Anjo da Música escrita por Valentinnes


Capítulo 3
Capítulo 3




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(Nuri's POV)

Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Por que ele não escolhera levar a de minha irmã que estava repleta de caixas de pepero? Também não deveria ter deixado minha mochila tão exposta daquela forma.

Agora lá estava eu, correndo atrás do cara que roubara a mochila, enquanto Chaerin gritava “pega o ladrão”. Mas aquilo não parecia surtir muito efeito, porque ninguém ajudava. Eles continuavam parados apenas olhando aquela cena. Como se eles não pudessem fazer nada para ajudar.

Eu sei que de nada adiantaria correr atrás dele, porque ele era muito rápido e eu estava começando a perder o fôlego. Mas não podia deixá-lo levar a mochila. As nossas passagens estavam lá dentro, e todo o meu dinheiro, que já não era muita coisa.

- Menina, não é permitido correr na rodoviária! – O mesmo segurança que havia feito o mapa, falou me agarrando pelo braço. Ele quase que o arrancou fora.

- Mas eu fui roubada! Aquele cara levou a minha m... – Falei apontando para frente, mas depois vendo que o garoto que havia me roubado desapareceu no meio das pessoas.

- Mocinha, não saia acusando os outros. Não vejo ninguém aqui que possa ter feito esse tipo de coisa.

- Ah, se você não viu foi por causa desses seus óculos escuros! Não se você já sabe, mas está de noite! Você queria enxergar o que usando isso, há essa hora?! – Exclamei estando totalmente irritada, e dizendo as coisas um pouco rápido demais.

Para que eu não dissesse mais nada que deixasse o segurança irritado e me colocasse para fora dali, simplesmente dei as costas â ele e marchei até onde Chaerin estava.

- Chaerin, vamos ter que arranjar um lugar para passar essa noite. – Falei para a minha irmã assim que a alcancei.

- O que? Eu não quero ter que dormir aqui...

- Eles não vão nos deixar ficar aqui. Ainda mais porque não temos nenhum dinheiro para comprar outra passagem, então não temos nenhuma desculpa para ficar.

- Nunca imaginei que isso aconteceria... Desculpe-me Nuri. Isso tudo é culpa minha. – Chaerin murmurou, desistindo de comer a caixa de pepero que estava em suas mãos.

Como não tínhamos nenhum lugar em especial para ir, resolvemos dar uma volta por Seoul. Nós já havíamos vindo aqui uma única vez, quando nós eramos menores. Eu já não me lembrava de quase nada.

Andamos praticamente a noite inteira, meus pés já não aguentavam mais. Chaerin tinha mais energia do que eu. Mesmo depois de um bom tempo andando, ela continuava a falar com aquele seu jeito animado. Passamos por várias lojas interessantes. Tinha algumas que vendiam roupas bem bonitas e cheias de estilo a um preço bem razoável, já tinha outras lojas que possuía um estilo de roupa estranho e o preço delas era muito caro.

Caminhamos mais um pouco pelas ruas de Seoul até pararmos em uma praça. Resolvemos ficar ali até amanhecer. Aquele lugar tinha cara de ser frequentado por apenas crianças, então não correríamos muito o risco de sermos roubadas mais uma vez, se bem que não temos mais nada de importância a ser roubado. Nós estávamos sentadas em um dos bancos e madeira da praça. Ele ficava bem entre algumas árvores, se voltasse a chover – O que eu achava pouco provável – Nós estaríamos protegidas ali.

-Que droga... Eu só tenho muita coisa. – Chaerin disse logo após de ter contado as moedas que estavam no bolso de sua calça.

 - Acho que é o suficiente para comprarmos duas xícaras de café expresso... -  Falei olhando um cartaz exposto na vitrine de uma pequena padaria que ficava do lado da rua.

Chaerin se deitou no banco e repousou sua cabeça sobre o meu colo.

- Me desculpe por isso irmã...- Ela pediu mais uma vez.

