A Filha Do Chefe escrita por conselheira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, quero dizer que essa é minha primeira fic sobre One Direction e quero muito que se divirtam comigo.
Leia SEMPRE as notas, pois elas podem conter algo realmente importante.
Ah, e se a fic vier a ter alguma cena mais "hot" eu aviso, não se preocupem.



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   - Minha estrelinha!    

Simon viu a esposa abraçar sua filha carinhosamente. Sorriu. Como eram lindas!    

Havia se casado com Lilian há seis anos, idade exata da filha, mas não conseguia se acostumar com sua beleza exorbitante. Sua esposa fora uma modelo famosa mas havia decidido deixar a profissão para cuidar da família.    

Isso era bom para ele. Mais carregado do que nunca pelo trabalho, Simon estava prestes a entrar na lista dos maiores empresários do ramo musical. A partir dali, teria cada vez menos tempo.    

Olhou mais uma vez para a esposa. De altura mediana, corpo delicado e esbelto, cabelo dourado e um par de olhos azuis estonteantes. Não sabia mesmo como ela havia se apaixonado por um cara como ele.   

Bebericou mais um pouco do champagne francês em suas mãos e dessa vez fitou a filha. Estava muito claro depois daquela exibição com o piano: sua filha era talentosa. Não só talentosa, pois a menina tinha um tipo de brilho que atraía a atenção de todos para si. Além da habilidade notória e o ouvido musical tão precoce para uma criança.    

Realmente não havia pensado no termo certo. Alice não era só talentosa. A garotinha era brilhante. Tinha um verdadeiro dom para aquilo.    

E esse era o pior dos pesadelos para Simon. Não queria nem desejaria a ninguém entrar no ramo da música e das artes. Ele sentia todos os dias na própria pele o quanto conseguir o sucesso - o que já era muito difícil! - naquela área trazia problemas.    

Simon não era idiota e sabia muito bem que falsidade e prepotência sempre existiriam em todos os lugares. Mas especialmente em sua profissão... Bem, ali tudo era alarmante.    

Não queria que sua filha sofresse.    

Mas naquele instante, vendo-a alegre com os aplausos da mãe, ele soube. Ela nascera para aquilo.   

- Venha querido, venha ver como Allie aprendeu rápido a tocar aquela música de natal! - Lilian o chamou com entusiasmo.   

Simon levantou da poltrona, deixando o copo com champagne em cima da mesa de vidro ao lado.    

Viu a filha sorrir enquanto terminava de tocar a canção. Os olhos verdes de sua pequena Alice brilhavam.    

- O que você quer ser quando crescer, Allie? - Perguntou, abaixando-se ao lado da filha para encará-la da mesma altura.    

- Cantora - ela respondeu simplesmente. Simon suspirou e tirou uma mecha loira que estava o impedindo de olhar nos olhos da filha. - E atriz. E escritora - ela completou com entusiasmo.   

Lilian riu, abraçando a filha com carinho. Simon limitou-se a sorrir. Ele reconheceria um potencial artista em qualquer lugar do mundo. O talento e determinação de sua criança gritavam para ele.    

Simon decidiu não mais ignorar isso. Daria a Alice o que ela tanto queria, mas com suas próprias condições. Se era para se infiltrar naquele ramo de merda, ela seria a melhor. E também a mais protegida. Ele daria um jeito de ensiná-la tudo para que sua pequena não se machucasse. 

(...)   

- Alice!   

Uma garota ruiva gritara, em seguida correndo na direção de Allie. Essa, por sua vez, parou de caminhar. Megan, amiga inseparável de Alice, também parou. Ela esperaria pela amiga.    

- Estava procurando vocês para entregar meu convite de aniversário - a ruiva esclareceu, tirando do bolso dois cartões de um tom rosa chamativo. - Vocês vão, né? - Perguntou às duas, ansiosa.    

- Tenho que perguntar para o meu pai, Vicky. Mas se fosse por mim, com certeza iria! - Alice respondeu alegremente.    

Vicky sorriu encorajando-as a comparecer a sua festa e depois se foi, deixando as amigas inseparáveis a sós novamente.    

- Você vai, Allie? - Megan repetiu a pergunta anterior da ruiva.   Alice franziu o cenho.   

- Acho que não, Meg. Você sabe que estou tendo aulas extra de teatro para tentar passar nos testes de Percy Jackson - comentou.   

Megan assentiu.    

- Imagina só se você passa, hein? Ia ser demais! Vai ficar famosa, amiga - incentivou.    

