Harry Potter. escrita por AliceFelton


Capítulo 147
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

4000 palavras, quero ver quem vai ter a ousadia de não deixar um recadinho no fim
pfvr deixem sério, esse é tipo o capítulo mais importante da história inteira



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Ele me puxou pela mão para bem perto da Penseira e retirou um pequeno frasco das vestes, que continha uma substância dourada. Ele, sem tirar os olhos de mim, despejou-a na Penseira.

Coloquei meu rosto próximo ao líquido e olhei para ele.

— Você não vem? - perguntei

— Não. - ele deu de ombros - Eu já vi.

— Do que se trata? - perguntei

— Explicações. - ele disse

Assenti.

Fechei os olhos mas senti meu corpo sendo puxado. No segundo seguinte, estava envolvida nos braços de Harry novamente. Ele deu um beijo demorado em minha testa e sorriu para mim.

— Agora vá. - ele disse

— Certo. - eu disse

Não soltei sua mão, mas mergulhei meu rosto na Penseira. Fui jogada para dentro da cena da lembrança que Harry estava me mostrando, provavelmente de Snape. Embora não fizesse muito sentido ele me mostrar o que eu havia acabado de ler na carta de Dumbledore.

Eu caí em um casebre escuro e sujo. A chuva caía pesadamente lá fora. Mas, ao contrário do que eu pensava, deitado no chão, não vi Snape, vi Harry. Um Harry com a idade do Harry que eu havia conhecido. Ele desenhava alguma coisa no chão: um bolo de aniversário com onze velas.

Ouvi um relógio apitando e vi que Duda estava deitado no sofá, dormindo.

— Feliz aniversário, Harry. - dissemos eu e Harry ao mesmo tempo

Ouvi um estrondo e a porta se abriu. Ou melhor, a porta se quebrou, e um homem gigantesco entrou no casebre.

Harry se levantou correndo e se escondeu atrás do pilar da lareira.

O homem gigantesco era, naturalmente, Hagrid.

— Olá. - ele disse fechando seu guarda-chuva - Me desculpem pela porta.

Hagrid se abaixou e colocou a porta de volta no lugar.

Duda, que havia acordado com o barulho, ficou paralisado, encarando o meio-gigante. Olhei para trás e vi Valter e Petúnia parados na escada, também aterrorizados.

— Eu ordeno você a sair daqui agora! - disse Valter

Hagrid foi até ele e entortou o cano da espingarda que ele segurava. - Cale a boca, Dursley. - disse ele - Seu grande imbecil.

Hagrid suspirou e olhou para Duda.

— Você é bem maior do que eu imaginava, Harry. Principalmente aqui. - disse ele apontando para a barriga de Duda.

Deixei escapar uma risada.

— Eu…eu…eu… não sou Harry. - disse Duda

— Eu sou. - disse Harry, se mostrando

Hagrid sorriu.

— É claro que é. - ele disse

Harry parecia confuso.

Hagrid tirou um pacote de suas vestes.

— Eu trouxe isso para você. Afinal, não é todo dia que fazemos onze anos, não é mesmo? - disse Hagrid - Me desculpe, talvez eu tenha sentado nele no caminho.

Harry pegou o pacote e o abriu. Ele se deparou com um bolo rosa com letras verdes, que o desejavam feliz aniversário. Eu vi os olhos de Harry brilharem e suspeitei que aquele fosse o primeiro presente de aniversário decente que ele já havia ganhado.

— Obrigado. - disse Harry - Mas, quem é você?

— Rúbeo Hagrid. - o gigante respondeu - Guardião da Chaves de Hogwarts, mas é claro que você sabe tudo sobre Hogwarts.

Harry negou e Hagrid espantou-se.

— Onde você acha que seus pais aprenderam tudo? - ele perguntou

— Tudo? - perguntou Harry

Hagrid encarou Harry.

— Você é um bruxo, Harry.

