The Immortal escrita por Laís di Angelo


Capítulo 5
Sangue dos Imortais


Notas iniciais do capítulo

Ai, eu sou tãaaooo boazinha, neh? Falei que ia postar só amanhã, mas já estou aqui de novo!
Esse capitulo acabou de sair do forno! Ameeeiii escrevê-lo! E quero que me digam o que acharam, hein, amores?
*Enjoy*



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Eu estava observando minhas colegas de Chalé treinarem quando Nico veio até mim.

   - Não vai treinar? A Caça a Bandeira é hoje. Acho que você devia treinar pra tentar sobreviver. Os semideuses não vão ter pena das Caçadoras hoje. – Ele se sentou ao meu lado.

   Eu sorri e sussurrei de volta como se fosse um segredo.

   - Eu não sou uma Caçadora.

   - Mas todos pensam que você é. – Ele disse no mesmo tom. – Devia tomar cuidado com isso. O pessoal esta inventando boatos por aí já que ninguém sabe de onde você saiu… E se você for mal na Captura vai ficar claro que você não é uma Caçadora e aí…

   - Nico. – Eu o interrompi. – Não precisa se preocupar.

   Ele deu de ombros.

   - Tudo bem. – Disse virando o rosto para outro lado.

   - Sabe… Aquele lado que você mostrou a floresta não é muito legal. Eu prefiro este lado aqui.

   Ele se virou novamente pra mim com o cenho franzido.

   - O preocupado?

   - O educado.

   O sorriso dele desapareceu e novamente ele se virou para o outro lado.

   - Aquele lado da floresta é o que eu costumava ser. E o que sou perto daquela Sibila, eu não a suporto vendo tudo sobre mim e vendo todos os meus pontos fracos, eu surtei quando soube disso… Mas… Isso aqui é estranho pra mim.

   - O que? – indaguei.

   - O fato de eu estar sendo educado com alguém. – ele riu. – Acho que é por causa da divida que tenho com você. Sou muito grato pelo que você fez.

   Dei um sorriso torto enquanto minhas bochechas queimavam. Era quase um “obrigado”, não era?

   - Obrigada por ter aparecido naquele dia. – Soltei repentinamente. – Eu acho que você não tem divida nenhuma comigo porque você também me salvou. Se não fosse você eu ainda estaria lá e… - Não terminei a frase. As palavras travaram. – Não acredito que confiei neles por todo esse tempo; ajudei eles… E tudo o que eles iam fazer era me matar…

   - Remoer não ajuda em nada. – Ele me interrompeu. – Falo por experiência própria. Olha, os deuses já estão dando um jeito nisso. Os Primordiais não podem me pegar, nem o cetro, nem a espada. É impossível com toda a segurança. E eles também não têm mais você. E todas essas coisas estão ligadas umas as outras… O Olimpo não vai deixar nenhuma delas sair do seu domínio.

   Artemis tinha me dito a mesma coisa. Eu não precisava me preocupar com nada. Já estava tudo quase resolvido. Isso era por conta dos deuses, não tinha a ver com mais ninguém. Mas de certa forma, saindo de Nico, aquelas palavras soaram até mais aconchegantes e firmes.

   - Logo você vai ocupar um lugar no Olimpo ou se unirá as Caçadoras… Tudo isso vai ser quase apagado da sua mente. – Ele continuou. – Apenas… Viva um pouco. Ficar trancada em um Palácio por seis décadas não é para qualquer um e agora você esta livre. Eu fiquei preso em um Cassino por quase setenta anos e me sinto bem agora.

   Olhei pra ele sobressaltada.

   - Como…

   - Meu pai me colocou lá. Eu tinha uns doze anos. O tempo não passa lá, nós não envelhecemos. E… Isso quer dizer que sou nove anos mais velho que você! – Ele acrescentou com um brilho repentino no olhar.

   - Ah, fala serio! E olha que eu me considero velha! Você é tipo… Um velho caquético.

   - E você é uma linda mocinha! – Ele ironizou.

   Minhas bochechas queimaram novamente.

   - Obrigada. – Eu disse.

   - Eu estava de brincadeira. – Ele riu. Quando vi já tinha lhe dado um tapa na cabeça. – Ai!

   - Foi brincadeira. – Sorri.

   - Gracinha.

   - Agora você não estava de brincadeira. – Eu ri e me levantei. – Vem, vamos treinar.

   Eu peguei sua mão e o puxei com força do banco. Com o impulso acabei sendo jogada pra trás e bati em um e-n-o-r-m-e garoto. Ele quase caiu em cima de um outro garoto e-n-o-r-m-e que estava na sua frente. Eu comecei a rir da minha desgraça.

