O hino da Capital finaliza e eu abro os olhos, tudo continua branco.

Me sento e esfrego os olhos... estou vivo? Não, é impossível, eu morri! Estou morto! Algo mais estranho do que isso é uma garota loira sentada batendo o pé direito freneticamente como se esperasse algo, ela estava de braços cruzados e um pouco inclinada pra frente. A expressão em seu rosto era de preocupação, agonia, ela parecia esperar por algo.

-Olá? - digo meio zonzo.

A garota olha pra mim e logo que olho dentro de seus olhos, eu a reconheço. É ela, a garota que eu sempre amei e que agora eu estou revendo... como? Não faço a mínima ideia.

- Marvel! - ela sorri e me abraça, sinto novamente o perfume dela, o cheiro agradável dela... sim é a Glimmer, ela está me abraçando enquanto estou sentado zonzo no meio de um chão branco onde tudo é branco e há luz... muita luz. Ela está de branco e com um rosto normal, nada deformada, ela está linda. Do jeito que sempre foi.

- Glimmer? Como... o que tá acontecendo?

- Estou tão feliz por você estar aqui comigo!

- Nossa... que egoísmo, você queria que eu morresse?

- Não é só que... - ela se afastou e sorriu - era bem entediante sem você por perto, eu tentava te observar a cada minuto mas é difícil.

- Onde eu estou?

- No julgamento, você tá morto, sim está mas agora vai ser decidido pra onde você vai.

- Como?

Ela estalou os dedos e eu estava sentado em uma cadeira de madeira em uma sala de madeira, eu estava vendo minha vida desde o início até o fim, saberia tudo de có mas não sei como, foi rápido demais.

- Você teve péssimos atos ao longo de sua vida, Marvel - uma voz calma e rígida falou, eu não sabia de onde. - sua condenação é mais do que óbvia.

- Pode me explicar direito o que...

Tarde demais. Eu abri os olhos e Glimmer estava ao meu lado, estávamos em um milharal que não parecia ter fim. Olho em volta e há tantas pessoas andando como se estivessem entediadas, vazias. Viro minha cabeça e Glimmer dá um suspiro forte e me olha.

- É isso?

- Pra sempre. – pego a mão dela e digo:

- Se você estiver comigo, eu não me importo.

Ela sorri pra mim e me abraça, logo nós olhamos pra frente e andamos de mãos dadas pelo resto da eternidade.