Secrets escrita por Sky


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Eu sei gente, dois anos é tempo demais para não se terminar uma história. Mas estou aqui agora. Vejo vocês nas notas finais hahaua



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Rose narrando: 

Roxy, Lily e eu andávamos juntas na estação enquanto as despedidas eram realizadas.  Mamãe e tio Harry (tia Ginny ria do marido) enxugavam lágrimas teimosas, enquanto meu pai só encarava o loiro que vinha em nossa direção junto a Albus. Ridículo. Papai sempre teria uma pequena inimizade para com meu amigo. Mas ele sempre afirmava que não era mais pelo fato dele ser um Malfoy. Várias vezes tentei fazer com que ele me contasse o motivo dele não gostar de Scorpios. Ele sempre reagia da mesma maneira. Balançava a cabeça e resmungava, as orelhas tornado-se vermelhas. Minha mãe só ria de sua piada interna (eu odeio piadas internas quando não estou por dentro das mesmas).

— Senhor Weasley – cumprimentou Scorpios, educado como sempre. Odiei o fato de meu coração ter dado um pulo ao ouvir sua voz rouca - Senhora Weasley.

— Ah Scorpios, você fala como se nunca tivesse corrido pela minha casa com suas pantufas de hipogrifo e o pijaminha de vassouras - disse minha mãe, rindo.

— Desculpe - respondeu dando um beijo de comprimento em Hermione - Prometo parar com esses mal hábitos.

— É bom que pare!

— Como vai no escritório, Sr. Weasley? - perguntou Scorpios.

Mamãe acotovelou meu pai (com o sorriso ainda inalterado nos lábios), forçando-o a ser "amigável" - Vão indo, garoto - mais uma cotovelada. Meu pai suspirou e prosseguiu mais naturalmente - Mês passado as coisas estavam bem complicadas, Harry e eu tivemos de fazer algumas viagens perigosas, mas enfim tudo parece estar entrando nos eixos.

— Fico feliz em saber - disse. 

Depois de mais alguns minutos conversando sobre trabalho com meu pai, Scorpios arriscou um olhar em minha direção. Parte da minha frustração já tinha passado só por vê-lo depois de um tempo considerável. Sentia sua falta. Minha mãe arrastou meu pai no meio de sua narração orgulhosa dos próprios feitos mais recentes contra bruxos das trevas, dando espaço para que conversássemos á sós. 

— Rose? Ainda está zangada comigo? – ele fez a ridícula cara de mini-pufe (amo mini-pufes) e eu me lembrei da carta que ele tinha me mandado no meio da noite. Argh! Por que ele tinha de ser tão na "medida certa"? Ódio ódio ódio...

No entanto, eu não iria ceder tão facilmente. Comecei a encará-lo como se ainda estivesse brava. Ele se encolheu ligeiramente sob meu olhar.

— É claro que ela não está mais zangada! Até porque ela não conseguiria mesmo – Lily quase berrou girando os olhos.

É, e meu plano de parecer durona foi por água abaixo. Obrigada, Lilian, pensei enquanto lançava um olhar nada amistoso para a menina.

— Lily! – Albus e Roxanne gritaram exaltados com a reação da prima/irmã.

— Ah qual é, vocês sabem que é verdade, mas tanto faz! Onde está seu irmão, Rose? Aquele idiota me deve 5 galeões! 

— Eu acho que ele estava conversando com uma Corvinal, perto daquela pilastra – Albus disse apontando.

— Ah, acho que vou esperar ele parar de desentupir a cara da garota – disse com uma careta, todos fomos obrigados a rir da resposta da garota.

— Então, falando em irmãos mais novos, onde está Scarlet? – Albus perguntou com um brilho novo nos olhos. 

— Sei lá, com as amigas provavelmente.

— Vou procurá-la, preciso mesmo falar com ela, até mais! – Roxy disse já se afastando. 

A irmã de Scorpios, era realmente uma garota legal. Eu adorava conversar com ela, sempre tinha ótimos conselhos e era bem humorada. Um doce de garota. Lembrei-me da expressão de Albus ao perguntar por ela. Pelo visto, muitas pessoas tem omitido suas verdades bem fundo na alma. A necessidade de saber quase fez com que eu saltasse de empolgação pelo desconhecido, mas lembrando-me de minha promessa, mandei que essa parte de mim sentasse sobre as patas e obedecesse ao meu comando, como um bom "monstrinho pessoal".

