Krytus escrita por Isabella Lopes


Capítulo 6
She said, I said...




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16 de janeiro de 1927

Esses dias me concentrei em ler o diário. Estou quase acabando e Jess está lendo o de nossa mãe. Já descobrimos muita coisa, mas nada sobre a memória de Rosál ter sido apagada, o que é o mistério chave para completar essa história do passado assombrado de nossa família.

Descobrimos que quando perguntavam para Rosál como havia conhecido Gylber, ela dizia não saber, como se tivesse sido apagada de sua mente; Eles se mudaram no mesmo dia, na mesma noite para fora de suas cidades; Eles foram se mudaram para “esta cidade sem nome” (mas que tem um nome comprido) para tentar fugir das maldições e tentar viver sem depender da escuridão... Acho que essa ultima informação é a que mais me assusta. “... Depender da escuridão...” parecia que eles estavam amaldiçoados.

Esses dias estávamos tentando tomar coragem para tentar falar com papai, mas para isso deveríamos ter mais informações sobre todos esses acontecidos. Mas hoje à tarde vamos atraí-lo para a floresta, até a árvore em que achamos os diários.

Hoje é noite de lua cheia. Então iremos ficar no bosque depois das 18h para, depois que conversarmos, mostrar a ele o que aconteceu com a gente.

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-São 18 horas, Jay! Vamos. Não se esqueça dos diários.

Com a mesma velocidade que usamos para subir nas árvores no dia que achamos o diário, saímos correndo até chegar ao bosque e subir na primeira árvore mais próxima de casa. Nosso pai já estava a nossa procura, gritando “Seu tolos, vão ser mortos, voltem para casa agora!”.  Esperávamos sentados nos galhos da árvore, Jess havia colocado os diários no buraco da árvore em que os encontramos.

Papai nos avistou e chamou-nos para dentro. Não obedecemos (papai não gosta muito quando desobedecemo-lo). Saiu em disparada em nossa direção, ele estava bravo. Esperamos que chegasse mais perto e pulamos de árvore em árvore que seguiam para o meio do bosque.

Ao chegarmos, descemos das arvores e paramos encostados naquela em que estavam os diários até que ele nos alcançou.

- O que pensam que estão fazendo? É... é noite de lua cheia e vocês deveriam estar em casa. Não podem ficar aqui. Eu não posso ficar aqui.

- Nós voltaremos para casa só se o senhor nos explicar o isso se significa. Jess pegou os diários e mostrou-lhes para papai.

- Nós já sabemos que um deles é seu e outro de mamãe. Sabemos também de “quase tudo” sobre vocês. Queremos saber o que aconteceu com aquela Rosál que se esqueceu de tudo.

Eu falei confiante e determinado a fazê-lo falar, ou não voltaria para casa. Completei:

-Também quero saber sobre essa sua preocupação com a lua cheia. Tens medo?

Ele caiu de joelhos em nossa frente, suas pernas balançaram e ele perdeu o equilíbrio. Percebemos que estava aflito. Mas com o que?

Nos ajoelhamos a sua frente para podermos conversar melhor. Ele parecia desesperado.

-Não podem ficar aqui. Se a lua cheia surgir e vocês... não, não podem  se isso acontecer... não, não vai ter volta, não posso permitir... tenho que... o porão, há correntes lá, eu usava...

A MALDIÇÃO.  PAPAI FOI AMALDIÇOADO ASSIM COMO MAMÃE ANTES DE SE MUDAREM. E pelo que parece ela os seguiu e foi passada para nós.

Ele estava ofegante, falava rápido mas não completava todas as falas.

- O senhor quer dizer: Vocês matarem, se isso acontecer se transformaram, tenho que tranca-los, eu usava nas luas cheias para me prender!

Jess completou os trechos. Conclui:

-Já sabemos pai. No dia de nosso aniversário nós... ocorreu nossa primeira transfomação e...

- Os guardas? Vocês...?

-Fomos nós.

Precisávamos de ajuda. Ele era o único que poderia nos ajudar já que mamãe não fazia nem ideia de sua própria maldição.

Ele empalideceu. Seu corpo estava frio e seus braços, que estavam segurando nossas mãos, se soltaram e ele usou-os para apoiar o corpo sobre o chão.

Ele nos olhou e nos explicou tudo sobre ambas as maldiçoes. Resumindo:

Um cervo da Lua e uma criada da escuridão: Um lobisomem e uma vampira. Em Mystic Falls, os ancestrais de Rosál libertaram os vampiros; Os ancestrais de dele libertaram os lobos das entranhas de uma igreja, em Wolfsberg. Mas por algum motivo, alguém matou aqueles que fugiram, mas se esqueceu de algumas vítimas “amaldiçoadas”: Nossos ancestrais.

Depois dos primeiros McGurats e Gragans (se passaram muitos anos), os descendentes não completaram a maldição (eles sofreram a primeira transformação, mas nã mataram niguem, por isso a maldição não foi concluída) até que nossos pais. Ao completarem 16 anos, se transformaram, e mataram. Mas ocorreu algo diferente, como essa “maldição” ficou anos sem se concretizar, ao afetar Rosál ela perdeu o controle e se tornou outra pessoa.  Quando saíram de suas cidades e se encontraram, Rosál esqueceu sua parte “amaldiçoada” e por algum motivo eles não sofreram mais a maldição desde esse dia . Meio comprida, mas é essa a história.

- Não sei se mamãe contou-lhe sobre semana passada. Nós quase...

Jess completou minha frase. Eu não consegui completar, não queria lembrar daquilo.

-... Quase nos matamos. Fiquei com raiva e bati em Jay, daí em diante nos atacamos.

- Naquele momento subia uma raiva tão forte. Entorpeceu meus sentidos e era como se o fato de sermos irmãos...

Antes que eu pudesse completar ele me interrompeu:

- o fato de sermos irmãos não existisse naquele momento.

- Como o senhor sabe? Nós perguntamos ao mesmo instante.

-Isso infelizmente aconteceu comigo. Vocês tinham um tio.


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