- Você tem uma visão bem deturpada desse universo da fama - Alice retrucou aos risos. - Meu pai me fala de alguns problemas que enfrenta. É bem chato. Se não gostasse tanto das aulas, com certeza passaria bem longe dessa coisa toda - a garota argumentou.   

- Credo, Allie! Não fica assim... - Meg parou para encará-la. - Você sempre me disse que adoraria ter fãs, participar de entrevistas, cantar, atuar! Viu? Esse não é um universo, é o seu universo. Como um brinquedo defeituoso que você não joga fora porque não consegue se livrar dele.    

Alice fez uma careta. A amiga estava certa. Ela amava tanto todo aquele universo! Mas aí o pai de algum jeito conseguia tirar um pouco do encanto daquilo tudo, mostrando a ela a parte ruim de encarar seu sonho. Sem falar nas milhares de aulas extra que ela fazia.   

Ele sempre queria que Alice fosse a melhor. Isso havia consideravelmente piorado após a morte de sua mãe. Muitas vezes a garota loira se sentia extremamente sozinha.    

Simon era muito ocupado por causa do trabalho. No tempo que o restava, fazia Alice praticar exaustivamente suas habilidades, além de dar lições a filha de como lidar com as pessoas naquele "universo" do qual ela faria parte.     

Alice fazia o que ele pedia. Pensava que o pai, assim como ela, sentia falta de sua mãe e estava tentando preencher o vazio. Não era o que ela fazia também com suas letras e canções? 

(...)   

- Não adianta, Alice. Você não vai lançar esse CD. Se concentre em uma só coisa se quiser ser boa o suficiente nela - Simon a encarava sério. - Nós dois sabemos o inferno que são os comentários de que você só chegou onde está por minha causa. Quer se livrar dessa imagem assim, fazendo com que eu aceite que entre para o meu ramo com minha ajuda? - Indagou ironicamente.   

Simon sabia que estava pegando pesado com a filha, mas ele estava irritado, cheio de problemas e ela ainda vinha com essas ideias!  

Se tudo o que ensinara a ela estava dando certo até agora, não mudaria. A garota atuava como "Annabeth" em Percy Jackson desde os doze anos, era a "artista teen" do momento e ainda queria mais? Só porque teriam uma pausa de um ano?   

- Você não entende! Eu amo atuar, mas cantar também é muito importante pra mim. Não estou pedindo que me beneficie, quero que me trate como uma cantora qualquer! Mas me dê essa chance - ela olhava nos olhos do pai.    

Simon suspirou. Aqueles olhos verdes. Ninguém no mundo resistiria a filha, ele sabia. Mas pelo visto ela já havia resolvido com quem ficaria e a tal pessoa andou fazendo sua estrela "quebrar as regras".    

- Já disse, Alice. A resposta é não. E por favor, peça para Danny Jones parar de enfiar essas ideias na sua cabeça, certo? - Objetou.    

A filha bufou. Namorava com Danny há um ano e o pai vivia implicando por ele ser cinco anos mais velho que ela e um artista. Ela sabia que estava quebrando as regras estabelecidas pelo pai, mas descobrira que isso não era tão ruim assim.    

Além do mais, o McFly era uma banda de sucesso. Danny não precisava da fama de Alice. Era só o cara que ela esperava amar pelo resto da vida.    

Danny também era louco por ela, disso Simon sabia. Mas tinha medo pelos dois. Eram muito diferentes e isso traria sérias dificuldades para o relacionamento.     

- Eu me demito.   

Alice mal podia acreditar que havia dito aquilo, mas achava que tinha feito a escolha certa. Acharia outro empresário e uma agente, alcançando certa independência e fazendo o que queria fazer. Não deixaria de seguir a maioria das regras do pai - porque funcionavam -, mas também não se manteria mais presa a ele.    

- Se o que importa para você é sua imagem, eu me demito. - Ela repetiu com coragem.   

Simon a olhava, pasmo. 

(...)   

O tempo passou. Alice achou um empresário novo, o qual a admirou pela coragem de sair de uma "zona de conforto" para tentar seguir seu sonho. Megan se tornou agente de Alice.   

Simon empenhou-se em seu projeto "The X-Factor" para esquecer aqueles meses torturantes sem falar com a filha, que por sua vez gravava seu CD. Depois de um tempo, Allie terminou o namoro com Danny.    

Foi a partir daí que o novo empresário de Alice, Jimmy, realmente passou a ter uma relação de amizade com a mesma. Consolar a estrela com a ajuda da melhor amiga não tinha sido uma tarefa fácil. Alice realmente acreditava que Danny era o cara certo para ela.    