— Sabe, eu também tenho que ir. Acho que vou procurar o Lorcan, aquele idiota também está me devendo. Nos vemos por aí – Lily disse já saindo para procurar o amigo.

Conversamos um pouco mais e depois embarcamos no trem. Logo encontramos uma cabine vazia. Albus teve que se retirar, pois no ano passado ele tinha sido nomeado monitor da grifinória, junto de uma outra garota, Patsy Winsllow. 

Assim ficamos só eu e Scorpios conversando tranquilamente, os momentos de paz eram tão raros e preciosos... Lily, Lorcan e Hugo juntaram-se a nós depois de alguns minutos e começaram a conversar sobre quadribol, discutindo táticas, quem eram os melhores ou piores jogadores, e brigando por seus times preferidos. Nenhuma novidade. Lily Luna era um verdadeiro tesouro para o time da nossa casa. Uma das melhores apanhadoras que já tivemos. Por ser esguia e pequena sempre ganhava uma pequena dianteira diante dos outros apanhadores.

— Ah cale a boca, Hugo! Isso é machismo, você só diz isso porque não conseguiu entrar para o time no meu lugar! –  Hugo não era tão bom em quadribol quanto Lily, o que o deixava fulo da vida. Nem ao menos conseguia permanecer estável numa vassoura por mais de três míseros minutos.

Lorcan dobrava-se de rir em seu lugar, adorava ver brigas sem sentido. Ele era até meio barraqueiro. Sempre botava pilha nas discussões. Até que elas incendiassem o local, aniquilando os envolvidos e chamuscando os que estavam apenas observando ao redor. Ele já tinha feito isso comigo e Scorpios milhões de vezes. E nós sempre caíamos, Scamander tinha o prato cheio de picuinhas insignificantes fornecidas por nós, seus amigos. Realmente eu e Scorpios brigávamos por qualquer coisa. Acho que pelo fato de eu ser muito competitiva. Mas não posso evitar, é da minha natureza. E da dele também. Orgulho e toda essa baboseira que vocês conhecem.

— Ah minha querida Lily, a flor mais vermelha e repleta de espinhos do nosso jardim – começou Lorcan abraçando Hugo para indicar o “nosso” – Nós sabemos que você nos ama de maneira incondicional! Quase como se fosse viciada pela nossa companhia, não é mesmo Hugo?

— De fato. Ela não aguentaria ficar mais do que algumas horas sem conversar conosco. Tenho certeza. 

Lilian ficava mais vermelha a cada palavra. Parece que os meninos estavam conseguindo irritar realmente a minha priminha. Seus punhos estavam cerrados, o olhar, mortal. Mas meu irmão e seu amigo pareciam nem notar. Continuaram a zombar da garota.

— JÁ CHEGA! Veremos se eu sou assim tão dependente de vocês – ela berrou.

— Porque não deixamos isso mais interessante? – Scorpios sugeriu com um sorriso maroto.

— Scorpios, acho melhor não... - comecei.

— Ah Rose, deixe-me ter um pouco de diversão – ele disse em meu ouvido para que apenas eu pudesse ouvir. Amaldiçoei os espasmos que esse simples sussurro causou em meu corpo. Corei na hora, mas ele virou o rosto para continuar seu plano maligno, então não percebeu. Ódio ódio ódio...

— Se a Lily conseguir ficar sem falar com vocês por uma semana, cada um de vocês fará algo que ela quiser. Um desejo por assim dizer. E se ela não resistir... – Scopios deixou que a ideia penetrasse nas mentes fracas daqueles três. – Cada um de vocês – disse apontando para o ruivo e o outro loiro – terá um desejo concedido por Lily. E aí? De acordo?

— Eu aceito – os três disseram em coro. Hugo e Lorcan pareciam estar certos quanto ao resultado da aposta. Por isso tinham aceitado. Mas Lily, bom... Ela odiava ser desafiada. O maldito orgulho grifinório, como eu já havia mencionado.

