Antes Que O Mundo Acabe escrita por Snapelicious


Capítulo 5
IV


Notas iniciais do capítulo

Galerinha querida do meu coração!
Esse é o penúltimo capítulo. Eu queria fazer essa fic maior, mas eu pretendo transformá-la em Original daqui a um tempo, então era melhor guardar as ideias.
Mas fiz meu melhor, e espero que gostem.



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Impressionante como nossas primeiras impressões quase sempre estão erradas. Dois dias atrás eu podia afirmar que James Potter era incrível. Hoje eu descobri que ele é um panaca. Ele mentiu para mim. Bem, mentir ele não mentiu, ele omitiu a verdade, o que é quase a mesma coisa.

Eu estava imensamente feliz por estar em Londres, perto de alguém que eu gosto, e vivendo ás mil maravilhas. Mas como sempre, outro alguém tem que estragar tudo.

E esse outro alguém era uma garota.

11:23 AM – Supermercado – Superfeliz comigo mesma.

James havia me dado alguns dias atrás um pouco de dinheiro para “sobrevivência”. E eu estava gastando ele todo. Mas estava feliz.

Eu resolvi fazer uma espécie de piquenique, só nós dois. Desde que conheci Sirius, ele fica o tempo todo com a gente, e começou a ficar cansativo. Ele é legal, mas sei lá... Ele é doido demais. Eu pretendia levar James ao St. James's Park. Primeiro porque tinha o nome dele. Segundo porque é o único lugar com verde aqui que eu sei chegar sem me perder e parar na África.

Paguei as compras, e estava voltando saltitante para a casa de James quando reparei um pequeno carro amarelo parado na entrada. Naquela hora eu pensei que era de um vizinho que estava com problemas na própria garagem.

Mas aquele carro não era de um vizinho. E eu descobri de um jeito... Digamos, terrível.

Para mim, é claro.

11:30 AM – Casa dos Potter

-J-James?

O garoto se desgrudou da garota e me olhou assustado.

-Rachel?

A ruiva que estava em seus braços me olhou desconfiada.

-Quem é ela? - perguntou.

-Quem é ela? - perguntei.

-Lily, essa é a Rachel – disse James – Rachel, essa é Lily. Minha namorada.

Minha namorada. A namorada dele. A namorada de James Potter. JAMES POTTER TEM UMA NAMORADA!

-O QUÊ? - gritei – Por que nunca me falou dela antes?

-E-eu ia contar, mas... Sei lá, você nunca perguntou.

-Oh, meu Deus... Eu acreditei em você! Eu achei que gostasse de mim! - falei, as lágrimas começando a sair. Tentei ser forte por tanto tempo, mas isso era demais.

-E eu gosto! - ele respondeu – Mas não desse jeito...

-Jay, ela está passando mal – exclamou a ruiva, assumindo um ar preocupado. Devia estar mesmo com uma cara péssima. James se aproximou, mas eu berrei:

-NÃO ENCOSTE EM MIM!

Peguei minha mochila em um canto e coloquei-a nos ombros.

-Rachel...

-E PARA DE ME CHAMAR DE RACHEL! MEU NOME NÃO É ESSE, DROGA!

Saí correndo escada abaixo, deixando para trás minha última esperança de ser feliz.

12:30 PM - Westminster Bridge – Se eu pular eu acabaria com meus problemas ou traria mais para os outros?

Minha vida é uma droga.

Por que eu nunca percebi isso antes? Seria tudo tão mais fácil. Eu poderia ter me atirado na frente daquele carro para salvar Charlie, e provavelmente não estaria me sentindo tão péssima. Mas nãão. A burra aqui resolveu fugir. Marlene, sua inteligência me surpreende.

Eu estava escorada na ponte, olhando para a água abaixo. Tentadora.

O plano de pular que eu tinha naquela hora nunca seguiu a diante. Talvez porque eu sou uma medrosa e que meu cérebro cheio de titica boiaria, ou por causa de Sirius Black.

-Hey, Marlene.

Me virei rapidamente e dei de cara com ele.

-Como sabe meu nome? - perguntei.

-Você está em todos os jornais – ele mostrou um jornal, onde uma foto minha cobria a primeira página – Você veio de New York para Londres para fugir?

-Pra comprar batata que não foi – resmunguei, voltando minha atenção para a água.