Dois meses depois, Danny e Alice reatam o namoro. Simon desiste de ignorar o sentimento de remorso no peito e passa a pedir informações do dia-a-dia de sua filha para Jimmy. O CD de Alice é lançado e se torna um grande sucesso mundial. Simon se casa com Luce, que logo engravida do mesmo.    

Enquanto isso, no The X-Factor, uma banda é formada: One Direction. Simon se torna mentor da banda e começa a enxergar um outro lado no universo da música. Os garotos o fazem ver o mundo de um jeito mais divertido.    

Alice e Danny acabam o relacionamento. Nasce Rebecca, filha de Luce e Simon. Alice acaba estreitando relações com a madrasta por conta da irmã e mantém uma relação "fria, mas amigável" com seu pai. One Direction vira sucesso mundial.   

Agora Alice tem 19 anos, Megan 19, Harry 19, Liam 20, Louis 21, Zayn 20 e Niall 19. A história de verdade começa.

(...)

POV SIMON

- Acha que fiz certo, Jimmy? - Pergunto a meu amigo e empresário de minha filha.    

- Bem... Não posso prever, Simon, mas tenho certeza de que pelo menos todos se divertirão. O Havaí é lindo! - Tentou me entusiasmar.   

Suspirei.   

- Tudo melhorou muito com o nascimento de Beckie. Mas eu sei que as coisas ainda não estão certas. Eu ensinei coisas erradas a Allie e agora ela lida com a vida dessa forma. Espero que o convívio com os garotos a ajude como me ajudou - murmurei.    

Jimmy me encarou.   

- Alice é uma garota incrível, meu amigo. Não se sinta culpado. Tenho certeza de que logo logo ela passará a encarar a vida como deve ser. - Tranquilizou-me. 

 - Espero que sim, Jimmy... - Suspirei. - Ninguém sabe, não é?    

- Não. - Assegurou-me. - Fiz o que me pediu. Apenas disse que ela e Megan estavam de férias e iriam para o Havaí curtir a vida - falou de um jeito brincalhão.   

Senti inveja de Jimmy. Ele tinha uma relação de muita amizade com Alice. De um jeito que eu não sabia se poderia ter algum dia.    

- Bom. Disse quase a mesma coisa aos garotos. Será que vai ser muito estranho estarem em casas vizinhas em um mesmo condomínio no Havaí?    

- Não, acho que não. Vão achar que foi coincidência. - Jimmy fala, pensativo. - E eles nem se conhecem... Há não ser... Sua filha conheceu o Louis em um comercial. Ela gostou bastante dele, disse-me que o achou divertido.    

Sorri. Um bom sinal, finalmente.   

- Então acho que se darão bem. Mal posso esperar para ter notícia de todos! Aqueles garotos valem ouro e eu realmente espero que ajudem Alice a ser mais feliz - suspirei mais uma vez.   

- Calma, Simon. Tudo tem seu tempo. 

(...)

POV ALICE   

Meg e eu havíamos chegado em Honolulu de manhã depois de horas cansativas de viagem. Eu estava acabada, precisando mesmo daquelas férias. Jimmy acertara em cheio.    

Havaí - que por si só já era divino! -, Meg e um condomínio privado era tudo o que eu poderia querer depois do término das gravações de Across The Universe. Tinha dado tudo de mim naquele filme que seria uma homenagem para os Beatles.    

Megan estava realmente animada com nossa estadia no Havaí. Tinha passado tardes decidindo o que levaria na mala, coisas que compraria, locais que queria conhecer, festas que iria, etc. Eu também estava. Mas por outros motivos além dos já citados: paz, calmaria, férias com minha melhor amiga. Sem preocupações, responsabilidades e de preferência sem paparazzi também. Esperava ter deixado toda aquela loucura para quando voltasse aos holofotes da Inglaterra.    

Seriam férias... Normais. É. Algo assim. Eu e Meg ficaríamos sozinhas em uma casa que Jimmy havia alugado em Greenville, um condomínio privado e luxuoso onde geralmente ricos empresários passavam as férias. Querendo desfrutar de momentos de paz, tais pessoas não nos incomodariam. Também estariamos sem empregados, por nossa própria sugestão. Queriamos passar o tempo sozinhas, aproveitando aquela aventura e mudança de rotina.    

Ao chegar em Honolulu, alertei Meg para ser o mais discreta possível. Se a mídia descobrisse que estávamos ali, aquela estadia seria um inferno. Com sorte, conseguimos passar despercebidas por todos e nos dirigir a locadora de carros, onde Meg alugou um porsche prateado. Algo até meio comum no Havaí, com todos aqueles caras ricos que passavam as férias por ali.    

