You Are Messing With My Head escrita por Laura Styles


Capítulo 2
Capítulo 2: Save You Tonight




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Ponto de vista de Helena:

A noite estava congelando. Caminhei durante dez minutos, talvez menos. O ar estava cortando meu rosto, e aquela jaqueta de couro gelada sobre minha pele estava me dando calafrios. Havia uma densa camada de neblina sobre a rua, tornando ela ainda mais escura do que o de costume. Comecei adiantar o passo à medida que percebi estar sozinha na rua. Olhei para o relógio notando que faltava pouco para meia noite. Minha mãe devia estar começando a ficar preocupada. Eu poderia encurtar meu caminho para casa se pegasse um atalho. Ela iria me matar se soubesse, mas pelo menos eu economizaria tempo. Resolvi então que ao invés de ir pela principal, iria pelos becos que cortavam a cidade.

Me arrependi quase instantaneamente assim que virei no primeiro beco. Havia três homens gritando, tropeçando e rindo alto. Parei num solavanco, decidida a dar meia volta, mas era tarde demais.

- Hey docinho, aonde você pensa que vai? – Gritou um deles. Por incrível que pareça a voz não me era estranha. Na verdade, eu reconheci a voz. Heitor. Sem sobra de dúvidas. Por reflexo parei de andar e virei, para confirmar o que eu já sabia. Meu ex-namorado, bêbado, e seus dois amigos idiotas vindo em minha direção.

- Olha lá, é Helena. – Disse um deles, apontando em minha direção. Fiquei em dúvida se deveria fugir, mas me mantive no meu lugar.

- Não é possível. É você Helena? – Perguntou Heitor, já próximo de mim. Seu cheiro de cachaça fez meu estomago revirar. – Olha só. Quer dizer então que a antiga Helena voltou? – Perguntou ele, um tanto quanto sarcástico, mexendo em meus cabelos. – Estive com saudades amor. – Sussurrou no meu ouvido.

Por instinto dei-lhe um chute no abdômen e o empurrei para longe avisando-o para não chegar perto. Seus amigos caíram na gargalhada e ele me olhou com ódio enquanto avançava para cima de mim. Dei meia volta e comecei a correr enquanto tentava pegar meu celular para pedir ajuda. Parei de correr quando percebi que não estavam me seguindo mais. Tentei ligar para minha mãe, mas o telefone dela estava fora da área de cobertura. Notei que ainda estava em um dos becos e achei melhor voltar para a principal. Andei mais um pedaço quando descobri que o corredor não tinha saída e que eu tinha que dar a volta para sair por onde entrei. Quando estava quase no final do beco vi a sombra dos três novamente entrando e vindo na minha direção. Comecei a me desesperar, ciente de que não tinha para onde eu correr.

- Vou te ensinar a me respeitar garota. – Gritou Heitor, vindo como um cavalo para cima de mim. Meu celular começou a tocar, peguei o aparelho a tempo de ver que era minha mãe, provavelmente retornando a minha ligação. Não tive tempo de atendê-lo. Heitor foi mais rápido arrancando-o de minha mão e arrebentando-o contra a parede. Observei, atônita, o aparelho completamente destruído no chão. – E agora, vai pedir ajuda para quem? – Disse ele, segurando meus cabelos com uma mão e rasgando minha jaqueta com a outra.

- Me larga Heitor. – Comecei a gritar e me debater, mas ele era mais forte, e segurava o meu braço com tanta raiva que chegava a doer. – Eu vou te matar, seu desgraçado. Me solta. – Simplesmente não acreditei que aquilo realmente estava acontecendo comigo. À medida que percebi que não iria conseguir me soltar de seus braços comecei a gritar, implorando por ajuda.

Ponto de vista de Harry:

