CAPÍTULO 15

POV ALICE

Durante a tarde, eu e Megan já estávamos no aeroporto, com malas e óculos escuros (para que ninguém nos reconhecesse).    

Procuramos os garotos durante algum tempo, mas logo desistimos ao ouvir a chamada para o nosso vôo.    

Seguimos nervosas para o check-in, pedindo mentalmente que nossos amigos não tivessem dormido demais depois da virada do ano.    

Nossos temores pareciam cada vez mais reais. Embarcamos no avião sem nenhuma notícia deles. E tudo piorou quando Megan e eu descobrimos que não estávamos em assentos próximos. Seria horrível ter que esconder quem eu era durante toda a viagem para o Havaí.    

Entretanto, quando finalmente o cara que passaria todo o vôo ao meu lado chegou, sorri. Era Harry. Com uma peruca que mais parecia o cabelo do Justin Bieber, mas ainda assim Harry.    

Gargalhei.   

- Devo pedir um autógrafo ao Justin Bieber? - Brinquei sem encará-lo.   

Styles levou um susto e assim que terminou de afivelar o cinto, fitou-me.   

- Achei que não me reconheceria com essa peruca. Você e Megan não nos reconheceram no check-in - argumentou.   

Franzi o cenho.   

- Eu te reconheceria em qualquer lugar do mundo, Styles. Diga: estavam usando mais alguma coisa, não é? - Pedi em um tom de voz calculista digno de filmes sobre espionagem.   

Harry sorriu.   

- Óculos escuro - resumiu, apontando para o que eu usava.   

- Boa escolha - disse, virando para frente e afivelando o meu cinto.   

O avião logo decolaria.   

- Pronta para a melhor viagem da sua vida? - Harry indagou baixinho, próximo ao meu ouvido.   

- Não sei porque seria - fingi fazer pouco caso, ainda que o tom divertido da minha voz fosse evidente.   

- Ouvi dizer que você ficará hospedada na mesma casa que o cara mais bonito da Inglaterra - comentou, convencido.   

- Que pena, acho que são boatos - dei língua para ele, rindo.   Harry revirou os olhos e ignorou meu último comentário.   

- Se você não quer, tem quem queira - disse, parecendo realmente ofendido.   

Sua última frase atingiu-me e me fez sentir um beliscão dentro de mim.    

- Harry, eu estava brincando...   

Ele me encarou novamente, com um sorriso malicioso.   

- Só aceito desculpas dentro daquele banheiro daqui a cinco minutos - disse, desafivelando seu cinto e dirigindo-se ao local, enquanto eu o observava ir com uma careta surpresa.   

Oh, então o tempo todo ele tinha um plano!   

Aquele filho de uma - boa - mãe esperto... Eu não iria dar a ele o gostinho de me ter ali!   

Sem contar que logo, logo o avião decolaria e era proibido ficar em pé nesse momento. Não. Eu não iria ao banheiro. Harry que o aproveitasse sozinho e depois aceitasse meu pedido de desculpas de uma forma decente. O engraçado era que ele provavelmente nem havia ficado ofendido de verdade! Era tudo parte do plano dele para me ter ali.   

E eu sabia exatamente o que ele queria. Não podiamos deixar os outros verem que tínhamos uma relação (inclusive nossos próprios amigos) por ela ser livre e espontânea. Então, a única maneira de aproveitá-la era quando ninguém podia ver.  

Isso deixava as coisas mais interessantes. Como um jogo.    

O qual eu não estava disposta a jogar com um avião prestes a decolar. É. Não.   

Acho que não preciso comentar que passei quatro minutos e cinquenta e cinco segundos refletindo sobre como era idiotice ir até aquele banheiro. Nem que nos cinco segundos finais eu simplesmente desafivelei meu cinto e fui para lá.   

Harry era um idiota. E eu também.   

Bati três vezes na porta e ela logo se abriu, revelando uma mão que me puxou para dentro do banheiro minúsculo.   

- Achei que só era permitido demorar no dia do nosso casamento - ele disse, rindo em seguida e não me dando tempo para retrucar.   

Porque, vejamos bem, Harry me beijou. Quem abriria a boca para comentar qualquer besteira quando isso acabaria com um beijo?   

