The Immortal escrita por Laís di Angelo


Capítulo 12
Jardins de Sangue


Notas iniciais do capítulo

OooOi gente!
Não deu para postar ontem porque eu estava tendo simulados e estava estudando em qualquer tempinho livre.
Muito obrigada pelos reviews! Amei, serio!
Espero que este capitulo recompense pela demora :)
NÃO SE ESQUEÇAM DOS REVIEWS!



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 Enquanto estava tomando banho escutava os barulhos do lado de fora do meu Chalé. Devia ser alguma brincadeira dos filhos de Hermes, então, resolvi ignorar. Tomei um banho rápido e vesti uma calça de moletom e uma camisa. Estava indo para cama quando comecei a realmente prestar atenção nos barulhos.

Trovões.

Tirei a cortina pesada e negra da pequena janela no canto do Chalé e olhei para o céu através do vidro.

Raios.

Peguei o chinelo debaixo da cama e corri para fora do meu Chalé. As pessoas que não sabiam que aquilo era mais que uma tempestade nem ligavam. Voltavam da fogueira normalmente. Mas eu… Eu sabia o que era.

- Ah, onde ela pode estar?

Praia! Foi lá que a deixei… Mas ela foi se despedir das Caçadoras… O Acampamento era enorme, como ia acha-la?

Então, tudo parou. Apenas a leve brisa fria preencheu a noite. Fechei meus olhos.

Quais eram as possibilidades dela se acalmar tão rápido? Era mais provável uma batida na cabeça. Um monstro a fazer desmaiar. Ela mor…

- Nico! – Annabeth gritou.

Me virei para ela atordoado.

- Você viu a Ele…

Eu mal tinha começado e ela já respondeu:

- Na Casa Grande. Ela teve um tipo de piripaque e eu pedi a um filho de Hipnos para fazê-la dormir. Deu certo. Mas antes disso ela estava dizendo que eles iam vir e essas coisas.

Percy chegou, ofegante, e se pôs ao lado da namorada.

- Ela parecia que tinha fugido do hospício, sem brincadeira. – O insensível disse.

- Vou vê-la. – Falei.

- É melhor. Isabela me disse que você a acalmou da ultima vez. Pode fazer isso de novo? - Annabeth perguntou.

Eu não precisei responder. Comecei a andar rapidamente em direção a Casa Grande.

- Como funciona? – Perguntou Percy. – Ela fica nervosa e tudo explode?

- Ela é uma imortal, o poder dela não tem limites. O problema é que ela não se acostumou com ele porque sempre teve uma parede que impedia esse… Relacionamento. De repente a parede foi desfeita e o poder dela praticamente explodiu de uma vez só. Qualquer coisa que a deixe irritada demais, magoada demais, estressada demais acaba com raios e avalanche de memórias.

- O colar não esta ajudando? – Annabeth perguntou. – Thalia disse que pode absorver…

Olhei pra ela, acusadoramente.

- Você não acha que sabe demais? – Falei e ela deu de ombros. – O colar dá limites aos poderes dela. Acho que deve ajudar… Acho. – Repeti.

Entrei rapidamente na Casa Grande. Encontrei Isabela sentada em uma cadeira que dividia com uma garota ruiva; e sentado ao pé do sofá onde Eleanor estava deitada havia um garoto de cabelos avermelhados. Ignorei os presentes e, assim que entrei, fui direto para o lado dela. Atrás de mim pude ouvir a conversa entre Percy e o garoto desconhecido.

- É ele? – Perguntou o garoto.

- Sim. Ele é o Nico.

Me virei para eles.

- O que tem?

O garoto apenas deu de ombros.

- Eleanor falava de você.

- Ela não perde tempo. – Adicionou a garota ruiva.

Olhei atentamente para ela e percebi que ela e o garoto deviam ser irmãos. Resolvi ignorar o comentário dela e voltei a encarar Annabeth.

- Quando ela vai acordar? – Perguntei.

- Já devia ter acordado. – Ela deu de ombros, despreocupada. – Acho que não vai demorar.

Isabela riu. Levou as mãos até o rosto de Eleanor e começou a dar tapas de leve, mas ainda sim deixou marcas devido a pele quase transparente de Eleanor.

- ELEANOR! – Ela gritou.

Eleanor apenas virou o rosto. Vi que ela dormia, e que não estava desmaiada.

- Meu pai costumava chama-la de Branca de Neve. – A garota ruiva falou para mim. – Por que não beija ela e vê o que acontece?

Atrás de mim Percy e Annabeth reprimiram o riso, mas o garoto apenas bufou.

- Vamos parar de colocar o pai nessa história? – Ele falou. – Ele já se tornou odiado pelos Primordiais, não podemos piorar sua situação.

Olhei para ele.

- Seu pai é um primordial? Você conhece Eleanor?

- Meu pai é Éter. - Ele sorriu. 

