Harry Potter. escrita por AliceFelton


Capítulo 121
Capítulo 9




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Fomos até a cozinha e sentamos no chão. O elfo se sentou, se enrolou como uma bola, pôs sua cara úmida entre seus joelhos, e começou a se agitar para trás e para frente. Quando ele falou, sua voz estava abafada, mas bem distinguível na cozinha silenciosa.

— Mestre Sirius fugiu porque ele era um garoto mau e quebrou o coração de minha senhora com seus costumes fora da lei. Mas Mestre Régulo tinha costumes adequados; ele sabia o que era por causa do nome Black e a dignidade de seu sangue puro. Por anos ele falou sobre o Lord das Trevas, que ia tirar os bruxos do sigilo para governar os trouxas e os nascidos trouxas... e quando ele completou dezesseis anos de idade, Mestre Régulo se uniu ao Lord das Trevas. E um dia, um ano depois que ele se uniu, Mestre Régulo desceu até a cozinha para ver Monstro. Mestre Régulo sempre gostou de Monstro. E Mestre Régulo disse... ele disse… que o Lord das Trevas exigia um elfo.

— Voldemort precisava de um elfo? - Harry repetiu, olhando ao para mim, Rony e Hermione, que estávamos tão confusos quanto ele.

— Ah, sim - gemeu Monstro. - E Mestre Régulo tinha voluntariado Monstro. Era uma honra, disse Mestre Régulo, uma honra para ele e para Monstro, que deveria se certificar em fazer qualquer coisa que o Lord das Trevas o ordenasse fazer... e depois voltar para casa.

Monstro se agitou ainda mais rápido, sua respiração vindo em soluços.

— Então Monstro foi com o Lord das Trevas. O Lord das Trevas não contou a Monstro o que ele deveria fazer, mas levou Monstro consigo para uma caverna perto do mar. E além da caverna havia uma gruta, e na gruta havia um grande lago negro...havia um barco…havia uma b-bacia cheia de poção na ilha. O Lord das Trevas fez Monstro bebê-la...

Olhei para Harry. O relato de Monstro era muito parecido a um relato que eu havia ouvido de Harry, na noite que Dubledore havia morrido.

O elfo tremeu da cabeça aos pés.

— Monstro bebeu, e enquanto ele bebia ele via coisas terríveis...o interior de Monstro queimava... Monstro gritou para que Mestre Régulo o salvasse, ele gritou pela sua Senhora Black , mas o Lord das Trevas apenas ria... ele fez Monstro beber a poção toda... ele deixou cair um medalhão dentro da bacia vazia... ele a encheu com mais poção. E depois o Lord das Trevas navegou para longe, deixando Monstro na ilha...

Harry assentiu.

— Monstro precisava de água, ele engatinhou para a borda da ilha e bebeu a do lago negro... e mãos, mãos mortas, saíram da água e puxaram Monstro para baixo da superfície...

— Como você conseguir escapar? - Harry perguntou

— Mestre Régulo disse a Monstro para voltar - ele disse.

— Eu sei, mas como você escapou dos Inferi?

Monstro não pareceu entender.

— Mestre Régulo disse a Monstro para voltar - ele repetiu.

— Eu sei, mas...

— Bom, é obvio, não é, Harry? - Disse Rony. - Ele desaparatou!

— Mas... você não poderia aparatar dentro e fora daquela caverna, - disse Harry, - senão Dumbledore...

— A magia élfica não é como magia bruxa, é? - Disse Rony. - Digo, eles podem aparatar e desaparatar dentro e fora de Hogwarts, enquanto que nós não podemos.

— É claro, Voldemort teria considerado os caminhos dos elfos-domésticos bem mais abaixo de sua consideração - disse Hermione com a voz fria - Jamais teria ocorrido a ele que eles poderiam ter mágica que ele não tinha.

— A lei mais alta do elfo-doméstico é a ordem de seu mestre, - disse Monstro. - Foi ordenado a Monstro para voltar para casa, então Monstro voltou para casa...

— Então o que aconteceu quando você voltou? - Harry perguntou. - O que Régulo disse quando você contou a ele o que aconteceu?

— Mestre Régulo ficou muito preocupado - coaxou Monstro. - Mestre Régulo disse a Monstro para ficar escondido e não sair da casa. E então, Mestre Régulo veio procurar Monstro em seu armário uma noite, e Mestre Régulo estava estranho, não como ele geralmente era…e ele pediu para Monstro para levá-lo à caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lord das Trevas...

— E ele te fez beber a poção? - Disse Harry, repugnado.

Mas Monstro negou com a cabeça e chorou.

