Uruz e Ariana nem sabiam onde estavam. Sabiam que estavam em frente a uma enorme mansão no meio do nada entregando caixas e mais caixas. Mas não sabiam o que exatamente havia lá dentro.

A vantagem que tiveram foi que o dono deixou os “cães” soltos para se esticar, descansar e fazer o que quisessem fazer. Só não podiam entrar na casa (que óbvio né). Ficariam alguns dias lá para um novo carregamento pelo que parecia.

Quando caiu a noite, alguns dos lobos já estavam dormindo. Apenas uns 3 ficaram acordados contando com os dois. Sem sono, Ariana olhava todos os cantos da possível área. Até chegar aos fundos. A loba viu uns quatro humanos com roupas bem fechadas, acolchoadas, mas dava para perceber algumas mordidas e rasgos nas roupas, e eles estavam levando para longe da casa um lobo com a pelagem marrom, mas ele estava diferente: Seus olhos estavam brancos, seu próprio corpo estava mordido e sangrando, estava violento querendo atacar tudo e todos e sua boca estava salivando. Ariana estava curiosa, e sentia que algo estava naquela casa. Foi rapidamente até Uruz

Ariana – Uruz! Uruz acorda!

Uruz – o que foi?

Ariana – tem algo me incomodando. Há lobos saindo de lá de dentro. Doentes pelo que parece. A gente devia dar uma olhada

Uruz – mas não podemos entrar. Há homens na porta

Ariana – a porta dos fundos. Está aberta e os homens acabaram de sair. Vamos

Entraram e começaram a olhar as salas. Cada sala era grande o suficiente para alojar 2 elefantes, e sempre tinha uma mesa de pedra o mais longe possível da porta, com vários canos finos, talvez 7, por onde enfiavam no lobo,e em cada cano havia uma substância líquida porém escura. Ariana não estava gostando disso. E os dois primeiros andares eram assim. Andando, Uruz puxou Ariana e se escondeu de uma figura loira e outra morena

Uruz – são Seven e Albert. Estão há anos tentando pegar meu pai como prêmio... mas, se eles estão aqui... meu pai também está!!

Uruz sentiu uma ponta de alegria no peito (yeeeeeeeiiiii o/) e assim que eles vão embora, os dois saem de onde estavam escondidos (Barris e caixas de madeira) e vão procurar Iki.

Para sua surpresa, Uruz sentiu o cheiro de Iki, e foi seguindo, mas ele não sabia que iria encontrar uma “surpresa”. Em frente a porta em que estava seu pai havia um lobo vermelho e negro enorme. Não parecia doente nem nada. Os dentes estavam a mostra, mas ele estava sorrindo, e por um momento, Uruz reconheceu o animal.

Uruz – você... você é Tarsis não é?... o irmão desaparecido de Sirius...

Tarsis – estou lisonjeado que você me reconheceu. A maioria dos outros lobos só me reconhece depois de meus ataques

Ariana – você ataca de graça? Sem mais nem menos? Que tipo de criatura é você?

Tarsis – a única criatura que reagiu bem ao vírus

Ariana – v-vírus? É o que está acontecendo com os outros...

Tarsis – sim. Eles pretendem criar um tipo de raça mais forte do que a maioria já era. Eu fui a primeira cobaia. E deu certo, pelo menos comigo. Mas eu tinha um trabalho mais útil antes. Não como segurança. Mas o trabalho e sentimento é o mesmo.

Ariana – os que não reagem bem são jogados fora? Para atacarem outros?

Tarsis – por uns 30 minutos. Eles morrem depois desse tempo. E eu nem tenho que fazer nada

Uruz – vocês são loucos! O que pretendem ganhar com isso?

Tarsis – poder, controle, dinheiro. Coisas assim

Uruz já se preparou pra atacá-lo, ao lado de Ariana. Mas algo os capturou. Dois lobos enormes e assustadores, com cicatrizes e grandes dentes a mostra. Ambos negros. Tarsis se agachou pra olhá-los nos olhos

Tarsis – vocês não são de jogar fora. Bem. Não posso simplesmente colocar o vírus em vocês. Mas para garantir que não irão fugir...

Foi questão de segundos. Tarsis abocanhou Uruz em uma região sensível no torso, e Ariana um pouco acima do pescoço , e os lobos negros os “jogaram” para dentro da sala onde se encontrava Iki. Ele estava em uma mesa de metal, semi-inconsciente. Parecia anestesiado e haviam finos tubos que injetavam um tipo de líquido ralo e um pouco roxo no corpo do lobo velho. Uruz e Ariana acharam estranho, mas tiraram os tubos restantes arrancando-os e destruindo-os (ui, seus grossos >_>).

Uruz observou o pai. Ele estava magro. Não esquelético como uma carniça. Mas magro o suficiente pra ficar extremamente fraco. Embora ele estivesse detonado, Uruz correu até ele e deitou perto o suficiente para apertá-lo contra a cama. Iki acabou acordando e voltando a sanidade, e virou-se pro filho. Ele não conteve a felicidade e abraçou o filho.

–Pensei que tinha te perdido Uruz... não me assuste novamente – disse em meio a risos

–Não meu pai. Eu to aqui

A porta se parte e em um buraco Tarsis aparece

–Não perdeu ainda hehe

Tarsis ia atacar, quando reforços chegam. Sirius, Quilac e os outros filhotes chegam quebrando uma grande janela que havia no quarto. Wunjo e Hagall vão até Iki e o ajudam a sair de lá. Sirius, Uruz, Raidho e Quilac ficaram pra batalha. Ao lado e Tarsis, mais 9 lobos negros apareceram, e assim começa uma guerra sangrenta de dentes e unhas. Sirius e os outros estavam na dianteira, mas a cada um que matavam, eram dois lobos que apareciam para dar reforços ao líder. Hagall, já fora do laboratório com Wunjo, Michio, Ariana, Akemi e os irmãos Imako e Imaki, não aguentou ver os irmãos lá sozinhos e muito feridos e foi ajudar.

Tarsis já tinha imobilizado uma pata de Raidho. Já prendeu o irmão, Sirius, embaixo da maca onde Iki estava, e quanto aos outros estavam lutando pelas suas vidas com os negros. E foi justo no lobo infectado que Hagall pulou encima. Arranhou, abocanhou e arrancou uma das orelhas de Tarsis, mas isso não o impediu de lutar contra Hagall, e aproveitando que conseguiu jogá-lo no chão, pegou uma tábua quebrada da porta e apertou contra Hagall, fazendo com que a ponta fosse vista do outro lado do corpo. Sangue escorria na tábua e caia no chão. Não havia mais chance de sobrevivência para Hagall. Ele sabia disso e sentia medo. Mas mesmo assim atacou Tarsis, acertando o focinho e tirando um dos olhos.

Sirius não conseguia acreditar no que via. E para poupar um pouco da vida que Hagall ainda tinha, saiu de debaixo da maca e atacou Tarsis com todas as forças. Sangue de ambos os irmãos caindo no chão, formando uma trilha de sangue no corredor a fora. Ficaram lutando pela morte e pela vida enquanto Ariana e Uruz voltaram pra pegar Hagall e sair daquele lugar. Colocaram-no na carroceria do carro de Seven, que milagrosamente decidiu parar de caçar os lobos, e tentaram curá-lo.

– Mas Sirius está lá! Não podemos deixá-lo Uruz!

–Acalme-se meu irmão. Vamos pra casa e tudo vai ficar bem. Apenas relaxe

Por mais que falassem, Hagall não se acalmava. A preocupação misturada com a dor dava a ele um sentimento de tensão e horror. Queria salvá-lo, afinal, ele cuidou dos irmãos e dele enquanto procuravam pelo pai. E agora, o pai estava salvo, mas ele não. Quem garante que ele não estaria morto? Após esses pensamentos, Hagall caiu num sono profundo, e dormiu o caminho todo de ida para casa... de volta pra casa.