POV’s Eduarda

Acordei assustada. Não havia percebido que estava chorando. Isso sempre acontecia. Mesmo após cinco anos, aquelas imagens sempre me vinham a cabeça, muita das vezes por forma de sonho, ou melhor, pesadelo. Que eram as piores.

Parecia que estava vendo um filme de terror. Em que uma garotinha de 12 anos chorava e gritava pelo nome de seus pais, mas eles estavam a sua frente, mortos. Infelizmente não era apenas um filme de terror. Era real. Ou melhor, foi. E eu era a protagonista. Tentava gritar para que a menina pedisse ajuda, fizesse algo, mas nada adiantava minha voz não saia. E sempre acabava assim, eu acordando, relembrando dessa noite. E me culpando por não ter feito nada para salvar meus pais.

Acendi as luzes do meu quarto, fui lavar o rosto no banheiro e depois na cozinha pegar um chá pra me acalmar. Coincidência ou não era 3:30 a.m, mas preferi não pensar muito nisso.
Ao pegar meu chá, sentei no sofá e liguei a televisão. Aquele pesadelo havia feito com que perdesse o sono, e a única maneira de conseguir dormir era tomando um bom chá e vendo televisão. Aos poucos fui sentindo meus olhos pesarem,e sem ao menos perceber, já estava dormindo.

Acordei com a fechadura da porta se abrindo. Abri os olhos com dificuldade por causa da claridade.

- Bom dia flor do dia. Perai o que você esta fazendo dormindo ainda? Já era pra você estar acordada e quase pronta! Por favor Duda, não podemos nos atrasar de novo. Vamos ser demitidas e não vamos conseguir pagar a faculdade. Levanta.

Amanda, como poderia acordar melhor? Com aquela voz angelical gritando no meu ouvido.

- Ah deixa eu dormir mais um pouco. Ta cedo ainda. – disse deitando novamente no sofá.

- Não não. Vai tomar um banho e depois venha aqui tomar seu café, passei na Starbucks depois que fui correr. Mas vai rápido, estamos atrasadas. O chefe vai comer nosso fígado. Rápido Eduarda, agiliza.... – Amanda foi falando me tirando do sofá e por ultimo, me empurrou para o corredor e bateu na minha bunda.

Tomei meu banho mais rápido que gostaria. Arrumei-me devidamente para uma funcionária do Nando’s – sim trabalho lá por causa do Niall. Sim sou directioner. E não nunca os vi lá, infelizmente – e fui tomar café.

- Que demora moça, vamos, comprei cookies e um cappuccino pra você.

- Obrigada ami, não sei o que seria sem você – disse indo abraçar e beijar ela.

- Eu sei, não vive sem mim.

Tomei rapidamente meu café da manhã e a sai com Amanda pra trabalhar.

Droga já era 11:45. Meu horário começa as 12:00 e já é a segunda vez que eu me atraso na semana.

Sai correndo de casa, mais um atraso e seria demitida, foi o que disse a vaca da Emy, a gerente.

Tinha exatos 15 minutos para chegar no meu emprego sem ser demitida. Observação, meu emprego ficava a 30 minutos de casa. Ou eu corria, ou eu corria. Qual você escolhe Eduarda?

Atravessei a rua corendo, ou melhor, voando. Sem olhar para os carros. Naquele momento só escutei Amanda gritando e um barulho de freio de carro. Depois disso, apaguei.