Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 19
Capítulo 18 - Eu te amo


Notas iniciais do capítulo

Tá ai, mais um cap. bem esclarecedor!
Música: I Love You - Avril Lavigne



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Nesses anos todos eu havia me acomodada em uma cabana com um esconderijo, que eu nunca percebera antes existir. Fiquei imóvel na frente de Will que abria a pequena porta para algum lugar subterrâneo. Isso já estava começando a parecer um filme. Tudo ocorrendo rapidamente. Essas coisas... por que estavam acontecendo comigo? Por quê? Eu só queria ser uma cidadã americana normal, que sofria poblemas diários. Isso sim era normal, não isso tudo, eu não quero isso pra mim, não quero mesmo. Por que as coisas tem que ser desse jeito? O que eu fiz? Por que eu nasci em uma família tão complicada? E tenho um namorado maravilhoso que também esté nesse meio?

Tudo está confuso e estranho pra mim agora. O que realmente aconteceu comigo no hospital? Minha mãe estava mesmo falando comigo ou eu estou realmente começando a pirar? Tudo o que eu quero agora é ser normal. Eu não queria saber o que tinha lá embaixo, se eu soubesse que seria algo assim, nunca teria pedido pro Will me mostrar. Eu sentia que ali em baixo era problema, e dos grandes.

Mas a questão é, por que eu estava esse tipo de pensamento? Eu nem sabia o que era aquilo.

–O que é... - Por que diabos eu comecei a chorar?

–Por que está chorando? - Will me puxou para seus braços - Está sentindo alguma dor? O que houve? Se não quiser descer tudo bem

–É só que... quando vi essa entrada, meu coração começou a apertar e comecei a ter muitos pensamentos - Enterrei meu rosto em sua camisa

–Não precisamos fazer isso, vamos embora - Will fechou a porta

–Nãão - interrompi - Está tudo bem, eu sinto que cedo ou tarde irei ver o que tem ai em baixo e que isso tem que ser agora

Olhei para cima e Will estava com um rosto rígido

–Por favor - falei

Então ele voltou a abrir a porta. Descemos as escadas e Will levou uma das mãos à parede, assim ligando o interruptor. As luzes começaram a se acender uma de cada vez fazendo um barulho e depois de um tempo o barulho parou iluminando um extenso corredor .

–Antes que eu faça a revelação final, você tem que me prometer não contar pra ninguém sobre isso.

–Prometo não contar a ninguém, mas a final, para onde estamos indo? - perguntei enquanto caminhávamos pelo corredor que parecia interminável

–Para a A.A.S.S - falou

Arregalei meu olhos não acreditando para onde ele estava me levando.

A agência privada de seu pai.

–Por que está fazendo isso? Essa... empresa é do seu pai e ainda ninguém pode saber dela e...

–Danna, eu confio em você e não quero nada entre nós - olhou pra mim com um olhar de compreenssão

Assenti

–Tem mais uma coisa que preciso lhe dizer - fez uma pausa - Danna, preste atenção - Will parou para me encarar - Quando você sofreu o atentado, me aprofundei em uma investigação que eu estava fazendo.

–Que investigação? - olhei-o com incerteza

–Sobre seu pai.

–O quê? - olhei-o com mais intensidade - e não me disse nada por quê...

–Eu ainda estava juntando peças. Alguém enviou uma carta para George com um recorte de jornal velho - Derrepente veio em minha mente o recorte de jornal que achei no porta-malas do Will

–Um recorte de jornal velho que falava do assassinato de um empresário em 1995, na mesma data que meu pai cometeu suicidiu.

O pânico começou a tomar todo o meu corpo e lágrimas de raiva tomaram meus olhos. Se eu tivesse um espelho, comprovaria que eu estava vermelha

–Como você sabe? - perguntou Will

–Quando fui buscar algumas roupas para você no porta-malas do seu carro naquele dia, eu vi. Mas... qual é o ponto?

–O ponto é que suspeito que meu pai tenha assassinado o seu.

Outro tiro.

Meus pés se desequilibraram e eu cai, Will me segurou antes que eu tombasse no chão. Meus olhos estavam tão abertos que por um momento sem piscar, elas começaram a arder. Uma raiva enorme tomou parte do meu corpo, minhas lágrimas pararam de escorrer e sem percebi estava apertando o braço de Will.

–Hey hey, calma, eu não me importo que você esteja quase me furando mas por favor olhe nos meus olhos.