Depois de finalmente acomodarmos nossas malas no carro alugado, dirigi para o condomínio. Achei com facilidade nossa casa. Pintada de branco com janelas discretas, era grande e amistosa. Não deixei de apreciar o belo jardim que parecia dar um "bom dia!" animado, nem a piscina que ficava nos fundos da casa.    

Logo entramos e nos acomodamos. Após a distribuição de nossos pertences nos quartos e outros cômodos, resolvemos descansar. A viagem tinha sido muito desgastante.   

Adormeci com facilidade. O quarto em que me acomodei era confortável e aconchegante. Paredes pintadas de branco, móveis da mesma cor, TV de plasma, uma cama king-size e uma porta para seu próprio banheiro. Céus, era o paraíso!   

(...)   

Acordei com alguém jogando travesseiros em mim.  

 - MEGAN! - Berrei irritada. Eu estava com muito sono.    

 - Não vou parar enquanto não abrir os olhos - ela me alertou, rindo.    

Bufei e troquei de posição. Era tão difícil assim entender que eu queria dormir?   

- Ei, é sério, Allie. To com uma puta fome e não tem absolutamente nada para comer nessa casa - ela parecia em desespero.   

Entendi o recado e abri os olhos, levantando-me da cama em seguida. Eu estava morrendo de cansaço, mas enquanto não houvesse comida naquela casa, não haveria sossego. Megan não parava um segundo sem ter algo para comer. Incrível é como ela não engordava.   

Encarei os olhos castanhos que fitavam-me com desespero. Meg ainda passava a mão no cabelo, nervosa. A coisa tá feia!   

- Ok, entendi. O que você quer fazer? - Indaguei.   

Ela sorriu.   

- Vamos para algum restaurante.   

- Feito. - Concordei.   

- Ok, agora só preciso tomar um banho para evitar sair por aí com essa cara amassada de sono - disse, apontando para si mesma. - Depois escolho a roupa, maquiagem e...   

- Meg - a interrompi. - Não estamos na Inglaterra. Daqui que você faça tudo isso quem morre de fome sou eu! Nesse caso, vou comprar comida em algum mercado e trago pra cá, certo? - Tentei persuadi-la.

Megan demorava pra caramba em questão de se arrumar! Só eu sabia o quanto.    

Ela soltou um muxoxo e concordou.   

- Mas você cozinha - acrescentou, sorrindo maliciosa e piscando pra mim.   

- Epa, epa, epa! Eu compro a comida e ainda cozinho? Que tipo de aproveitadora você é? - Bufei, mas perdi o ar sério quando não consegui evitar um sorriso em seguida.    

- O tipo que lava os pratos - e bingo! Ela ganhou.   

Eu odiava lavar louça. De verdade. E era incrível como minha melhor amiga podia se aproveitar disso.   

Quando Meg decidiu assistir TV em seu quarto, comecei a me arrumar. Vesti um short jeans, all star e uma blusa básica branca. Decidi por um sobretudo azul marinho e meus óculos escuros também, afinal, imprevistos podem acontecer, não é?    

Ao sair de casa, assustei-me. Noite. Eu havia dormido tanto assim?    

Sem querer perder mais tempo com isso, caminhei até a  garagem e rapidamente entrei no porsche. Dei a partida após afivelar o cinto de segurança. Quando estava fazendo uma manobra para não ter que contornar a rua com o carro, algo roubou minha atenção.    

- Esperem! Esperem! - Um cara com cabelos cacheados gritava para um Audi que tinha acabado de sair de alguma das casas ali.    

Pisquei duas vezes para saber se não estava tendo uma alucinação. O cara estava... Pelado. Com uma folha na parte da frente e outra na de trás.   

Tive uma crise de risos. Que pateta!   

Voltei a dar partida no carro para ir embora dali antes que ele notasse minha presença. Tarde demais. Tentei acelerar o carro para ignorá-lo, mas o idiota postou-se na frente, impedindo a passagem do porsche.    

- Preciso de ajuda! - Berrava em desespero.   

Não pude evitar, ri novamente. Era uma cena bizarra. Buzinei para que ele saísse dali e fosse para casa botar uma roupa.    

Ele não saiu.   

- ME AJUDE!    

Bufei. A situação já estava ficando chata. Quando o garoto finalmente saiu da frente, acelerei. Ele gritou novamente.    