Nem acreditei quando finalmente terminamos a seção de autógrafos. E muito menos como eu não parava de pensar naquela garota. Helena. Seu nome era tão lindo quanto ela. Confesso que não sei se gostei por ela não ser uma fanática, ou fiquei decepcionado por ela ter sido tão fria. Liam disse que ela só estava tentando chamar atenção, nos ignorando. Bem, de qualquer forma, ela conseguiu. Ainda estávamos no estande, nos preparando para ir para o hotel. Iríamos ficar na cidade por mais alguns dias, ainda tínhamos shows e compromissos marcados por aqui. Resolvi chamar os garotos para dar uma volta e conhecer o lugar. Louis e Niall preferiram voltar para o hotel e descansar, mas Liam e Zayn ficaram animados com a ideia. Dispensamos o motorista, pois queríamos ir andando, sentir o frio da noite. Não achamos que teria perigo, pois a cidade há esta hora já estava vazia, e as ruas eram bastante escuras para alguém nos reconhecer. Caminhamos, vimos os bares e restaurantes da cidade, mas nenhum de nós estava realmente a fim de entrar. Por fim nos cansamos e resolvemos voltar para o hotel. Não prestamos atenção no caminho de ida e agora não sabíamos como voltar, mas Zayn afirmou que poderia achar o caminho com o seu GPS. Apenas o seguimos então, sem nenhuma noção da direção. Quando dei por mim já estávamos tão perdidos que nem no centro da cidade estávamos mais.

- Zayn, apenas admiti que você esta perdido, e então agente pode jogar essa merda do seu GPS fora e perguntar a alguém que realmente saiba. – Disse Liam, parando de andar.

- Mas estamos quase lá, eu tenho certeza. – Disse Zayn, olhando mais uma fez para o seu aparelho. Suspirei e continuei andando enquanto os dois começavam a discutir sobre o caminho.

- Hey Hazza, para onde você está indo? – Gritou Zayn, à medida que eu os deixava para trás. – O que deu nele?

- É o amor. Aposto que ainda não conseguiu tirar aquela menina da cabeça. – Disse Liam, me provocando. – Qual é Harry, o que você viu de tão especial nela? – Perguntou ele, me alcançando.

- Eu... – Não sei se seria uma boa idéia falar o quanto na verdade eu estava pensando nela. – Não sei do que você está falando. – Menti.

Ele estava começando a protestar, mas foi interrompido. Exatamente na nossa esquerda havia um beco enorme, de onde saiu uma voz gritando por ajuda. Estava completamente escuro, por tanto não conseguimos enxergar nada. Olhei para os meninos, que se calaram imediatamente. Os dois estavam me olhando, um perguntando silenciosamente para o outro o que fazer. Obviamente era estupidez entrar naquele beco, mas ao mesmo tempo algo me dizia para ajudar quem quer que fosse que estivesse ali. Quando ouvi mais um grito não hesitei e avancei em direção a escuridão. Ouvi os meninos me chamando, mas já era tarde demais, porque agora havia três homens me encarando. O terceiro estava no fundo do beco, agora virado para mim, e segurando uma garota com um canivete próximo ao seu pescoço. Os dois outros começaram a avançar, mas recuaram quando Zayn e Liam se juntaram a mim. Ficamos todos ali, por um momento em silencio, decidindo o que fazer.

- Vão embora, não tem nada aqui para vocês. – Disse o homem que estava com a garota.

- Largue a menina e ninguém aqui precisa se machucar. – Disse Liam, com um tom grave. O homem então começou a rir histericamente, visivelmente bêbado.

- Você acha mesmo que pode me dar ordens? – Disse ele, apertando mais ainda o canivete contra o pescoço dela. Foi quando então olhei para o seu rosto, e apesar da pouca luminosidade a reconheci. Helena. Se não tivesse pensado tanto nela nos últimos momentos provavelmente não teria a reconhecido. Aquela garota determinada, que estava sustentando o meu olhar até pouco tempo atrás, estava agora implorando por ajuda. Sua jaqueta não existia mais, e sua blusa estava parcialmente arrebentada. Seus cabelos que até então estavam ondulados perfeitamente caiam agora bruscamente sobre seu rosto. Seus olhos... Não consegui me conter quando a vi chorar e avancei sem pensar para cima dele. Antes que meu pulso pudesse encontrar a sua cara ele à largou e a empurrou em minha direção. A envolvi em meus braços enquanto ela escondia seu rosto na minha jaqueta.

- Tudo bem, tudo bem. – Disse ele, erguendo as mãos. – Não queremos confusão.

- Então acho melhor vocês saírem daqui se não quiserem passar um bom tempo vendo o sol nascer quadrado. – Rosnei, em sua direção. Eles ainda nos encararam mais um pouco antes de se entreolharem e desapareceram na escuridão.

Não sei por quanto tempo fiquei naquela posição, abraçando-a enquanto ela soluçava em meu peito, até que Liam colocou sua mão em meu ombro.

