POVS FRANK ON

Será que eu fui duro demais com ela? Estava horas me revirando na cama pensando onde ela estaria; ela não voltou depois de algumas horas... Confesso que, eu realmente estava preocupado.

Levanto, me sentando no colchão, estico as pernas e levanto em um pulo; andei até a porta do quarto. Não havia ninguém em casa, apenas eu; meus pais estavam trabalhando e só Deus sabe onde está Jamia.

Desci as escadas e fui até a cozinha, abri a geladeira e fiquei parado a olhando por alguns minutos, deixei o ar frio passar pelo meu corpo, abaixei, pegando uma garrafa d’água. Fui até a sala novamente se me joguei no sofá;

Fiquei deitado no sofá por muitos minutos, até que a porta se abriu e eu levantei para espiar quem era. Era ela, e com um pequeno e estranho sorriso.

– Onde estava? – perguntei num tom preocupado, não devia ter saído dessa forma, não queria que ela pensasse que eu estava me sentindo culpado; ela me olhou e subiu as escadas, sem dizer nada. Franzi o cenho e a segui. Ela havia entrado no quarto de hospedes. Abria porta e não havia ninguém, mas a porta do banheiro estava aberta, me sentei na cama e a esperei.

– Eu estava no parque... Não precisa se preocupar. – disse depois de uns dois minutos no máximo. A olhei corado.

– Não estava preocupado!

– Se você diz... Também não estou nervosa com você. – sorriu ironicamente.

– Não sorria assim... – a fuzilei. – Você está estranha, o que houve?

– Nada demais, apenas conheci alguém. – riu e rolou o corpo na cama. – Ele é um homem interessante para falar a verdade. – ela disse com um sorri estranho. Ela me olhou como se quisesse tirar alguma prova dos meus olhos.

– Legal... – murmurei baixinho. Pigarrei e desviei o olhar.

– É, bem legal... Nós vamos sair novamente! – se levantou da cama mexendo no meu cabelo. – Talvez você deva conhecer... Michael é bem gentil.

– Michael? – franzi o cenho para ela e ela se virou para me olhar nos olhos.

– É... Michael... Way! – arregalei os olhos, e ela deixou uma risada escapar. Ela me sorriu para mim como se quisesse que eu dissesse tudo...

Ela sabia...

– Não minta. – me fuzilou. – Não tem mais para onde fugir, querido.

– Jamia...

– Apenas conte! – sorriu vitoriosa quando eu dei um suspiro frustrado.

A olhei por alguns minutos, será que eu devo confiar nela?

– Você vai contar para alguém?

– Você quer que eu conte? – ela mudou a expressão para uma mais tranquila.

– Não... – murmurei baixo.

– Então confie em mim. – a olhei e ela me lançava um olhar reconfortante. Suspirei, e comecei a contar... Aliás, não tinha mais escapatória.

.

.

.

– Bem é isso... – murmuro depois de minutos torturantes. Ela carregava uma expressão indefinida por mim. Talvez uma mistura de surpresa e preocupação. Mas às vezes dava a entender que ela também estava triste e feliz... – Jamia?

– Eu... Não sei o que dizer... – olhou para mim, com um meio sorriso triste. – Mas você nem tentou conversar com ele, depois disso?

– Porque tentaria? – questionei com o cenho franzido.

– Ora... E porque não tentaria? – ela também questionou com as sobrancelhas levantadas.

– Você não entende não é? Ele fez tudo àquilo para mim, mentiu para mim, me deixou longe da minha família e... – parei de falar no instante que percebi que não havia mais do que reclamar. Ela sorriu fraco.

– Frankie... Eu sei que você pode ficar desconfortável com tudo isso, e o que esse homem... Gerard? – ela perguntou e eu balancei a cabeça confirmando. – Certo, o que o Gerard fez foi errado, muito errado. Mas você já parou para pensar que, ele não fez isso por mau? – ela pausou e esperou que eu dissesse algo. Eu continuei em silêncio, então ela continuou. – Tente conversar com ele, e esclareça as coisas.

– Não... Ele me enganou e me fez sofrer... Ele... Ele sabia que isso iria me machucar, mas ele foi egoísta o suficiente para esconder isso de mim, e deixar vocês sofrendo! Como alguém pode fazer sem ser por mau? – ela ficou em silêncio. Desviei o olhar para a parede.

– Você está errado! – ela começou. – Nem sempre o que a gente vê é a verdade. As coisas mudam. As pessoas mudam. Todos merecem uma segunda chance e devemos abraçá-la sem medo.

– Eu quero perdoar ele, mas não consigo. Quero seguir em frente, e trazer o velho Frank de volta, e assim você e eu podemos ser felizes juntos... Não é assim que nós queríamos? – senti uma lágrima escorrer. Vi um brilho nos olhos dela, e logo ele escorregou dos olhos mostrando que as lágrimas estavam vindo.

– Você o ama, não é? – arregalei os olhos. – Eu o conheço, Frank! Sei como quando você ama uma pessoa. O jeito que você fala dele, é... É tão... – suspirou. – Já passou pela sua cabeça que ele também se arrepende? Vá atrás dele! Seja feliz... Você não pode esperar que a felicidade venha até você, você tem que abraçá-la com todas as suas forças e lutar para que ela dure.

– Mas Jamia... Eu não quero decepcionar ninguém. Todos querem que eu fique com você, e isso é o certo.

– O seu coração diz que essa é a decisão certa? – abri a boca varias vezes, mas nada saiu. – Vamos sempre vai decepcionar alguém, é só não decepcionar a pessoa errada.

– Amor machuca mais do que você pensa. Talvez o amor não machuque, mas as pessoas machucam. – murmurei com a cabeça baixa. – Você sabe, é melhor evitar.

– Mas será que vale a pena? – levantei a cabeça a olhando.

– Estou sendo realista!

– Então não seja. – sorriu e se levantou. – Não pense no que você sofreu; pense no que o levou a se apaixonar. – concluiu e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Fiquei parado olhando o mesmo ponto que estava há minutos atrás. Pensar o que me levou a me apaixonar...

Um sorriso pequeno apareceu em minha face, sem ao menos eu perceber. Porque ela é tão generosa? Porque ela está ajudando o homem que ela ama, a ficar com outro alguém?

Com certeza... Foi por isso que eu me apaixonei por ela no passado!

POV FRANK OFF