Geek.com escrita por H Lounie


Capítulo 5
Annya Bullstrode? Sonserina!


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir desculpas por ter meio que abandonado a fic, enfim, vou tentar postar devidamente agora.



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Essa é a vida, freshman.

Minha primeira semana na Valley foi ridícula. E no fim dela eu saí com Gus, de sistemas operacionais. Eca.

Vamos tentar um resumo. Primeiro, eu consegui disparar os alarmes da Shield cinco vezes em dois dias. Você deve estar pensando Caramba Liv, como você é estúpida. Pois é. Eu devo ser mesmo. Tratei de fugir de Daniel Dell a semana toda, o que nem foi assim tão difícil. Mas, haja vista o fato de morarmos na mesma casa, noite dessas topei com ele.

- Não sonhe tão alto McDowell – Disse quando mencionei a minha idéia de uma nova rede social – Deixe eu te dizer o que acontece com uma garota de 18 anos no topo de algo que tenha ponto com no final: ela é devorada vida viva. As pessoas não gostam de receber ordens de uma criança. Por que acha que eu estou aqui, matando tempo enquanto podia estar dirigindo a empresa do meu pai? Todos sabem que eu sou perfeitamente capaz, mas quem liga? O fato é que todos nós aqui na Shield somos absolutamente capazes para qualquer coisa desse tipo, mas meu amor, não é assim que a banda toca. Eles não querem você, querem a sua idéia. Querem que você agradeça por eles aceitarem transformar a sua idéia em dinheiro, enquanto você apenas assiste. Pense sobre isso.

Tão amável quanto um milhão de malwares. De qualquer forma, quarta-feira recebi um sinal de vida de meu pai, que dizia “estar ocupado com um projeto, mas feliz por mim” o que de fato era alguma coisa.

Ah, eu conheci Annya Bullstrode. Loira, mimada, impossível. O tipo que você sente a queda brusca no Q.I. apenas por estar perto. Eu a havia visto na noite do meu teste, grudada em Adam delta-ômega-delta, mas acabei por esbarrar nela na saída do CO Tech dia desses, enquanto ela e sua corte de garotas imbecis cercava uma menininha baixa com cabelo rebelde que de imediato reconheci ser Valorie Dawson, uma shield. Esperei por um banho de tinta na garota ou qualquer coisa assim, mas isso não aconteceu. Pareciam estar fazendo perguntas ou qualquer coisa assim, então, quando Peter saiu do prédio acompanhado de Dell, o olhar de Annya se voltou a ele e entendi o que acontecia.

Eca. Peter era completamente demais para ela, se quisesse alguém inteligente, ela deveria ficar com Dell que é chato como ela ou sei lá, mas não, Peter era mais que inteligente, era bonito também, deveria isto ter chamado sua atenção. De algum modo, aquilo me incomodou por toda a semana e me deu muito o que pensar.

Então, eu saí com Gus McCartney. Eca de novo.

- Oi, eu sou Gus, de sistemas operacionais – Ele disse todo sorridente com seu aparelho dentário – Você é Liv, certo?

Respondi qualquer coisa inteligente como “uhum”, notando que Gus cheirava a algo que parecia como conhaque e livros velhos.

- Então Liv, você vai fazer algo no sábado? – Simplesmente lançou, assim, do nada, um menino maluco de sistemas operacionais que jamais falara comigo. Não sei porque, mas a confiança dele me fez pensar em Daniel Dell.

Sábado, pensei, sábado tem D&D, mesa cheia na Shield.

- Ahn, claro Gus – Falei rápido, pensando que iria perder uma bela rodada de RPG de mesa.

Não sei bem porque aceitei, mas acho que foi porque fiquei meio irritada com Chris, o menino maluco da Paradise, e então aceitei sair com Gus. O que aconteceu? Bem, dois dias depois do inicio das aulas, depois de conhecer Annya e antes de receber a mensagem do meu pai, eu tinha me encontrado com Chris na rua outra vez. Já era costume do fim de tarde depois da aula. Ele era legal, doido, alucinado, meio inconseqüente, mas legal. Era fácil conversar com ele porque ele não era exatamente um tipo muito inteligente, gostava de fazer piadas sobre o meu cabelo e me lançava cantadas bobas o tempo todo, coisa que eu não estava acostumada, visto que até terminar a high school – sem o musical – eu era apenas Liv a estranha ou Liv passa-cola em cálculos, nunca “ruiva bonita” ou “vizinha linda”.

