Secrets escrita por Sky


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá Olá Olá!
Cá estou com mais um capítulo.
Até lá em baixo, boa leitura!



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Rose narrando:

 

Eu não tinha ideia de que estava ferindo os sentimentos de Scorpius. Definitivamente não era minha intenção. Mas o que eu poderia fazer? Eu havia tomado minha decisão e agora não tinha como voltar atrás.

O que eu decidi? Bem... Depois de muito refletir sobre o assunto decidi fazer uma poção. E a única que se encaixava nos quesitos necessários era a Poção Polissuco.  Porém eu não sabia como prepará-la, sabia apenas seus ingredientes: algo que tenha o DNA da pessoa em que quer se transformar, Hemeróbios, Sanguessugas, Descurainia, Sanguinária, Pele de Araramboia picada e Pó de Chifre de Bicórnio.

Saber o que compunha a poção não me ajudaria em nada, a poção era um verdadeiro pesadelo! Iria tomar muito do meu tempo e ainda levava um mês para ficar pronta. Definitivamente eu não tinha escolhido um caminho agradável.

Ainda dá tempo de voltar atrás, pensei.

Não. Era muito covarde para encarar minhas outras opções. Apesar de ser desafiadora, a poção era minha melhor saída de escape. Meu atalho. Isso se eu conseguisse recriar aquelas instruções infinitas e detalhadas (que eu nem mesmo tinha em mãos ainda).

Eu precisava entrar na seção reservada da biblioteca, mas como não era monitora nem nada, não fazia ideia de como conseguiria o livro. A cada segundo eu tinha certeza de que essa tinha sido uma péssima escolha. 

Eu estava na biblioteca há aproximadamente vinte minutos enquanto encarava com resignação a porta da Seção Reservada, como se a solução para os meus problemas fosse vir voando diretamente para os meus braços. Alguns alunos do segundo ano encaravam-me num misto de curiosidade e divertimento.

Era melhor que eu saísse de lá antes que alguém suspeitasse de alguma coisa. Virei-me olhando para baixo, envergonhada por meu comportamento.

Imediatamente, choquei-me contra o nada, e "o nada" gemeu por eu ter pisado em eu pé invisível.

Ai!

Sem exitar desferi um soco (de leve) sobre o espaço a minha frente fazendo com que o nada ganhasse a cabeça de Albus. Claro. Meu primo deveria estar a minha espreita há um tempo, rastreando meus passos como um caçador.

O alunos do segundo ano deram gritinhos de espanto e logo correram assustados.

O que você pensa que está fazendo, Albus?— sibilei.

— Eu não estava bisbilhotando! - tive que revirar os olhos, desgostosa.

— Faça-me o favor! 

— Rose, eu só quero te ajudar - disse ainda com a cabeça flutuando.

— Eu não preciso de ajuda.

— Claro, você já deve ter tudo em ordem depois de tanto tempo aí parada! - disse - Seja lá o que você está planejando, deixe-me te ajudar.

— Olha Albus, não é nada, deixa pra lá!

Albus tirou a Capa de seu pai e guardou-a na mochila sobre os ombros, suspirando cansado enquanto o fazia. Seus ombros estavam curvados, como se tivesse passado muito tempo sentado olhando para os próprios pés. Subitamente senti aquele meu "monstrinho curioso" agitar-se, farejando fatos sobre os quais não tinha conhecimento ainda. Mandei-o calar os próprios anseios, não era hora para isso. Meu amigo precisava de mim.

— Você está bem? - perguntei.

— Não - respondeu - Só queria ser útil...

— Ah, Albus - dei um leve abraço no menino - O que está acontecendo?

Ele balançou a cabeça em negativa - O de sempre, Rosie, não precisa se preocupar. Mas sabe o que me faria sentir melhor? 

— O quê? 

— Se você me deixasse ajudá-la. Vai me ajudar a ficar distraído.

— Assim você me faz sentir péssima, sabia? - o que poderia ser um sorriso surgiu em seu rosto - Venha, cabeçudo, talvez você possa servir aos meus propósitos.

— Já vi que vou me arrepender por tanta bondade - disse rindo.

— Cale a boca e siga-me, Potter.

*

— Sabe Rose, você precisa me contar o que está tramando – senti meu sangue gelar – Você não sabe disfarçar, e tem agido como se Scorpius fosse a própria peste negra.

Dei uma risada nervosa - Okok, você me pegou, mas primeiro quero saber a razão dessa cara melancólica.