- Eleanor que ficava conosco quando íamos ao Palácio. – A garota falou. – Já faz um tempo que não nos vemos, mas ela não mudou nada. - Acrescentou encarando Eleanor. Em seguida ela sorri e vira-se para mim. - Sou Bia. 

- Nico di Angelo. Vocês são irmãos gêmeos? – Perguntei debilmente olhando de um para o outro.

- Provavelmente. – O garoto respondeu. – Sou Ethan.

- Prazer. - Respondi. Depois me virei para Eleanor. - Mas, e aí, como vamos acordá-la…

Felizmente, não precisamos pensar. Lentamente, Eleanor abriu os olhos azuis, sem brilho algum. Ela fechou a mão em torno do colar e me encarou. Tirei os fios de cabelo de seu rosto e me sentei na beirada do sofá. Ela disse alguma coisa baixinho, de forma que quando me aproximo para escutá-la melhor ela segura meu pescoço e me olha aturdida.

- Eles estão vindo. – Ela repete.

Arregalo os olhos, mas logo me acalmo para tentar fazer com que ela mantenha o controle.

- Calma, ok? O que aconteceu? Por favor, mantenha a calma e não me mate.

Ela assentiu e se sentou, lentamente.

- Eu fui à praia e encontrei uma rosa vermelha. E me desesperei quando vi que as pétalas pingavam sangue e… Ouvi a voz de Nix dizendo para nos prepararmos. Eles estão vindo. – Ela me olhou aturdida.

Bia se levantou da cadeira, agitada.

- Os monstros que quase nos pegaram não pertencem aos Primordiais, provavelmente. Como poderiam saber que vinhamos  para cá? - Ela perguntou ao irmão.

- Eles descobriram que estamos aqui. – Ethan interviu. – Se forem atacados precisamos ajudar…

- O que vocês têm a ver com isso? – Perguntei de forma gentil.

- Eles são os possíveis sacrifícios. – Quem respondeu foi Quíron.

Foi como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas, mas tivessem colocado outro.

Ethan se levanta.

- E você? O que querem com você? – Perguntou.

- Eu sou o único que sabe a localização do Cetro. – Respondi.

Eleanor arfou e um raio cortou o céu. Olhei pra ela.

- Não precisa ter medo, nada vai te acontecer.

Ela olhou para outro lado e soltou o colar. Suas pedrinhas brilhavam de forma exuberante, de forma que percebíamos que ele estava absorvendo o poder dela. Como uma coisa dessas podia existir?

- Éter disse que Érebo me queria de volta, que não faria nada comigo, mas sei que é mentira. Por minha culpa eles não conseguirão o que queriam. Se eles vierem mesmo, os Primordiais vão querer me torturar dia a pós dia, você não os conhece, Nico. E… Deixa para lá. – Eleanor se levantou e começou a respirar fundo, numa tentativa de se controlar. – Mas por que esta todo mundo aqui?

- Isabela te encontrou. – Falou Quíron. – Lembra-se? Você estava descontrolada, e Annabeth chegou e tentou te ajudar, não deu certo e você foi… “dopada”.

- E o Percy me seguiu. – Annabeth acrescentou. – Ele ia ficar sabendo de qualquer maneira, mesmo. Foi ele que te trouxe. E esses dois estavam aqui quando chegamos. - Ela apontou para os irmãos filhos de Éter. 

Eleanor forçou um sorriso.

- Tudo bem, obrigada. O que vamos fazer? – Ela perguntou voltando a apertar o colar.

Quíron riu.

- Você vai para o Olimpo. Ordens do seu pai. Se atacarem mesmo o Acampamento…

- E vão! Nix deixou claro e aquela rosa… - Eleanor começou a andar de um lado para outro. - Quando Caos ainda estava aqui, ele dizia que as rosas eram como humanos. Inúteis, belos, porém, perigosos. – Ela hesita, como se a história fizesse mal a ela. – Uma vez me disseram que a rosa de pétalas de sangue era seu símbolo, pois elas eram uma metáfora das flores que ele cultivava.

- Como assim? – Pergunta Ethan.

- Sangue… Eles a cultivava com sangue de humanos. Não suportava a ideia de que seres imperfeitos, como deuses e humanos, andassem por aí. Este era seu modo de… Revolta, digamos assim. Agora, quem cuida do tal jardim é Érebo. O cheiro que aquele lugar emana no fundo do Palácio é…

- Você já foi lá? E esse jardim de sangue esta dentro do Palácio? – Indagou Percy.

- Não e sim. A parte norte do Palácio era proibida até para mim e não quebrava regras nessa época. – Ela me lançou um olhar penetrante. Como se a culpa fosse minha!

- Bem, - Annabeth se ajeitou. – O que faremos?

Bia se levantou.

- Óbvio, estão vindo por mim e meu irmão, então…

- Nós vamos fugir. – Completou Ethan. – Foi bom o tempo que passamos aqui…

- Então, eu vou ter que ir. – Falei me levantando. – Eles estão vindo atrás de mim também.