 

 

Tudo em minha volta se desfez e, quando as coisas entraram em foco novamente, me vi no Expresso de Hogwarts. Espiei para dentro da cabine mais próxima e vi dois garotos. Um com cabelos muito laranjas e outro com cabelos pretos e bagunçados.

Fui atravessada por um vulto e vi a mim mesma entrando na cabine, alguns anos mais jovem.

— Posso sentar com vocês? - eu do passado perguntou

— Claro! Entra! - disse Rony - A propósito, sou Rony. Rony Weasley.

— Alice Felton, muito prazer. - sorriu a Alicezinha

— Harry. Harry Potter. - sorriu Harry - O prazer é nosso.

Olhei para Alicezinha e ela sorriu para Harry, mas tudo ficou turvo novamente.

 

 

Vi Rony, ainda com onze anos, deitado na sua cama, no dormitório masculino. Harry estava apoiado na sua cama e observava o espaço.

— Estou muito feliz. - disse Rony - Que bom que você ficou na Grifinória!

Harry sorriu.

— Estou feliz também. - ele disse - E Alice também.

Rony se sentou.

— Alice também. - concordou Rony - Ela parece ser legal.

Harry concordou.

— O engraçado é que ela foi a única pessoa hoje que não fazia a menor ideia de quem eu era. - disse Harry

Rony riu.

— Deve ser um pouco irritante. - disse Rony - Digo, todos saberem quem você é.

Harry deu de ombros.

— Não estou acostumado com isso. - disse Harry

Rony assentiu.

— Você já já se acostuma. - disse Rony - Ou as pessoas esquecerão de você, daqui a alguns meses.

Harry assentiu.

 

 

Me vi no mesmo dormitório, quando a cena se ajeitou novamente depois de alguns segundos.

Olhei para Harry, dessa vez deitado em sua cama, e Rony sentado no peitoril da janela. Eles não estavam muito mais velhos, mas eu sabia que a lembrança já se passava no nosso segundo ano.

Rony parecia querer conter o riso.

— O que você quer, Ronald? - disse Harry, rindo

— Fiquei sabendo que minha irmã te mandou um poema hoje. - disse ele tentando não rir - Algo sobre olhos verdes e sapinhos cozidos…

Harry riu.

— Não seja maldoso com sua irmã. - disse Harry - Foi gentil da parte dela.

Rony riu.

Quem iria imaginar que ela teria uma queda por você, não é mesmo? - disse Rony - Ela quase não falou de você. Tirando o verão todo.

Harry bufou, rindo.

— Não seja maldoso, Ronald. - Harry repetiu

Rony deu de ombros.

— Fiquei sabendo que Lizzie também recebeu um.

Harry assentiu.

— Recebeu. - disse ele

— De Malfoy? - perguntou Rony

— O próprio. - disse Harry

Rony riu.

— Eu não gostei muito do poema. - disse Harry, calmamente

Rony riu.

— É sério! - riu Harry - Eu não achei o poema muito bom.

— Eu acho que você está com ciúmes. - disse Rony

— De Lizzie? - perguntou Harry - Ou de Malfoy?

Rony deu uma gargalhada.

— Bom, de um dos dois. - disse ele

Harry riu.

— Você está maluco. - disse ele

 

 

Eu ainda estava rindo da lembrança anterior quando me vi em outro ambiente. O Caldeirão Furado.

Harry estava deitado em uma cama e seu livro de animais estava correndo pelo chão. Aquele livro havia sido um pesadelo. Imaginei que eu estava na época do início do terceiro ano.

Harry não parecia se importar com o livro.

Ouvi minha própria voz passar pelo corredor, junto com a de Mione.

Harry suspirou e sorriu.

Imediatamente, sua expressão se fechou e ele arregalou os olhos.

— Oh, não. - ele disse

Ele saiu do quarto correndo tão rápido que nem o livro conseguiu alcançá-lo antes que ele fechasse a porta ruidosamente.