Albus ponderou por alguns minutos, olhando para fora da janela na sala em que havíamos entrado para ter privacidade.

— Questões do coração - eu me preparava rir do que achava ser uma piada, no entanto ele se manteve sério. 

— Ah - foi minha brilhante resposta.

Ficamos em silêncio por mais alguns minutos.

— E você? - perguntou.

Eu não poderia contar todo meu plano para ele, mas quem sabe uma parte? Ele parecia mesmo ansioso para me ajudar. Talvez, assim como eu, só quisesse algo que o mantivesse seguindo. Não para frente exclusivamente, mas para algum lugar. Seja lá onde e o que ele fosse. Ficar a espera até que as coisas aconteçam é torturante. 

— Desembuche – ele disse cruzando os braços em expectativa.

— Olhe, de uns tempos para cá, minha cabeça tem criado cenários e eu, bem, quero saber se eles são possíveis... – as palavras presas na garganta – ou se devem ficar confinadas dentro de mim. Preciso entender. Você me conhece, previsibilidade acalma meus nervos, então ter alguma concreta para fazer me ajuda a permanecer sã.

Ele não respondeu, apenas acenou com a cabeça.

— Você perguntou se estava com algum problema. Bem, eu estou. E para resolvê-lo preciso criar uma poção. Me ajuda?

— Não vai me contar o motivo, não é? – perguntou.

— Olha, se for pra ser você será o primeiro para quem vou contar. Mas não quero criar falsas expectativas – completei encarando meus pés.

A reação dele foi a mais inusitada possível.

— Tudo bem. Vou te ajudar mesmo que você não me conte o motivo desse seu plano macabro, afinal que tipo de amigo eu seria? – concluiu. Joguei-me em seu pescoço para um abraço sincero - Devagar, devagar! Do que que você precisa, prima?

— Só preciso de algumas coisas, e vou devolver assim que terminar de usá-las, juro! – cruzei os dedos em expectativa – Só a capa e o mapa do maroto, mais nada.

— “Só a capa e o mapa do maroto, mais nada” – disse com uma imitação ridícula da minha voz – Por que não pede meus órgãos internos de uma vez?

Já vi que seria difícil convencê-lo.

— Olha, é só por alguns dias, dou minha palavra.

— Tenho uma ideia melhor, você me diz o que quer, e eu faço, sou monitor, ninguém vai desconfiar.

Era realmente uma ideia tentadora. Pesei meus prós e contras e percebi que aquela seria a melhor oferta que eu receberia. Não seria apenas um favor para mim, Albus também precisava de uma válvula de escape da realidade em que ele estava.

— Fechado.

 

Lily narrando:

Uma semana. Esse era o tempo que eu tinha ficado sem falar com meus amigos. Uma semana estressante. Uma semana difícil e triste. Agonizante.

Todos sabem que não sou a pessoa mais profunda do mundo, mas de repente as palavras dramáticas e difíceis que Rose usava vez ou outra faziam sentido para mim agora. Era um saco. 

Se a ficha ainda não caiu, eu repito. Fiquei sim uma semana sem falar com eles. Na verdade uma semana e quatro dias. Dias sem cor em que nenhum dos dois tentou qualquer tipo de contato. Lorcan e Hugo realmente não se importavam com o que eu sentia. Hugo... Só conseguia sentir aquele aperto no estômago. Eu já sabia que ele nunca iria reparar em mim, sua prima baixinha e sem graça. Tinha certeza de que ele nem ao menos tinha notado minha ausência.

Ah, tanto faz. Pensei que deveria começar a preocupar-me com essas minhas conversas mentais, mas antes elas que o silêncio completo. A situação toda estava deixando-me arrasada. Meus dois supostos amigos nem tinham tentado falar comigo, ou convencer-me de que essa ideia era ridícula. Ao contrário. Fingiram que eu nem existia. Não iria admitir, mas tinham me magoado. 

Eu, como a caçula da família sempre tinha sido tratada como se fosse feita de vidro. E Hugo foi o que primeiro tratou-me do jeito certo, sem tanta neurose, e em seguida Lorcan, quando entrei em Hogwarts. Depositaram seus medos e confianças em mim, e eu a eles. Logo ser desprezada pelos mesmos doía muito.

Mas eu não poderia voltar atrás agora. Seria o que todos esperavam. A pobre e sensível Lily Luna Potter não suportava não ser o centro das atenções, diriam alguns. Não deixaria isso acontecer. Já estava farta de tanta indiferença e descaso. Eu deveria era me concentrar naqueles que realmente queriam ter-me por perto.