   - Ah, me desculpem, rapazes! – Eu pedi entre risos.

   A má noticia é que ele pensou que eu estava rindo dele e a boa… Bem, não tinha noticia boa naquele momento.

   - Ô garota, vê se olha por onde anda, virgem de meia tigela! – Ele gritou com frieza.

   - Ô Senhor Ciclope, eu já pedi desculpa. Eu não sou como o senhor que só sabe ri da cara dos outros, ta?

   Nico permanecia em silencio atrás de mim, provavelmente esperando pra retribuir a divida que tinha comigo e acabar com aquele cara estupido.

   Atras do Senhor Ciclope, havia mais três semideuses e-n-o-r-m-e-s. Provavelmente eles eram daqueles bandinhos que ficam por aí rindo da cara e habilidades das pessoas. Sendo que a cara deles era feia pra caramba e que não tinham habilidades nenhuma, a não ser ficar se escondendo atrás um dos outros.

   - Com quem você acha que esta falando? – Ele me perguntou dando um passo a frente.

   - Eu tenho certeza que estou falando com um idiota, mané que só sabe falar e morre de medo de qualquer coisa e por isso esta sempre atrás dos amiguinhos ordinários aí. – Eu dei um passo a frente e sustentei seu olhar. - E você? Com quem você acha que esta falando?

   - Com uma encalhada Caçadora de Artemis que fica se intrometendo onde não é chamada e vive caçando alces com suas coleguinhas de quarto.

   A mão dele lentamente caminhou até a sua espada, seus amiguinhos deram um passo pra trás come se soubessem o que ia acontecer. Atrás de mim pude ouvir o barulho da espada de Nico. E o que esse garoto esta pensando? Me virei pra trás e lhe lancei um olhar fatal daqueles que funcionavam até com meu pai.

   - Você não tem nada a ver com isso, então, fica fora se não acabo com você também. – Me virei de novo aos Manés e percebi que eles estavam tão surpresos quanto Nico que aceitou numa boa o que eu disse e se sentou. – Olha aqui Senhor Ciclope, teve muitos erros na sua frase. Mas eu vou te ensinar tudo direitinho. – Sorri delicadamente enquanto colocava a mão no bolso.

   Peguei a pequena pedrinha preciosa e fechei minha mão direita em torno dela. Logo, eu estava segurando o cabo de uma espada de bronze celestial, com pequenas pedras de diamantes que podiam arrancar o braço de uma pessoa por si só.

   - Você sabia que eu já derrotei até Clarisse La Rue em uma briga? – Ele levantou sua espada. – Uma Caçadora de Artemis não vai ser nada.

   - Você sabia que eu não faço a mínima ideia do que você esta falando? – Ironizei.

   A deixa perfeita. Ataquei pelo flanco direito com rapidez.  O garoto bateu com sua espada na minha e a empurrou pra trás. Em menos de um segundo ele me atacou de frente e eu girei para a esquerda com a espada pronta para ser fincada em seu braço. Ele conseguiu defender o ataque, mas ainda sim causei um grande corte em seu braço. Irritado, ele passou sua espada na direção da minha barriga, mas quando eu choquei minha espada na sua e girei, a ponta da dele acabou atingindo meu pescoço e rosto provocando um talho de quase dez centímetros. Ele arregalou os olhos por algum motivo e eu ataquei. Bati com a parte chata da espada em seu punho e ele gritou de dor largando a espada. Antes que ela caísse no chão eu a peguei.

   - Primeira coisa. – Falei. – Caçadoras de Artemis sempre vão ser melhores que quaisquer filhos de Ares manés. – Olhei para o céu e acrescentei: - Não tenho nada contra a você, Ares.

   Joguei a espada de volta a ele como se ela fosse uma faca e a única coisa que ele teve tempo de fazer foi segurar. Sangue escorreu por sua mão no contato com a lâmina. Ele pegou no cabo da espada e me atacou com força e rapidez. Quase não tive tempo para desviar e ele aproveitou para me atacar de novo. Nossas espadas se chocaram mais uma vez e agora, estávamos mais perto. Girei minha mão e a ponta da espada passou raspando no abdômen do garoto. Ele deu um passo pra trás e aí eu comecei a ficar cansada.

   - Segundo: Eu estou enfrentando você e provavelmente vou ter que enfrentar seus amigos patetas depois. Sozinha. Então, quem é que se esconde aqui, hein, Senhor Ciclope? – Desviei de um ataque seu girando e parando atrás dele. No momento em que o garoto se virou minha espada se chocou com a dele e eu a empurrei com tudo fazendo-a voar para trás de Nico. Levantei meu pé e chutei com todas as minhas forças o peito daquele individuo. – Ganhei.