Jurei ter reconhecido aquela voz de algum lugar e acabei girando a cabeça e fitando seu rosto. Assustada, desviei o olhar. Era Harry Styles. Um dos caras da One Direction, banda da qual meu pai era empresário.    

Pensei em ajudá-lo, mas hesitei por um instante. Eu não tinha uma boa relação com meu pai, por que faria algo por ele? Uma vida inteira sendo ignorada. Segurei o volante com força. Não era hora de virar uma criancinha imatura e perdida.   

Trincando os dentes, dei marcha ré no porsche, parando bem ao lado de Styles. Em seguida, destravei o carro. Ele pareceu entender o que eu estava fazendo e adentrou o carro apressadamente.   

- Achei que estivesse cega! Por que não me ajudou logo? - Reclamou irritado. - Sabe quem eu sou, não sabe?   

Pasma, quase o xinguei alto. Por sorte, anos de controle me ajudavam agora.   

- Sei. Um imbecil que estava pelado impedindo minha passagem - dei um sorrisinho irônico, dando partida no carro e acelerando.    

- Não foi minha culpa! - Ele bufou. - Provavelmente você até tirou uma foto para colocar na internet. Se fizer isso, saiba, eu te processo!   

Revirei os olhos. Se algum dia tive esperança de que a One Direction fosse uma banda de caras legais, acabava ali. Louis Tomlinson havia trabalhado comigo em um comercial, sempre divertido e alegre, envolvendo-me em laços de amizade. Fiz um esforço, mas consegui me distanciar do mesmo. Negócios são negócios e nada mais, era o que Simon Cowell me falava quando eu levava atores de Percy Jackson para casa - de todos, Logan fora o único com quem eu ainda mantinha contato.    

E, por causa de Louis, acabei achando que o resto do grupo fosse do mesmo jeito. Por vezes até me perguntava como caras legais conseguiam trabalhar com um homem frio como meu pai. Agora tinha a resposta. Talvez só Louis fosse assim. Styles era bem digno... Do meu pai. Definitivamente.    

- Não tenho interesse algum em me aproveitar de alguém como você - disse calmamente.   

De alguma forma aquilo feriu o orgulho de Styles.    

- Conheço muitas pessoas que adorariam - bufou. - Não precisaria de mais uma, não é mesmo?    

Sorri com um amargor estampado. Que cara idiota! O ajudo e ele vem me irritar!   

Parei o carro bruscamente. Styles iria reclamar de alguma coisa, mas o interrompi.   

- Escuta aqui: não trabalho pra você, nem tenho compromisso de te ajudar. Se quiser sair do carro, fique bem a vontade. Caso não queira, fique calado, por favor. Antes que pergunte, estou indo fazer umas compras e na volta, quando você for mais educado, te ajudo.    

Deu certo. Tirei meu sobretudo azul marinho e entreguei a Styles. 

- Cubra - disse simplesmente. Ele entendeu meu recado e cobriu-se com minha vestimenta.   

Fiquei feliz por ter exercitado tão bem meu auto-controle durante tanto tempo. Se fosse extravasar, estaria pisando em Styles de salto alto. Com direito a uma daquelas dancinhas da vitória de Meg.    

Ao encontrar um supermercado com a ajuda de algumas pessoas que iam me informando ao longo do caminho, estacionei o porsche e falei para o - então calado - Styles:   

- Volto logo.   

Ele não respondeu. 

(...)      

Styles me olhou surpreso quando voltei ao carro alguns minutos depois com uma sacola.   

- É pra você - entreguei a ele. - Vista-se e venha comigo. Decidi que não quero carregar muitas sacolas hoje - sorri maldosamente.   

Eu sabia que isso o faria ficar mais fulo da vida ainda, sem contar seu estresse. Mas que aquilo servisse de lição: ele não era melhor do que ninguém. Tanto que carregaria as sacolas de uma desconhecida.   

Agradeci mentalmente por estar de óculos escuro. Mesmo sendo noite.    

Styles bufou, mas fez o que pedi.

HARRY POV   

Estava extremamente estressado pela brincadeira idiota dos meus amigos e aquela garota ainda provocava!    

Bufei enquanto ela me entregava cada vez mais sacolas. Eram muitas! Com certeza academia não faria falta.   

E além de irritante, era bem esquisita! Usava óculos escuros de noite. NOITE. Mas o que mais me intrigava era que ela parecia com alguém... Eu não estava me lembrando.    

Ah... Ela era gostosa. E sexy. Muito sexy. A idiota não perdia a calma por nada no mundo e tinha um andar todo seguro de si.    