E vendo pelo lado bom, pelo menos agora eu poderia pedir duas coisas aos dois. Mas o que?

Nenhuma ideia me vinha a cabeça, não tinha nada que eu quisesse deles naquele momento.

Eu estava sentada sozinha em uma arquibancada da quadra de quadribol. O vento assobiando alto enquanto bagunçava meus cabelos ruivos acastanhados. Eu sempre ia para aquele mesmo lugar quando sentia-me sozinha. E era estranho, porque eu nunca estava sozinha. A grande maioria dos estudantes daquela escola eram meus parentes ou amigos - parentes na grande maioria - E alguns nunca saiam do pé. Mas em momentos como aquele eu me permitia chorar. 

Não gostava de pensar que estava sendo fraca. Apenas que tinha sido forte por muito tempo, e agora estava sendo apenas humana. Francamente, Rose tem sido maior influência sobre mim do que eu tinha me dado conta, sorri pensando nela.

Enfim, conclui que jogaria na mesma moeda com eles. Magoava-me pensar que não tinham sentido minha falta nesses dias. Não tinham nem ao menos se dar ao trabalho de tirar satisfações ao completar dos sete dias da aposta. Mas afinal eu sou quem deveria tê-lo feito. Ganhei não é?

Continuava me sentindo uma perdedora. 

Deixando esse sentimento de lado comecei a andar em direção ao castelo, enxugando as últimas lágrimas conspiradoras. Não iria pedir nada a aqueles dois ineptos, não queria. Tinha provado meu ponto, e sentia-me miserável sem minhas duas “muletas”. 

Mas também não falaria com eles. Talvez Rose pudesse ensinar-me como ser mais recatada e prendada, já que eu tinha desperdiçado meus dias sendo apenas distante e desligada. Mas era bom. Refiro-me a parecer desligada. Os outros sempre me subestimam. Pensam que enquanto você sustenta aquele sorriso, não há nada escondido atrás dele. Nenhuma preocupação ou tristeza. Não ligo. Desse modo observo todos em suas minúcias. As pessoas ficam descuidadas. Esse meu pequeno talento era muito bom para as travessuras que eu e meus ex-melhores amigos fazíamos.

Estava no horário de aula, portanto o castelo estava quase vazio. Apenas alguns alunos caminhavam pelos corredores, alguns atrasados. E eu outros – assim como eu – tinham esse horário livre.

Entrei no banheiro da Murta, eu e a garota/fantasma tínhamos criado uma amizade. As pessoas diziam que ela era instável e excêntrica. Mesmo assim eu a adorava. Ela não estava no momento, então apenas olhei-me no espelho, ajeitei meu cabelo com um floreio da varinha. Pronto. Domados novamente, ao estilo escorrido-sem-graça-da-Lily-Luna.

— É, pelo menos isso consigo controlar – resmunguei de cabeça baixa enquanto sai do banheiro. Sem querer esbarrei em um garoto no meio do corredor. – Desculpe, foi sem quer...

— Ah, é você Potter - sorri ao ver quem era – devia prestar mais atenção por onde anda.

Thomas Zabini. Um sonserino dois anos mais velho que eu. Líder do time de quadribol da Casa a que pertencia. Tinha ombros largos, cabelos escuros e olhos negros. Thomas era gentil e amigável. Mas sabia ser irritante quando queria. 

— Suponho que tenha razão, já não é a primeira vez nos esbarramos assim por esses corredores.

Nossa estranha parceria começou quando fomos juntos á Floresta proibida no ano passado. Não me lembro bem o porque, tinha algo a ver com um Lembrol perdido na floresta. Não me pergunte o motivo, mas eu queria ser quem iria recuperar o objeto. Lembro-me de que ninguém queria me acompanhar, achavam que eu estava blefando, que não teria coragem de andar sozinha pela Floresta. A coisa sensata a se fazer seria deixar para lá, então claro que eu fui sozinha.

Sei que Thommy seguiu-me até lá. No final, bem, ficamos um mês acamados sob os cuidados de Madame Pomfrey. Santa Pomfrey como eu a chamava. A mulher era ótima no que fazia.

Durante esse tempo criamos um tipo estranho de amizade. Passávamos o dia jogando cartas (era possível jogar muitos jogos diferentes com um baralho trouxa), contávamos histórias reais e outras inventadas um ao outro e, vez ou outra, trocávamos beijos, ali, na Ala Hospitalar. Ainda me lembrava vividamente do primeiro.