— Isso vai dar merda – resmunguei enquanto mirava a paisagem pela janela.

— Cretinos – Lily disse e saiu da cabine praguejando baixinho.

— Sabe, acho que vou pedir para a Lily fazer uma massagem daquelas pra mim, e depois me ajudar com umas garotas que ela conhece da Corvinal – Lorcan disse cutucando Hugo com um sorriso malicioso – E você, Huguito?

— Segredo – meu irmão devolveu com um sorriso ligeiramente tímido.

— Vocês estão cantando vitória muito cedo, se querem saber, não é bom nem inteligente diminuir os sentimentos alheios – eu disse apontando para os garotos - Ela não vai ceder.

— Ah, eu discordo, você viu a cara dela? Ela vai entregar os pontos assim, Rosinha – Scopios disse estralando os dedos e rindo - Vai ficar tão carente sem os dois... Sabe como são as meninas.

Lorcan e Hugo aproveitavam a "partida de ping-pong sobre lava, acompanhada de terremotos e gás venoso", apenas um episódio da novela que éramos eu e Malfoy.

Dei um soco nele apenas para não perder o costume. – RÁ RÁ, eu acho que ela vai ganhar essa aposta,  não é só uma raiva momentânea, Lily aguenta esse lixo há tempo demais.

— O que acha de nós fazermos nossas apostas em relação ao resultado da aposta deles?— sugeriu como quem não quer nada.

Hugo e Lorcan observavam divertidos a cena.

— Claro! Por que não? – garotas são carentes, não é? Ele ia ver quem ficaria carente no final – Faremos o mesmo que eles, quem vencer realizará um desejo do outro. E é melhor se preparar, porque eu sempre tenho razão.

Vangloriei-me quando seu sorriso vacilou um pouco. Ele sabia que era verdade.  

 

Scorpios Narrando:

Só o que me faltava era essa maldita aposta. Rose tinha muitas chances de vencer aquilo. E eu iria acabar sendo seu capacho por algum tempo como recompensa (na melhor das hipóteses, na pior delas ela poderia obrigar-me a ficar fantasiado como um unicórnio por um semana. Obrigado, prefiro ser um escravo). Mas já estava feito e eu não iria voltar atrás agora. Só esperava que a Potter estivesse realmente disposta para vencer aquela aposta.

Logo depois chegamos em Hogwarts. Alunos participavam de conversas animadas e barulhentas enquanto esvaziavam o Expresso. Era bom estar de volta. Albus como era monitor, teve que realizar mais algumas das suas tarefas e logo juntou-se a mim. Rose desapareceu dentro da multidão assim que desceu do trem. Meu palpite era de que ela tinha ido atrás da Lily, planejando estratégias emocionais para ganhar, com certeza. Maldita hora em que fui abrir minha boca.

Hogwarts continuava com seu esplendor de sempre. Suas janelas brilhavam com a luz de velas, como na primeira noite que as vi. O céu banhado de estrelas, o ar puro e gelado da noite já estava presente. Caminhávamos até o Salão Principal para o banquete de início de aulas, mesmo assim decidi dar uma volta pelo castelo para espairecer. Pirraça já estava infernizando as pessoas, e de vez em quando era possível ouvir vozes de casaizinhos encontrando-se na penumbra do castelo. Normal.

Não tinha encontrado um bom lugar para pensar ainda, então simplesmente caminhei até os jardins que estavam vazios a essa hora da noite. E sentando-me na grama, puxei das minhas vestes meu caderno surrado de desenho e um lápis e borracha trouxa que Rose tinha me dado há alguns anos. O lápis era enfeitiçado para que a ponta nunca se quebrasse, e sempre estivesse na espessura que eu precisava. A borracha nunca acabava. O caderno era simples, porém tinha um pequeno bilhete no final. Que eu sempre lia e sentia-me (sei que vai soar meio idiota) aquecido e feliz quando lia aquelas poucas palavras:

“Scorpios, sei que você ama desenhar.. Então tomei a liberdade de comprar esse pequeno presente para você. Simples, eu sei. Seus desenhos sempre me inspiraram, são especiais, assim como o desenhista. Não deixe que te digam o contrário. 

Com carinho, R.W.”