-Você não vai pular, não é? - Sirius perguntou.

-Acho que não – respondi, suspirando – Nunca fui muito fã de sushi.

-Ah, que pena. Eu ia te convidar para almoçar, e tem um restaurante japonês aqui perto.

-Tem um Mc na próxima rua.

-McDonald's? No almoço?

-Sou americana, fazer o quê?

12:55 – O McDonald's mais sem cor do mundo

-Então quer dizer que você fugiu porque o cara que você é apaixonada foi atropelado, seus pais estão se separando e sua escola é formada por completos idiotas?

-Basicamente – respondi – Mas eu não sou apaixonada por Charlie. Ele é meu amigo, só isso.

-Aham...

-É sério! É como eu e James.

-Mas você gosta de James – afirmou Sirius – Não é?

-Não sei – suspirei – Acho que eu estava tão abalada que acabei confundindo o amor com amizade. Bem, eu estava bem até aquela ruiva aparecer e estragar tudo.

Sirius se engasgou.

-Lily? - perguntou tossindo. Concordei com a cabeça – Ela só ia voltar semana que vem!

-É, mas pelo o jeito ela já voltou – resmunguei – Pela forma que ela agarrava James.

Sirius riu.

-Não tem graça! - reclamei.

-É óbvio, você ficou com ciúmes!

-Ciúmes? Eu? Claro que não... Oh, meu Deus, eu fiquei com ciúmes.

Ficamos um tempo em silêncio enquanto comíamos.

Não que eu esteja realmente apaixonada por James. Eu acho que só... Confundi um pouco as coisas. Isso deve ser normal para garotas da minha idade. Eu não sei, nunca me apaixonei antes.

-Eu... - comecei, mas fui interrompida por um grito bem familiar.

-MARLENE MCKINNON NUNCA MAIS FAÇA ISSO CONOSCO!

-M-mãe?

Parecia um pesadelo. Mas como a maioria dos pesadelos, acontecia enquanto eu estava acordada.

-O que está fazendo aqui?

Minha mãe se aproximou correndo e me deu um abraço sufocante. Tentei me desvencilhar, mas meu pai se uniu a nós.

-O que... Não, me soltem! - gritei, os empurrando para longe. O estabelecimento estava silencioso – O que diabos estão fazendo aqui?

-Viemos te procurar – respondeu meu pai – Estávamos desesperados.

-Ah, acredito – falei, irônica – E demoraram tanto tempo para notar que eu havia fugido.

-Não, queríamos vir correndo... Mas ele nos impediu – falou mamãe, apontando – Ele disse que você precisava de um tempo.

Olhei para o lado e quase desmaiei.

-Charlie?

-Hey, Lene – ele respondeu em um fio de voz, mas não ousou se aproximar. Ele estava do mesmo jeito que estaria se o carro não tivesse passado por cima dele. Alguns poucos arranhões cobriam seu rosto, mas fora isso ele estava perfeitamente bem. Ao contrário de mim.

-Marlene, querida – começou meu pai – Vamos voltar para casa...

-Vocês não entendem, não é? - gritei – Eu nunca tive uma casa! Casa é onde nosso coração está... - olhei de esguelha para Sirius, que continuava sentado, tão abismado quanto eu – E vocês nunca foram muito compreensivos. Meu mundo estava desabando, e vocês...

-Você tem que nos entender – disse papai – Tínhamos nossos próprios problemas...

-Você não tem que carregar o mundo todo em suas costas, Lene – disse Charlie – Há problemas em todos os lugares. Você só tem que ter coragem para enfrentá-los. O mundo não para só porque alguém cansou de lutar.

E naquele momento, naquele McDonald's fedido, eu percebi. O quão idiota eu tinha sido. Quantas pessoas eu magoei, além de mim mesma. Eu não precisava ter feito aquilo. Era só erguer a cabeça e enfrentar o mundo.

-Me desculpem – murmurrei - Por tudo – respirei fundo, e falei tudo que estava em minha mente nesses últimos dias – Sei que não foi culpa de vocês. Eu estava apenas em um momento de desespero, e acabei fazendo idiotisse. Vim pra cá foi uma ideia péssima, mas acabei gostando – olhei para Sirius e sorri, também lembrando-me de James – Acho que finalmente descobri meu lugar.


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