Flashback

— E é assim que se esmaga um inseto como você no Poker, Zabine— disse recolhendo meu espólio. Estava sentada de frente para o sonserino em sua cama, já que ele tinha quebrado alguns ossos da perna.

— É a vigésima segunda vez que jogamos esse troço e eu ainda não consegui entender as regras básicas - disse - É claro que você iria ganhar, Weasley.

— Não resmungue só porque você é uma droga - respondi, divertida - Que tal uma partida de Buraco?

— Que tal outra hora? 

Levantei os olhos confusa, ele sempre respondia aos meus insultos. Thommas tinha inclinado-se levemente na minha direção, os olhos de obsidiana encarando-me com ternura.

Opa.

O que ele está fazendo?

Tão linda— sussurrou quase para si mesmo. Oi? Seus ferimentos deveriam ser mais graves do que eu imaginava. Ele tinha me chamado de linda? 

— Thommas, o que...

Ele não esperou que eu terminasse, selou meus lábios com os seus, num beijo lento. Estava atordoada, nunca tinha beijado um garoto, e não entendia como aquele menino poderia estar interessado em mim. No final, disse a mim mesma que ele queria uma distração, e então retribui o beijo. Outra e outra vez.

Fim do Flashback

Depois disso ficamos amigos, com exclusividades ocasionais. Eu gostava muito de sua companhia, mas não sentia emoção ao tocar seus lábios com os meus. Era mais uma coisa física. Como beijar um espelho. Sem sentimento, para ser mais precisa. 

— Não estou com humor pra isso agora, quem sabe depois? – eu já tentava contorná-lo quando senti que ele segurava meu braço. 

— Você estava chorando? Seus olhos estão vermelhos...

Suspirei derrotada, pra que esconder? Ele já sabia de tudo mesmo, na semana passada tinha me encontrado em outro corredor como esse, afogada nas próprias lágrimas.

— Estou apenas chateada por causa daquela aposta. Eu ganhei, e deveria estar feliz, não é? Mas Hugo me ignorou e nem sentiu minha falta. E porque sentiria Ah, mas quem liga para a boba da Lily? Quem se importa com o que ela tem a dizer? Ele é que não, com certeza, nem deve ter notado que eu fiquei triste...

— Ei, mas quanto desespero! – disse me dando um abraço apertado. Mas não era ele quem eu queria abraçar, abracei-o de qualquer modo – e se serve de consolo eu ligo para o que você pensa. Nossa... isso ficou bem clichê, mas é verdade.

— Está bem, chega – disse afastando-me dele – você sabe como eu fico com demonstrações de afeto.

— Certo, então o que acha de me acompanhar até o Salão Principal? Estou faminto.

— Claro... – disse tentando encontrar algum sinal de meu habitual apetite.

Se eu precisava de alguém para me distrair das coisas, esse alguém era o Zabine.

 

Albus narrando:

O plano era simples. Eu iria roubar o armazém do professor de poções cegueta-Slughorn, e depois entregar os ingredientes da tal poção a Rose. E depois ir a seção reservada na biblioteca e locar livro necessário. Simples. A segunda parte já estava até completa.

Sentia-me grato por Rose ter-me deixado ajudá-la, não estava zangado por ela não me contar suas motivações, já desconfiava das mesmas há tempos. Seus olhos corriam repetidas vezes para Scorpius. Um olhar até mesmo meio torturado, Malfoy fazia a mesma coisa, de forma mais carrancuda. Era engraçado o modo que os dois agiam, eu não entendia como duas pessoas podiam ser tão obtusas. 

Rose parecia tão determinada e louca que não duvido que executaria seu plano duvidoso mesmo sem a minha ajuda. E iria entrar em confusão, sem dúvida. Participar daquela investida não estaria no topo dos meus afazeres normalmente, mas eu queria era não ter que pensar em Scarlet a todo minuto. 

Eu pensava enquanto caminhava em direção a sala de poções, onde eu furtaria em nome da minha amizade a Rose. Mas parei ao ouvir sussurros baixos. Curioso como sou, não resisti, e andei em direção ao som.

Era só o que me faltava. Scarlet aos amassos com um garoto. Ele prensava-a na parede tentando beijá-la na penumbra, mas ela virava o rosto delicado. Não estava sorrindo, sua expressão era de puro terror, acompanhada de lágrimas que lhe desciam pelo rosto.

— Pare com isso Michael, estou avisando – Michael Finchel era seu nome, um grifinório nojento, na verdade eu sempre achei que ele era um cara legal, mas aquela cena estava exigindo demais de mim. Apesar dos apelos da garota, Finchel estava determinado a arrancar um beijo (ou mais), nem que fosse a força – Solte-me, já está me machucando!

