21st Century Breakdown escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 9
Peacemaker


Notas iniciais do capítulo

Eu estava com esse capítulo pronto desde ontem e estava relutando em postar.
FUCK IT.
VOU POSTAR MESMO.
Estava sendo pressionada demais (NÉ JULIA)
Enjoy!



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Vou dar a vocês o resumo da história. Basicamente, nós dois partimos para a briga, e só fomos separados quando a polícia chegou. Não fomos presos, nem nada, mas fomos chamados a atenção e nos deixaram ir embora. Fui para casa, totalmente abalado e irritado, mas não fiz nada a não ser me jogar na cama e dormir, sem nem dar oi para Michael. Ele deve ter notado que não estava de bom humor, portanto, me deixou em paz.

No dia seguinte, acordei bem tarde e resolvi não ir trabalhar. Ok, Bob provavelmente me mataria, mas eu tinha mais coisa para fazer do que trabalhar, tipo cuidar dos meus ferimentos. Mas antes que eu pudesse me levantar e ir até o banheiro buscar os remédios, ouvi a campainha tocar. Vesti uma blusa qualquer e uma calça e fui lentamente até a porta, tentando fazer o mínimo de movimentos possível, o que era impossível, considerando que a casa era pequena e eu tinha que me desviar de todos os móveis.

-Já vai, já vai. – murmurei roucamente ao ouvir a campainha de novo. Abri a porta e vi Frank parado ali na frente, com um sorriso enorme no rosto, parecendo uma criança que ganhou presente no Natal – Frankie? Já libe...

Não pude terminar minha frase, pois ele logo se jogou em cima de mim, me abraçando fortemente. Retribui o abraço de forma dolorosa, pois meus braços e meu tronco doíam. Quando nos separamos, Frank olhou para mim e sua expressão feliz se tornou preocupada.

-Gerard? O que você... Meu deus, você se meteu em uma briga?!

-Nem me fale de Deus. – grunhi, de mau humor.

-Mas o que houve?!

-Eu estou com uma febre. – respondi. O que era verdade, eu realmente me sentia febril, mas não sabia se era realmente doença ou se o calor do momento ainda estava em meu corpo. Senti a mãozinha fria de Frank na minha testa e ele fez cara de ponto de interrogação.

-Você não está com febre... – ele sacudiu a cabeça – O que houve, Gerard? Anda, me conta tudo. Quem fez isso com você?

Suspirei e puxei ele até o sofá puído e empoeirado. Ele se sentou, sem desgrudar os olhos de mim.

-Entenda uma coisa... Sou um desacreditador, estou em estado de graça. Mas nem todos gostam disso.

Frank ficou sem responder por longos minutos.

-Você é ateu, não é?

Fiz que sim com a cabeça, já esperando a rejeição ou o nojo vindo dele. Mas ele simplesmente fez cara de dúvida.

-O que isso tem a ver com seus machucados?

-Pois eu sou o César, vou aproveitar o dia. Mas quero aproveitar o dia do meu modo... Só que... Digamos que a sociedade não aprove muito isso. Querem que eu aproveite o dia de um modo católico. – olhei de esguelha para Frank, para ver se ele ainda prestava atenção, e logo voltei a falar – Então... Digamos que eu esbarrei em alguém que não compartilhava de meus pensamentos e... Acabou nisso.

O baixinho já reprimia uma expressão horrorizada, era visível isso.

-Mas... Mas... Espera, foi o Christian, não foi?!

Encolhi os ombros, mas ele já tinha entendido, e começou a gritar, tagarelando algo sobre “mandar ele para lugares nada agradáveis” ou algo assim. Logo puxei seu pulso, fazendo-o se sentar novamente.

-Calma. Não foi nada. Tanto eu quanto ele nos irritamos na hora e acabamos brigando, ok? A culpa foi minha também.

-Culpa sua?! Aquele idiota é um... Um... Argh!

De repente, a campainha tocou novamente, mas ouvi a porta sendo aberta, ou seja, um lembrete de que eu não fechei a porta.

-Minha casa virou ponto de encontro?!