Depois de conseguir guardar trilhões de sacolas na mala do porsche, entramos no carro novamente. Mas ela não deu partida.   

A fitei, confuso.   

- Esqueceu como se dirige? - Indaguei, a provocando de propósito. A calma dela me irritava!    

Ela tinha que se irritar. Alguém normal ficaria com raiva, não é?    

- Não - respondeu tranquila. Trinquei os dentes. - Estou apenas esperando para saber o que quer que eu faça. Você me ajudou com as sacolas, então já posso te ajudar - explicou.    

Respirei, mais calmo. Ela iria me ajudar, finalmente.   

- Me leva pra casa. Já estou com roupas, então posso esperar meus amigos - esclareci.    

- Tudo bem - ela disse, sorrindo.   

Devia estar feliz por se livrar de mim.    

Passamos todo o caminho de volta em silêncio e quando ela finalmente parou, notei estarrecido que não tinha como saber onde eu estava hospedado. Mas ela sabia, de alguma forma.   

- Como... Como sabe?   

- Hum? - Ela não pareceu entender.   

Lerda!   

- Você acertou a casa sem eu ter te contado.   

Ela arregou os olhos. Uma expressão, milagre da noite!   

- Mas eu parei aqui porque é a minha casa. De férias - acrescentou rapidamente. - A branca - apontou para a casa em frente a minha.   

- Então você é minha vizinha, tecnicamente - murmurei em choque.   

Ela pareceu congelar. Depois voltou-se para mim enquanto desafivelava seu próprio cinto. Em seguida, tirou os óculos escuros.   Meu queixo caíu em choque. Eu sabia que a conhecia de algum lugar!   

Meu Deus... Alice Cowell! Aqueles olhos verdes eram bem mais bonitos pessoalmente e as revistas da Inglaterra não estavam de brincadeira quando a elegeram a famosa mais sexy.    

Continuei fitando seu rosto, ainda de boca aberta, como um babaca quando ela estendeu sua mão. Apertei a dela automaticamente. Era macia.   

- Alice Cowell - disse. - Não é exatamente um prazer em conhecê-lo, mas somos vizinhos, então...   

Sorri maliciosamente. Vizinho de Alice Cowell.    

- Cuidado, Alice. Feche bem as portas da sua casa. Andei ouvindo por aí que os vizinhos do Havaí costumam invadir os quartos de suas vizinhas. Principalmente quando elas são semi-deusas - falei, galante.    

Alice teve uma crise de risos e a expressão em meu rosto virou uma careta.    

- É um idiota mesmo! Se o objetivo era encher meu saco, parabéns. Depois de ter aparecido pelado, ainda tem que jogar uma cantada com esse lance de semi-deusa! - Ela revirou os olhos. - Você não tem noção do quanto é chato escutar isso várias vezes.

Originalidade mandou lembranças!   

(...)   

De braços cruzados, sentado no jardim enquanto esperava os futuros defuntos - meus amigos - fiquei arquitetando planos. Eu conseguia ver a luz acesa em dois cômodos da casa a frente e sabia que em um deles estava Alice.   

Aqueles olhos verdes... Eram mais bonitos do que todos descreviam. Mas a garota não tinha um resquício sequer da simpatia que aparentava ter na TV. 

POV ALICE

Depois de carregar as sacolas e arrumar os alimentos na dispensa, comecei a cozinhar. Aquilo me desligaria do mundo e de todo estresse que Styles havia me causado.   

Esperava que a partir de agora ele ficasse bem longe! Queria distância do mesmo e de todos os outros integrantes da One Direction.   

Porque eu sabia, sempre soube... Aqueles garotos eram as novas estrelas do meu pai. Fazer amizade com eles seria sinônimo de ter algum tipo de contato a mais com Simon. Algo que eu desejava nunca mais ter.   

Engoli um nó que se formava em minha garganta, pensando em quantas vezes tinha me afastado das pessoas achando que fossem se aproveitar de mim. Era sempre assim. Às vezes, para estar nos holofotes da fama é preciso pagar um preço caro demais.    

Suspirei, separando mais ingredientes para minha macarronada.    Então, a campainha começou a tocar. Gritei por Meg várias vezes, sem obter resposta.   

Desliguei o fogão e marchei até a porta de entrada da casa. Bufando, perguntava a mim mesma quem seria ali, atrapalhando meu momento de paz.    

Ao abrir a porta, um vulto se mexeu rapidamente me dando um abraço apertado.    

Em choque, não retribui.    

