A brincadeira de namoradinhos estava terminada. Ela tinha medo e/ou pavor de mim, e eu não queria dar mais um motivo para que tivessem armas contra mim, não bastava usar minha família como ameaça.

Tudo seria mais fácil assim.

Só que estava enganado.

O expresso de Hogwarts estava como sempre, novos alunos ansiosos, pessoas com medo, e mais vazio.

Algumas famílias trouxas e mestiças tinham segurado seus filhos em casa, com medo do que viria.

Passei pela mesa onde Astoria estava com sua irmã e umas amigas, mal olhei para seu lado, mas sentia seu olhar me queimando.

Sentei com meus amigos de sempre, enquanto repassava o plano, Pansy acariciava meus cabelos. Não queria dar esperança a ela, não queria ela.

E para minha surpresa, pensei nos olhos brilhosos.

Depois de um pequeno contra tempo com Harry Potter no expresso, passei a colocar meu plano em pratica.

Faria o armário sumidouro funcionar, Hogwarts sempre foi protegida, agora com o lorde das trevas de volta a proteção se intensificou.

Mas eu conseguiria colocar os comensais aqui, pois tinha certeza que mesmo com todos os feitiços de proteção, ninguém pensaria num armário velho.

Ao mesmo tempo minha mente trabalhava na morte de Dumbledore. O maior bruxo de todos os tempos, sábio, poderoso. O qual eu teria de matar.

Essa idéia me fazia estremecer.

Já tinha praticado maldições imperdoáveis, mas nunca a da morte.

De repende a idéia de não sujar minhas mãos parecia boa, e passei a trabalhar num veneno mortal e um feitiço antigo.

O professor Snape não saia da minha cola, era chato.

Ele queria saber o que eu planejava, o MEU plano.

Mas não contaria a ele, essa seria minha gloria. A libertação da minha família.

Astoria me ignorava.

Não que eu quisesse sua atenção, mas chegava ao ponto de ser infantil. Na verdade ela era mimada e cheia de si.

Se eu estivesse por perto, chegava ao ponto de virar o rosto para o lado contrario.

Somei isso ao que ela tinha visto. A marca negra. Ela sabia bem para o que eu trabalhava, ou melhor, para quem.

E com certeza isso a tinha repelido. Melhor assim, ou não.

Era tarde da noite quando eu saía da sala precisa, estava exausto, cansado, suado de tanto tentar arrumar aquele armário idiota.

Antes de passar pela segunda janela, a vejo.

Estava sentada no degrau da escada e escrevia num pergaminho, sua varinha iluminava.