Hermione De Cabeça Para Baixo escrita por Saggita


Capítulo 8
Capítulo 8 - Segredos da calada da noite




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Ao passos que os dias se arrastavam em direção às férias de Natal, Hermione se via mais e mais depressiva. Tudo continuava do mesmo jeito, e ela ainda não havia falado a Dippet sobre a possibilidade de ela ser de outro futuro, nem tinha avançado um centímetro sobre a questão do basilisco. Ela não tinha a menor idéia do que fazer a seguir.

Os ataques, felizmente, pararam em Lestrange. Ainda assim o ano letivo atribulado incentivou a maioria dos alunos a voltar para casa com o intuito de passar o Natal longe. Luc e Eileen fizeram exatamente isso, e Hermione ficou sozinha em Hogwarts. Não que elas não tivessem convidado Hermione de bom grado, mas ela queria ser deixada a sós. Sem mencionar que se algo acontecesse, com Hogwarts quase vazia, seria bem mais fácil fazer algo às escondidas.

E era Dezembro, dia vinte e um, e Hermione rolava na cama, em seu dormitório vazio, sem conseguir dormir, e já se arrependendo da decisão que tomara. Preferia ter ido passar o Natal fora dali, assim não seria assombrada pela saudade e a frustração...

Mas não tinha mais nada o que fazer sobre isso. Também não tinha idéia do que poderia fazer enquanto estivesse praticamente sozinha em Hogwarts. Uma idéia lhe assaltou a mente: poderia ao menos ver se a Câmara Secreta continuava no local de sempre. Tudo estava de cabeça para baixo, quem lhe garantiria que a Câmara fora construída no banheiro feminino no qual a Murta que Geme ficava? Não estava com sono, mesmo...

OoOoO

“Isso é definitivamente...” Abraxas hesitou, o rosto iluminado pela luz fria da própria varinha, somente um canto dos lábios virado para cima. “Exótico. Eu posso tirar pontos de mim mesmo?”

“Pode.” Tom deu de ombros. “Mas saiba que eu vou dá-los todos de volta por... Serviços prestados à Hogwarts.”

“Não sabia que se esgueirar dos dormitórios à noite era considerado serviços prestados à Hogwarts. Dippet ficaria com o restante dos cabelos em pé. Hogwarts está decaindo cada vez mais.” Abraxas balançou a cabeça de forma resignada, ainda assim sorrindo. E depois continuou, mais sério: “Mas ainda não me foi explicado o que exatamente estamos procurando.”

“Não é que eu esteja procurando alguma coisa.” Tom respondeu. Era uma leve mentira... Ele estava procurando pelo basilisco, mas se a memória não lhe falhava, ele não dissera a ninguém que era um ofidioglota. E esperava que continuasse assim... Tinha conhecimento que nunca teria coragem para tal ato. A não ser que fosse uma situação de emergência. Talvez então considerasse confessar a alguém. “Eu quero lhe perguntar algo.”

“E que seria esse algo?”

“Você acha que a Srta. Granger está...” Tom tentou procurar as palavras certas. “Em seu estado normal?”

“Claro que está.” Abraxas respondeu de imediato. “Por que não estaria?”

“Eu posso pensar em algumas razões.” Tom disse, irônico. “Ela foi à Madame Pince, porque eu vi, mas será que a Madame Pince fez os exames certos?”

Abraxas o encarou com um olhar reprovador. “Se Madame Pince não soubesse fazer o trabalho dela, todos estaríamos em sérios problemas, não acha? Sim, Hermione não está fora de si, eu te garanto.”

“Aham.” As garantias de Abraxas não surtiram efeito. “Então por que ela achava que eu era da Sonserina? Pode me explicar isso sem partir para a hipótese de que talvez ela esteja tendo efeitos colaterais de uma viagem tão grande no tempo?”

Abraxas sorriu um sorriso matreiro. “Na verdade, eu posso... Bem, foi ela mesmo que me falou. Não sei se você vai acreditar, ou achar que eu sou insano também, então eu ainda não estou certo se vou lhe falar ou não.”

Tom ficou em silêncio por uns minutos. “Pode me dizer. Vou acreditar em você.”

“Não vai.” Abraxas respondeu. “Não sou tão estúpido quanto pensa. É difícil de acreditar, mas faz sentido. Não é uma boa idéia lhe dizer enquanto ainda tem certeza que o problema é por parte de Hermione.”

“Então está bem, talvez o problema não seja com ela. Vai me dizer agora?”

Abraxas balançou a cabeça dizendo que não. “Veja, é realmente difícil de acreditar. Você não vai acreditar em mim de maneira alguma. Prefiro falar com uma parede, sinceramente.”

“Experimente.” Tom sussurrou, desafiadoramente.

Abraxas suspirou. “Vamos devagar, então.” ele murmurou, direcionando o feixe de luz ao redor, para checar se ninguém estava perto. Eles continuaram a caminhar, ouvidos atentos a qualquer barulho estranho. “Sabe que não conseguimos entender exatamente como o tempo e os vira-tempos funcionam, certo?”