Ele quase trombou em mim e em Hermione, que conversávamos na porta do nosso quarto, depois de termos descido para tomar um leite quente.

— Está tudo bem? - perguntei a ele

Harry assentiu fervorosamente.

— Claro, claro. - ele respondeu - Tchau.

Ele entrou correndo no quarto de Rony e fechou a porta.

Eu e Mione rimos.

— Maluco… - eu murmurei

Entrei no quarto de Rony, e Harry estava parado em frente à porta. Rony estava sentado no chão remexendo o conteúdo de sua mala.

— Eu estou apaixonado por ela. - Harry sussurrou

Rony levantou os olhos para ele, sorrindo.

— Apaixonado por quem? - ele perguntou

— Sssssssh. - fez Harry - Como se você não soubesse. Alice, é claro.

Rony sorriu.

— O que você vai fazer? - perguntou ele

— Eu não faço a menor ideia. - disse Harry - Meu plano era ignorar meus sentimentos.

— Por que você não os conta pra ela? - perguntou Rony

Harry negou com a cabeça.

— Talvez ela também gsote de você… - disse Rony

Harry bufou.

— É claro que não gosta! - Harry disse - Ela é… ugh… tão incrível.

Rony riu e suspirou.

 

 

Tudo ficou turvo mais uma vez e me vi no salão comunal. Harry e eu estávamos parados, em pé, no meio da sala. Eu parecia irritada, mas Harry sorria.

— Tentamos de tudo! … IIHC - solucei

Harry riu.

— Tem um negócio que eu vi na televisão, uma vez. - ele disse - Podemos tentar.

Assenti.

Eu, Alice velha, ri. Era engraçado pensar que Harry, Mione e eu havíamos passado algum tempo vendo televisão na infância. Aquilo tudo parecia ter acontecido há séculos. A Alicezinha de nove anos nunca havia imaginado que ela seria realmente mágica.

— Feche os olhos. - ele disse

A Alice fechou os olhos dela e vi Harry beijá-la. Me beijar. No passado.

  Aquilo foi suficiente para me fazer chorar.

Nós dois nos separamos e eu vi que eu havia ficado completamente paralisada.

— Passou. - eu disse

Ri, enxugando minhas lágrimas. Eu era patética.

 

 

Vi Rony e Harry sentados em uma mesa do Três Vassouras. Rony olhava confuso para as duas garotas que haviam acabado de sair dali, agindo estranhamente.

Ele se virou para Harry, que sorria.

— Eu perdi alguma coisa? - perguntou Rony

— Nós nos beijamos! - disse Harry

— Nós quem? - perguntou Rony

— Lizzie e eu? - riu Harry

A boca de Rony se abriu em um sorriso gigantesco.

— É sério? - ele perguntou

Harry riu.

— Sim! - ele disse

Rony se aproximou dele na mesa.

— Mas, como? - perguntou ele - Você contou pra ela o que sente?

Harry negou.

— Não. - disse Harry - Foi bem casual.

Rony riu.

— Você tem que contar para ela. - disse Rony - Se seus sentimentos forem correspondidos, vocês podem se beijar de novo.

Harry o encarou.

— Você quer beijá-la de novo, não quer? - perguntou Rony

Harry sorriu.

— Quero. - ele disse

 

 

Me vi em um lugar completamente diferente, quando tudo mudou novamente. Hermione, Rony, Lupin e eu estávamos sentados no gramado próximo ao Salgueiro Lutador, mas longe o bastante para não morrermos. Snape estava inconsciente no chão.

Sentei ao lado de Harry e Sirius, que conversavam.

— Eu estava pensando… - disse Sirius - Agora que limparei meu nome, você poderia morar comigo se quiser… Digo, seu pai me falava que sua tia era bem desagradável.

— Morar com você? - perguntou Harry - Deixar os Dursleys?

— Você não precisa, se não quiser. - Sirius apressou-se em dizer. - Não é uma ideia muito boa, você nem me conhece. E seu pai estava claramente exagerando.

