POV Tori.

- Trina, você não pode sair! – Eu gritei novamente, puxando o pé dela enquanto André tentava a levantar.

Loucura é uma palavra que descreveria esse momento.

- EU POSSO SIM! – Ela pareceu desesperada. Tentou se empurrar até a porta, mas ele havia a pego pelos braços. Com muito esforço, a seguramos e a levamos para o sofá. Eu sentei em cima dela, apenas para ela não sair.

- TRINA VOCÊ NÃO PODE! – Eu gritei, segurando os braços dela para baixo. Ela me arranhou!

- Olhe a chuva lá fora, garota! Você não pode sair! – André gritou com ela. Trina é mais do que louca e irritante,ela também é teimosa e ... Impossível!

- E como fica meu horário com a cabeleireira mais famosa de Los Angeles? – Seu tom era preocupado e desesperado.

- Não tem mais. Ela também deve estar em casa! Esqueça. Ninguém vai sair assim. – Eu gritei olhando pela janela. Ficamos em silêncio quanto a Trina havia se acalmado, André foi até a cozinha e trouxe deliciosos chocolates-quentes para nós.

Eu aceitei e tomei com a maior gratidão, era o que eu mais precisava.

Trina foi para seu quarto depois de um tempo, eu estava sentada no sofá ao lado do André. Estávamos vendo o noticiário.

- E então, o que a Jade disse? – Perguntei.

- Ela não ficou tão brava assim. – Tentei esconder minha felicidade ao ouvir isso. Ele parecia bastante alegre.

Um clima confortável se instalou entre a gente.

- Oh, isso é bom. – Ri. Tentei parecer preocupada. – E quanto ao Beck, ela disse algo sobre ele?

- Não. Provavelmente ainda deve estar dormindo. – Ele respondeu. Sorri. Eu acho... Que se é pra ser assim, o Beck poderia voltar a me trair com Jade... Oh, não! Tori, não!

Mesmo assim, eu não sinto dor com isso. Eu não estarei com um coração machucado, eu acho.

- O que você quer fazer agora?

- Qualquer coisa que não seja ir lá para fora. – Ele respondeu fazendo uma careta, eu não pude deixar de rir. André era incrível. 

- Uh,jogar Quest é uma boa ideia? – Perguntei.

- Boa ideia, garota! – Ele pareceu interessado.

Ri ainda mais. – Vamos lá...

POV Cat.

- E então, vocês fizeram... Sexo. – Eu falei, revirando divertidamente os olhos.

- O QUE? – Mamãe gritou, com os olhos arregalados enquanto se levantava bruscamente do sofá.

- E-EU, eu estava bêbado! Você que partiu para cima de mim. – Papai se defendeu quando mamãe chegou perto dele, o ameaçando com o olhar. Eu acho que se ela tivesse uma tesoura, as coisas estariam mais feias...

- MENTIRA! – Ela gritou. – QUEM ME TRANCOU LÁ?

- Foi um menino, não lembra Jadey? Loiro, alto e de olhos verdes.Ele havia falado para você que era incrivelmente linda e que iria te trancar dentro de um quarto para ter você só para ele. – Eu menti inocentemente, imaginando a expressão de papai.Mentir é ruim, mas nesse caso... É mais que necessário!

Os olhos de papai pareciam que iriam sair. Ele abriu a boca, mais não falou nada. Seus olhos estavam tristes e furiosos. Rapidamente sua expressão voltou ao normal, e mamãe nem viu isso. Ela estava andando de um lado para o outro.

- E os outros, sabem disso? – Ela pareceu se acalmar.

- Sim. – Respondi sorridente. – Vocês estavam umas bagunças!

Mamãe corou. Papai também. Eu ri.

- E, e André ficou bravo? – Ela perguntou.

- Não. Passível... Como o Eddy do clube de xadrez... Passível... – Respondi. Eddy era um cara legal, só que ele tinha uma cabeça meio doida...

- E a Tori? – Beck perguntou, eu não senti emoção em sua voz.

- Um pouco, não tanto quanto a Jadey ficaria... – Fui sincera. Eles se olharam.

- E-Eu não acredito que fiz isso. – Ela pareceu preocupada.

- Pois bem, acredite... Você fez. – Nada reconfortante papai.

Ela suspirou, se sentando ao meu lado no sofá.

- Eu traí André. – Ela falou. Não, Jadey... Você traiu Beck. Suspirei mentalmente.