- Não se preocupe... Vamos dar um jeito de voltarmos para casa. – Falei em enquanto acariciava de leve as mexas de cabelo de minha irmã.

Não demorou muito para ela adormecer. Hoje o dia havia sido bem longo e cansativo, até mesmo emocionalmente. Chaerin não havia sido aceita o que a deixou muito para baixo, encontramos Kai – Não sei dizer se fico feliz por causa disso- e para finalizar fomos roubadas. Fiquei até mesmo um pouco surpresa, por ela ter aguentado tudo isso. Se algo parecido com isso acontecesse e nós estivéssemos em casa, ela já estaria chorando.

Kai costumava a ser meu amigo, mas sempre conseguia me deixar irritada, não sei se uma pessoa assim pode ser considerado um amigo. Nunca vira uma pessoa ser tão irritante que nem ele. Ao menos poderia aprender a diferencia a menina de quem ele gostava, de sua irmã gêmea.

Lembro-me de uma das tantas vezes que ele se confessara a mim achando que eu fosse Chaerin. Aquilo sempre me deixava constrangida sem saber o que fazer. Maioria das vezes eu  respondia com um forte tapa no rosto, deixando a marca avermelhada de meus dedos em sua bochecha.

Fiquei por um bom tempo pensando que eu não deveria ter deixado o meu celular na mochila. Eu sempre o deixava no bolso da calça, porque estando ali o acesso a ele seria mais rápido e prático, mas por algum motivo, hoje havia sido diferente. Achei que se ficasse em meu bolso ou em minhas mãos, estaria amostra demais... Pelo visto me enganei.

Chaerin deveria estar com o telefone dela, mas nós não podíamos ligar para casa. Não podíamos pedir ajuda ao nosso irmão Taemin, já que o que ele mais fazia era trabalhar ara ajudar com as despesas da casa. Ele deve ficar muito decepcionado ao saber que fugimos de casa... bem, que Chaerin fugiu, e que eu fui atrás dela.

Fiquei praticamente o restante da noite acordada, pensando no nada, deixando a mina mente vagar por ai. Depois de tanto tempo pensando eu fechei o meus olhos, apenas para descansar um pouco a vista. Não sei se foi porque eu estava cansada, ao até mesmo porque já estava na hora, mas logo senti alguns raios de sol batendo no meu rosto, e sem contar com os dedos finos de minha irmã cutucando o meu antebraço direito.

- Bom dia Unnie. – Ela disse ao ver que eu havia aberto os meus olhos.

- Hum... Bom dia. – Falei estre um bocejo e espreguiçando o corpo que estava todo doido, por permanecer praticamente a noite inteira sentada.

- Eu ainda não consigo acreditar que dormi no banco de uma praça. Totalmente inacreditável. Imagine só, o que as meninas do colégio diriam se soubessem disso.

Dei uma risada.

- É só você não contar nada. Seja como eu. Não se importe com que elas costumam dizer sobre você.

- Espere um pouco... Elas falam coisas sobre mim?

Eu fingi não ter ouvido a sua última pergunta. Olhei em volta da praça e vi que tinha poucas pessoas ali, e tinha outras passando do outro lado da rua, mas o que eu notei mesmo fora um garoto que estava sentado próximo de nos, e estava com um violão ao seu lado.

- Chaerin, tive uma ideia de como conseguir dinheiro. Venha comigo. – Falei a puxando pelo pulso e indo em direção ao garoto.

No começo ela não entendera o meu plano, mas depois que viu o menino com o instrumento, percebeu o que eu queria fazer.

- Será que você poderia nos emprestar o seu violão? – Pedi, chamando a atenção do rapaz, que antes olhava para um caderno de musica. Ele nos olhou um pouco desconfiado, mas depois que vira a carinha de aegyo de minha irmã ele me deu o instrumento.