— Não, não. - disse Harry - Eu adoraria morar com você.

Sirius sorriu e Harry também. Eu comecei a chorar novamente.

Eu faria qualquer coisa para voltar para aquele momento e fazer com que os sonhos e planos de Harry e seu padrinho acontecessem.

Harry parou um momento para olhar para mim e deixou escapar um sorriso.

— Ela é incrível. - disse Sirius

— O que? - perguntou Harry, saindo de seu devaneio.

— Alice. - sorriu Sirius

— Oh.. é. - disse Harry - Ela é.

Sirius riu.

— Ela me parece ser gentil e inteligente. - disse Sirius - E está apaixonada por você.

Harry olhou para ele.

— Você acha? - perguntou Harry

Sirius sorriu.

— Acho. - ele disse

 

 

A próxima coisa que eu vi foi eu e Harry nos beijando, no meio do grande salão, no Baile de Inverno.

Eu não conseguia enxergar nada porque meus olhos estavam cheios demais. E por mais que eu os esvaziasse a cada segundo, mais lágrimas apareciam.

 

 

As próximas cenas passaram rápido. Eram cenas do nosso namoro. Harry havia selecionado apenas pequenos lances, por saber que eram minhas lembranças também. Nós em Hogsmeade. Nós na Sala Precisa. Eu o acordando na casa dos Dursley, quando ele havia sido expulso de Hogwarts. Eu e ele, ele e eu.

Era isso que ele estava fazendo no Chalé das Conchas, quando pediu minha penseira? Ele sabia que ia morrer? Ou ele só resolveu que ia fazer um filme da nossa vida, já que estava entediado.

Eu estava confusa.

 

 

Tudo ficou preto. Me vi em uma sala que nunca havia visto antes e não se parecia com nenhum lugar que eu já havia estado. Olhei ao redor e fiquei boquiaberta. Eu estava com Voldemort.

Ele estava sentado em uma poltrona, conversando com Lucio Malfoy e Rabicho.

— Precisamos da garota. - disse Voldemort.

— Alice? - perguntou Rabicho

— É óbvio. - disse Voldemort - Ele a ama.

Lucio assentiu.

— Tolo. - disse Voldemort. - Se colocarmos as mãos nela, conseguiremos que Potter faça qualquer coisa por mim, para garantir que ela fique a salvo.

— Elas está bem protegida em Hogwarts, milorde. - disse Lucio

Voldemort riu.

— Ninguém está bem protegido em Hogwarts, Malfoy. - disse ele - Eles têm falhas na segurança todos os anos.

Lucio concordou.

— Enquanto Harry Potter amar Alice Felton, esse amor será sua ruína. - disse Voldemort - Tragam-na para mim. E vou fazer questão de que Potter veja sua namoradinha morrer.

Suspirei.

Havia sido por isso então.

— Harry, como você conseguiu ser tão estúpido a ponto de deixá-lo te manipular dessa forma? - murmurei

As lembranças se misturaram novamente e Harry acordou ofegante no sofá do salão comunal. Eu dormia tranquilamente ao seu lado.

Harry se virou para mim e eu vi lágrimas molhando seu rosto. Ele passou a mão na minha bochecha e eu sorri, ainda dormindo. Ele passou seu braço pelo meu ombro e me puxou para perto, me aninhando.

— Eu sinto muito, Lizzie. - ele murmurou, dando um beijo em minha testa e outro em meu nariz.

 

 

Observei ao redor e vi que estava na Torre de Astronomia de Hogwarts. Harry estava sentado no chão, perto de uma das varandas e observava o horizonte. Estava quase anoitecendo por completo.

Rony e Hermione chegaram por trás de mim e se sentaram com ele.

— O que diabos aconteceu? - perguntou Rony

Harry levantou os olhos para os dois.

— O que você quer dizer? - ele perguntou calmamente

— Você sabe muito bem. - disse Hermione - Você está interessado em outras garotas?

Harry assentiu.