- O que? Não! – Eleanor me segurou. Sinto uma leve onda de eletrecidade percorrendo meu corpo. Por que aquele colar estupido não absorvia tudo de uma vez? – Não vai adiantar! Um filho de Hades e dois de Éter vão afetar os monstros num raio de quinhentos quilômetros!

Ethan riu.

- E você acha que a gente vivia como? – Indagou.

- Não posso deixar vocês irem. – Quíron interviu.

Uma discussão começou. Não me lembro muito bem o que tanto discutiam. Eu apenas encarava Eleanor como se pudesse desvendar o que se passavam por trás daqueles olhos sem emoção. Como se pudesse desvendar cada mistério, cada segredo que ela tinha. Ela sorriu de forma aconchegante e largou o colar, que pendeu em seu pescoço.

- Nós vamos Quíron! – Gritou Bia.

- Não, vocês não podem discutir…

- PAREM! – A voz de Isabela preencheu a sala toda e nos fez até abaixar a cabeça. – Não era assim que estava previsto…

Olhei pra ela, assim como todos na sala.  Seu olhos verdes agora estavam completamente amarelos e brilhantes.

- Ah, merda! – Falei. – Uma poesia?

- Nico, para de falar palavrão! – Eleanor mandou.

- Não falei com você, Eleanor. – Revidei no mesmo tom indiferente.

Para as pessoas de fora parecia que nós estávamos realmente brigando, mas aquilo era apenas uma brincadeira, já que ela era tão inocente que mal conseguia ouvir palavras sujas.

- Não, não era para ir três. – Isabela se jogou na cadeira e apoiou a cabeça nos joelhos. – Eram dois! Eu sei!

Eleanor se aproximou dela.

- Isabela…

Então, a filhota Sibila de Apolo agarrou o pulso de Eleanor e começou a falar em grego antigo algum poema. As palavras saiam de sua boca, mas ela não se mexia. É claro que era melhor do que ver a Rachel ser possuída, mas ainda sim era ruim. Eleanor se soltou de Isabela e se afastou, respirando com dificuldade.

- O que ela disse? – Perguntei a Eleanor, já que não tinha entendido uma palavra de Isabela devido a rapidez com que ela falara.

Ela apenas se virou e encarou um ponto atrás de mim. Em seguida seus olhos se arregalaram. Me virei sobressaltado e encontrei apenas Quíron em sua cadeira de rodas. Será que ela ainda não tinha percebido que ele estava assim…?

Ethan e Bia. Os dois não estavam ali. Deviam ter saído correndo enquanto prestávamos atenção em Isabela.

Eleanor me empurrou para o lado e saiu correndo. Eu a segui com rapidez. 

Não tínhamos nem saído da Casa Grande e já podíamos vê-los. Agarrei a mão de Eleanor, impedindo que ela desse o passo certo para morte.

Ethan e Bia estavam flutuando sobre dois pentagramas perfeitamente desenhados. Ambos desacordados e pálidos. Entre os dois, estava uma deusa com uma metade do corpo branca e outra negra.

- Melinoe, o que esta fazendo? – Indaguei.

Ela olha para mim, entediada.

- Eu seria mandada ao Tartaro por Hécate se não fizesse isso, ela esta me chantageando.

Eu sabia o porquê. Melinoe sempre teve uma divida com Hécate por ela tê-la trazido como uma imortal dos Campos de Asfodelos. E por ser um fantasma, Melinoe podia entrar em qualquer uma das fronteiras dos deuses. Inclusive o Acampamento.

- Se eu levar estes dois… - Ela continua – Posso finalmente estar livre dessa divida idiota.

- Por que só os dois?

Não pense que perguntei isso querendo que ela me levasse, mas não entendi o porquê de não me levar junto.

- Eles sabem como pegar você a partir de agora, di Angelo. Antes do dia em que você adentrou no Palácio Primordial em sua missão suicida, os Primordiais se perguntavam em como fariam você dizer alguma coisa. Tinham até medo. Acontece que agora, você se tornou fraco. E fraco um filho de Hades não pode ser. Infelizmente, você vai provar desse porquê a partir de agora. Suas fraquezas foram expostas.

Melinoe dá seu ultimo sorriso e estala os dedos se dissolvendo em fumaça negra levando os dois semideuses inocentes com ela.

Quer dizer que ela invade o Acampamento, aproveita que os dois semideuses saíram correndo e estavam completamente alienados e os prende para depois entrega-los a Hécate? Ótimo.

E o que ela quis dizer com “suas fraquezas foram expostas”? Eu não tenho fraquezas. Nem mesmo torturas me fariam abrir a boca. E isso não mudou. 

É quando ouço os soluços ao meu lado e a mão fria encostada na minha. A voz de Melinoe ecoa em minha mente novamente.

Suas fraquezas foram expostas.


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Notas finais do capítulo

Eaí? Gostaram? Amaram? Vomitaram?
POR FAVOR, DEIXEM OS MEUS LINDOS REVIEWS!!!
O próximo eu devo postar domingo, ou antes dependendo dos coments.
Beijinhus, meus amores!