- Ruiva! – Ele gritou do outro lado da rua quando eu já ia entrando – Eu vou até o espaço gritar o quanto te amo!

- Impossível! – Gritei de volta, presumindo que meu rosto assumiu uns vinte tons de vermelho.

- Não é impossível quando você ama – Sorriu, subindo no Skate e vindo para perto de mim.

- Não, eu quero dizer é realmente impossível. Som não se propaga no vácuo.

Ele riu, lançando-me um olhar de dúvida.

- Então todas aquelas explosões em Star Wars...

- Ei – interrompi, levantando uma mão – As batalhas aconteciam dentro das naves, onde há ar, o som nasce da ação hipersônica sobre a matéria densa...

E então ele me beijou, um beijo engraçado. Nada cinematográfico, apenas uma tímida e rápida união de lábios. Senti meu rosto esquentar como nunca, eu só havia sido beijada uma vez, havia sido Jensen do clube de xadrez e foi horrível, se quer saber.

- ... Mas acho que você não quer saber.

- Nós vemos amanhã, ruiva.

Só que nós não nos vimos amanhã. Certo, primeiro ele quer ir gritar no espaço, depois quem está no vácuo sou eu. Dois dias depois eu aceitei o convite do tipo muito curioso Gus. Gus definitivamente não era bonito como Peter, ou divertido e fácil de conviver como Chris. Ele era alto e loiro, muito magro e desproporcional. Usava uns oclinhos pequenos e aparelho nos dentes, mas, por mais incrível que pareça, parecia ter muita confiança em seu... potencial potencial, por assim dizer. Ele me levou a um bar no campus, lugar horrível com música ruim e pessoas idiotas. Só falou sobre ele. Seus trabalhos, seus projetos e em que pé estão seus gráficos, quanta programação falta, e todo um monte de coisa que eu não estava nenhum pouco interessada.

Eu apenas pensava “Vamos lá Chris, entre pela porta desse maldito lugar e veja como eu estou feliz e quase bem acompanhada. E não se esqueça de sentir ciúmes”. Mas, fato 1: Chris muito provavelmente não pisaria em um lugar como aquele. Fato 2: Ele provavelmente não se importaria comigo. Fato 3: Eu era um fracasso com garotos. Fato 4: Gus era um nojo.

Eu voltei para a Shield cedo demais, segundo Bullwinkle. Resolvi contar a ela tudo, desde Chris até Gus de sistemas operacionais. Ela ouviu tudo em silêncio, apenas assentindo vez ou outra, no fim não parecia saber o que falar. Pura falta de experiência, talvez.

- Ah, que baixo astral. Vamos falar sobre algo mais positivo.

- Certo, vamos falar sobre cátions – Tentei sorrir, mas não funcionou muito.

Bullwinkle me jogou um travesseiro na cara, rindo animada.

- Não esquenta Liv, você vai resolver a situação com o Chris. Ou senão vai bolar uma boa vingança, já diria o ditado, quem ri por último...

- Quem ri por último ‘tá com lag – Interrompi, jogando o travesseiro de volta para ela.

- Você é sortuda, eu queria que alguém me chamasse para sair, mesmo que seja um Gus de sistema operacionais. Acho que nós aqui da Shield não damos sorte com isso de atrair o sexo aposto.

Bastava olhar para os Shield’s e você entendia o porquê de não atrair o sexo aposto, não era preciso maiores explicações.

- Bom, Dell arranja garotas às vezes – Ela continuou pensativa – Mas são interesseiras. Valorie já saiu com um ou dois garotos, mas nada duradouro. Xbox já teve uma namorada, Pac man dizia que ela era uma “versão beta de garota, toda bugada”, bem, você pode imaginar.

- E Peter? – Perguntei meio sem pensar, como que automaticamente.

- Ah, Peter é tão bonito – o rosto de bullwinkle assumiu um tom sonhador, mas então ela voltou ao seu normal, parecendo envergonhada – Ele já foi muito apaixonado por uma garota, pobrezinho, você não faz idéia. Ela não o quis, foi terrível. Mas ele superou, eu acho, mas pensando agora, jamais o vi com uma menina, não aqui na Valley, ao menos.

- Quem era essa garota? – Perguntei, minha voz soando mais estridente que o normal.

- Annya Bullstrode, conhece?


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