Hoje parecia o dia mais feliz da minha vida. O vento atravessava forte minhas velhas janelas e o meu vestido florido se bagunçava. Os meus longos cabelos loiros, presos em um coque, deixavam a mostra o decote que tinha nas costas de meu vestido.

Sai de casa, rumo ao meu primeiro encontro. Sim, é muito estranho uma menina de dezesseis anos nunca ter tido um encontro, mas minha vida é assim mesmo. Caminhava pelas estreistas ruas da periferia de Colorado Springs. Avistei de longe um alto homem, seus cabelos ruivos se contrastavam com seus olhos verdes. Me aproximei e dei um leve sorriso.

– Jane, estava a sua espera. - ele disse, mas não era meio óbvio?

– Olá, Foster - foi a única coisa que consegui falar.

– Hoje pode me chamar apenas de Damon. - assenti com a cabeça.

Damon entrelaçou sua mão com a minha. Eu nem conseguia acreditar que uma menina tão excluída como eu estava tendo um encontro com um menino dois anos mais velho e lindo. Entramos em um pequeno restaurante que ficava na esquina, escolhemos uma mesa e sentamos.

O jantar inteiro ficamos calados, a não ser quando chegou a comida ou quando o time de basquete, Charlotte Bobcats, marcava uma sexta. Enquanto mastigava a super oleosa batata frita, que acompanhava meu hamburguer, comidas não muito tipicas de um primeiro encontro, uma dor repentina tomou conta de minha batata da perna e uma luz se acendeu na mesma. O meu mundo girou e cai da cadeira. Já conseguia controlar, mas mesmo assim, um dos Mogadorianos apareceu, em uma imagem retorcida, e disse em sussurros "Logo vamos te buscar, gostamos de carne de mulher".

Sabia o que estava acontecendo, mas não queria acreditar. O terceiro tinha morrido. Nossa espécie logo estaria extinta deste jeito. A cicatriz já aparecia perfeitamente em minha perna, e Damon ficava desesperado perguntando se estava tudo bem. Só falta mais uma pessoa entre mim e a morte, pensei, e se ela for fraca. E se ele, o número quatro, ser tão inútil ao ponto de não conseguir batalhar com eles. Depois, vem eu, eu sou a número cinco.