— Pois é. - ele disse

Rony bufou.

— Harry, queremos a verdade. - disse ele -  E queremos agora.

Harry voltou a encarar o horizonte.

— Ele vai matá-la. - disse Harry

Rony e Hermione se entreolharam.

— Ele sabe que eu a amo. - disse Harry - Ela nunca ficará segura se estiver comigo.

— Harry, estamos seguros em Hogwarts. - disse Mione

Harry riu.

— Nunca estivemos seguros em Hogwarts, Hermione. - disse Harry - Desde o começo, desde nossos primeiros meses aqui já atraímos problemas. Eu atraí problemas!

Mione segurou a mão dele.

— Harry, é isso que ele quer. - disse ela - Que você termine com ela, que você fique infeliz!

Harry suspirou.

— Eu sei. - disse ele se levantando - Mas é melhor que eu fique infeliz e que ela fique viva.

Ouvi seus passos descendo a escada e tudo ficou preto novamente.

 

 

Na próxima lembrança, vi Harry entrando no salão comunal e se jogando no sofá, com o rosto virado para baixo. Rony e Hermione se entreolharam e Harry soltou um grito abafado.

— Ela foi ficar com ele, não foi? - perguntou Rony

A resposta foi outro grito abafado de Harry.

— Honestamente, Harry. - disse Hermione - Estava mais do que óbvio que isso aconteceria.

Harry levantou a cabeça da almofada e encarou Hermione, bravo.

— Muito obrigada, Hermione. - disse ele

Ela riu.

— Eu sinto muito, Harry. - disse Hermione - Mas você não pode se dizer surpreso.

— Eu não estou surpreso. - bufou Harry - Estou irritado.

Rony e Hermione se entreolharam.

— Digo, eu terminei com ela porque não era seguro ficarmos juntos. - disse Harry - Aí ela se envolveu com Córmaco e foi ótimo porque, afinal, quem é Córmaco?

Hermione riu.

— Ele é bem bonito. - ela disse

— Só isso! - riu Harry

Hermione concordou.

— Mas, continuando, estava tudo bem. - disse Harry - E agora ela vai se envolver com um filho de Comensal da Morte? Isso é tão perigoso quanto ficar comigo! Voldemort não tem amigos! Comensais da Morte sofrem tanto quanto eu!

— Você está exagerando… - disse Rony

— Talvez um pouco. - disse Harry - Mas faz parte do meu discurso melodramático.

Rony riu.

— Malfoy é um egoísta! - exclamou Harry - Eu sacrifiquei todo o meu amor pra ela ficar segura e ele é um usurpador!

— Harry, a Lizzie gosta do Draco. - disse Mione

— Eu sei que sim! - disse Harry - Mas ela também gostava de mim.

Harry gemeu e afundou a cabeça no sofá.

Hermione passou a mão em sua cabeça, rindo.

— É claro que é ela quem decide com quem ficar. Talvez ela fosse terminar comigo eventualmente pra ficar com ela, não sei. - disse Harry - Mas talvez não. Num universo paralelo, eu estou deitado abraçadinho com ela aqui nesse sofá.

Rony riu.

— Eu sinto muito, cara. - ele disse batendo nas costas de Harry - Eu sei o quanto você gosta dela e o quanto você odeia ele.

Harry assentiu.

— Eu espero que ela se divirta, pelo menos. - disse Harry emburrado - E que ele beije bem.

Hermione riu e beijou a testa de Harry.

— Você é fofo, afinal, Harry Potter. - disse ela

Harry grunhiu.

— Tá, tá. - ele disse - Eu vou subir.

— Também vou. - disse Rony

— Boa noite, Hermione. - eles disseram em uníssono.

 

 

Apareci no gramado em frente ao lago. O céu estava azul mas Harry e Rony estavam de casaco. Devia ser outono, eu conseguia ver algumas folhas já amarelando nas árvores.

