Hermione De Cabeça Para Baixo escrita por Saggita


Capítulo 1
Capítulo 1 - 25 de Novembro de 1942




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Hermione não tomou conhecimento do que estava acontecendo até o momento em que não pôde evitar o acidente. Era mais um dia de treinamento para a Armada do Dumbledore, e ela, como sempre, estava trabalhando ativamente no meio de vários alunos tentando desarmar uns aos outros. Não era incomum um feitiço passar pela sua cabeça: já aprendera a não prestar atenção nisso, e foi um erro fatal de sua parte. Distraída, não viu o raio de luz vermelha ir a sua direção e acertá-la bem no meio das costas, lançando-a em um vôo fatal em direção a uma parede.

A sua varinha havia se perdido, e Hermione não teve tempo de raciocinar e entender o que estava ocorrendo. Somente usou as mãos para amortecer o impacto frontal, mas a forca do feitiço fora tanta que mesmo assim a sua caixa torácica foi de encontro em direção a parede. Ela ouviu um som de vidro se quebrando, e escorregou para o chão ainda tentando entender o que estava acontecendo.

Todos estavam parados em um silêncio mortal, olhando-a com olhos temerosos e curiosos. Todos puderam escutar o som que ela escutara. Hermione levantou-se, examinando-se com o olhar. Havia sido envolvida por uma luz fraca, de cor dourada. Os seus olhos arregalaram-se quando ela se lembrou que, na verdade, não havia desistido do vira-tempo no terceiro ano. Ela o guardou e continuava assistindo as matérias extras, menos Adivinhacão, e escondera isso de Harry e de Ron, só que melhor, dessa vez. Sempre achou que um vira-tempo seria necessário novamente e sabia dos perigos de se portar um o tempo inteiro.

Mas esse perigo ela não havia imaginado: enquanto os seus colegas da Armada de Dumbledore viam Hermione desaparecer, eles se tornavam fantasmas cada vez mais pálidos, a sala em si desaparecendo para dar lugar a uma sala grande de paredes nuas. Ela ainda pode ver Harry correndo em sua direção, gritando o seu nome. Ou assim parecia a ela – o que podia ouvir era meros sussurros. Até que ela estava sozinha, machucada, e sem a mínima idéia de quando estava.

 As lágrimas subiram à sua garganta. Se eu der sorte, pensou ela, talvez eu tenha voltado somente algumas horas. Mas achava que talvez não tivesse tanta sorte assim, afinal. Podia sentir a areia do vira-tempo sujar as suas roupas internamente. Sentia dor em vários pontos do corpo e o melhor mesmo seria que fosse à Ala Hospitalar. Preferiu sacudir a areia das roupas, e a muito custo sair da Sala Precisa.

Ela imaginou que o mais seguro, se era verdade que estava apenas algumas horas antes da reunião da Armada, fosse ir ao seu dormitório e lá tentar cuidar dos ferimentos da melhor forma que pudesse. Não tinha desculpas para eles, e não sabia se seria seguro ir à Madame Pomfrey. Na verdade, chegou à conclusão que não sabia de muita coisa. Só que estava com problemas e ainda não sabia quão sérios eles eram.

Porém havia algo de estranho com o corredor em que saíra. A tapeçaria que ficava à frente da Sala ainda estava no lugar correto. Parecia mais nova e mais colorida. A cena também mudara: ao invés de serem trasgos aprendendo a dançar balé, viu bailarinas tentando agir como trasgos. Ela estreitou os olhos, mas mesmo assim continuou a sua caminhada, tentando afastar a péssima sensação em seu estômago.

Em uma janela era possível ver que neve caía no lado de fora, e isso a aliviou. Não voltou tanto tempo assim, então, se a estação ainda era o inverno. Tirando a tapeçaria em frente a Sala Precisa, tudo o mais parecia normal. E os corredores estavam vazios, de forma que Hermione relaxou. Mas, então, passou em frente á outra janela, que ela sabia que dava vista para o Salgueiro Lutador.

O Salgueiro Lutador não estava lá. Ela sabia que o Salgueiro havia sido plantado para que Lupin pudesse estudar na escola. Se a árvore não estivesse lá, significava que havia voltado décadas. Pelo menos. Quem lhe garantia que não voltou séculos? Hogwarts era bem antiga. Hermione entrou em uma corrida frenética para o andar térreo do castelo: tudo estava vazio e quieto de qualquer forma, e ela pensou que só podia estar sonhando, e que tudo era um mero engano.

Após alguns minutos, então, ela pisou em um corredor aberto no térreo de Hogwarts que dava acesso ao extenso gramado entre o castelo e a Floresta Proibida, como também ao lago e ao Salgueiro Lutador... Que não estava lá. Tudo estava o mesmo, mas o Salgueiro não estava em seu local habitual. Hermione esqueceu qualquer tipo de cautela e correu para a neve branca e macia, parando a meio caminho de onde deveria estar o Salgueiro. Caiu em seus joelhos, estupefata, não acreditando no que via – ou melhor, no que não via.