Eu sabia que se quisesse que aquilo desse certo, teria que deixar minha irmã tocar, então não hesitei em entrega-la o instrumento. Chaerin deixou sua bolsa no chão e apoio o violão sobre a sua perna direita.

- Qual música? - Ela perguntou.

-A última das Girl’s Generation que você aprendera.

Ela posicionou sus dedos da mão esquerda, sobre as cordas do braço do violão, formando o primeiro acorde da música. Depois me olhou esperando que eu começasse a cantar, já que o violão vinha um pouco depois. Soltei um suspiro e comecei a cantar.

- ... Ima Time Machine ni norikonde, anata ni ai ni iku, kotoga dekitanara, mo nanimo negawa nai, hakana ku te tohi kioku nimaru mae ni... I need a Time machine oh... I need a Time machine oh... – Algumas das pessoas que passeavam pela rua, haviam parado para me escutar a cantar, e algumas estavam fazendo a gentileza de jogar alguns trocados sobre a mochila de Chaerin. Até mesmo as criancinhas que antes brincavam pela praça, agora estavam sentadas ao nosso redor, ouvindo a música atentamente, e se balançando de um lado para o outro conforme o ritmo da música. - Oh, gimme a Time machine.

Assim que terminamos a musica, recebemos aplausos daquelas pessoas. Não pudemos deixar de agradecer, porque graças a eles nós poderíamos ter um café da manhã mais reforçado. Depois de devolver o violão e agradecer ao menino, milhares de vezes, fomos para a padaria que ficava do outro lado da rua.

Era um local bastante aconchegante. Suas paredes estavam pintadas de um tom de amarelo bem claro, as mesas eram feitas de madeira branca, assim como as cadeiras. Sobre cada mesa havia uma toalha azul, feita de renda e tinha pequenos vasos de flores coloridas. O balcão onde tinha uma mulher de meia idade atendendo os fregueses ficava no fundo daquele cômodo e logo atrás do balcão tinha uma porta que deveria dar para a cozinha. Eu não havia percebido até então, mas tinha uma televisão presa à parede, que estava em um canal que ficava passando diversos vídeos de musicas.

Nós compramos o nosso café da manhã e nos sentamos à mesa perto da janela. Sentei de forma que eu ficava de costas para a televisão. Cada uma de nós havíamos pedido coisas diferentes para comer. Chaerin pediu um copo grande de suco de laranja e um pão na chapa com um pouco de manteiga. Já eu pedi mais coisas. Estava morrendo de fome. A última coisa que havia comido fora o almoço do dia anterior. Eu não era que  nem Chaerin, que estava sempre comendo uma caixa de pepero.

O meu pedido havia sido um copo de chocolate batido , duas torradas com um tipo de geleia especial, e um pedaço de bolo  com recheio de nozes.

-Agora precisamos pensar em um modo de voltarmos para casa. –Comentei antes de tomar um gole do chocolate batido.

-Nós não podemos pegar carona? Que nem naqueles filmes. Nós ficamos paradas ao lado da estrada e fazemos um sinal para o carro que passar. Se dermos sorte ele para e nós leva até onde der.

- Você só pode estar de brincadeira! – Falei sem acreditar que ela havia dado uma sugestão daquelas. Acho que a experiência de dormir em uma praça afetou as suas ideias.

- Calma, eu estou de brincadeira! Achei que você iria rir com isso.

Eu não a respondi, apenas lancei-a um olhar sério. Ficamos em silêncio, dando mais atenção a musica que tocava. Era alguma musica nova que eu ainda não havia escutado. Eles repetiam muito a palavra Mama, então deduzi que aquele era seu nome.

  -

- Não sei se é paranoia minha, mas acho que vi o Kai... – Chaerin disse olhando fixamente para a Tv atrás de mim e apontando para ela.

Então me virei para ver o MV daquela música. E não é que era o Kai mesmo. Fiquei surpresa com aquilo. Nunca achei que ele entraria para uma boy band de K-pop. Se bem que desde pequeno, ele gostava de dançar, e fazia aquilo muito bem. Acho que esse fora um dos motivas que o levara a se mudar da nossa cidade natal.