“Certo.”

“E que não se sabem exatamente quais são as conseqüências de se quebrar um... Está me acompanhando?”

“Estou.”

Abraxas riu. “Eu realmente não acho que você vai acreditar. Melhor que ela lhe conte... Qualquer dia desses.”

“Não sei o que é tão divertido.” Tom retrucou.

Abraxas controlou a risada. “Você.”

“Não vai mesmo me dizer?” Tom insistiu mais um pouco. “Eu já falei que ia acreditar em você, que mais quer que eu faca? Um Voto Perpétuo?”

“Estaria se suicidando, Tom.” Abraxas avisou, mas ainda assim pareceu ter se convencido. “Se prepare para o que eu vou falar. Parece que...”

E a fala de Abraxas foi interrompida por um sibilo, que Tom nunca tinha ouvido antes. Mas tinha origem em um dos corredores à frente e para a direita, como também Tom tinha certeza que Abraxas não podia ouvi-lo. Sangue... Sangue...

“Shhh!” Tom pousou o dedo indicador nos lábios de Abraxas, olhando para a frente. O basilisco estava próximo.

“Agora você não quer que eu fale.” Abraxas disse, a voz abafada pelo dedo de Tom.

“Você acha que a suposta teoria de Hermione é difícil de acreditar?” Tom murmurou, olhos fixos na escuridão à sua frente.

“Um pouco.” Abraxas respondeu, agora livre do dedo indicador de Tom sobre a sua boca.

“Pois bem...” Tom hesitou. Ele certamente não queria ir enfrentar um basilisco sozinho, mas ao mesmo tempo não queria anunciar que era um ofidioglota. “O que vou confessar agora é mais difícil de acreditar ainda.”

“Tenho sérias dúvidas sobre isso.”

Sinto cheiro... Sangue...

Tom começou a andar passos cautelosos para frente, com Abraxas em seus calcanhares. “Fique de olho em qualquer movimento suspeito. Especialmente se for arrastado.”

“Por quê?” Abraxas disse em voz baixa.

“Porque o basilisco está perto daqui.” Tom avisou. “Eu... Eu posso ouvi-lo.”

“O basilisco?” Abraxas sem dúvidas achou estranho. “Que tipo de poderes você tem? Um ouvido extremamente sensível ou... Você é... Um basilisco? Em Hogwarts?”

“Pensa, Abraxas! O que mais transformaria as pessoas em pedra, pode sobreviver em uma Câmara por séculos, e pode ser controlado por somente certas pessoas? Salazar era um ofidioglota. O basilisco é, basicamente, uma cobra gigante. E pode ser controlado pelos descendentes diretos de Salazar.”

“Então você é um ofidioglota. E descendente de Salazar.”

“Mas não sou eu que estou atacando essas pessoas. Como você mesmo disse, eu sou a última pessoa que se envolveria com algo assim... Não importa que eu seja ofidioglota ou não... Certo?” A última frase soava mais como um apelo.

A resposta demorou alguns segundos. “Certo.”

Matar... Matar...

Tom então começou a andar mais rápido, seguindo o corredor. Matar... Eu quero... Matar... O sibilo parecia mais perto, e ainda mais à direita. Tom achou sensato seguir no corredor até que a origem estivesse completamente à sua direita, para então dobrar em outro corredor. Abraxas o seguia.

Sinto cheiro de... Sangue... A voz ficava mais e mais à direita, e também soava mais urgente. Tom apressava o passo, e em conseqüência, Abraxas também o fazia.

Sangue... Tão perto...

Então quando chegou a um ponto que Tom estava decidido a virar no próximo corredor em direção a origem do som, eles quase topam com alguém.

“Está... Atrás... De... Mim...” Tom demorou alguns segundos para entender que quem falava, quase sem fôlego, era a própria Hermione. Porém não levou muito tempo para achar uma porta ali perto e adentrar em uma sala de aula vazia, com Hermione e Abraxas atrás de si.

Ele murmurou um feitiço, e o buraco da porta foi preenchido por uma fraca luz verde. “Não vamos poder ser farejados.” disse ele. “Nem ouvidos.” A porta foi fechada e ele se virou para olhar para Hermione. “Nós sabemos do basilisco.”

“Ele está atrás de mim.” Hermione resfolegou, se apoiando na cadeira mais próxima. Aparentemente tinha sido uma longa corrida. “Porque eu ouvi algo que não era para eu ter ouvido.”


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Notas finais do capítulo

Uh... Ao invés de focar nas duas fics que eu tô escrevendo -- uma é extremamente longa -- eu acabei rascunhando o início uma terceira também do Harry Potter / facepalm.
Talvez eu poste o rascunho do prólogo que eu escrevi para vocês verem. É romance, e eu não sou boa em romance... Pois é. Eu realmente tenho que parar de escrever fics e terminar as que eu comecei T.T