-Sim, quem manda não fechar a porta?

Glória se sentou ao meu lado, totalmente descarada, com uma garrafa de cerveja. Frank revirou os olhos , o que me fez lembrar de uma coisa não muito agradável: que ele não sabia que Glória tinha me beijado.

Tremi com esse pensamento, mas tentei ignorá-lo por ora.

-Continua bebendo? – perguntou Frank, com uma voz cansada.

-E isso é da sua conta porque... ?

-Não é. – retrucou ele, evitando uma discussão – Desculpe.

-O que aconteceu com você, Gerard? – indagou ela, franzindo a testa. Agradeci mentalmente por ela estar agindo como se o beijo não tivesse acontecido.

Dei a Glória um resumo da história, e ela pareceu entediada.

-Christian sempre faz isso. – ela soltou um barulhinho de escárnio.

-Não é culpa dele. – constatou Frank – Quer dizer, não a parte de te socar, isso foi culpa dele sim. – disse ele, ao ver minha reação de indignação – Mas não é culpa dele toda aquela história de que você ia para o inferno e tudo o mais.

-Como assim?

-Não percebeu qual é a doença dele? – indagou Frank, com um sorriso cansado.

-Ele tem megalomania? – indaguei, com uma pontinha de esperança. Frank gargalhou.

-Talvez. Mas não, ele tem Complexo de Messias.

-O que é isso?

-A pessoa acha que é Deus.

Fiquei em silêncio por um longo tempo.

Fazia sentido.

-O chamado dos Banshees... Hey hey... – Gloria cantava baixinho, tentando se tornar alheia à nossa conversa.

-Então ele tem mesmo esse... Complexo de Messias?

-Sim. Desde que era pequeno. Ele sempre foi meio agressivo, mas isso só piorou quando descobrimos que ele tinha esse complexo. Desculpe por ele ter feito isso. Ele foi um imbecil. – disse Frank, mordendo o lábio inferior – Toda essa história começou quando ouviu um tio dele dizer a seguinte frase, por um motivo que eu já não lembro qual era: “Como Deus é minha testemunha, os infiéis vão pagar”. E desde então, ele age como se fosse Deus na Terra. Pode parecer ridículo, mas... Para ele, isso é sério. E esse complexo acabou acarretando muitos problemas, como qualquer doença. Só que... Isso acabou afetando a mim... E a Glória. – ele fez um gesto em direção à garota, que ainda cantava baixinho, balançando levemente sua garrafa de cerveja.

-Bem chamem o assassino... O orgasmo... Um espasmo de amor e ódio... Que vai nos dividir...

-Pode me dizer o que está cantando, sua anormal?! – perguntou Frank, arqueando as sobrancelhas ao ouvir algo sobre “orgasmo”.

-Nada.

Frank abriu a boca para retrucar, mas preferiu balançar a cabeça e voltar à nossa conversa anterior.

-Enfim, continuando. Ele acha que é o... O moralista e o tolerante. Mas não é nenhum dos dois, muito menos tolerante. – ele revirou os olhos – E...

-O chamado dos selvagens, hey hey! Morte para a garota no fim da serenata...

-Glória, pode calar a boca por um segundo?! – rosnou Frank, olhando para ela. Glória mostrou a língua e tomou mais um pouco da cerveja.

-VENDETTA!

-Ah não. – murmurou ele.

-SWEET VENDETTA!

-Cala a boca, G...

-THIS BERETTA.

-Ahn, Glória, eu...

-OF THE NIIIIIIIIGHT!

-Gl...

-THIS FIRE! AND THE DESIRE!

-PORRA, GLÓRIA! – disse ele, tapando a boca da menina. Glória tentou lutar contra ele, mas sem sucesso. Contentou-se em calar a boca.

-Idiota. – murmurou o baixinho. Glória revirou os olhos, mas ficou quieta, ainda lutando levemente contra a mão de Frank na boca dela – Enfim... Espero que isso não tenha te perturbado muito, Gerard.

-Não ligo de ouvir Glória cantando.

