Ironies of Life escrita por Jeca Vengeance


Capítulo 22
Capítulo 22. Paradoxo imperfeito


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos em um dia só? Raridade, a gente se vê por aqui.
Enfim, eu tava meio sem oque fazer, mas mesmo assim não sei se ta bonzinho.
FuckYeahVengeance, usei o teu apelido carinhoso no capitulo ~pula~ kkkkkkkkkkkkkkk.
E Sei lá, quis da uma alegria pra
iShadows, já que ta anciosa. k
Bom é isso. Boa leitura!!



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(3° pessoa)

Às vezes bate aquela vontade de ir embora, mesmo sem ter pra onde ir.

– É brincadeira, não é? - Levantou bruscamente, fazendo com que todos se levantassem também - Porque vocês estão me fazendo passar por isso?

– Clara, deixa eu te explicar minha filha.. - Rose foi até a menina, segurou uma de suas mãos enquanto deixava lágrimas rolarem por seu rosto - Eu entendo que você esteja confusa, mas juro que tem um motivo para que você não tivesse ficado sabendo disso antes.

– Claro, sempre tem um bom motivo, sempre ! - Olhou para cima impedindo o restante das lágrimas de cairem, respirou fundo e continuou - Eu não quero saber de nada agora, ok? Preciso de um tempo sozinha.

– Deixa ela explicar Clara, melhor você saber de tudo agora! - Explicou Jimmy, lhe abraçando enquanto ela chorava em seu peito.

A menina respirou fundo mais uma vez e olhou para o casal a sua frente que lhe encaravam lastimosos. Enxugou suas lágrimas e então tornou a falar.

– Oque aconteceu com aquele papo de eu ser parecida com você Rose? - Perguntou em um certo tom de ironia.

– Não posso negar que você é muito parecida comigo sim Clara. Mas não tanto quanto você se parece com minha irmã Angela, que é sua verdadeira mãe. - Falou cautelosa enquanto apertava a mão de seu marido em busca de força.

– Isso tá ficando cada vez pior. Eu não sei mais quem eu sou - Riu sárcastica - Eu preciso de ar. E não quero que ninguém me siga, por favor!

Sem esconder sua decepção, Clara saiu de casa apenas com um moletom que havia pegado em seu quarto logo após a discussão e com seu celular.

Seguia pelas ruas de Huntington Beach totalmente sem rumo, apenas queria se distânciar de todos os problemas que se formaram tão de repente em sua vida. Mas não ia adiantar caminhar, tudo estava junto a ela.

Parou em uma praça aparentemente pequena, havia apenas algumas gangorras espalhadas pelo gramado, assim como um escorregador e dois balanços. Estava deserta, afinal, não era nem 14 hrs da tarde ainda. E foi por lá que Clara ficou pensando na vida.. Sentada em um banco de madeira que parecia conservado.

Então começou a recordar do seu passado, de suas conversas com seu pai.. Ou melhor, com aquele que dizia ser seu pai.

Flashback on.

Uma menina que aparentava ter de quatro a cinco anos brincava na areia da praçinha em que Clara e seu pai sempre frequentavam. E foi nesta mesma hora que a tal menina de cabelos escorridos e pretos começara a chorar sem motivo algum, chamando a atenção da pequena Clair - como seu pai lhe chamava - que brincava um pouco mais distante.

Não havia ninguém em volta da menina, e Clara com uma expressão preocupada aproximou-se da pequena aproveitando que seu pai sairá para comprar sorvetes.

– Porque você ta chorando menina? - Perguntou docemente enquanto ajoelhava-se na areia, ao seu lado.

– Eu quero minha mamãe.. - Diz a menina afundando os dedos na areia enquanto deixava as lágrimas cairem.

– E cadê a sua mãe? Ela não veio com você? - Indagou Clara, enquanto passava a mão pelos cabelos da menina, tentando conforta-la.

A menina de cabelos escuros negou com a cabeça e apontou para um banco aonde havia uma senhora com um uniforme sentada, aparentemente lendo um jornal.

– Minha tia disse que a mamãe e o papai não me quizeram quando eu nasci e por isso foram embora pra sempre - Falava soluçando - Mas ela disse que me ama, e que não é pra mim ficar tristi.