Eu. Mas não aquele beijo.   

Harry selou nossos lábios de maneira urgente, como se não nos beijássemos há séculos. Algumas horas, na verdade. Aproveitamos bem a madrugada do ano novo.    

E eu retribuí. Era tão bom! Beijá-lo sem culpa, só por aquela sensação de agitação em meu estômago para que o chocolate quente derretesse dentro de mim logo em seguida, misturando-se a cheiros e à língua de Styles chocando-se com a minha.    

Não havia sensação igual.    

Senhores passageiros, acomodem-se e afivelem os cintos. O avião começará o processo de decolagem.   

E aquelas palavras emitidas por uma voz irritante acabou com o beijo que eu não interrompi.    

Harry e eu nos afastamos com um selinho, entendendo o olhar do outro no mesmo segundo.   

- Certo, eu saio primeiro já que cheguei antes. Ordem das coisas - Styles argumentou e concordei. - Venha em trinta segundos, não quero ver você quebrando regras - finalizou, abrindo a porta do banheiro com um sorrisinho.   

Bufei e fechei a porta na cara dele.   

Como se ele não soubesse quem me fazia quebrar as regras!   

Em trinta segundos eu já havia voltado para o meu lugar e afivelado o cinto novamente sob o olhar de Harry. Quando finalmente o encarei, ele sorriu.   

E eu soube que o mesmo estava certo, apesar de não admitir.    

Seria a melhor viagem da minha vida.   

(...)   

Durante a chegada no Havaí e nos cinco dias seguintes tudo ocorrera bem.    

Nos acomodamos na casa, dividindo os quartos da seguinte forma: Megan e eu, Liam, Zayn e Niall, Harry e Louis; Também fizemos compras - usando a velha tática dos óculos escuros e roupas comuns -, assistimos filmes e descansamos.   

Apesar de terem sido dias tecnicamente caseiros e de repouso, Harry deu um jeito de investir em nossa relação sem nome neles.    

Na cozinha...   

- Harry, é sério, se eu deixar o almoço queimar a culpa é sua! - Resmunguei enquanto o mesmo me puxava para um espaço do lado da geladeira, onde ninguém poderia nos ver.    

Bando de amigos inocentes! Achando que Harry ia mesmo me ajudar a cozinhar...   

- Só um minutinho... - Pediu, começando a me beijar em seguida.  

Não resisti e logo estava retribuindo.   

Nós quase queimamos o almoço e aquele era apenas o primeiro dia no Havaí.   

No banheiro...   

Caminhava tranquilamente pelo corredor quando me assusto ao observar a porta de um dos banheiros se abrir e me vejo sendo puxada para dentro.   

- Espero que você esteja vestido - resmungo de olhos fechados, já sabendo o autor daquele ato.   

Ouço uma gargalhada. A dele.   

- Eu estou... Mas se preferir de outra forma... - Sugere com um sorriso considerado malicioso por mim, que finalmente o encaro.   

- Não, não, assim está bom. Vamos logo ou vão achar que você está acabando com a água do planeta - murmuro, aproximando-me dele.   

Ele sorri.   

- Olha só que apressada! - Finge estar pasmo.   

Apesar de ter bufado alto por causa de sua frase, sei que na realidade apenas quero beijá-lo logo. Como sempre.    

Aquela maldita força invisível que me puxava para ele! Droga!   

Dez segundos depois ele atendeu ao meu pedido. E sim, todos reclamaram do "banho demorado".    

Não que a gente tenha ligado. De alguma maneira, aquilo era divertido. E não parecia errado. Tudo estava sendo perfeito naquela viagem e aquele fora o segundo dia.   

No meu quarto...   

- Bom dia! - Escuto aquela voz que eu poderia reconhecer em qualquer parte do planeta.   

Era Harry. Com aquela habitual mania de pular em cima de mim para me acordar. Onde diabos Meg se metia quando alguém precisava dela?   

- Onde está Megan? - Pergunto, virando para o lado e tentando voltar a dormir.   

- Na cozinha, ajudando Zayn com o café da manhã. E ei, dorminhoca, você acha mesmo que vai voltar a dormir? - Questiona-me com suas sobrancelhas erguidas.   