— Nada como um bom banho de sol. - murmurou Harry

— Você soa igual a Lizzie. - disse Rony rindo

Harry riu.

— Fico feliz. - disse Harry

Rony sorriu.

— Você ainda a ama, não ama? - perguntou ele

Harry riu e assentiu.

— Você não acha que está na hora de contar a verdade para ela? - perguntou Rony

Harry negou.

— Não. - ele disse - Agora as coisas estão ainda piores.

— Harry, ela é sua amiga e ela é contrária a Voldemort. - disse Rony - Ela já corre perigo, de qualquer forma.

Harry o encarou, confuso.

— Não muda nada você esconder isso dela. - disse Rony - Voldemort lê seus pensamentos ou qualquer coisa assim, ele sabe que você ainda a ama.

Harry suspirou e encarou o lago.

— Você tem razão. - ele disse

— Então você vai falar com ela? - perguntou Rony

— Não. - Harry riu

— Harry! - riu Rony

— Rony, ela está em um relacionamento. - disse Harry - Eu não vou me declarar para ela e fazer ela escolher entre nós dois. Ela está feliz com o Malfoy. Talvez um dia eu conte para ela.

 

 

Harry estava saindo pelo buraco da Mulher Gorda. Pelo silêncio e pela luz que entrava pelas janelas, imaginei que fosse uma manhã no final de semana.

Ele trombou com uma pessoa. Gina.

— Olha por onde anda, Potter. - ela riu

— Foi mal, Gina. - ele sorriu - Estava distraído.

Ela sorriu.

— Distraído, é? - ela perguntou - Tem nome essa sua distração?

Harry arregalou os olhos.

— Não. - ele respondeu prontamente - Coisas aleatórias. Muitas coisas. Várias coisas. Nada específico.

— É a Alice, não é? - ela perguntou

Harry suspirou.

— É claro que é. - ela concluiu

Harry deu de ombros.

— Você está apaixonado por ela de novo? - perguntou Gina

Harry sorriu.

— Eu nunca não estive apaixonado por ela. - ele disse - Não é de novo, é ainda.

Gina pareceu confusa.

— Mas você terminou com ela! - disse ela - Qual é o sentido de terminar com alguém que você ainda ama?

Harry suspirou.

— Quer dar uma volta? - ele perguntou - Eu estava pensando em achar algum canto quieto por ai.

Ela assentiu.

Os dois acharam uma varanda e se sentaram.

Harry contou a ela tudo que havia acontecido para que ele terminasse comigo. Gina parecia absolutamente chocada, mas não o interrompeu pela história inteira.

— Harry, isso não está certo. - ela disse, quando ele terminou. - Você não pode deixar Voldemort te controlar dessa forma! Lembra o que aconteceu com Sirius?

— É mais complicado que isso, Gina. - disse ele - Ele ainda não sabia que eu o via, em meus sonhos. Voldemort estava realmente planejando aquilo. Você também lembra do que aconteceu com seu pai?

— Lizzie não se importaria. - disse Gina - De ficar com você.

Harry a encarou.

— Ela ignoraria toda e qualquer ameaça para que vocês dois ficassem juntos. - ela continuou

— Isso não importa mais. Ela tem Draco. - disse Harry

Gina assentiu.

— O problema é que eu não consigo mais esconder. - Harry disse - A cada dia que passa eu sinto mais e mais que preciso contar tudo para ela, mas isso seria colocar todo o meu sacrifício a perder.

— Eu vou te ajudar. - ela disse, decidida

— Como você pretende fazer isso? - perguntou Harry

— Simples. - disse ela - Serei sua namorada por algumas semanas.

— Gina? - Harry riu - O que?

— Alice não vai perceber que você ainda está apaixonado por ela se você estiver se agarrando comigo, Harry. - ela disse

— Você não precisa fazer isso, Gina… - disse Harry

— Eu sei, mas eu quero. Você não precisa passar por tudo isso sozinho, eu te ajudo. - disse ela - Além do mais, eu tinha uma queda por você no primeiro ano, eu estaria realizando o sonhos do meu eu passado.

