74th Hunger Games-FoxFace escrita por MônicaKuhnen


Capítulo 6
Capítulo 6-Avox.


Notas iniciais do capítulo

Olá...Espero que gostem.



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Muselee me acorda às oito da manhã para o café da manhã.

Tomo um banho com espuma de laranja e água bem fria.Prendo os cabelos em uma trança embutida e visto um vestido branco.

Calço sapatos da mesma cor e vou até o vagão restaurante. Alan ainda não acordou. Como uma fatia de torta de amoras.Como eu amava aquelas frutas.

-Estamos no Distrito 4. Comenta Muselee.

Caminho lentamente  até a exuberante janela.Olho bem para o fundo daquele oceano perfeito.Onde qualquer um se perde.

Os habitantes adultos estão pescando,pegando crustáceos,nadando,lavando vestes a beira de pedras.As crianças estão boiando no raso,contando conchinhas.

Muitos correm e acenam em minha direção.Eu retribuo.

Mas uma garotinha,de uns três anos,não está feliz.Está com a testa franzida,e aperta suas mãozinhas gorduchas em minha direção.

Dou um pequeno sorriso.Ela sabe que eu vou morrer,mais do que ninguém.Uma pequena lágrima escorre de meu olho esquerdo.Mas de felicidade.Ela me entende.

Fico olhando o trem se afastar daqueles pequenos olhinhos verdes.E então eles se vão.Como uma vida.

Volto para meu quarto e me jogo na cama com intenção de dormir.Mas fico inquieta.Peço para que me tragam um pouco de água com gelo.

Uma criada da capital aparece com uma bandeja e deixa em cima de minha cama.Estou sem nada pra fazer.

-Qual seu nome? Pergunto,jogando conversa fora.

Ela não me responde.Apenas balança a cabeça levemente e sai.

Alexia Ghorman aparece na porta em seu lugar.

-É uma Avox. Avisa ela.

Ergo uma sobrancelha.

-Ela violou alguma lei idiota da Capital e eles mutilaram sua língua.Transformaram-na em uma criada muda.

Estou com cara de criança aterrorizada.Nunca soube dessas Avox.

-E você não pode em nenhuma circunstância falar com ela,a não ser para dar ordens.Mas,desde que Muselee não esteja vendo ou ouvindo,tanto faz. Completa ela deixando meu quarto.

Se é assim...Essa menina deve saber bastante sobre os Jogos,pois deve ter sido o único pensamento que ela teve por alguns longos anos de sua vida.

Tomo um gole de minha água.Fico pensativa...que lei será que ela deve ter infringido? Largo minha água e peço umas folhas e canetas pelo microfone.Peço para aquela mesma Avox que leve a bandeja e depois volte ao meu quarto.

Quando ela volto fecho a porta e digo:

-Eu sei o que você é,e não precisa ter medo,ninguém irá te pegar.

Ela senta-se na beira de minha cama.

Pego uma folha e boto em cima do criado mudo. Pego uma caneta vermelho sangue e escrevo:

Qual seu nome?”

Ela me responde em segundos.

Aubrey Roseni.

Aubrey,Bright Lynel.Que lei?”

Mostro para ela.Em alguns minutos ela resolve me responder.

Tentei fugir de meu distrito.Distrito onze.”

Interessante.Continuo escrevendo.

Porque?

Ela hesita.

Vocês não sabem o quê é sofrer no 5.Sei que também sofrem,mas não como no 11.Os pacificadores são muito temerosos.Se você ,vamos dizer,pega uma única fruta daquele pomar,te chicoteiam até a morte.”

Que horrível.Mas não pior do que os Jogos.

Para onde você ia?

Ela fica com uma expressão interrogativa no rosto.

Demora mais de 15 minutos.Mas eu acho que ela está com pena de mim.Não é isso que eu quero.

Bom,você sabe aquele filme dos Dias Escuros?Aquele que passa na colheita,e a cada um,mês na televisão, uma repórter aparece em meio as cinzas do Distrito 13?

Sim.Aquela coisa que eles usam para que não aja outro levante.Com que manipulam-nos como peças de xadrez.

Continue.” Peço.

Se você perceber, no canto da tela a um tordo voando, que pousa em meio aos escombros do edifício de justiça. Mas aí é que está. Esse tordo é sempre o mesmo e faz o mesmo movimento. O que eu quero dizer, é que é apenas um filme. Só colocam a repórter ali, entende? Não é uma filmagem dos dias atuais. E acredita-se que existe uma cidade subterrânea, construída pelos que sobreviveram ao bombardeio.

Não faz sentido.Se a repórter é apenas implantada a gravação,a Capital sabe dessa cidade.Porque não acabariam com ela?

Ela entende minha confusão e continua:

Dizem que a Capital não ergueu o dedo contra o 13 porque eles também tinham armas,aero deslizadores e muitos grupos de soldados que acabariam com a Capital,e poderiam também provocar outro levante,então...

É isso que ela tem tempo de dizer,antes que Muselee Servyw bata na porta dizendo que precisam dela na cozinha.

Ela se vai,e Muselee me informa que Avox servem apenas para obedecer ordens,e não para conversas,portanto estava proibida de falar com ela. Que raiva!

-Mas..Muselee...Será que o trem pode parar um pouco?Preciso tomar ar... Digo piedosa.

-Bom,isso não é certo,mas como o Distrito não fica tão longe da Capital,e os únicos que devem ter chegado são os do 1,eu pedirei uma pausa de 30 minutos,mas somente isso.E alguém terá de te acompanhar. Enrola ela.

-Alexia!Ela vem. Falo.

Peço para que Alexia me acompanhe,e ela aceita.

Então,em pouco tempo,o trem para.

Saio em companhia de minha mentora em direção a praia,sem querer parecer louca.

Vejo aquele tapete azul transparente de reflexos esbranquiçados,como se fosse a última vez.E é.

Apesar de não termos praias no Distrito 5,temos aquela velha fonte parada,mas era assim que eu imaginava o mar.Claro que é muito mas do que isso,mas a água de lá era sim salgada.Claro,a Capital não ia nos dar o luxo de desperdiçar água doce.

-Não podemos chegar muito perto. Comenta ela.

-Nem para tocar o mar?Pela última vez? Peço,quase chorando.

Ela fita o oceano pensativa.

-Eu era assim também...Como você...Ande logo garota,não me faça mudar de idéia. Murmura ela.

Sorrio e corro ao encontro da praia.

Quando finalmente chego, tiro os sapatos e os seguro nas mãos,enquanto caminho sobre a água.Gelada e refrescante,acaricia meus pés.Observo as ondas se quebrarem e a espuma que elas fazem.Me inclino e toco aquele pedaço de vida.Consigo ver naquela água cristalina peixinhos sem rumo.E lembro-me de como tem sorte.Sorrio e vejo que meu reflexo mostra lágrimas.Com certeza de felicidade,de ver que alguma vida nos malditos distritos dominados pela Capital,é feliz.

O sol está quase se pondo, e poder ver aquela cena pela primeira e última vez em minha vida é muito gratificante. Ver aquele reflexo perfeito na água.

Sinto passos atrás de mim.Uma mão forte agarra meu ombro.Viro-me e a visão de Alan quase me assusta.

Ele se posiciona ao meu lado e pega minha mão.

-É lindo. Sussurra ele.

-Perfeito. Concordo.


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Notas finais do capítulo

Está aí mais um cap,escrito com carinho.



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