- Sei que depois eu vou me arrepender depois por ter essa ideia, as acho que teremos que pedir ajuda o Kai. – Falei voltando a encarar minha irmã. Ela pareceu um pouco mais animada com aquela ideia.

- Mas onde é que vamos encontra-lo? Acho que eu não posso voltar mais para a SM... O homem não gostou de mim, e acho que se eu não posso mais, você também não.

- Ah... Tem mais alguma coisa na sua mochila sem ser caixas de pepero?

- Acho que sim... Tem o meu casaco com capuz e orelhas e um óculos escuro.

- Isso deve servir.

- O que você está pensando em fazer.

- Termine de comer que eu te conto o que iremos fazer.

Depois de termos terminado o nosso café da manhã reforçado e de ter explicado a Chaerin o que iriamos fazer, seguimos para o prédio da SM, porque Kai com certeza estaria lá treinando, juntamente com os outros integrantes do grupo. Paramos alguns metros antes da entrada do prédio.

- Coloque o casaco. – Falei a ela enquanto eu colocava os óculos escuros e endireitava meu cabelo, para que meu rosto ficasse irreconhecível... Bem, ao menos essa era a minha intensão.

Depois que ela colocou o capuz do casaco, nós adentramos no prédio tentando não ser notadas. Para a nossa sorte o local estava cheio, então as atenções estava voltadas pra tudo quanto é canto, menos para nós. Isso era bom, porque daquela forma, conseguimos passar pelo saquão.

- Agora só temos que descobrir onde fica a sala de treino deles. – Falei enquanto nós caminhávamos apressadamente pelos corredores. Estes já estavam vazios, por isso tínhamos que andar mais rapidamente e sem fazer muito barulho, para não chamar a atenção de nenhum segurança.

 -Ontem quando eu estive aqui, eu vi um mapa do prédio lá no saguão, e se me lembro bem, as salas ficam no décimo andar.

- Aish! Não acredito que vamos ter que subir dez andares!

Não dava parar irmos de elevador, se não estaríamos sendo filmadas, se bem que já estamos sendo. Demorou um pouquinho para encontramos a porta que era das escadarias, mas assim que a encontramos, não gastamos tempo para começarmos a subir. Mesmo sem chegar à metade do caminho, nós já estávamos morrendo, e totalmente sem ar. O restante do caminho, nós fomos praticamente nos arrastando. Quase que me lancei no chão quando chegamos no décimo andar.

- Eu não aguento mais, mana... – Chaerin disse se sentando no ultimo degrau da escada.

- Falta pouco... Só temos que achar a sala.

Tive que puxá-la para que nós pudéssemos continuar. Aquele corredor parecia não ter fim. Era longo e com várias portas de ambos os lados. Por causa disso eu fiquei de checar todas as portas do lado de esquerdo e Chaerin com as do lado direito. Eu cuidadosamente encostava meu ouvido rente a porta, para ver se ouvia alguma musica parecida com aquela Mama, mas na verdade não ouvia nada.

- Acho que essa daqui! – Chaerin disse bem baixinho estava agachada em frente a porta. Logo me aproximei dela para tentar escutar. Era ali mesmo.

Estávamos ouvindo atentamente a musica, apenas esperando um momento certo para abrirmos a porta e falarmos com Kai, mas então começamos a ouvir algumas vozes se aproximando da porta.  Quando o pensamento de me afastar passou pela a minha mente, já era tarde demais. A porta havia se aberto e nós caímos no chão, na frente de um dos garotos do vídeo.

-Ah...Oi... – Fora a única coisa que eu conseguira dizer, ao ver que todos aqueles seis garotos nos encarava surpresos.



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Notas finais do capítulo

Então estão gostando da fic??? Espero que sim! Não percam o próximo capitulo!



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