– Então pequena, se sua tia disse isso, é porque é verdade - Clara sabia como a menina sentia-se sem sua mãe, pois com ela era a mesma coisa. Sempre cresceu com as suas amigas sendo mimadas e aconcelhadas pela voz de uma mãe, e ela nunca tiverá isso, pois vive sozinha com seu pai desde os três anos, e mesmo que agora tenha seus sete anos, sente mais do que nunca a falta de alguém que possa chamar de mãe. - Ela te ama e isso é oque importa, tá?

– Eu quero ir embora, to com fome - Reclamou a pequena menina, arrancando um riso de Clara. - Tchau, gostei de ser sua amiga.

– Ah, que bom - Sorriu e acenou. Logo seu pai chegou com os sorvetes em mãos, chamando ela com um gesto para ir pegar o seu. - Pai, eu conversei com uma menininha agora. Ela tava chorando porque os pais dela a abandonaram quando ela ainda era pequena.

– Isso é a coisa mais desumanda que um ser pode fazer - Falou nervoso - Uma criançã nunca deve ser abandonada, não pelos seus própios pais.

Clara vendo que seu pai ficou mais alterado do que devia, passou de leve as mãos em seu braço para que ele se acalmasse, sabia o porque dele estar assim.

– Pai, eu tenho sete anos e entendo muitas coisas. Não acho que a minha mãe faça tanta falta assim na minha vida. Eu sou feliz com o senhor aqui. - Falou parecendo confiante, mas no fundo sentia falta sim.

– Oh Clair - Passou um braço pela menina que estava ao seu lado, a apertando mais contra si, e lhe depositou um beijo entre seus cabelos - Eu te amo tanto. Eu nunca quero que você esqueça que tudo oque eu fiz foi porque eu quis o seu bem. Okay?

– Tudo bem papai! - A menina sorria para o homem e seguiram tomando seus sorvetes.

Flashback off.

– Agora eu entendo o motivo daquele nervosismo. A minha situação era a mesma daquela menina que eu conversei. Não entendo esse jeito estranho de que as pessoas fazem tudo para o meu bem. - Murmurou para si, lembrando das palavras de seu pai e também das de Zacky.

Passaram-se horas e Clara continuava sentada naquele banco, observando as crianças brincarem sem precisar se preocupar com nada além das broncas que iriam levar pelas roupas sujas.

Ahh.. Como ela sentia falta deste tempo!

O Sol já havia se ido a algumas horas, e em seu lugar uma bela lua preenchia o céu, iluminando a cidade. Clara passou a caminhar novamente, não queria voltar para casa e ouvir coisas para a qual ainda não estava preparada.

Seu moletom já não era o bastante para lhe proteger do frio que fazia na noite, e seu estômago pedia por comida.

Era a trigésima esquina que a menina de cabelos loiros dobrava, sem ao menos saber aonde estava indo e aonde a rua dava. Mas para sua surpresa viu que era uma rua escura, sem ao menos uma casa com a luz acesa, oque lhe deu certo medo.

Sentiu seu coração acelerar ao ver um carro preto se aproximar vagarosamente, mas ainda sem sair do lugar encarava o vidro que estava a ser aberto assim que o carro parou ao seu lado.

– Droga Brian. É você! - Falou em uma sensação de alivio ao ver o rosto conhecido atrás do volante.

– Feliz em me ver, baby? - Riu e fez menção para que ela entrasse no carro. Assim que Clara estava sentada e de cinto ele arrancou com o carro. - Pode me dizer porque desligou o celular e deixou todos nós preocupados?

– Não sei se vocês sabem, mas isso era um sinal de que eu precisava ficar sozinha. - Falou irritada, com o olhar fixo nas casas que passavam quase em um vulto.

– Olha, eu sei oque ta acontecendo.. - Continou olhando para a estrada e soltou a respiração pesada - Jimmy contou para mim e para os meninos assim que voltou pra lá, ele estava preocupado, assim como Rose e James.

– Não era minha intenção. Eu só queria pensar um pouco, sem pressão - Ela suspirou e olhou para o moreno ao seu lado - Como você me achou?

– Oh, eu to a algumas horas rodando pela cidade Clara. Não foi de primeira que eu te achei não - Sorriu ao virar o rosto rapidamente para a menina - O Zacky emprestou a chave do apartamento dele, você passa a noite lá e amanhã eu te levo pra casa, ok? Uma hora você vai ter que encarar isso.

– O Zacky é um anjo. Não tava querendo ir pra casa mesmo. - Fechou os olhos apoiando a cabeça no banco - Você vai ficar comigo lá né?

– Como? - Olhou surpreso para a garota que não percebeu - Eu não sei, você tava querendo um tempo sozinha.

– Eu já passei a tarde sozinha Bri - Riu minimamente - Agora eu preciso de alguém comigo.

– Ja que é assim! - Soou compreensivo- Vamos passar em algum lugar primeiro e comprar algumas coisas pra comer. Aposto que você ta morrendo de fome.

Seguiram para o mercado mais perto e compraram algumas pizza e refrigerantes, já que nenhum dos dois sabia cozinhar muito bem. Alugaram alguns filmes e foram para o apartamento logo em seguida.

Agora os dois estavam sentados pelo chão da sala enquanto comiam e viam filme no escuro. Tudo por insistência de Clara, porque segundo ela, um filme de terror só da medo no escuro, e assim fizeram.

– Ah, mas que droga - Brian assustou-se com o filme, e se aconchegou mais ao lado de Clara, abraçando a mesma com um braço só em volta a sua cintura, enquanto ela ria dele - Não podia escolher um filme de comédia ou romance, sei lá?

– Não tava afim de ver esses filmes em que as pessoas só sabem rir e viver amores como se fosse tudo muito fácil - Revirou os olhos - E por outro lado, é legal ver você com medo.

Brian apertou mais seu braço em torno a garota e virou-se de lado, em um modo que pudesse a olhar melhor. E nessa hora, Clara virou seu rosto e seus olhares se econtraram, eles não estavam tão distantes.. Muito pelo contrario.

– Oque foi Bri?

– Só estou te olhando, posso? - Sorriu enquanto admirava cada parte do rosto de Clara. Tudo nela era perfeito para ele, sua boca, seus olhos, sua pele..

– Concentra no filme. Okay? - Sorriu sem graça e voltou a encarar a televisão.

Brian vendo o seu nervosismo riu e aproximou mais seu rosto. Roçou os lábios no seu pescoço, fazendo sua pele se eriçar.

– Brian, por favor! - Arfou.

– Oque foi? - Se divertia com a situação. Depositou um beijo em seu ombro descoberto e subiu a boca até o seu ouvido - Eu te quero tanto. - Falou com a voz rouca, provocando um arrepio em Clara. Brian colocou sua outra mão em sua nuca a puxando para si, enquanto a mão de Clara ia para sua cintura.

– Brian, eu não acho que seja certo - Falou entre lábios, ambos estavam com os olhos fechados, devido a proximidade - Tem o Zee..

– Esquece ele - Roçou seus lábios nos dela levemente - .. Pelo menos nesse momento. - Sorriu contra sua boca e iniciou um beijo calmo e com sentimentos da parte dos dois.

Ambos não queriam tornar aquele beijo uma disputa ou algo parecido, queriam apenas sentir um ao outro de uma forma mais intensa.

Pararam o beijo pela falta de ar e Brian depositou um selinho em Clara, logo depois depositando varios beijos por seu rosto, a fazendo rir. Se abraçaram e assim, terminaram de ver o filme juntos.

Já era madrugada quando decidiram dormir, Clara foi para o quarto e Brian se deitou pelo sofá da sala, logo adormecendo ali. Ao contrario da garota que - inquieta - não conseguira pregar os olhos novamente, virava-se de um lado para o outro a procura de um modo confortante de dormir, mas oque não a deixava descansar era todos esses problemas em sua cabeça.

O seu termino de namoro com Zacky, seus pais verdadeiros, sua mãe que, aparentemente é sua tia, o beijo com Brian.. Tudo lhe pertubava.

Após alguns minutos de insônia finalmente conseguirá adormecer, até alguém bater - não muito gentilmente - na porta de seu quarto.

– Que é? - Murmurou sonolenta.

– Clara? - Brian entra no quarto e fecha a porta atrás de si - Será que eu posso dormir aqui? É que faltou luz em plena madrugada e acho que eu ouvi um barulho lá na sala.

– Sério que você tem medo de escuro Brian? - Perguntou enquanto chegava pro lado na cama, para que Brian se acomodasse melhor.

– Brian Haner com medo de escuro? Pmff - Soou indignado e deitou-se ao lado da garota na cama - Eu só sou inseguro. Ok? Vá que entre algum ladrão, sei lá.

– Ah sim, os ladrões. - Riu e virou de costa para o moreno, que passou um braço pela sua cintura, juntando os seus corpos - Boa noite Bri.

– Boa noite Clarinha.

E dessa vez, os dois pegaram no sono em um instante.


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Notas finais do capítulo

reviews? hein hein? k
Beijos da Baker :*