Opções Da Vida escrita por Thamires


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

A fic não acaba aqui, espero que gostem deste capítulo.
Boa leitura!



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O mundo saiu dos pés de Laura, tudo havia sumido. Estava tudo se tornando escuro, ela percebeu que estava quase desmaiando, mas se conteve. Não sabia o que fazer agora, olhava em volta desesperada. O ônibus estava, agora, de frente para o poste quase caindo.

Ela pensou no problema que o motorista havia dito, um flashback de sua vida percorreu seus pensamentos e ela pensou. Pensou nele. Guilherme.  Ele estava no ônibus. Estava ali. Será que estava ferido? Tudo aconteceu tão rápido. Ela não conseguia sair do lugar em que estava. Algo a segurava ali, algo a deixava completamente congelada, quem a visse daquele jeito pensaria que ela estaria apreciando o ônibus que havia se chocado contra o poste.

E então ela tomou uma decisão, conseguiu sair do seu modo estátua e agora tinha que agir. Pegou seu celular e apertou os números da ambulância. Agora pessoas saindo de casa para tentar ajudar os passageiros, estavam todos desesperados. Uma moça parou ao lado dela, percebeu que ela estava tentando ligar para alguma ajuda.

— Já acionamos a ambulância, querida. Fique tranquila. – A moça disse, tentando acalmá-la.

Fique tranquila? Como? ela pensou.  Como ficar tranquila sabendo que Guilherme poderia, poderia... ela não completou a frase em sua mente. Agora mais que tudo queria isolar os piores pensamentos, mas parecia impossível.  Guilherme. A única pessoa com quem ela criou uma amizade verdadeira. A única pessoa por quem eu me apaixonara, ela pensou novamente.  Sim. Agora ela estava afirmando que se apaixonara por ele, não tinha mais que esconder. Não podia mais esconder.

Ela finalmente conseguiu se mover, agora que sabia que poderia realizar movimentos ela conseguiu correr. Uma lágrima rolou em seu rosto. Ela estava desesperada.  Agora todas aquelas árvores, todas aquelas que percorriam as ruas formando arcos sobe as cabeças de todos que estavam tentando ajudar não trazia mais conforto à Laura. Não agora. Não agora que ela imaginava o que estava acontecendo com ele.  Todas as coisas horríveis que estavam passando em sua cabeça. Correu sem se importar se deixara a moça, que antes a tentava acalmá-la, falando sozinha. Percebeu que estava tremendo. E mais lágrimas rolando no seu rosto branco cheio de sardas, cabelos grudavam em seu rosto com a força do vento, mas ela não se importava.  Importava-se apenas com uma coisa, com uma pessoa. Importava-se apenas com Guilherme.

As pessoas tentavam retirar os passageiros do ônibus amassado. Agora, de perto, o ônibus em que Laura estava minutos antes estava indescritível. Fora um acidente horrível. A lataria da frente estava amassada por ter se chocado com o poste, agora Laura podia ver melhor, o motorista estava sangrando muito. Pessoas conseguiam retirar os passageiros que estavam mais fáceis para ser acudidos.

Dentre todos os feridos, dentre todos os passageiros ela se importava apenas com Guilherme. Tentava encontrá-lo no meio de tudo aquilo. Ao longe ouviu o barulho da ambulância chegando. Ela só conseguia olhar, apreensiva, para ver se via alguém retirar Guilherme de dentro dali. Mais lágrimas estavam rolando do seu rosto. Infinitas lágrimas.

Todos os passageiros iam sendo retirados às pressas do local do acidente. Mais ambulâncias chegavam para levá-los ao hospital público da cidade. Enfim, depois de tudo isso, o coração de Laura disparou ao ver Guilherme deitado na maca. Correu até ele. Ela não sabia o que dizer, só chorava.

— Ele está vivo? – era a única coisa que ela conseguia pronunciar.

— Está, fique calma. – Já era a segunda pessoa que havia dito isso pra ela, mas ela não conseguia seguir este conselho – Ele só teve ferimentos leves.