   Acho que a beleza daquilo me atingiu tanto que eu nem percebi que estava sendo atacada por trás.

   - Terceiro - Nico disse colocando sua espada negra entre eu e o cara otário amigo do Senhor Ciclope. – Não se ataca uma donzela indefesa pelas costas.

   Em um único movimento ele girou a espada e acertou a parte chata dela no pescoço do garoto fazendo com que ele caísse inconsciente.

   - Mesmo que ele não seja uma donzela ou não seja tão indefesa. – Completei. Olhei para o terceiro individuo, mas adivinha? Ele amarelou! – Isso mesmo, compadre. É melhor correr se ainda quiser me enfrentar na Captura a Bandeira hoje à noite, panaca!

   Para uma garota que passou muito tempo em um Palácio sem conviver com gente demais, você deve estar imaginando como eu conheço esse tipo de palavreado, né? Éter. Aquele ali fala coisa muito pior! Eu ainda estou falando coisas que não ofendem as pessoas.

   Foi então que percebi que eles me olhavam como se eu fosse uma… Alienígena? É, mais ou menos isso. Todos me encaravam abismados. Olhei para Nico que tinha uma expressão um pouco preocupada.

   - Por que nós não vamos conversar um pouco, hein, Eleanor?

   Não discuti. Ele pegou meu braço e abriu caminho entre os semideuses curiosos pra sairmos dali enquanto eles falavam: “Eu disse que ela não era uma Caçadora”, “O que ela é?”, “O que ela esta fazendo aqui?”, “Ela é uma deusa?”.

   Se ganhar de um cara e-n-o-r-m-e fosse tão ruim assim, eu teria engolido meu orgulho naquela hora, sabe? Mas só por eu ter derrotado o cara todo mundo me achava estranha?

   - Nico, o que esta acontecendo? – Perguntei exasperada.

   Ele parou e chegou perto de mim. Rapidamente ele levantou a mão e tocou meu rosto. Senti uma leve queimação onde ele tocou.

   - Olha. – Ele estendeu a mão e eu vi algo dourado nela. Sangue dos Imortais.

   - Ah, meu santo Olimpo! – Arquejei. – Eu me esqueci!

   - Pois é. Caçadoras de Artemis podem ser imortais, mas não sagram dourado. Ou sangram, tanto faz. Isso aqui é pra deuses ou filhos de dois deuses. Ou titãs…

   - Eu sei o que é isso, Nico! – Eu o fiz parar de falar. – O que eu faço?

   - Vamos fazer esse negócio sumir.

   Ele me levou até seu Chalé e me deu um bloco de Ambrosia e um pouco de néctar.

   - O que acontece agora? – Perguntei.

   - Ninguém sabia nada sobre você, agora a única coisa que sabem é que você é filha de dois deuses. E que você não é mesmo uma Caçadora.

   - Talvez no fim do mês eu seja. Elas são legais e eu não quero ir para o Olimpo. Não depois do que Zeus me fez passar… A questão é: acho que não muda muita coisa, não é?

   Ele me encarou. Seus olhos demonstravam chateação.

   - Eles simplesmente não sabem nada de você. – Ele deu de ombros. – Não acho que isso muda alguma coisa.

   Nós saímos do Chalé e ouvimos o sinal do almoço tocar. Caminhamos em silencio para o Refeitório. Antes de entrarmos eu o parei.

   - Obrigada por me ajudar com aquele cara lá na Arena. – Eu sorri docemente.

   Ele me lançou um sorriso e respondeu lentamente.

   - Pena que aquele golpe não iria mata-la. Aí eu não teria mais um divida com você.

   - Pois é. Mas de pouquinho em pouquinho agente consegue queimar essa divida. Podia começar com um “obrigado”…

   - Nem pensar.

   - Eu te agradeci! Por que não faz o mesmo?

   - Vou pensar no seu caso. – Ele sorriu divertido e entrou no Refeitório.

   - Esqueci que filho de Hades são teimosos. – Rosnei.

   - Eu ouvi, Branca de Neve! – Ele riu.

   - E daí? E não me chama de Branca de Neve, seu emo de quinta categoria!

   - Ui, ela ficou estressada...

   …


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Notas finais do capítulo

Eaí...? Sugestões? Ideias? Criticas? Elogios? Na caixinha abaixoo!
Muito obrigada pelos reviews lindos e espero muito mais, viu??
Milhões de beijos, gente lindaa!



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