- E eu traí Tori... – Beck falou. Eu olhei com indignação para ele.

Eu dei o celular do Beck para ele, ele pegou e ligou para a Tori. Chamou, chamou ... E ela não atendeu, deveria estar ocupada com o André, se é que você me entende! Ou seu celular deveria ter caído na privada... Meu celular já caiu varias vezes lá, um dia, minha mochila também caiu e eu pedi meu irmão para tirar ela de lá, só que ele estava meio irritado naquele dia então quando ele...

Um trovão despertou meus pensamentos. Olhei para o céu, as minhas janelas ainda tinham aquelas gotinhas de água... Suspirei.

- Quando a chuva acaba? – Eu perguntei,olhando para o chão.

- Não sei. – Ele respondeu, tranquilo.

- Eu também não. – Mamãe estava pasma.

Eu teria que anima-los. – A-Alguém quer jogar... twistter?

Mamãe e Papai se entreolharam, e depois sorriram para mim. Uh, boa ideia Cat!

POV Beck.

40 minutos depois.

-  Ah, cuidado.Não! Direita. – Jade falou, passando por baixo de mim. Cat era ainda a única em pé.

- Beck! – Jade gritou, Cat pareceu ir atender o telefone. Na mesma hora, eu caí de uma forma proposital em cima dela. Saímos rindo.

E nossa! Como ela estava sexy... Mas, ela sempre foi. Rolamos pelo chão, ou melhor, pelo tapete do jogo. Ela ainda ria. Eu me inclinei de um jeito por cima dela, com as mãos em sua cintura. Eu não sei o porquê ou como ela não revidou... Mas, eu a beijei. Eu também não sei por que eu fiz isso. Mas eu a beijei apaixonadamente e com saudades. Pude sentir o gosto bom de seus lábios novamente. Ela beijava tão bem quanto eu me lembrava; E em nenhum momento ela quebrou o beijo.

Paramos por falta de ar.

Olhei atentamente para os olhos azuis dela, esperando alguma reação má. Mas ela sorriu de um jeito tímido e se sentou no chão. Eu a olhei confuso.

- D-Desculpas. Eu não deveria... – Ela me interrompeu.

- Não, não precisa se desculpar. Apenas... – Ela foi se levantando,  mais eu puxei a mão dela. – Não se preocupe, não vou contar a ninguém.

- Não é isso... – Falei, ela me olhou com curiosidade. - ... Desculpas por tudo.

Seus olhos se arregalaram. Eu me levantei e peguei a sua mão. – Preciso conversar com você.

A levei até o quarto onde havíamos dormido, aproveitei que a Cat parecia entretida ao telefone. Fechei a porta.

- O que você quer? – Ela perguntou.

- Te pedir desculpas, e sim eu sou um idiota. – Eu falei, colocando minhas mãos nos bolsos da calça. Imaginando o que estava por vir...

- Eu sei, mas é ... Tarde de mais, não acha? – Ela perguntou, com uma sobrancelha arqueada enquanto cruzava os braços.

- Eu sei, mas... Ainda te amo, e não importe quanto tempo passe... Eu ainda vou te amar. – Eu a puxei para mim. Ela me olhou nos olhos, eu podia ver o desespero em seu olhar.

- Fale isso para  a Tori! – Jade resmungou. – Ela é a sua namorada agora, e é ela que gosta de clichês.

- Jade. – Eu usei mais força para segurá-la e não deixá-la ir. –Eu amo você, e não ela.

- Eu não me importo quem você ama, eu sei que você machucou meu coração de novo. – Ela suspirou, agitada. – Tudo bem, eu que beijei André, mas você agiu como louco! Pegou a Tori e me xingou. Você não quis explicações. Você quis sair de lá com a Tori!

- Desculpas se eu estava louco! Eu não suportava imaginar a garota que eu amo ficando com outro. – Eu segurei a mão dela, junto a minha. – Eu te amo demais para te deixar ir, cada dia sem você é impossível viver, Jade...

Ela fechou os olhos, disse algo sobre o quanto isso era clichê novamente. Soltou-se de mim, eu deixei, pois ela não havia gritado ou enfurecido. Imaginei o pior que poderia acontecer agora.

-... Eu amo você. – Sussurrei, apenas para eu ouvir. Para não achar novamente que isso era um sonho.

- Eu também. – Eu pude ter a certeza de que foi isso que ela murmurou enquanto fitava o chão.