Suspiro.   

- Acho.   

- Sempre tão teimosa... - Diz, aproximando seu rosto do meu enquanto sorri.   

Não posso deixar de sorrir junto, sabendo o que viria em seguida. Meu sorriso se desfaz quando lembro que acabei de acordar e não escovei os dentes.   

Salto da cama subitamente, assustando-o e corro para o banheiro.   

- Ei, temos uma nova brincadeira aqui? - Ele pergunta enquanto caminha calmamente para onde me encontro.   

Não o respondo. Apenas escovo os dentes depressa, tentando acabar logo com isso.   

Ah, e quando acabo...   

Nós voltamos para o quarto. E nos beijamos. 

No supermercado... 

Analiso calmamente várias marcas de chocolate em pó, decidindo qual seria mais vantajosa de se levar.    

Apesar de tomar um susto, sorrio ao sentir mãos virando-me e fazendo-me dar de encontro a Harry.   

Ele sela nossos lábios, e, mesmo que seja perigoso fazer isso ali, com óculos escuros e alguns de nossos amigos presentes no mesmo local, retribuo.    

Uma voz minúscula dizia que não era errado e que era assim que devia ser.    

Será que essa era a mesma voz que dizia para alguém pular de um prédio?  

Não sei. Mas eu a seguiria. Não para pular de um prédio e sim para beijar Harry. Se pudesse, para sempre.    

Assusto-me com meus próprios pensamentos, mas decido ignorá-los e me concentro apenas no melhor beijo do mundo. Acabamos derrubando algumas embalagens de chocolate em pó e rimos, já separados.   

Harry me dá um selinho, eu escolho a marca que caíu e seguimos com as compras.   

Suspirei ao recordar os meus momentos com Harry naqueles cinco dias no Havaí.   

Hoje era o sexto e estávamos na metade da viagem basicamente. Pela agitação dos garotos durante a manhã e o início da tarde, eu diria que a partir daqui as coisas seriam mais movimentadas.   

Só não sabia como, já que éramos famosos e não podíamos simplesmente sair por aí em baladas ou pubs do Havaí, revelando a todos onde estávamos passando nossas férias.    

Balancei a cabeça, tentando afastar meus pensamentos e logo avistei Megan adentrando o quarto com uma felicidade estampada na face.   

- Louis quer todo mundo reunido na sala. Nós vamos para a balada hoje! - Exclamou com animação, dando pulinhos e batendo palmas.   

Sorri, mesmo que confusa, e a acompanhei até a sala de estar, onde os garotos se encontravam distribuídos entre sofás e poltronas.   

- Ah, finalmente! - Louis soltou, nos encarando. - Baby Blue, temos uma coisa pra te contar.   

Sentei no sofá entre Harry e Liam e o mandei continuar, vendo Megan - assustadoramente - sentar-se perto de Niall e o mais longe possível de Zayn.    

Aquilo era estranho. Aliás, o modo como os dois vinham se tratando desde o ano novo realmente estava bizarro. Se antigamente Meg se jogava em qualquer local só para ficar perto de Zayn, e ele, por sua vez, dava um jeitinho de estar próximo da minha melhor amiga, agora pareciam fazer questão de criar mil barreiras entre si.    

Dei de ombros. Se estivessem com problemas, podiam me procurar, mas eu não iria me meter.   

- Nós vamos para a balada hoje e... - Louis movimentou rapidamente as mãos ao me ver pronta para retrucar. - Tenho um plano, calma! Aliás, sempre tive. Desde o momento que viajamos, comprei isso aqui - apontou para uma caixa de papelão jogada em um canto da sala.  

Arqueei as sobrancelhas enquanto o assistia caminhar em direção a ela e a abria, tirando de lá perucas de todos os tipos. Segurando o riso, reconheci a peruca "Justin Bieber" que Harry havia usado no aeroporto.   

- Então, topa? Você pode ser o que quiser! Morena, ruiva, loira... - Encarou-me. - Não, loira não... Enfim! Topa? - Agora todos na sala me encaravam.   

Dei de ombros.   

- Não custa nada tentar - disse, sentindo-me momentaneamente animada para finalmente sair daquela casa depois de dias confinada ali. - E eu quero ser morena hoje - completei com um sorriso.   

