21st Century Breakdown escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 10
Last of the American Girls


Notas iniciais do capítulo

Vish, demorei "um pouquinho", né? '-------'
Desculpa a demora. Estava meio tenso enfiar essa música na fic. Ela vai ser meio inútil nesse capítulo, mas depois ela vai ser importante. Lembrem-se, dela, ok? -qqqqq
Explicações da música lá embaixo.
Espera.
Deixa eu desabafar com vocês? Podem pular, se quiserem.
Alguém mais aqui tá morrendo de preocupação com o Billie, ou sou só eu?
Não, é sério. Eu acabei de ler um artigo sobre isso (http://www.rollingstone.com/music/news/green-day-producer-billie-joe-armstrongs-rehab-is-no-joke-20121012 - tá inglês, viu? Não achei o artigo em português, sorry >.>) e... Porra... Eu sei que ele nem sabe que eu existo e eu também nem conheço ele pessoalmente, mas... Acho que só fã entende o que é ver o próprio artista favorito ter uma recaída de novo. O Billie já chegou a ser preso por dirigir bêbado anos atrás, e agora ele voltou com o álcool? Para ele voltar com isso, deve estar acontecendo algo muito sério na vida dele, e cara, eu estou sincera e profundamente preocupada com ele. Não só eu como uma horda de idiots, claro. E dói mais ainda saber que nós não podemos fazer nada, a não ser torcer pelo Billie...
Argh, desculpa. Eu só estou preocupada e triste por causa dessa história toda de reabilitação e tudo o mais.
Enfim.
Edit: a burra aqui esqueceu de avisar que a primeira parte é POV Gerard, e depois da separação, é POV Frank.
Enjoy!



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Continuei encarando a janela, pensando no que fazer, mas eu tinha muita coisa na cabeça. Não dava pra pensar em uma solução. Por isso, apenas me sentei na cadeira e fechei os olhos, tentando afastar a dor de cabeça que começava a surgir. De repente, abri os olhos e notei que a pilha de folhas de papel estavam todas bagunçadas. Franzi a testa.

Por que Frank pegou uma folha?

–X-

Saí da casa de Gerard e andei o mais rápido que pude até a casa de Christian. Eu sei que não era a coisa mais sensata a se fazer, já que ele tinha acabado de me esfaquear, mas eu precisava acabar com aquilo, antes que Christian fizesse mais alguma idiotice e acabasse afetando outras pessoas...

... Se ele afetasse o Gerard... Eu estaria perdido.

–Abre a porta logo, Christian! – gritei, ao ver que ele não abria a porta. Dois minutos depois, ele abriu a porta, com uma cara de sono.

–O que é... Ah, é você, Frank. – murmurou ele, recostando-se na porta – O que quer? – perguntou ele, com um sorrisinho perverso.

–Eu te trouxe o que você quer.

–O quê? – indagou ele, arqueando as sobrancelhas.

Puxei o papel dobrado que estava em meu casaco e entreguei a Christian, que leu, em voz alta:

–... Eu queria que houvesse um jeito de fazer Christian voltar ao normal. Poderíamos ser como éramos quando crianças, ou até mesmo mais que isso. Ah, quem dera nós pudéssemos viver juntos e felizes. Só preciso que ele volte ao normal, que pare de fingir que é revolucionário, que aja conforme seu próprio pensamento...

A voz de Christian começou a falhar e ele deixou o papel cair no chão, com o olhar arregalado. De repente, Christian virou seu rosto em minha direção, com um sorriso estampado no rosto.

–Então ela... Ela gosta de mim?!

Assenti.

–Ah, Frankie, obrigado, obrigado, obrigado! – disse ele, me abraçando fortemente – Não acredito que ainda pôde fazer isso por mim mesmo depois que eu te esfaqueei! Ah, eu sinto muito por isso, sinto mesmo!

–Tudo bem, tudo bem. – falei, calmamente. Ele sorriu mais uma vez para mim e saiu porta afora, dizendo que ia encontrar Gloria e que os dois ficariam juntos para sempre. Enquanto isso, eu tinha que arranjar um jeito de...

... Sair do país.

Porque quando ele descobrisse que fui EU quem escrevi aquilo... Eu estaria morto, com certeza.

Suspirei profundamente e me levantei para ir embora, quando me deparei com um DVD jogado perto da televisão. Decidi colocá-lo no aparelho para ver o que era, afinal, eu não tinha nada a perder, não é?

De início, a tela ficou toda preta. Alguns segundos depois, um cenário apareceu. Era um jardim, com uma piscina de plástico em um canto, uma mesa em outra e vários brinquedos espalhados pelo chão. Na frente, três crianças sorriam e acenavam, todas as três com dentes faltando.

A primeira criança tinha os cabelos espetados e pretos e vestia uma camisa vermelha e calça jeans. Tinha cara de travesso e realmente era, porque puxava o cabelo da segunda criança, que era uma menina, com longos cabelos escuros e olhos verdes. Seu rosto se contorcia em uma careta de dor por causa da primeira criança, e ela tentava se afastar dele, mas não conseguia. A terceira criança era...