Virei minha cabeça devagar para encará-lo. Senti meu corpo inteiro tremer.

O que ele havia acabado de me dizer? O seu próprio pai, ele está acusando o próprio pai de assassinato. Se isso for verdade, então eu já estivera frente a frente com o culpado de tudo. Por isso ele fez aquela cena e talvez por isso ele soubesse que eu nem sequer tinha um pai. Mas se ele pensou isso, ele estava muito enganado.

Rogers é meu pai, ele me ajudou muito em partes. Minha querida mãe também, foi ela que me educou e Jim... eu não sei o que dizer dele. Descreveria ele como um simples pedaço de merda. Eu continuo confusa, parte de mim não queria acreditar e a outra parte já suspeitava de algo desdo início.

–Danna, olhe pra mim e prometa que você não irá cair por causa disso, diga que vamos fazer justiça até que isso esteja esclarecido - Will parecia tão tenso quanto eu - por favor, preciso da sua confiança agora mais que nunca

Não respondi na hora, demoraram uns minutos até que eu conseguisse formar uma frase.

–Que assim seja. Apenas... me explique como você chegou a essa conclusão, eu ainda estou confusa

Na parte direita do corredor tinha alguns canos de esgotos vermelhos de ferro, Will me conduziu para que sentássemos.

–Já se perguntou alguma vez a possibilidade de um ser humano não demonstrar nenhuma emoção? George nunca mostrou algum por mim. Ele e o pai de Crystal eram muito ligados...

[FLASH BACK]

William brincava no quintal de casa. Era plena tarde de domingo, com apenas cinco anos, ainda não conseguia ler mas desdos 2 meses de vida demonstrava inteligência. Batia com os carrinhos de corrida fortemente um contra o outro, os seus dois carrinhos favoritos, o azul e o vermelho. Vestia um macacão e calçava uma sandália que sua avó havia trago da europa. O pequeno garoto largou o carrinho vermelho e saiu correndo com ele na mão. William começou rodear a casa e caiu em cima de uma poça de água. O primeiro pensamento que passou por sua cabeça foi que sua mãe iria ficar muito brava. Largou o carrinho que caiu na poça de água e entrou de fininho em casa. Sua irmã Zoey chorava no andar de cima então sabia que sua mãe estava com ela. Depois de olhar em volta, subiu correndo rapidamente pela escada principal e atravessou o corredor quase tropeçando para que sua mãe não o visse. William que desde cedo foi rodeado de mimos e que sempre teve o que queria, tinha um closet para as suas mini roupas, abriu a porta e se trancou dentro. A parte de baixo do armário era para sapatos e a parte de cima as roupas. Saiu para o banheiro de fininho e pegou um banquinho. Quando voltou, colocou-o na frente daquele enorme armário para pegar outra muda de roupa. William foi passando as roupas e quando passava vinha a história mais legal da roupa que tinha usado, como a camisa com um cachorrinho na frente que fazia barulho. O dia em que usou aquela roupa para ir ao aniversário de um ano de Zoey, chamou muita atenção. Todos paravam para apertar suas bochechas até ficarem vermelhas e as velhinhas o enchiam de beijinhos deixando marcas de batom. William odiava aquilo, já os adultos mais maduros passavam e o chamavam de fofinho. Mimos e mais mimos. Seus primos e primas mais velhos o chamavam de toquinho por medir apenas um metro de altura. Ele realmente era um meninho muito apertável. Depois de escolher a pequena roupinha, pegou o macacão e colocou no fundo da cesta de roupas. William deu um enorme suspiro de alívio e desceu segurando no corrimão para brincar com seus carrinhos novamente. Enquanto terminava de descer o último degrau, viu que seu pai havia voltado do trabalho que ele tanto apreciava, ele observou que a porta estava entre aberta e que seu pai estava com alguém. Era o tio Zachary, pai da Crystal. William se aproximou da porta para falar com seu pai mas ficou imóvel após ver o que ele segurava. Uma arma. Foi a primeira vez que o pobrezinho viu uma arma.

–Um Walker já se foi, falta o outro - falou George limpando a arma prateada com um lenço

–Sabe George, fico envergonhado, somos jovens meu homem! Há mais de um ano caçamos um velho estúpido - Zachary bateu com o punho na mesa. O pobre homen usava um clássico terno dos anos 90, seus cabelos eram loiros grisalhos e era mais um pouco mais gordo que George que não passava de um palito.