Harry riu.

— Obrigado. - ele disse

Gina sorriu.

— De nada.

— Por favor, fale com Rony. - disse Harry

Gina riu.

— Vou falar. - ela disse - Ele sabe de tudo?

Harry assentiu.

— Quando começamos? - perguntou Harry

— Não vou te falar, precisa parecer espontâneo. - ela disse

Harry deu uma gargalhada.

— Precisa ser um namoro de mentira perfeito! - ela riu

 

 

Na lembrança seguinte, vi Harry e Rony conversando pelas ruas de Londres. Vi que Hermione e eu estávamos logo atrás. Era depois do casamento de Gui e Fleur, quando conseguimos escapar.

— Como foi com Hermione? - Harry perguntou baixinho - Vocês estavam dançando.

Ri. Eu lembrava de estar falando de Rony e Hermione com ela, naquele mesmo momento.

— Foi legal. - Rony deu um sorriso bobo - Não foi nada muito romântico.

Harry sorriu.

— Claro que foi. - Harry disse

— Nah, eu estava um pouco nervoso. - riu Rony - Pisei um pouco nos pés dela.

Harry riu.

— Faz parte de seu charme.

Rony riu.

— E Lizzie?

— Nada demais. - murmurou Harry - Só o fato dela estar absolutamente maravilhosa e eu não conseguir me concentrar em outra coisa.

Rony riu.

— O vestido dela era realmente bonito. - disse Rony

— Que vestido? - Harry brincou - Ela poderia estar usando um moletom e eu estaria do mesmo jeito.

Rony sorriu e deu uma batidinha nas costas de Harry.

— Falta pouco. - disse Rony - Só mais algumas Horcruxes e tudo vai se resolver.

Harry assentiu e parou em frente à lanchonete em que bebemos café (e fomos atacados) naquele dia.

— Ei, meninas. - disse Harry abrindo a porta  – Não querem parar para tomar alguma coisa?

 

 

Harry e Rony estavam sentados à mesa, na nossa barraca. Pela expressão de Hermione, reconheci exatamente o dia. Rony havia acabado de voltar para nós, e, por isso, ela estava furiosa. Eu conseguia escutar o barulho do nosso chuveiro mágico, onde eu estava tomando banho.

Rony, sem aviso, começou a rir.

Harry o encarou.

— Harry, o que foi aquilo? - Rony perguntou

— O que? - Harry perguntou confuso

— Você saindo correndo ao ver Lizzie pelada? - Rony riu mais alto

— Você viu Alice pelada? - perguntou Hermione, chocada.

— Só com as roupas de baixo. - disse Harry

Hermione bufou.

— Eu não vou nem perguntar… - disse ela

Harry riu.

— Eu só não queria que ela ficasse doente, de novo. - disse Harry - Ou que ela vomitasse em cima de mim, de novo.

— Certo. - riu Rony

— Ronald, eu sou apaixonado por Alice por características dela que vão muito além do seu corpo. - disse Harry

Rony riu.

— Eu sei disso. - disse ele - Mas não é como se você não pudesse se atrair pela aparência e o corpo dela também.

Harry riu e abaixou a cabeça na mesa.

— Eu amo tanto ela. - ele reclamou

Mione riu.

— Sabemos. - ela e Rony disseram ao mesmo tempo

 

 

Harry abriu os olhos e os arregalou, imediatamente. Ele estava no quarto que dormira no período em que ficamos na casa de Gui e Fleur. Dino ainda estava no quarto, mas Rony não estava a vista.

Harry saiu correndo até a cozinha e encontrou Rony e Hermione, juntos, tomando café.

— Que bom que ela não está aqui. - ele suspirou - Preciso falar com vocês.

— O que você fez, Harry Potter? - perguntou Hermione

Harry suspirou.

— Eu a beijei. - disse ele

Rony e Hermione se entreolharam.

