la calada era pior do que se ela estivesse gritando. Saiu de novo. Mais quatro minutos. Depois voltou, ela ainda se encontrava na mesma posição. Ajoelhou-se ao lado dela, em silencio, e ficou observando-a. Não suportaria perde-la, e ela não entendia. Se aproximou dos lábios dela, mas uma mão pousou com força sob o seu peito impedindo a ação.

–Me pede desculpas.

–Desculpas. –Pediu após um longo suspiro. –Eu só to um pouco nervoso...

–Sem motivos. –Ela se ergueu olhando-o nos olhos. –A Missy não sabe o quanto esse segredo é importante pra você. Amor, chantagista nunca pede uma coisa e some. Pra eles a fonte nunca seca. Você só arranjaria outro problema! Mas você não me ouvia...

–Eu ando um pouco perturbado...

–Precisa confiar em mim, Freddie. Sei que quer me proteger, mas acha que eu não posso fazer o mesmo por você? Você não esta sozinho, e isso nada tem a ver com nosso namoro. Eu me comprometi a te ajudar antes...

–Não sabíamos as proporções...

–E agora que sabemos, agora que estamos juntos, acha que eu vou deixar de te ajudar?

Freddie ia dizer alguma coisa, mas a garota o beijou encerrando mais uma vez o assunto depressivo. Ele sentiu uma como se uma corrente elétrica percorresse todo o seu corpo, quando ela pôs as duas mãos por baixo de sua blusa, e se deitou no puff levando-o consigo. O garoto sentiu que já não tinha mais noção de nada. Era como se daquele jeito, se livrasse de toda a carga negativa que estava sobre ele. Afundou seus corpos sobre o puff tentando não fazer peso sobre ela. A garota deu um longo suspiro ao sentir os lábios dele percorrer seu pescoço e passou os braços pelo pescoço de Freddie afagando os cabelos castanhos dele. Ele acariciava a cintura fina e macia por baixo da blusa e chegou a tocar-lhe os seios de leve, se contendo para não exagerar e estragar tudo. A proximidade entre ambos eram tanta que suas intimidades se tocavam proporcionando a ambos ondas de prazer por todo corpo.

Os dois não passaram dos amassos que durou cerca de trinta minutos. Depois, rapidamente se ajeitaram e foram, cada um pra suas casas, mais unidos do que nunca.




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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha ficado tããão ruim, eu tentei deixar legal mas ja disse que não sei fazer cenas hot... Via ter mais ao longo da fic então quem sabe eu não vou melhorando? Nada é impossível né? kkkkk Deixem seus reviews meu amores, e palpites, nos vemos em breve espero. Ah obrigada a Lalinha que fez uma capa super legal pra fic: http://i1241.photobucket.com/albums/gg512/Lalinha12/img_about.jpg e as meninas que estavam la no face falando da fic, eu peirei d+ kkk é isso gente to indo pro dentista me informem erros por favor, agradeço muito!! Bjos!! ♥♥