Simplesmente não podia ser, uma voz lhe dizia. Mas outra voz, ainda mais alta, lhe dizia o contrário: que sim, estava acontecendo, e que era perfeitamente possível. E, de fato, o era. O seu estado de surpresa foi interrompido por um grito, advindo de dentro do castelo: “Ei! Você pode pegar uma gripe aí, sabia?”

Hermione, sentindo a neve queimar em seus joelhos, se levantou e virou para ver quem tinha falado com ela. Não podia enxergar muito bem, mas pelo menos sabia que era o uniforme de Hogwarts, porém com o azul da Corvinal. Ela não conseguia reconhecer quem era, e não sabia se isso era um bom sinal ou não. O fato era que estaria em problema se fosse alguém que ela conhecesse. Mas se fosse alguém desconhecido, estaria em muito mais problemas. Em menos de meia hora já havia acontecido tanta coisa que Hermione nem mesmo reagiu. Só esperou, vendo que quem quer que houvesse falado com ela estava andando em sua direção.

Até que a pessoa estava perto o suficiente para Hermione enxergá-lo com clareza. Sim, era um garoto... Ou talvez o mais correto fosse o chamar de homem. Da Corvinal, como ela já sabia, com o distintivo de Monitor Chefe brilhando no peito. Os cabelos loiros e ondulados vinham até quase os ombros, e os olhos azuis claro demonstravam preocupação, e depois, estranhamento. Mesmo assim, ele despiu a sua capa e a entregou para Hermione: “Posso saber o seu nome...? Nunca a vi por aqui.” disse.

Hermione aceitou a capa de bom grado, apesar de tudo. “Hermione Granger.” ela respondeu.

“Então, Senhorita Granger, que tal irmos para algum lugar que não esteja a ponto de congelar os nossos ossos?” ele sugeriu educadamente. “Parece um pouco confusa.” Ele continuou, então. Hermione poderia rir. Confusa era o mínimo que ela estava naquele dado momento. Mesmo assim, o acompanhou para o corredor aberto de onde saíra e eles continuaram a caminhada para lugares mais internos, e portanto mais aquecidos, de Hogwarts. “Não é mais seguro andar por aí sozinho.” ele disse após algum tempo de silêncio.

Hermione franziu o cenho. “Por quê?”

Ele suspirou. “Ataques estranhos tem acontecido. Alguém vem transformando as pessoas em estátuas, e estão pensando em fechar Hogwarts. Um perigo para pessoas como eu.”

“Que dia é hoje?” Hermione questionou, de repente se situando mais no tempo.

“Ah... É dia 25 de Novembro, de 1942. Um mês antes do Natal.” Ele respondeu, franzindo o cenho também. “Por quê a pergunta?”

Hermione considerou o assunto por um momento. Ele ia acabar sabendo de onde Hermione veio de qualquer forma, e ela sabia que mexer com o tempo era algo perigoso: poderia interromper o seu próprio nascimento ou mudar algo drasticamente que não deveria ser mudado. Mas se o Monitor Chefe estava correto, Hermione agora estava no mesmo ano em que Voldemort, ainda sendo Tom Riddle, abriu a Câmara Secreta. Apesar dos perigos, ela certamente não ia deixar ele se tornar no que ele se tornou. Ela podia impedi-lo.

“Eu sei o que está acontecendo.” ela murmurou. “O herdeiro de Slytherin é quem vem atacando essas pessoas. Ele está estudando aqui, nesse momento.”

O Monitor franziu ainda mais o cenho, mas não disse nada, deixando Hermione continuar. “Eu sei o nome dele.” Hermione de fato continuou. “Ele se chama Tom Riddle, e é o Monitor da Sonserina.”

Inesperadamente, o monitor gargalhou. “Está brincando comigo, não é? Isso é alguma pegadinha?”

“Não, não é.” Hermione insistiu, achando estranho.

“Tom Riddle é Monitor, sim, mas ele é monitor da Grifinória. A última pessoa do mundo que iria fazer esse tipo de coisa, eu te garanto.” Ele respondeu.

Hermione deu um passo para trás. “Quem é você?”

“Ah. É. Eu me esqueci de me apresentar. Eu sou Abraxas Malfoy.” Ele disse. “Monitor Chefe da Corvinal, se não deu para notar.”


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Notas finais do capítulo

Então... Eu publiquei o rascunho dessa história em inglês em outro site, e não satisfeita com isso, estou reescrevendo a história em português. Espero que vocês tenham gostado e por favor deixem as suas opiniões (ruim, péssima, horrível, etc, etc)