-Não isso. – ele riu e senti minhas bochechas esquentarem – Aquela briga com Christian.

-Ah, não. Não me perturbou. É só que... Eu já podia ouvir os tiros sendo disparados num parasita sagrado. Ou seja, eu.

Frank riu.

-Ele não ia chegar a esse extremo, creio eu.

-Como não? Sou um estraga prazeres de Detroit, bebo de um poço de fúria. É óbvio que ele vai chegar a esse extremo! Alimento-me da fraqueza com todo meu amor!

-Chame o capitão, hey hey. – disse Glória, com um sorrisinho enigmático. Frank fechou a cara para ela, o que fez a menina fitar o chão e murmurar – Morte ao grande amor que você tanto sonhou...

-Christian é uma ameaça. Um coquetel molotov sobre a casa, que pode explodir a qualquer momento. Mas parece que nada desarma ele...

-Eu sei o que pode desarmá-lo.

Eu e Frank viramos as cabeças em direção a Glória, que estava toda esparramada no sofá, com um olhar inocente.

-O que foi? – indagou ela, com um tom inocente.

-V-você... Sabe? – perguntou Frank.

-Você achou que eu fosse um caso perdido, é melhor pensar de novo. – disse ela, mostrando a língua.

-Tá, tá, dane-se. Qual é o jeito de desarmá-lo?

-Chame o pacifista. – ela sorriu.

Franzi a testa levemente.

-Como assim, Glória?

-Ah, esqueci que você não estava lá, Gerard. – ela revirou os olhos divertidamente – Veja bem, uma vez, ele chegou para mim com esse papinho de “religião, religião, blablablá”. Eu simplesmente chamei o pacifista, virei para ele e disse “Vou te mandar de volta para o lugar onde tudo começou”, e ele se afastou de mim. – ela deu de ombros – Funcionou para mim.

-Ok, mas... Quem é o pacifista? – perguntei, olhando para Frank, que também tinha uma cara interrogativa.

-Vocês vão saber um dia. – ela sorriu enigmaticamente antes de tomar mais um gole de sua cerveja.

De repente, Frank se levantou e saiu da sala, deixando eu e Glória sozinhos na sala. Ela se levantou e sentou do meu lado.

-Precisamos conversar sobre o que aconteceu na minha casa.

Não respondi, simplesmente fitei seu rosto.

-Não me arrependo do que fiz. – comentou ela, olhando para as próprias unhas pintadas de esmalte preto – Eu realmente me interessei por você, sabe?

-Glória, entenda que eu não faço o seu tipo.

-Claro que faz, meu bem! Você...

Glória nunca terminou o que ia falar, porque ouvi um barulho estranho vindo do meu quarto. Corri até lá e encontrei a janela aberta, com um bilhete colado nela.

“Agora o zelador virou coveiro, agora sairei por aí e buscarei o pacifista, antes que isso vire o novo massacre de St. Valentine.”

Arregalei os olhos ao notar que aquela era a caligrafia de Frank. Mordi o lábio inferior e olhei para Glória, que lia o bilhete junto comigo.

-Oh. – disse ela, sem parecer surpresa – Ele entendeu quem é o pacifista.

-Faça alguma coisa sobre isso! – falei, exasperado e preocupado com o que poderia acontecer ao baixinho.

-Well call up the Gaza, hey hey! Hey hey hey hey hey! Death to the ones at the end of the serenade…

Dito isso, Glória saiu do quarto e foi embora, batendo a porta da sala delicadamente e me deixando sozinho no quarto, completamente confuso.


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Notas finais do capítulo

Ok, primeiramente, Glória estava levemente bêbada, mas quase tudo do que ela disse será levado em consideração mais pra frente -qq
Não vou dar uma interpretação enorme de Peacemaker porque nem eu entendo direito. Acho que é mais uma música sobre a paranóia de Christian em relação a Glória, ou vice-versa. Eu realmente não sei.
Se alguém tiver alguma ideia...... >.> Sempre foi a música mais obscura pra mim, e eu sempre quis saber o que significava.
Anyway.
Cya!