Fred ainda esperava uma resposta. E eu estava curiosa, não podia negar.

- Claro, fale.

- Aqui não – Ele respondeu. – Muita gente olhando.

- Tudo bem, vem comigo – puxei-o pela mão.

Nós andamos por um longo corredor, até que não havia mais ninguém. Então, Fred parou. Ele sorriu para mim, e falou:

-Hermione, Hermione. A amiga sabe-tudo do meu irmão mais novo. E eu te pedindo conselho.

- Hoje está um dia muito turbulento – Eu disse rindo. – Por favor, que não seja uma notícia muito drástica.

- Ah, então nos vemos amanhã – ele disse indo embora.

- Não – Eu disse. – Volta aqui agora.

Ele não me deu ouvidos e eu andei até ele, puxando-o pela mão.

- Me diz – Eu falei séria.

- Tá bom – Ele cedeu. – Mas eu só quero um conselho. É que eu não sei o que fazer...

Eu dei uma risada sonora.

- Fred Weasley me pedindo conselho. Que bonitinho – Zoei com ele. – Só falta ser conselho amoroso.

- O pior é que é.

- Sério isso? – Perguntei.

- Bom, eu acho que estou apaixonado – Ele corou de forma que ficou da cor de seus cabelos.

- Posso saber o nome dela? – Perguntei curiosa.

- Na hora certa, Hermionezinha – Ele respondeu. – Mas me ajuda, como posso conquistar ela?

- Hm, não vou te ajudar – dei de ombros e já ia embora, mordendo a parte inferior da minha bochecha para evitar sorrir demais.

- Não, volta – Ele correu e ficou de frente para mim, me obrigando a parar também. – Vai me fazer chorar, Hermionezinha?

Eu bufei.

- Como você quer que eu ajude-o? – Perguntei.

- Ah, não sei. Me diz o que eu teria que fazer para conquistar uma garota.

- Ah, cara. Sei lá – Eu respondi. – Depende da garota. Ela parece com você?

Ele deu uma risada sem humor nenhum.

- Sim. No lado bom e no lado ruim.

- Então tenta se aproximar dela. Ela vai reparar em você.

- Ah, obrigado.

Me virei, pronta para voltar para o salão principal, quando ele segurou meu pulso novamente, Fe fazendo ficar ali.

- Eu tenho mais uma coisa a dizer – Ele disse ficando da cor de seus cabelos.

Devo admitir que fiquei um pouco nervosa com essa frase. Mas forcei um aceno de cabeça, encorajando-o a prosseguir.

- Bom, vou direto ao ponto – Começou. – Eu vi você beijando o Malfoy, hoje um pouco mais cedo.

Essa foi a minha vez de corar.

- Não vou dizer que foi a melhor escolha que você poderia ter feito – Ele disse sério. – Mas você sabe o que está fazendo, espero. Sempre soube mais que todo mundo, até mais do que eu e meu irmão. Mas, não estou muito certo quanto ao seu pensamento agora. Malfoy não é lá uma ótima escolha. Não é lá uma boa escolha. Não é lá uma boa escolha. Não é lá uma regular escolha...

- Já entendi... – Resmunguei.

- Bom, o que eu tenho a dizer é que, tome cuidado antes de entregar seu coração para ele. Não estou muito certo quanto à sua sanidade no momento.

- Olha, você está apaixonado também, sabe o que estou passando.

Ele girou os olhos.

- Eu sei, pessoas apaixonadas perdem a cabeça, e blá blá blá – Ele disse. – Mas, na boa, perder a sanidade é uma escolha própria.

- Você está tentando me fazer mudar de ideia? – Perguntei curiosa.

- Não. Mas, estou tentando te avisar que você pode quebrar o seu coração. Me procure se você precisar de um ombro amigo.

- Fred, Fred – Eu balancei a cabeça. – Está tudo bem. Eu acredito na mudança dele.

- Tudo bem, Mionezinha. Agora vou achar a menina dona do meu coração.

- Que meigo – Debochei. – Posso ir com você?

- Claro que... – Ele não conseguiu terminar, pois alguém o interrompeu.

- Hermione? – Era a voz do Draco. – Posso falar com você um momento?

- Hum, claro – Respondi. – Fica pra mais tarde, né, Fred?

- Sim, meu amor – Ele fez um gesto cômico. – E não se esqueça do que te disse, tá bom?

Como ele era mais alto, ele se abaixou um pouco e me deu um beijo na bochecha. Fiquei esperando o Draco saltar no pescoço do Fred e arrancar fio por fio do cabelo cor de fogo dele. Mas, ao que parece, Draco tem um ótimo autocontrole.

- Até mais, Malfoy – Fred acenou para o Draco e saiu saltitando pelo corredor.

Ri daquela cena.

Senti as mãos frias pegando meu cabelo. Eu sorri.

- Você se lembra? – Ele perguntou. – Quando eu fiz trança no seu cabelo da última vez ele era bem mais armado.

- Sim, lembro – Sorri com a lembrança. – Parece que o tempo está voando.

- Sim, parece.

- Bom, o que você queria falar comigo?

- Eu queria te fazer uma pergunta – Já disse o quanto ele fica fofo corando?

- Faça, então.

- Hum, você...

- Eu... – Encorajei-o.

- Quer namorar comigo?

Eu hesitei por um segundo. Sei que foi maldade. Quero dizer, eu vi a ansiedade, a tristeza, o desapontamento e tudo mais passar pelo seu rosto. Então eu dei um sorriso largo e respondi:

- Como poderia não querer? É claro que quero.

Então ele voltou a respirar, e eu ri. Senti pela segunda vez seus lábios nos meus. E o meu coração pular de alegria.