... Era eu.

Subitamente, me lembrei daquele dia. Foi a festa de aniversário de Christian, quando ele fez sete anos.

Foi a pior festa de aniversário de todas...

–Chris, pare de puxar o cabelo de Gloria! – disse alguém, provavelmente a mãe de Christian, atrás da câmera. Christian apenas mostrou a língua e continuou puxando.

–Para, Christian! – choramingou a pequena Gloria, com uma cara de desconforto.

–Para com isso! – falei, com minha voz fofamente infantil, olhando para Christian – Tá machucando ela!

Subitamente, ele parou de puxar o cabelo dela e mostrou a língua novamente.

–Boba!

Os olhos de Gloria se encheram d’água e ela começou a chorar. Observei a mim mesmo andar até ela e abraçá-la desajeitadamente. Gloria fungou mais algumas vezes e me deu um selinho, me fazendo corar violentamente, enquanto os adultos à nossa volta soltavam “awwns”, como se isso fosse a coisa mais fofa que já haviam visto.

Só que Christian não achava fofo. Seu olhar transmitia raiva, muita raiva mesmo, como se ele fosse capaz de assassinar alguém.

E foi o que ele fez.

A imagem começou a falhar e mudou subitamente para uma imagem de uma casa queimando, com pessoas correndo e algumas até mesmo sendo engolidas pelo fogo. Em um canto, Christian sorria perversamente, com um acendedor em uma mão e uma garrafa de álcool na outra. Seus olhos estavam transbordando raiva, o que o deixava ainda mais estranho, ainda mais com a imagem refletida do fogo que ardia na casa, queimando tudo o que antes era um cenário de felicidade.

A imagem mudou novamente, mostrando Gloria em cima de um palco, com roupas azuis e um chapéu da mesma cor ridículo, no dia da nossa formatura do terceiro grau. Gloria estava muito linda, devo admitir, e em um estado mil vezes melhor do que seu estado atual. Um sorriso estava estampado em seu rosto enquanto ela segurava seu diploma, seus cabelos negros estavam soltos e caíam por seus ombros de um jeito meio sexy.

De repente, o diretor chamou meu nome e eu subi, apertando sua mão, pegando meu próprio diploma e indo para o canto do palco, junto com os outros alunos. Reconheci vários dos meus ex-colegas ali, mas só pude olhar para Gloria, pois ela realmente parecia muito feliz. Aquele cenário me pareceu tão distante que pensei por um segundo que aquilo que eu estava assistindo era um sonho.

Assisti Gloria sorrir mais ainda, me abraçar e juntar nossos lábios, com uma alegria incontida, enquanto eu retribuía, igualmente feliz. Lá embaixo do palco, vi os pais de Gloria sorrindo também, e aplaudindo-nos.

A imagem mudou pela terceira vez, mas a única coisa que apareceu foi uma tela preta. Ficou assim por dois minutos, até que uma melodia começou a tocar:

Ela coloca sua maquiagem, como o grafite paredes da terra natal

Ela tem seu pequeno livro de conspirações em sua mão

Ela está paranoica, como espécies em extinção

Ela é única, ela é a última das garotas americanas

Subitamente, reconheci a voz de Christian tocando junto a um violão, e era mais que óbvio que a canção era para Gloria. Porém, antes que eu pudesse ouvir mais alguma coisa da música, ela parou.

A tela preta foi substituída por um último vídeo. Mostrava um bar lotado, com um pequeno palco em um canto, onde cinco garotos riam e conversavam descontraidamente, com instrumentos musicais perto.

Era eu e minha banda, Pencey Prep.

De repente, me lembrei daquele show. Foi o que levou ao término da banda, o que matou o nosso tecladista Shaun Simon e que abalou a mim e o resto da banda tão profundamente que nunca mais tocamos juntos.

O vídeo começou como eu esperava: nós conversamos por mais alguns minutos, até que começamos a tocar uma música qualquer, agitando bastante as pessoas que se encontravam no bar. Só que, enquanto tocávamos um cover da música Tick tick boom, do The Hives, ocorreu uma explosão.

O que foi analisado pela polícia era que um dos nossos materiais deveria ter superaquecido e causado a explosão, e foi o que todos aceitaram, menos eu. Eu sabia que não podia ser um superaquecimento, porque nós desligávamos tudo por alguns minutos, em nossas pausas, justamente para isso não acontecer, e aquela noite não foi uma exceção. Só que eu tive que deixar esse assunto de lado, afinal, não havia nada a fazer. Perdemos 50% do nosso equipamento, Shaun estava morto e a nossa carreira já havia ido por água abaixo.

Mas aquele vídeo trouxe a confirmação da qual eu precisava: enquanto a explosão ocorreu, vi um vulto passando por trás de nós, correndo até o nosso equipamento e indo embora. Xinguei baixinho por não conseguir ver quem era, mas já estava bom o suficiente para mim.

Mas...

... E se foi Christian?

Não, ele não é tão louco assim.