Todos gargalharam e logo estávamos jogando perucas para todos os lados, escolhendo a nossa e zoando os outros.    

(...)   

Toquei na peruca de cor castanho claro com um suspiro. Os fios eram medianos, entretanto, lisos, de modo que emolduravam meu rosto do jeito certo, parecendo que eram naturais. Eu preferia meus fios longos, mas ter liberdade de sair por aí sem pessoas tirando fotos minhas ou me perseguindo era muito tentador.    

Meus olhos estavam destacados com rímel, lápis e delineador. Não tinha colocado sombra. Gostei do tom vermelho do batom contrastando com meu "novo" cabelo escuro e meu tom de pele claro. Havia passado pouco blush.   

Com um sorriso, encarei minha saia jeans, sneakers pretos e blusa vermelha. Apesar do clima quente do Havaí, resolvi usar um sobretudo preto, mas sabia que assim que chegasse na balada o tiraria.    

Escutei batidas na porta e mandei a pessoa entrar. Não era Megan, que já havia descido lindíssima com um vestido preto de matar e nunca pediria permissão para entrar no próprio quarto.   

- Uau!   

Ao ouvir aquela voz, sorri involuntariamente e girei meus calcanhares para encará-lo.   

Harry usava a peruca "Justin Bieber" de novo, o que quase me fez rir se não fosse o resto do seu look. Jeans, tênis e uma camisa social dobrada abaixo dos cotovelos que lhe dava um charme especial.  

 Ele estava lindo. E eu queria beijá-lo.   

- Oi - sorri, caminhando em sua direção. - O que aconteceu com você? Tá menos feio hoje! - Brinquei, enlaçando seu pescoço com meus braços.   

- Não pinte seu cabelo - ele pediu, deixando-me confusa. - Mas você está a morena mais bonita de todos os tempos e que a Meg não escute isso - Harry completou, rindo.   

Aproximei meu rosto do seu enquanto ele enlaçava minha cintura.    

- Talvez eu devesse pintá-lo, então... - Murmurei um tom mais baixo.   

Harry franziu o cenho.   

- Não faça isso, eu adoro seu cabelo... - Suspirou. - Mas não foi pra isso que vim aqui - disse, tirando suas mãos da minha cintura e se afastando, de modo que me fez recolher meus braços também.   

Olhei para ele com seriedade.   

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei.   

Harry me encarou e mexeu um pouco na peruca, parecendo constrangido ou incomodado com alguma coisa.   

- Daqui a pouco nós... É... Nós vamos para uma balada - começou.   

E então eu entendi o que ele queria dizer.    

- Não precisa pedir minha permissão para nada, Harold - disse, sem conseguir evitar o tom seco presente em minha voz. - Nós não temos um relacionamento sério, lembra? - Fiz questão de mencionar.   

Por que ele tinha que vir falar disso? Por quê? E droga, logo agora quando as coisas iam tão bem!    

Quis evitar a todo custo me sentir daquela maneira, mas era um fato. Eu estava magoada. E por nada, já que Styles e eu tecnicamente não tinhamos um relacionamento. Era só algo livre e sem pressão... Por que será que eu me sentia tão pressionada agora?   

Em parte, era o medo de ser deixada de lado.   

O semblante de Harry era algo obscuro agora e eu não entendi o porquê.   

- Ótimo, era só isso  - disse, deixando o quarto e batendo a porta com força.   

Suspirei, sentindo-me derrotada por uma batalha que eu nunca tinha entrado. Sentei na cama e segurei ao máximo lágrimas de frustração.    

Porque tudo o que eu queria fazer era atravessar aquela maldita porta e gritar para Harry que ele não tinha o mínimo direito de sair por aí beijando outras garotas ou me deixando de lado.   

Mas ele tinha. E, pelo visto, faria isso.   

De repente toda aquela animação com a balada se foi. Eu só queria ficar em casa. 

(...)

NARRADOR POV

Ao chegarem à balada, os amigos estacionaram os carros alugados em que haviam vindo e se juntaram na entrada da mesma. Um clima estranho rondava Zayn, Meg, Harry e Alice. Liam fora o único a notar, mas resolveu não comentar nada sobre isso, já que poderia estragar a noite.   