–Se acalme! De estúpido aquele velho ancião não tem de nada, precisamos ser mais inteligentes, lembre sempre que temos que estar um passo à frente do nosso inimigo. Ainda pegaremos ele. - O pai do pequeno William sentou-se na cadeira e colocou um charuto na boca

–Quase pegamos ele, se você não estivesse tão impotente meu homem, pegaríamos ele fácil!

–Estou completamente esgotado, Zoey está muito doente, está com a febre alta.

–Ela tem chorado?

–Bastante

–Isso passa, só espero que você não perca o foco da próxima vez - Zachary estava andando pra lá e pra cá sem parar no escritório.

George estava preocupado com sua pequenina, ele não é um homem de ferro como todos pensam que ele é, a imagem para ele e Zachary são muito importantes, aqueles dois homens são papadores de poder e de dinheiro, sempre querendo estar acima do resto da sociedade, pobres homem. Algum dia ainda iriam precisar ter alguma humildade para fazer algo. A humildade está em nossa natureza, é com ela que certas coisas funcionam, sem ela o mundo estaria perdido, como esses dois pobres homens. George pegou a arma prateada e começou a mirar lugares aleatórios até a porta. No espaço da porta entreaberta, avistou seu filho. William percebeu e se afastou lentamente para tráz e tropeçou em algo, caindo de bunda, o pequeno se levantou e correu para a sua casa da árvore. Agora sua mãe iria te matar. Ela nunca deixava ele subir na casa sem algum adulto. Mas ele estava assustado. Havia visto seu pai com uma arma, estava conversando sobre morte com seu tio Zack. Os dois usavam um vocabulário que William não entendia, ele não havia compreendido muito coisa. Agachado no canto da casinha de madeira, se sentou e abraçou seus joelhos, o pobre garotinho estava chorando e tremendo. O frio rapidamente bateu em seus nervos e seu bumbum estava dolorido.

Ao ouvir a história, abracei Will cada vez mais forte. Nunca tinha pensado no fato que ambos foram crianças e que a única preocupação era brincar.

–Sinto muito sobre isso - falei

–Não sinta, se eu não tivesse espionado, provavelmente não estaríamos aqui - ele beijou o topo da minha cabeça. - Eu te amo

Sem pensar mais em nada, envolvi meus braços em seu pescoço e o beijei. O beijo foi romântico e profundo. Sua boca estava quente e cada vez mais nossos línguas se enrolavam com uma necessidade enorme. Me mudei de lado para ficar em seu colo. Will enrolava seus dedos em meus cabelos ruivos e me puxava para si. Levei minhas mãos para dentro de sua camisa e senti seus músculos do peito. Ele saiu de minha boca e começou a mordiscar minha orelha, fiz o mesmo.

–Amo você com toda a minha alma - sussurrei em seu ouvido

Will pegou meu rosto com as mãos e me encarou.

–É tão linda... e minha

–E você é meu

Demos um breve beijo e me afastei.

–Obrigado, obrigado por ter aparecido na minha vida

–Agradeça ao destino, foi ela que nos uniu. Danna, você apareceu em um ótimo tempo para mim. Você me ajudou com tanta coisa...

–Tipo o quê?

–A não me fazer sentir como um inútil quando me recai, obrigado por cuidar de mim, obrigado por despertar o amor verdadeiro dentro de mim, obrigado por me fazer sentir o homem mais sortudo do mundo, obrigado com a Zoey, obrigado por enfrentar meu pai junto comigo, obri...

–É mais que o suficiente. - beijei-o outra vez - Também tenho que agradecer, mas se eu começasse a falar, eu iria começar a chorar e eu não quero chorar agora.

–Suas palavras são o sufiente, você dizendo que me ama ja é muito

–Eu te amo, te amo, te amo , te amo, te amo, te amo , te amo, te amoo

Nossas testas se encostaram e ficamos abraçados por um tempo. Um barulho de tecla soou e uma porta no final do corredor que estava a vista se abriu.

–O que está fazendo Palmer? - perguntou um homem forte de pele escura olhando diretamente para o Will. Ele usava camisa preta, calça igual a do exército mas da cor preta e botas de couro.

Dois homem parecidos com os da S.W.A.T estavam bem atrás dele.

–Xavier - murmurou Will - Essa é a Danna Walker



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Notas finais do capítulo

Que medo desse Xavier kkkkkk Aurora Vermelha chegando a reta final, ele termina no capítulo 22+epílogo, mas tem continuação heheh Reviews?



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