Ela suspirou aliviada, muito aliviada.  Quando viu eles posicionando Guilherme na ambulância ela não se conteve e perguntou:

— Posso ir junto? Acompanhá-lo?

— Você é parente?

— Não, sou amiga. Não há parentes dele aqui. – ela disse quase suplicando – Posso ir no lugar?

— Tudo bem, suba. – Disseram apontando para a ambulância.

Ela subiu, a viagem inteira até o hospital demorou muito. Mas Laura estava distraída, olhando para ele. Quando chegaram, finalmente, no hospital ela teve que ficar aguardando na sala de visitas. Não conseguia se sentar, queria saber notícias dele. Avisaram-na que haviam pego o celular dele para avisar a família e que eles estavam vindo.

Enquanto a família não vinha, Laura ficava ali. Aguardando a vinda de alguém vir lhe dizer que ele estava bem. Então um médico apareceu e, se dirigindo a ela, disse:

—  Queira me acompanhar para o quarto em que ele está, por favor. – Sem hesitar ela seguiu o médico, ele continuou falando – Não houve nada de grave com ele, só um corte em sua cabeça, mas já cuidamos disso. Ele está descansando, terá que ficar aqui por mais um dia para repousar e estar aos cuidados médicos necessários.

Laura apenas assentiu e entrou no quarto.

Ele sorriu ao vê-la e ela retribuiu.

— Vou deixá-los a sós. – Disse o médico saindo e fechando a porta atrás de si.

— Quase me matou de susto. – Laura disse.

— Desculpe – ele riu – mas não foi culpa minha.

— Eu sei – deu um riso de lado – mas mesmo assim, me deixou apavorada. Seus pais estão vindo. Está se sentindo bem?

— Essa não é o tipo de pergunta que se faça pra quem está numa cama de hospital. – riram.

— Desculpe – ela disse.

— Sente-se – ele disse, apontando para a poltrona ao lado de sua cama.

Ela se dirigiu a poltrona e se sentou. Pensou e respirou fundo, ela tinha que dizer isso a ele, tinha que desabafar.

— Sabe, preciso te dizer isso. – Ela reuniu forças e coragem para continuar, coisa que ela não sabia que tinha. – Antes de te conhecer, eu chorava feito uma louca. Trancava-me em casa e chorava. Chorava porque era a única coisa que conseguia fazer, a única coisa que estava ao meu alcance, porque nada mais estava. Era insultada na escola. Quer dizer, ainda sou, mas depois de te conhecer tudo mudou. Agora não ligo mais para o que dizem, não ligo mais porque você é um tipo de forças em que consigo me segurar para não cair, não despencar, não voltar a fazer o que eu fazia antes. Cortei-me porque não aguentava a dor que estava sentindo. Quando você viu, juro que tive vontade de contar a você, porque você estava me fazendo bem. E continua me fazendo bem até agora. Então, quando vi que o ônibus havia se chocado contra aquele poste – uma lágrima correu em seu rosto – e me lembrei de que você estava dentro dele, eu congelei.  Completamente. Por que? Por que você foi uma das melhores coisas que já me aconteceu nessa vida. E olha que são poucas. – deu um risinho – A questão é que... – ela parou, respirou e ele estava mais apreensivo quanto antes.

— Sim, eu também. – ele disse, ela arregalou os olhos.

— Você...você também?

— Sim, eu também – ele repetiu – Laura, você também é muito importante pra mim, estou falando sério, também foi uma das melhores coisas que fiz foi te conhecer. Só que...há um sentimento maior.

Ela suspirou, feliz. Talvez aliviada, por ele sentir o mesmo. Agora ela estava de frente para ele, olhando-o.

— Então... sim, eu também – ele continuou – também te amo.

Ela deu um riso abafado e enfim,  seu cérebro mandou-a seguir o coração, inclinou-se e encostou os lábios nos dele.


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Notas finais do capítulo

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Contato? @cupcakedataylor
Obrigada por ler.



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