Adentraram o local e o encontraram "fervendo". Pessoas dançavam animadamente, bebiam, riam, beijavam-se...    

Allie virou o rosto ao ver a última cena. Aquilo a lembrava de Harry. E de que ele logo estaria fazendo a mesma coisa com qualquer garota ou... Garotas.    

Megan e Zayn encaravam-se discretamente, parecendo conversar com o olhar sobre algo durante incontáveis vezes. O que seria?

HARRY POV

Sentei em uma mesa com os garotos, Meg e Alice e bufei ao notar olhares masculinos dirigidos à última. Por algum milagre, Cowell estava distraída demais para notar e dar uma chance àqueles imbecis de terem suas línguas na boca dela.    

Isso soou nojento. Mas deve ser assim mesmo. É nojento e repugnante pensar nela com qualquer pessoa que não seja eu. Mais que isso, é doloroso.   

E pensar que ao entrar naquele quarto tudo o que eu queria era ouvi-la dizer que não deveríamos ficar com ninguém além de nós... Mas não!    

Alice tinha que complicar minha vida dizendo tudo o que eu menos queria escutar. Libertando-se para deixar qualquer imbecil dessa balada de merda tocá-la! Como eu fazia. Como só eu deveria fazer.   

Respirei fundo e mexi na peruca, tentando controlar minha irritação ao ver mais um cara fitá-la descaradamente. Quando ele moveu-se lentamente na direção de nossa mesa, não aguentei. Eu não conseguiria ver aquela cena.   

- A garota mais gostosa do Havaí acabou de passar - disse rapidamente. - Não me esperem pra dormir! - Tentei aparentar estar me divertindo enquanto acenava para os garotos e seguia em direção a uma mulher loira com um vestido sensual.   

Ela era bonita. Não tão bonita quanto a Alice. Porque... Oh, vejam só, ela não é a Alice!   

E eu precisava parar de pensar nisso urgentemente.   

- Quer alguma bebida? - A garota loira de repente estava na minha frente, perguntando-me.    

Franzi o cenho.   

- Ah, não, obrigado... Não. - Respondi, um pouco desconcertado pela pergunta ter me pegado de surpresa.   

- Nesse caso... Aproveite a noite - deu de ombros, voltando a caminhar.   

Toquei em seu ombro, impedindo-a de fazer isso.   

- Eu... Queria falar com você - pedi e meus olhos involuntariamente voltaram-se para a mesa onde Alice estava.   

Congelei ao perceber que o imbecil já estava lá, conversando com ela. E Cowell estava deixando!   

Minhas mãos já se encontravam fechadas com força.   

- Tem certeza? Sou casada e sabe... Você não para de olhar para ela - acenou para Alice.   

Por um momento, perdi toda a minha concentração ao notar que além de casada, a mulher havia notado meus olhares. Isso era terrível!   

Minha última frase deixou de valer a pena assim que observei o cara levantar-se da mesa vagarosamente, com um rosto irritado e seguir em direção a mesa de bar novamente. Sem Alice. Ele havia levado um fora!   

É a minha garota!   

- Preciso da sua ajuda - pedi exasperadamente à mulher.    

- Olha... Não posso oferecer bebida de graça, apesar de ser esposa do dono daqui. Não quero falir meu marido - argumentou seriamente.   

Quase gargalhei. Quase. Tinha algo mais importante a fazer.   

- Preciso que leve aquela garota até a praia em uns... Dois minutos - falei, apontando para a Alice. - É só levá-la, eu prometo. Nada de bebida grátis. Eu realmente preciso falar com ela!   

A mulher pareceu compreender meu tom de desespero.   

- Ah, o amor juvenil... - Suspirou. - É melhor você correr, porque eu vou chamá-la em um minuto. Essas bebidas não podem ficar sem supervisão por muito tempo - disse, cruzando os braços com um sorriso torto no rosto.   

Agradeci e saí dali caminhando apressadamente.    

O céu do Havaí estava bonito, fazendo com que o mar e a areia da praia se tornassem complementos estonteantes para a paisagem maravilhosa.   

E daí? Alice estaria ali em um minuto. E isso era tudo.   

(...)