O Toque escrita por HelenaSantos1510


Capítulo 1
Capítulo 1: O Toque


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic SasuIno
Presente a XxSAYURIxX!!!
Espero que goste, flor!!!



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Retocou os lábios com o batom vermelho. Os lábios se roçavam. A cor viva dava ao sorriso um ar alegre. Sobre a cama havia um casaco preto, um estojo de maquiagem. Pó e base. Além do delineador e outros apetrechos. Olhou-se mais uma vez no espelho que refletia o corpo inteiro. O vestido rosa claro modelava a cintura fina. Era tão bonita! Todos diziam isso. Bela Ino! Encarou a imagem que foi projetada para os seus olhos. Não viu nada que suas outras amigas não tivesse. Juventude! Doce juventude!

 

 

 

Pegou o casaco e fechou a porta do quarto. O relógio de pulso marcava oito horas. Deveria vê-lo dentro de uma hora. Porém, ela queria fazer uma surpresa. Iria vê-lo mais cedo. Desceu as escadas segurando no corrimão. O salto insistia em sair do lugar. O pé balançava de um lado para o outro. O equilíbrio sendo aos poucos afetado. A chave estava no mesmo lugar de sempre. Embaixo das almofadas. Algumas no chão, outras jogadas aleatoriamente no sofá. As cores, bonina e branca. Eram entrelaçadas em faixas verticais. Outras em faixas horizontais. Ela não era o tipo de mulher comum. Gostava daquilo que era diferente.

 

 

 

Fechou a porta e as janelas. Era uma mulher precavida. Morava sozinha e considerava a segurança algo essencial. Na rua o céu estava limpo. Sem estrelas. Desta vez não tinha os pontos brilhantes para poder guiar o caminho ou simplesmente quebrar o crepúsculo daquele azul tão mórbido. O silêncio sendo quebrado pelo farfalhar das folhas das árvores. O aroma de Sakura`s balançando o cabelo loiro. Podia ser comparado a um raio de sol. Àquelas horas as pessoas andavam de mãos dadas. No banco da praça ela pode perceber um casal de idosos. A senhora com uma rosa branca na mão. A cabeça deitada no ombro do outro que afagava o cabelo grisalho. Pareciam eternos namorados. Aquilo estava se tornando raro de se ver. Parou para poder observá-los. O pensamento vagou longe.

 

 

 

Estava pensando se um dia poderia ser como aquele casal de aparência simpática. Cúmplice e completa do lado quem gosta. Porém, voltou a “realidade”. Continuou seu caminho. O casal ficou para trás. Ela ainda pode ouvir uma risada. O passo oscilava. Sempre ficava assim quando ia vê-lo. Nervosa. Aquele dia estava fazendo frio. Logo conseguiu ver uma casa humilde. Era azul com grades brancas. Um pequeno jardim. Lírios e jasmim. Adorava aquelas flores! Puxou a maçaneta e fechou o portão de estatura mediana. Subiu um pequeno lance de escadas. Respirou fundo e bateu a campainha. Levantou a gola do casaco e esperou. Passado alguns minutos conseguiu ouvir o ranger de madeira gasta. A porta foi aberta.

 

 

- Ino-san? – perguntou uma mulher de cabelos vermelhos.

- Sim – respondeu Ino com um sorriso – Esperava ver-me mais tarde, não é?

- A senhora... – começou a outra.

- Por favor, Aiko-chan, já pedi para não me tratar como senhora – disse Ino juntando as mãos – Sinto-me uma velha!

- Eu sei, desculpe – disse Aiko envergonhada. Apertou as mãos – Você tem razão, Ino. Não esperava vê-la essa hora.

- Decide fazer uma surpresa a ele – disse Ino – Posso entrar?

- Ah! Claro – disse Aiko separando as mãos – Por favor, Ino-san.

 

 

Assim ela entrou acompanhada por Aiko. Conheciam-se desde que ela fora contratada. Fazia cinco anos. Deu o casaco e olhou ao redor. Tudo no seu devido lugar.

 

 

- Aiko posso subir? – perguntou a Yamanaka.

- Ele vai ficar feliz em vê-la – disse Aiko – Você está sendo a segunda há passar um tempo com ele.

- Quem veio? – indagou Ino apoiando o cotovelo na cadeira ao lado.

- O Uzumaki – respondeu Aiko indicando a sala atrás de si – E trouxe a noiva. Nunca me lembro o nome...

- Haruno Sakura, Aiko-chan – disse Ino seguindo-a. Sentou-se no sofá de dois lugares. – Ficaram muito tempo?

- Uma ou duas horas – disse Aiko afofando as almofadas, colocando-as nas costas de Ino.

- E como ele está? – perguntou Ino cruzando as pernas.

- Ele é forte, Ino – disse Aiko postando-se a frente dela – Nunca o vi reclamar, mesmo estando naquela cama.

- Irei vê-lo – disse Ino se levantando – Importa-se se deixar minhas coisas aqui?

- Claro que não! Nem precisava perguntar – disse Aiko.

 

 

Deixou a bolsa no sofá e partiu para o quarto. Ela também estava feliz em vê-lo! Todo o dia ia visitá-lo. Virou rotina. Ela gostava de estar junto dele, perante o silêncio que se instalava. Apenas os olhares permaneciam. Corava e virava o rosto. Tocava as mãos dele e despedia. “Até amanhã”. Chegando ao quarto, ajeitou o vestido no corpo e, lentamente, girou a maçaneta.

 

 

- Sasuke? – disse ainda com a porta entre aberta.

- Pode entrar, Ino – disse com a voz rouca.

 

 

Assim ela o fez até fechar a porta por completo. A luz estava acessa e ele encostado aos macios travesseiros. Olhou-o e deixou-se perder nos orbes tão negros quanto à noite. Aproximou-se sentindo o olhar dele a analisando. Pareciam ver através de sua roupa. Isso a deixava encabulada. Sentou-se na beirada e, cruzando as pernas iniciou o assunto.

 

 

- Aiko-chan me contou que Naruto e Sakura estiveram aqui – disse Ino. As pernas estavam bambas.

- Sim, eles vieram – disse Sasuke – Pensei que a veria mais tarde.

- Pensei em fazer uma surpresa, não gostou? – perguntou Ino percorrendo com a ponta dos dedos as cobertas.

 

 

Ele não respondeu, apenas assentiu com a cabeça. Sempre tão calado. Os opostos se atraem. Um dos motivos para então amá-lo?! Poderia ser uma explicação. Desviou o olhar para as pernas. Queria vê-lo andando e não ali escondido do mundo. Depois de um grave acidente de carro foi-se descoberto que perdera o movimento das pernas. Foram meses de completo desespero. Ele parecia forte e isso a torturava. Ele não via que não conseguiria sozinho?! Para que mentir e ficar se enganando?! A voz interior dela mandando-a para o hospital ou para a casa de alguém, senão enlouqueceria. Às vezes parecia que a cabeça iria explodir. Seguia a voz interior. Dormia velando o sono dele para que nada de mal acontecesse. Ela estava ali. Por mais que ele a mandasse embora. Não ia. Nunca ia. Cuidaria dele e nada a tiraria dali. Perdera alguns amigos e alguns ainda permaneceram. Sasuke não seria mais o mesmo. Não poderia sair com os amigos e aproveitar a vida. O obstáculo pelo qual ele passou e por poucas vezes o viu chorar.

 

 

- Sasuke, - começou Ino – Eu... Bem...

- Quer saber o que eles me falaram? – perguntou Sasuke ríspido.

 

 

Ela não perdera a mania de querer saber de tudo.

 

 

- Se não quiser falar...

- Chamaram-me para ser padrinho do filho deles – cortou Sasuke seco.

- E você aceitou? – perguntou Ino.

- Sim – respondeu Sasuke.

 

Ela então se levantou. Foi até a janela e ele a acompanhou com o olhar. Naquele momento queria abraçá-lo para poder ter em sua pele o aroma dele. Deixar o tecido se impregnar com aquele cheiro que a atraia.

 

 

- Ino, por que não se senta? – perguntou Sasuke – Preciso falar com você.

 

 

Faria qualquer coisa que ele pedisse.

 

 

- Pode falar Sasuke-kun – disse Ino sentando na beirada novamente. Os orbes ônix não deixavam as turquesas escaparem.

- Obrigada por tudo – disse em tom baixo.

 

 

A mão dele foi à face da “menina”. Ela então fechou os olhos. As lágrimas insistiam em cair. Derretia-se por qualquer coisa. Mas, nunca na frente dos outros. Porém aquela noite seria diferente. Deitou a cabeça na palma das mãos de Sasuke que ao vê-la tão absorta naquele gesto simples, sorriu.

 

 

- Tantas vezes você poderia ter desistido de mim – disse Sasuke assim que ela abriu os olhos – Em quantas oportunidades eu poderia ter perdido você ou vê-la sair porta a fora daquele hospital.

- Sim – disse jogando o corpo para frente – Você teve inúmeras oportunidades, mas, nunca vou desistir de você – o cabelo claro caia a esmo pelo rosto e pelos ombros.

- Por isso, você é a pessoa mais importante para mim – disse.  A mão indo até a cintura fina, tomando-a.

 

 

Outra vez ficou sem fala. Duas lágrimas solitárias caíram. Os pelos pareciam arrepiar e ceder àquele contato. Agora deitada no peito dele, nunca se atrevera a pensar no que estava acontecendo. Apenas em sonhos! O corpo parecia mais leve e a alma em paz.

 

 

- Hoje, eu posso dizer com convicção Ino – disse com o dedo indicador no queixo da garota – Amo você.

- Sasuke, eu... – circundou os braços no pescoço dele.

- Por que não fica aqui? – perguntou. A mão que antes estava na cintura, desceu. Percorria a coxa de Ino, subindo a barra do vestido.

 

 

Nem foi preciso resposta. Distanciou-se dele e juntou os lábios aos dele. A boca logo se abriu. Aquele instante parecia que o tempo havia parado. Entregou-se ao desejo e perdeu-se no gosto dos lábios de seu amado. Eram doces e fervorosos. Os corpos se completavam e pediam por mais. Mais calor, mas intenso. O ar se fez necessário. Separam-se e ela se perdeu outra vez. Levantou-se e antes de sair, disse com um sorriso travesso.

 

- Só irei pegar minhas coisas.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Estou esperando por isso :D