- Isso é traição, sabia Allie? Um ano sem falar comigo e já me esquece? - Louis fez cara de zangado, em seguida me soltando. Começou a gargalhar instantaneamente.    

Não consegui evitar uma crise de risos. Tinha me esquecido do quanto Louis podia ser engraçado!   

Não. Minha mente pesou. Eu havia estabelecido uma distância, não é? Só eu saberia dizer o quanto tinha sido penoso para mim meu afastamento. Louis ligava e mandava muitas mensagens, as quais eu não respondia ou retornava, mesmo que me matasse por dentro ao fazer isso com um cara como ele. Louis, definitivamente, não merecia.   

Mas aceitá-lo em minha vida seria mandar fazer meu passaporte para o inferno. Com direito a um pai-diabo chamado Simon Cowell.    

Por isso, dei apenas um sorriso simpático e disse:   

- Claro que não o esqueci, Louis - o abracei educadamente.    

Ele me puxou mais para perto, fazendo-me abraçá-lo de verdade.

Acho que eu também havia esquecido que não dá para ficar perto daquele cara sem se deixar envolver pela alegria dele.    

- Oi - um coro de quatro rapazes falou para mim assim que os fitei.   

Não havia os notado ali até Louis me largar pela segunda vez.

Trinquei os dentes... A One Direction estava toda ali. Os cinco integrantes.   

- Sou Niall - o único loiro do grupo me cumprimentou com um sorriso.    

Retribuí polidamente. Os outros fizeram o mesmo, fazendo-me repetir meus gestos mais duas vezes. Afinal, eu já conhecia Harry, não é?    

- Harry contou pra gente que você o ajudou depois da nossa brincadeirinha, Allie - Louis falou, dando um sorriso malicioso. - Ele já te contou porque fizemos isso?    

Afinei os olhos.    

- Não - respondi contida.   

Nesse exato momento, uma Megan sonolenta surge na sala com seu pijama de bolinhas favorito. Ela tinha uma obsessão por roupas com bolinhas, acredite.    

- O que eu estou perdendo? - Murmurou, coçando os olhos.   

Ao fitar quem estava em nossa sala de estar, piscou mais algumas vezes, parecendo não acreditar.    

- ONE DIRECTION? - Berrou. - MEU DEUS, O ZAYN É MAIS GOSTOSO PESSOALMENTE! - Disse, aturdida, como se não se desse conta do que acabara de falar em voz alta.    

Vendo a besteira que ia acontecer - provavelmente um piripaque com chuva de elogios aos garotos (Meg realmente gostava deles) -, segurei seu pulso e disse aos garotos.   

- Sentem aí e sintam-se à vontade. Estou cozinhando e não posso deixar a comida queimar, não é? - Falei, tentando esconder meu nervosismo com um tom de voz divertido.    

- O que está cozinhando? - O loiro puxou papo.   

Revirei os olhos mentalmente e Meg estava abrindo a boca para falar alguma coisa. Tapei a mesma com minha mão.   

- Macarronada. Ficaria muito feliz se vocês provassem - falei rapidamente. - Agora, se me dão licença, eu realmente acho que a comida vai queimar se eu não for agora.   

Todos assentiram e eu segui em direção a cozinha, puxando Megan comigo.    

- Tá louca? - Sussurrei em um tom urgente. - Virou fã da One Direction de um dia pro outro ou é só impressão minha? - Alfinetei.   

Meg revirou os olhos e me encarou.   

- Sempre gostei. Mas escondia de você, porque sabia que não gostaria. - Explicou. - Se toca, Allie, seu pai é só o empresário deles. Não quer dizer que só porque estamos falando com eles, Simon Cowell vai bater naquela portinha e dar uma de "like a boss" - Fez um gesto engraçado. - E eles são muito gatos, por favor...   

Bufei. Bem digno de Meg! Ela se derretia por qualquer carinha bonita. Eu relevava, porque aquilo já tinha rendido boas histórias! Sair com Meg era divertidíssimo.    

- Eu não preciso testar meu pai, Meg. Não quero ser amiga daqueles caras. Pelo que sei, se dão muito bem com Simon. E você sabe, para alguém se dar bem com meu pai... - Soltei um muxoxo. - Definitivamente não os quero perto de mim. Sem One Direction, sem Simon, sem problemas na minha vida. Já foi um saco ter que ignorar Louis por um ano até ele desistir da minha amizade - resmunguei.   

Alguém pigarreou atrás de mim, fazendo com que eu automaticamente me voltasse para o fogão, figindo estar mexendo na macarronada. Megan foi esperta e caiu fora dali, dizendo que queria conversar mais com os meninos.    