Sua voz estava baixa e assustada. Michael vacilou mas não parou.

— Qual é, Scar – sussurrou de volta – sei que você quer isso. 

Esse era a gota d’água. Deixei que a Capa da invisibilidade caísse sem que notassem e me aproximei.

— O que está acontecendo aqui? – era mais do que óbvio o que estava quase acontecendo, mesmo assim perguntei – Finchel, solte-a de uma vez se não quiser que a diretora fique sabendo dessa ceninha. Vá já para o seu dormitório!

O garoto me olhou com espanto, mas não discutiu. Recolheu suas coisas dando um olhar desprezível á Scarlet, saiu sem pronunciar uma palavra. E aquele aperto no peito foi abrandando, sendo substituído por uma angústia lancinante.

— Não precisava ter feito isso, mas obrigada – Scarlet disse. Suas bochechas estavam rosadas. O cabelo bagunçado e olhos lacrimosos – Sério, não sei do que ele seria capaz. 

Apenas a ideia de imaginá-la passar por aquilo... Fazia meu sangue ferver.

— Está tudo bem agora - disse enquanto caminhava cauteloso em sua direção – Mas porque você estava andando sozinha com ele a essa hora? Se fosse outro monitor, ou mesmo o Filch, vocês estariam enrascados.

Ela suspirou, passando a mão pelos cabelos loiros. Tão delicada – Ele disse que queria conversar, não pensei que fosse... que pudesse... – soluçou, sentando-se no chão – Não acredito que pude ser tão ingênua! 

— Shh, não fique assim, vamos, é melhor sairmos daqui, se não meu brilhante cargo de monitor estará em perigo, ou pior, minha reputação imaculada diante ao corpo docente – disse numa tentativa de colocar o habitual sorriso em seus lábios. Funcionou, mas aquele era só uma sombra do sorriso que fazia o meu próprio ser sincero.

— Droga, eu não deveria deixar que você fosse legal comigo, eu tenho que te odiar sabia? – ela disse rindo baixinho. Aproveitei sua guarda baixa para passar o braço por sua cintura, não para tirar proveito da situação, mas para ajuda-la a equilibrar-se, suas pernas estavam bambas. Provavelmente devido ao estresse que tinha passado no último minuto.

— Deixe para amanhã, é bom falar com você sem ser azarado só pra variar – segredei baixinho e ela riu com vontade.

— Está bem. Mas só esta noite! Portanto não se acostume.

— Nem pensaria nisso – disse tentando ignorar nossa nova proximidade. Seu perfume cítrico enlouquecia-me, e seus olhos voltavam vagarosamente a serem calorosos. Eu estava conseguindo distraí-la, enquanto a levava ao dormitório da Lufa-Lufa.

— Como sabe o caminho? – perguntou afastando-se ligeiramente.

— Tenho meus meios - disse sorrindo. Scarlet não respondeu, baixou a cabeça e colocou uma mecha atrás da orelha.

— Não conte ao meu irmão está bem? Ele seria expulso, tenho certeza.

Ri sem humor – Pode deixar, eu mesmo me encarrego daquele palhaço.

Scarlet virou-se e examinou meu rosto. Deu passo em minha direção e franziu o cenho, inclinando levemente a cabeça para a direita – Você também, se fizer e algo e for penalizado me sentirei culpada!

— Mas...

— Nem tente me contrariar! Tenho olhos por toda essa escola – anunciou dando um tapinha em meu rosto. – Promete?

Maldita Scarlet Malfoy. Como eu poderia dizer “não” para ela? Não poderia.

— Prometo... – disse de mal vontade.

Ela sorriu exultante. O meu sorriso. No mesmo instante meus lábios curvaram-se num sorriso sincero. Era bom vê-la sorrir dessa forma.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Pessoal, tem muitas pessoas lendo, gostaria de comentariozinho, pode ser uma palavra, uma frase. Não me importo, quero ter a opinião de vocês.
Também gostaria de dizer que tenho trabalhado em aprender a fazer capas para colocar aqui, mas infelizmente descobri que não talento nenhum para isso. Fiquei três dias no primeiro passo do processo e o resultado ainda me dá dor de estômago. Então, se alguém tiver conhecimento de uma pessoa que faça capas (ou se houver um candidato por aí, escondido) estou totalmente á disposição hahha
Até o próximo.

Beijos da Sky



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