— Ela te beijou de volta? - perguntou Rony

— Sim. - sorriu Harry

Seu sorriso foi correspondido por sorrisos de Rony e Hermione.

— Mas esse não é o ponto! - disse Harry

— O ponto é que você é amaldiçoado. - disse Rony

— Por que você sempre diz isso? - perguntou Harry

— Porque é o que você acha. - disse Rony

— Harry, por que você não aproveita e conta tudo para ela? - Mione perguntou - Declare seu amor, grite ele!

Harry bufou.

— De jeito nenhum. - disse Harry - É muito…

— Perigoso. - bufou Rony

— Sabemos. - disse Hermione

Harry encarou o chão, tristemente.

— Eu sinto muito. - disse Harry - Eu não consigo, por mais que eu queira.

Hermione assentiu.

— O que você quer fazer? - ela perguntou

— Se ela conversar com você sobre isso, fale que é uma péssima ideia voltar a sentir alguma coisa por mim. - disse Harry - Fale que provavelmente não significou nada para mim.

Hermione assentiu.

— Harry, eu sei que você faz tudo isso por uma causa nobre. - disse Rony - Mas você já parou pra pensar que, depois de todas essas mentiras, Lizzie pode nunca mais sentir algo por você?

Harry o encarou.

— É claro que pensei. - ele murmurou

 

 

— Eu não acredito que ela pensa aquilo! - disse Harry

— Ela não pensa. - disse Hermione - Ela está confusa porque você a beija e depois age como se isso não tivesse a menor importância. Ela só quer te entender.

Rony, Hermione e Harry estavam na varanda do Chalé das Conchas, depois da minha briga com Harry.

Harry assentiu.

— Eu estava pensando… - disse Harry - Eu vou mostrar para ela minhas lembranças. Isso tudo é muito maior do que qualquer coisa que eu possa explicar. Eu preciso mostrar para ela como eu me apaixonei, o meu sonho, e tudo que eu fiz depois.

— Parece uma boa ideia. - disse Rony - Quando você pretende mostrar isso para ela?

— Depois da guerra. - disse Harry - Se eu ganhar, é claro.

— E se você não ganhar? - perguntou Rony

— Bom, mostrarei antes de morrer, se possível. - disse Harry - Ou deixo para ela.

Mione assentiu.

— Você não acha que vai ser pior assim? - perguntou Harry - Se ela descobrir tudo que eu escondi, inclusive meus sentimentos, e eu estiver morto?

— Se é pior do que ela descobrir como você vivo? Sem dúvidas. - riu Rony

Hermione riu.

— Ela vai ficar destruída, de fato. - disse Hermione - Mas ela precisa saber, Harry. Isso é muito importante.

Harry assentiu.

— Vou fazer isso, então. - ele disse - Vou pegar a Penseira amanhã. Se ela me emprestar, claro.

Rony riu.

— Boa sorte. - ele disse

Harry riu.

— E Harry… - disse Rony - Você vai viver, parceiro. Você vai mostrar para ela o quanto você a ama e ela vai, com certeza, te amar de volta.

Harry sorriu.

— Eu espero que sim.

 

 

Meus pés se firmaram no chão e eu estava no escritório de Dumbledore de novo. No tempo presente. Passei a manga das vestes no rosto, para secá-la.

— Harry Potter. - eu disse, ainda sem abrir os olhos. - Você é maluco? Você acha que pode jogar esse tanto de informações em cima de mim e sair para morrer? Você não vai, eu não me importo. Você vai ficar comigo.

Abri os olhos esperando ver um par de olhos verdes e um sorriso prontos para me aconchegarem, mas só vi uma sala vazia.


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Notas finais do capítulo

eu realmente gostaria de receber longas reviews sobre o que vocês pensam desse capítulo heuheheuehueehuehueh leiam ele mil vezes e absorvam-no
se tiver algum erro, me corrijam por favore (tanto de gramática quanto na história, sei la)
beijo