- Harry, precisamos ir. Precisamos levar ela para casa. – Disse ele, cautelosamente. Apenas assenti com a cabeça, sem a menor vontade de soltá-la. Ela então se soltou de mim, ajeitando seu cabelo, secando suas lágrimas. Tirei meu casaco e coloquei nela, abotoando a parte da frente, pois sua blusa estava completamente arrebentada. Ela apenas me olhou, agradecendo. Zayn havia chamado o motorista que depois de um tempo acabou nos localizando. Abri a porta da limusine para ela, mas ela hesitou.

- Sabe, minha casa não é tão longe daqui de qualquer forma. – Disse ela, nos olhando. – Eu realmente agradeço muito a vocês, mas prefiro ir andando daqui. 

- Como quiser. – Disse eu, fechando a porta do carro. – Mas não vou deixá-la ir sozinha.

- Eu realmente estou melhor. Não precisa... – Enquanto ela protestava inutilmente eu já havia dispensado o motorista, falando com os meninos que pegaria um táxi depois. Ela simplesmente ficou me olhando, sem saber direito o que falar. Decidi começar.

- E então, porque não me conta o que estava fazendo aqui sozinha enquanto andamos para sua casa? – Perguntei, me aproximando. Não pude deixar de sorrir quando notei que ela ficou sem ar pela proximidade.

- Indo para casa, obviamente. – Disse ela, desviando o olhar e começando a andar. - A questão é o que vocês estavam fazendo aqui? – Perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Zayn nos fez errar o caminho. – Falei, acompanhando seus passos.

- Bem, agradeça a ele por mim. - Disse ela, olhando para a calçada.

- Quer falar sobre isso? – Perguntei, preocupado sobre como ela estava.

- Não há o que falar. – Ela deu de ombros. - Conhecia ele. Heitor, era o meu ex. Eu sabia que ele era capaz de muitas coisas, só não imaginei que ele fosse chegar a esse ponto.

- Bem, não seria difícil de imaginar. – Pensei alto. – Quero dizer, não que eu faria isso é que... – Me enrolei. – É só que deve ser difícil para ele aceitar que perdeu uma garota como você. – Disse, olhando para o chão enquanto ela me encarava. – Quer dizer então que você costuma sair com caras assim? – Perguntei, mudando de assunto.

- Costumava. – Disse ela, sorrindo com a minha confusão. – Na verdade, faz tempo desde que saio com alguém.

- Sério? – Perguntei, curioso. – Você não parece do tipo... eu não sei. Na verdade você não parece com nenhum tipo. – Admiti.

- Isso foi um elogio? – Perguntou ela, sorrindo. Bom, pelo menos eu a estava divertindo sendo um completo idiota.

- É que... – Eu ri, sem saber como continuar. – É estranho para mim a sua atitude. Quero dizer, não me leve a mal, mas qualquer outra em seu lugar estaria desmaiando, ou pelo menos pedindo pra tirar uma foto, sabe? Algo do tipo. – Falei, analisando-a para ver se tinha dito algo errado, mas ela continuou sorrindo.

– No meu mundo é normal uma pessoa não desmaiar ou perder as cordas vocais quando vê outra pessoa... Não sei no seu, mas é assim que geralmente funciona por aqui. – Disse ela, brincando. Não pude deixar de sorrir. Era tão irreal. Havia tempo que eu não tinha uma conversa dessas com uma pessoa que acabei de conhecer. Na verdade havia tempo que eu não tinha uma conversa com qualquer pessoa que fosse. Enquanto admirava-a não percebi que já havíamos chegado em sua casa. Ela se virou para mim, desabotoando o meu casaco.

- Hey, fique com ele. Há não ser que queria explicar para sua mãe o que houve com sua blusa. – Disse, olhando de relance para o que sobrou do pano.

- Obrigada. – Disse ela, dessa vez sem sorrir. – Por tudo.

Apenas consenti com a cabeça e continuei ali, imóvel, sem saber direito o que fazer. Eu não queria ir embora. Eu queria apenas ficar ali, admirando-a, conhecendo-a, queria protegê-la, mesmo sabendo que ela já estava a salvo. Depois de um tempo nos olhando decidi que minha única opção era ir embora. Aproximei-me com cuidado, analisando seus movimentos para ver se ela não iria recuar. Mas ela ficou apenas parada, me acompanhando com os olhos enquanto eu a beijava no rosto, desejando-lhe boa noite. Me virei de costas e fui embora, tentando não olhar para trás. 


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