Após esse vídeo, a tela ficou preta novamente e o DVD acabou. Suspirei profundamente e me levantei, tirando-o do DVD player. Quando fui colocá-lo de volta na caixa, encontrei um papel muito velho e amarelado, dobrado e enfiado de qualquer jeito ali dentro. Tirei-o e passei os olhos. No meio da confusão de palavras riscadas e rabiscos sem sentido, estava escrito uma letra de música:

Ela veste seu sobretudo para a chegada do inverno nuclear

Ela está andando de bicicleta, como uma fugitiva da massa crítica

Ela está em uma greve de fome por aqueles que não terão o que comer no jantar

Ela ganha o suficiente para sobreviver a um feriado da classe trabalhadora

Ela é uma fugitiva do sistema corporativo

Ela não vai cooperar, ela é a última das garotas americanas

Ela toca seus discos de vinil cantando canções na beira da destruição

Ela tem uma queda por todos os criminosos quebrando as leis

Ela virá primeiro para o fim da civilização ocidental

Ela é uma guerra interminável, ela é a heroína de uma causa perdida

Como um furacão no coração da devastação

Ela é um desastre natural, ela é a última das garotas americanas

Arqueei as sobrancelhas ao terminar de ler a letra. Daria uma música boa, sinceramente, mas por que Christian escreveria uma música dessas e a esconderia de todos?

É... Parece que ele realmente está apaixonado...

De repente, me lembrei que já estava na casa dele há mais de duas horas e meia, e ele provavelmente já estaria voltando; na verdade, já era estranho ele não ter voltado ainda.

Coloquei o papel de volta no lugar de qualquer jeito e saí correndo da casa de Christian. Ainda com o objetivo de voltar para casa, andei rapidamente pelas ruas, mas uma pessoa me parou: Gerard.

–FRANK IERO, NUNCA MAIS ME ASSUSTE DESSE JEITO! – gritou ele, ao esbarrar em mim na rua. Seu olhar estava realmente raivoso, o que me assustava ligeiramente. Nunca havia visto ele assim antes.

–Gee, eu...

–TEM IDEIA DO QUANTO VOCÊ ME ASSUSTOU, SEU... SEU...

–Gerard, calma, eu tinha tudo sobre controle.

–SOBRE CONTROLE?! FRANK, ELE ACABA DE TE ESFAQUEAR E VOCÊ DIZ QUE TEM TUDO SOBRE CONTROLE?! VOCÊ FOI ATÉ A CASA DO CHRISTIAN, NÃO FOI?!

–Fui, mas...

–VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUANTO EU FIQUEI PREOCUPADO?

–Espera, você ficou preocupado?

Gerard abriu a boca para retrucar, mas fechou-a logo em seguida, suas bochechas ficando escarlate em questão de segundos.

–Não, esquece isso. – murmurou ele, olhando para o chão, visivelmente desconfortável. Sorri e levantei seu rosto.

–Awww você se preocupou comigo!

Ele fechou a cara e girou nos calcanhares, empinando o nariz.

–Anda logo, vamos pra minha casa.

–Mas eu ia pra minha c...

–Não interessa. – retrucou ele, rispidamente – E não fale comigo no trajeto!

Ri baixinho e segui-o, revirando os olhos ocasionalmente ao sentir seu olhar em cima de mim.


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Notas finais do capítulo

(Perceberam o humor negro de Tick tick boom com a explosão, né? Ótimo. -qn)
Bom... Obviamente, é uma música falando da própria Gloria, né O/ (Mas segundo o Billie, as primeiras oito linhas são sobre a mulher dele, Adrienne ♥) Essa música caracteriza a personagem "Gloria", mais do que Viva la Gloria, ao meu ver. Mostra ela como uma garota que realmente quer mudar o mundo e tudo o mais, idealiza ela como uma verdadeira garota americana deveria ser. Pelo que eu entendi através da música, a garota americana seria uma espécie de "troublemaker" por uma boa causa, entende? Como uma "heroína" que arranja confusão, mas que, no fim, ajuda os outros. A garota americana idealizada na música seria mais ou menos como eu estou retratando ela na fic: revolucionária. Por isso a parte "ela tem seu pequeno livro de conspirações em sua mão", e a parte "ela está em uma greve de fome por aqueles que não terão o que comer no jantar".
Segundo o que eu li por aí, a parte "Ela é uma fugitiva do sistema corporativo, ela não vai cooperar, ela é a última das garotas americana" seria o maior elogio que Christian (o ponto de vista seria dele, na minha opinião) pôde pensar para Gloria.
Outra parte que eu queria destacar era "Ela tem uma queda por todos os criminosos quebrando as leis". Esses tais criminosos quebrando as leis seriam os "supostos criminosos", entendem? Aqueles que furtam coisas insignificantes, picham paredes, enfim, fazem crimes muito pequenos e muito insignificantes, porque esses sim são considerados os "criminosos quebrando as leis", enquanto os verdadeiros criminosos que realmente roubam dinheiro e sei lá mais o que estão na política. Esses não são considerados criminosos, não é? Esses estão apenas "exercendo seu dever" de cuidar do povo.
(Juro que essa minha fic ainda gera polêmica um dia)
Enfim, chega de falar de política por ora.
Cya c: