É uma fria manhã de inverno e uma certa ruiva toma seu chocolate quente na varanda do pequeno chalé a beira da floresta. Ela treme com a brisa gelada que parece passar por dentro de suas roupas e volta para dentro, sentando-se em frente á lareira. Ela parece sonhadora e faz uma cara de quem perdeu algo muito importante, enquanto o observa o fogo queimar lentamente. Certo tempo se passa e ela adormece na poltrona, sonhando com a pessoa amada, a qual esteve esperando nos últimos dias.

A ruiva acorda, abrindo lentamente seus olhos carmesins, e pensando por quanto tempo dormira. Ela se levanta devagar e olha para as cinzas na lareira, deixadas pelo fogo a muito apagado e se dirige para a cozinha, ainda perdida em seus pensamentos. Ela coloca uma chaleira com agua para ferver no fogão e nota pela primeira vez um envelope em cima da mesa. Ela pega o envelope e o analisa sem muito interesse, até ver seu nome escrito em um dos lados. Ela abre o envelope sem muita cerimonia e começa a ler seu conteúdo.

Carta On

“Me encontre embaixo da Árvore da Vida á meia noite.

Caso contrário poderá se arrepender.”

Carta Off

Depois de um momento refletindo a ruiva lê a carta novamente e decide ir atrás do engraçadinho que andou invadindo sua casa e fazendo brincadeiras. Ela olha para o relógio na parede e constata que falta meia hora para meia noite. Então pega a espada encostada ao lado da porta dos fundos e sai em direção á floresta. Normalmente esta seria uma caminhada agradável, porém naquela noite fria o chão da floresta está coberto de gelo fazendo com que ela siga a maior parte do percurso aos tropeços. Ela finalmente chega á clareira onde se encontra a Árvore da Vida daquela floresta e se encosta no tronco da grande árvore com a espada ao seu lado, enquanto observa a neve cair lentamente. Alguns minutos depois ela ouve algo se mexendo no outro lado da clareira e empunha sua espada, preparada para um possível ataque. Ela decide avançar, mas mal consegue dar cinco passos, pois alguém a abraça por trás imobilizando-a.

- Calma aí Ruivinha. – diz o rapaz que a segura.

- Fica calado Sieg. – ela diz deixando transparecer em sua voz sua felicidade.

Ela se solta e se vira para ele, encarando suas orbes prateadas por um momento e em seguida passando os braços ao redor de seu pescoço, puxando-o para um beijo quente e apaixonado. É um beijo calmo, mas cheio da urgência causada pela saudade, onde estão todos os sentimentos dos dois, a muito escondidos. Eles se afastam apenas pela falta de ar, mas logo voltam a se beijar. Durantes os beijos e carícias o rapaz os conduz por alguns metros até uma caverna aconchegante, a poucos metros da clareira, onde uma pequena fogueira queimava e um cobertor está estendido na a pedra fria. Ele a deita sobre o cobertor começa a tirar-lhe a roupa enquanto ela se deixa levar e faz o mesmo. Eles não se importam com o frio ou o local. Eles apenas demonstram todo o amor que sentem um pelo outro.

Depois de muitas horas de amor ele a observa dormir serenamente em seus braços e dá um sorriso singelo. Ele sabe que não poderão ficar juntos para sempre. Ele viverá para toda a eternidade, enquanto terá apenas mais algumas décadas. Mesmo assim ele quer aproveitar esse curto período de tempo que pode passar com seu amor. Ela também sabe disso. E sabe também qual é o risco de amar um imortal. Ainda mais uma lenda como Sieghart. No entanto ela já tomou sua decisão. E mesmo que tenha que manter isso oculto ela continuará a ama-lo até o fim de seus dias.