— M-Mestre Régulo tirou de seu bolso um medalhão como aquele que o Lord das Trevas tinha, - disse Monstro, lágrimas transbordando por cada lado de seu nariz. - E ele pediu a Monstro para pegá-lo e, quando a bacia estivesse vazia, para trocar os medalhões...E ele ordenou que... Monstro partisse... sem ele. E ele disse a Monstro... para voltar para a casa... e nunca contar para minha senhora... o que ele tinha feito... mas destruir... o primeiro medalhão. E ele bebeu... toda a poção... e Monstro trocou os medalhões... e assistiu... como o Mestre Régulo... foi arrastado para baixo d’ água... e...

— Ah, Monstro! - Lamentou Hermione que estava chorando.

— Então você trouxe o medalhão para casa, - Harry disse - E você tentou destrui-lo?

— Nada que Monstro fez produziu qualquer marca nele, - gemeu o elfo. - Monstro tentou tudo, tudo que ele sabia, mas nada, nada funcionava... Monstro tinha certeza que a maneira de destrui-lo era conseguir abri-lo, mas ele nunca se abriria. Monstro se castigou, tentou de novo, se castigou, tentou de novo. Monstro falhou em obedecer ordens, Monstro não pôde destruir o medalhão! E sua senhora estava louca de tristeza, porque Mestre Régulo tinha desaparecido e Monstro não podia contar a ela o que tinha acontecido, não, porque Mestre Régulo o tinha proibido de contar para alguém da família o que aconteceu na c-caverna...

Monstro começou a soluçar tão forte que não haviam mais palavras coerentes.

Lágrimas escorreram pelas bochechas de Hermione enquanto ela assistia Monstro, até mesmo Rony, que não era fã algum de Monstro, parecia preocupado.

Harry sentou-se com os braços cruzados e balançou negativamente sua cabeça, tentando clareá-la.

— Eu não compreendo você, Monstro, - ele disse finalmente. -Voldemort tentou te matar, Régulo morreu para matar Voldemort, mas você ainda ficou feliz em trair Sirius para Voldemort? Você ficou feliz por ir até Narcisa e Bellatrix, e passar informação para Voldemort através delas...

— Harry, Monstro não pensa assim. - eu disse

— Lizzie está certa. - disse Mione - Ele é um escravo; elfos-domésticos estão acostumados ao mau, até mesmo tratamento brutal; o que Voldemort fez para Monstro não foi tão distante da maneira comum. O que guerras bruxas significam para um elfo como Monstro? Ele é leal com as pessoas que são bondosas para ele.

Harry abriu a boca para protestar.

— Eu sei que Régulo mudou de lado mas ele não parece ter explicado isso para Monstro, parece? - ela continuou

— Sirius...

— Sirius foi horrível para Monstro, Harry, e não me olhe assim, você sabe que é verdade. Monstro ficou sozinho por um tempo tão longo quando Sirius veio para viver aqui, e estava provavelmente desejando um pouquinho de afeição.

Olhei para Harry, provocando-o. Era exatamente o que eu tentei lhe dizer, mais cedo.

— Tenho certeza que a “Srta Ciça” e a “Srta Bela” foram perfeitamente adoráveis com Monstro quando ele voltou, então ele fez um favor para elas e contou a elas tudo o que elas queriam saber. - Mione disse - Eu tenho dito desde o começo que bruxos pagariam por como eles tratam os elfos-domésticos. Bom, Voldemort pagou... e Sirius também.

— Monstro, - disse Harry após um tempo, - quando você se sentir pronto para fazer isso, hmm... por favor, sente-se.

Passaram diversos minutos antes de Monstro parar de soluçar e se silenciar.

— Monstro, vou pedir para você fazer algo, - disse Harry. - Monstro, eu quero que você, por favor, vá e ache Mundungo Fletcher. Nós precisamos descobrir onde o medalhão do Mestre Régulo está. É realmente importante. Nós queremos terminar o trabalho que Mestre Régulo começou, nós queremos... hmm...assegurar que ele não tenha morrido em vão.

Monstro baixou seus punhos e olhou para Harry.

— Encontrar Mundungo Fletcher? - Ele coaxou.

— E traga-o aqui, para o Largo Grimmauld, - disse Harry. - Você acha que você poderia fazer isso para nós?

Assim que Monstro acenou e ficou de pé, Harry tirou do bolso o medalhão substituto no qual Régulo tinha colocado o bilhete para Voldemort.

— Monstro, eu gostaria que você tivesse isso, - ele disse, apertando o medalhão na mão do elfo. - Isto pertenceu a Régulo e eu tenho certeza que ele iria querer que você o tivesse como um sinal de gratidão pelo quanto você...

— Se sacrificou por isso, amigo - disse Rony quando o elfo deu uma olhada no medalhão, soltou um uivo de choque e tristeza, e se jogou de volta no chão.