 

Realmente Rose fora a primeira a notar minha paixão pelo desenho. Antes apenas um passatempo, mas depois daquele presente da Weasley, tinha se tornado uma paixão.  E mais uma vez meus pensamentos voltaram para a ruiva.

Pensei enquanto passava a mão em meus cabelos. Aquilo estava ficando fora de controle. Pegando o caderno, procurei uma página imaculada, coloquei o lápis em contato com o papel e comecei. Nada importava enquanto eu desenhava. Era a minha maneira de desligar-me do mundo a minha volta. Nem via o que estava produzindo, só deixava que minha mente fizesse o trabalho. Logo terminei para examinar minha obra. Eu tinha desenhado seus olhos. Eles sorriam para mim naquele momento. 

Cara eu estava encrencado. Precisava tirar Rose da cabeça. 

 

Lily narrando:

Aqueles idiotas! Como ousam pensar serem tão insubstituíveis? Ah, mas iam ver! Tudo o que eu queria era poder socar a cabeça de cada um deles. 

Eu não ia de maneira alguma deixar que eles vencessem aquela aposta. Tudo bem que eu provavelmente ia ter que ficar meio sozinha por uma semana, e talvez tivesse que me sentar e conversar apenas com minhas primas. Amo-as de coração, mas elas eram meio frescas e centradas demais, e que só falavam de saúde, tratamentos faciais e comidas "fit"... Urgh. Estremeci a esse pensamento. Nem sabiam a diferença entre uma Goles e o Pomo de Ouro. Okok, peguei pesado. 

Esse também não é o principal motivo. Mas a perspectiva de ter que caminhar pelo castelo, fazer minhas refeições e passar as horas vagas ao lado delas... Já me sentia praticamente invisível. Elas eram tão bonitas e glamorosas, eu era apenas a Lily. Senti vontade de contar a alguém sobre aquilo. Sobre mim. Sobre o que eu não sou e sobre o que gostaria de ser. 

Devo ter passado um bom tempo presa no novelo de lã dentro do meu cérebro, quando me dei por mim o Salão Principal já estava quase vazio (eu nem me lembrava de ter comido, o caso já estava ficando sério a esse ponto, como podem ver). E agora eu jantava sozinha, aparentemente. Suspirei e comecei a ir para o meu dormitório.

  A ideia de não ter meus parceiros para aprontar pelos corredores do castelo era angustiante. Iria sentir falta deles, era um fato.  E ainda por cima ter apenas a companhia de garotas que só iriam me lembrar do quão ridícula eu era. Parei no corredor e vislumbrei meu reflexo em uma armadura próxima. Tão sem graça quanto mingau de aveia. Ou qualquer outro tipo de mingau, não gosto de mingau.

Tentei esboçar um sorriso, mas a menina a minha frente já tinha lágrimas nos olhos, e só formou uma careta para completar o quadro. Ótimo...

Nem percebi que estava chorando até sentir o calor das lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Com medo de ser descoberta ali, chorando sem motivo aparente, enxuguei as malditas lágrimas e continuei meu caminho sem enxergar coisa alguma, mas, por mais embaçada que minha visão estivesse, identifiquei um vulto caminhando na minha direção.

Ótimo, simplesmente ótimo!

Fiquei olhando para os meus pés até que o vulto chamou meu nome. Por um segundo fiquei petrificada onde estava. Era só o que me faltava, pensei.

Poderia esconder-me, ou sair correndo. Então como não sou uma pessoa normal, acabei por atirar-me em direção ao vulto para um abraço no outro segundo. Só queria ser outra pessoa. Mas por alguns instantes, ali naqueles braços, eu me senti bem. Pena ele não ser quem eu amo, pensei enterrando-me ainda mais.


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Notas finais do capítulo

Olá! Como vão vocês? Espero que bem e vivos, faz tempo desde minha última atualização. Mas cá estou. Ficaria muito feliz se me dissessem o que acharam, claro. É sempre bom hahah Enfim, não desistam de mim!
Quem serão os vencedores das apostas? Quem Lily estava abraçando naquele corredor? Será que a menina andou tendo algum caso de amor antes disso tudo? Veremos hahah

Beijos da Sky .



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