Puta merda!    

- Eu ouvi tudo - escutei a voz de Styles soar no ambiente.    

Ele estava com raiva. Parei de mexer na macarronada e o encarei.   

- Coisas da sua cabeça, Styles - respondi.   

Eu devia ter sido educada e distante, mas de alguma forma o modo como aquele cara me tratava fazia com que eu ficasse na defensiva.    

- Você deveria ter contado para o Louis. Sabe o que ele estava falando na sala? - Seus olhos acusavam-me de algo.   

Suspirei e balancei a cabeça negativamente.   

- Sobre o quanto você é legal. Também disse que sentiu falta da época que estavam gravando o comercial, porque vocês ficavam a tarde inteira juntos zombando de suas falas. - Iniciou. Senti algo dentro de mim se apertar. Era a culpa. Louis era bom demais e por isso ignorá-lo doía mais.    

Ele não deveria pagar por um erro meu. E só meu. Sempre educada para não manter relações com famosos, acabei tropeçando em minha própria verdade e abrindo um espaço para Louis ao conhecê-lo.    

Mas é que ele era tão diferente! Não puxava meu saco, nem me pressionava para nada. Louis era leve, divertido e me fazia falar por horas seguidas. Em pouco tempo havíamos nos tornado amigos íntimos.    

Quando nossas gravações acabaram, caí na realidade um dia vendo Louis atender o celular. Era Simon do outro lado da linha.    

Então, eu soube que teria que pagar mais um preço para me manter afastada do meu prepotente pai: me distanciar de Louis. E assim o fiz.    

Eu era uma covarde, não era difícil admitir isso para mim mesma.    - Só fique longe de mim, Styles. Você ouviu, não quero a amizade de vocês.    

Os olhos dele me fuzilaram.   

- Acho que também não quero a sua! - Exclamou. - Mas Louis quer. Foi ele quem nos empurrou até aqui e me fez vir até essa droga de cozinha te pedir desculpas pelo episódio do carro - comentou furioso. - Ele merece saber que você não presta, Cowell.    

Algo dentro de mim se agitou ao imaginar a cara de Louis desprezando-me por tê-lo ignorado.    

- Styles, por favor, você não precisa fazer isso. É só se afastar de mim, sem mais problemas - pedi com nervosismo.    

- Ah, agora ela tem expressões! Para onde foi seu equilíbrio inesgotável, Cowell? - Provocou. - Louis vai saber - decretou, virando-se em seguida para sair da cozinha.   

Rapidamente corri e segurei seu pulso.   

- Não... - Pedi fracamente. Styles me encarou.   

A imagem de Louis decepcionado comigo estava me matando por dentro, como se não bastasse o peso da culpa por ter o ignorado e mentido por tanto tempo dizendo a ele que estava ocupada demais para sair com ele, responder suas mensagens, retornar ligações...   

- Não faça isso. É sério, Styles - encarei seus olhos. - Eu faço o que você quiser. Terá qualquer coisa de mim se não contar para Louis. Eu... Eu quero contar pra ele - murmurei decidida. - Mas não agora. Logo, eu prometo - pedi.   

Algum poço de humanidade ainda devia restar em mim, afinal. Eu realmente não queria magoar alguém que havia me feito tão bem.   

- Ótimo - Styles deu um sorriso malicioso. - Prepare-se para seguir minhas ordens, Cowell. E - fitou-me. - é melhor você tratar o Louis direito. Ele já notou que você está estranha.   

Fiquei ali, parada, enquanto vi Harry Styles sair da cozinha. Passei alguns minutos me recompondo e pensando no trato que havia acabado de fazer.    

Idiota! Pensei comigo mesma. Só sendo uma imbecil mesmo para combinar aquilo com alguém que já havia demonstrado sua prepotência. Ele me lembrava tanto meu pai!   

Mas era por Louis, um dos melhores caras que já havia conhecido. Então, valia a pena. Porque mesmo que não fosse mais amiga do mesmo, algo dentro de mim ainda guardava um carinho pelo garoto que amava cenouras.    

Senti um cheiro de queimado e imediatamente me lembrei da macarronada.   

- Merda!


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Reviews fazem os caps serem postados mais rapidamente, lembrem-se disso!
Estão achanda a Alice uma bitch? Não se preocupem, é que ela foi manipulada para ser assim, né gente... Mas garanto que ela vai melhorando bem muito!!!
Ela já tem um coração por querer defender o Louis, né?
COMENTEM! BEIJOOOS!



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