Eles demoraram quase meia hora para acalmar Monstro, que estava tão devastado por ser presenteado com uma relíquia da família Black que seus joelhos estavam fracos demais para ficar em pé propriamente. Quando finalmente ele foi capaz de dar poucos passos, nós o acompanhamos até seu armário, e ele enfiou o medalhão seguramente em seus cobertores sujos.

Asseguramos que faríamos de sua proteção a nossa primeira prioridade enquanto ele estivesse fora.

E, com um estalo alto, ele desapareceu.

— Deve ter sido muito ruim para ele. - Harry suspirou - Tentar destruir o medalhão. Digo, é um pedaço da alma dele que faz tudo para continuar viva.

Concordamos.

— Na verdade, esse é um dos nossos problemas, certo? - perguntei - Se Mundungo ainda estiver com ele, não saberemos como destruí-lo. O mesmo com as outras mil Horcruxes.

— A única coisa que sabemos que ja destruiu uma Horcrux foi o dente do basilisco. - Rony disse - E eu acredito que não temos nenhum deles na bolsa de Hermione, por mais fantástica que seja.

— Harry. - eu disse - Você pode nos mostrar?

Ele me olhou confuso.

— A sua lembrança daquela noite. - eu disse - Talvez nos ajude.

Harry assentiu, sem pronunciar uma palavra sequer.

Descemos até a sala e tirei minha Penseira da minha bolsa. Eu não havia olhado para ela desde o dia em que havia ganhado. Muito menos para a carta de Dumbledore. Eu estava com medo do que poderia estar escrito.

No momento em que coloquei a Penseira na posição horizontal, ela se encheu do líquido mágico de Penseiras.

Harry levou sua varinha à têmpora e retirou um fio luminoso, colocando-o no líquido, logo em seguida.

— Agora vocês têm que colocar a cabeça no líquido. - Harry disse se abaixando.

Todos mergulhamos a cabeça na Penseira e fomos impulsionados para frente. Caí de pé em um lugar que eu já havia estado antes, a Câmara Secreta.

— O que Salazar Sonserina tinha na cabeça? - bufou Rony olhando ao redor

Me vi deitada ao lado de Gina ao canto, e Harry se sentando ao meu lado, jogando uma espada ensanguentada no chão. Do meu outro lado, estava um adolescente que eu também já havia visto, Tom Riddle, e a cabeça gigante do basilisco.

— Lizzie, acorda. - disse Harry passando a mão na minha bochecha - Gina, por favor.

— Não vai adiantar. - disse Tom - Em alguns instantes, Gina Weasley estará morta e eu deixarei de ser uma mera lembrança. Ah, e farei questão de acordar sua querida Alice só para eu matá-la na sua frente. Não se preocupe, te matarei depois. Posso providenciar que o túmulo de vocês dois seja junto, igualzinho ao dos seus pais.

Harry o fuzilou com os olhos, mas eu sabia que ele estava morrendo, por causa do veneno do basilisco que corria em suas veias.

— O amor será sua ruína, Harry Potter. - disse Tom

Harry engatinhou até o diário que estava jogado no chão e o perfurou com a presa do basilisco. Imediatamente, um líquido preto começou a jorrar das páginas.

Harry perfurou o diário várias vezes, e cada vez que ele criava um novo buraco, Tom Riddle se dissipava em luz. Quando, finalmente, os gritos do fantasma cessaram, me vi de volta na sala do Largo Grimmauld.

Olhei para Harry.

— Não me olha desse jeito. - ele sorriu - Você sempre faz essa cara quando fica preocupada comigo.

— Você tinha doze anos! - eu disse - Ele foi terrível com você.

— Não foi a primeira vez. - Harry sorriu - Eu estou bem, juro.

Assenti.

— Obrigada. - eu disse

Ele sorriu.

— Certo - disse Hermione - Não temos nenhuma pista nova, além do fato que a presa do basilisco destrói mesmo as Horcruxes.

Assentimos.

— Cara, aquilo que saiu do diário era tinta ou líquido de alma maligna? - perguntou Ron

— Eu não sei - riu Harry

— Você não cheirou sua mão? - perguntou Rony, nos fazendo rir

— Eu estava morrendo. - riu Harry

— Mas não é como se você tivesse uma variedade de coisas para fazer naquele momento. - Rony deu de ombros

— Só tentar acordar sua irmã. - disse Harry

— Ah, certo. - riu Rony - Dessa vez eu te perdôo, então.

Harry assentiu, agradecendo sarcasticamente.

— Mas na próxima Horcrux, vê se descobre se vai sair algum líquido de alma maligna. - disse Rony

— Na próxima Hocrux, vou fazer questão da sua ajuda para destruí-la. - disse Harry sorrindo

Sorri.


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Notas finais do capítulo

olhem como eu sou uma ótima pessoa, em homenagem às três recomendações recebidas, vocês ganharam um capítulo gigantinho
deixem reviews pra mim, amo vcs
PS: QUEM VIU STAR WARS?