Durante o caminho fui pensando porque eu estava fazendo aquilo. Por que eu estava indo atrás dele? Será que não ia dar muita confiança para ele, e para no final simplesmente ele me largar ou me trair com a minha melhor amiga como fez Filipe? Mas eu não pensava em desistir, por que não era aquilo exatamente o que eu estava querendo de um tempo para ca? Se eu não fosse e ignorasse Nathan seria totalmente uma bipolaridade minha.

Logo cheguei na porta principal do prédio do Queen, e a abrir. E simplesmente não vi ninguém. Era claro que ele tinha me feito de boba. Ou será que ele pensou que eu simplesmente não viria, então não veio? Senti meu celular no bolso, mas hesitei em pega-lo e mandar uma mensagem, vai que estaria dormindo e no dia seguinte visse a mensagem e soubesse que eu fui e fiquei plantada ali, a sua espera, certamente riria da minha cara.

- Você veio – Ouvi uma voz vinda do escuro, me interrompendo dos meus pensamentos.  Apenas apertei os olhos para tentar ver, mas era claro que eu já sabia que era só por ouvir o tom de sua voz. Nathan estava sim me esperando.

- Por que me chamou aqui?

- Vem – Vi sua mão estendida para mim quando ele chegou perto o suficiente de mim e a luz que vinha de dentro do prédio o iluminou.

- Para onde vamos?

- Surpresa – Então simplesmente me deixei levar por Nathan e peguei em sua mão. A noite estava bem fria. Conforme íamos nos distanciando do prédio do Queen ia ficando mais escuro, pois apagavam todas as luzes externas depois das dez.

- Nathan, para onde estamos indo?

- Relaxa, já estamos chegando. – Nathan disse ainda segurando forte minha mão, me conduzindo. Já tínhamos passado das duas quadras externas do colégio, e estávamos nos aproximando dos muros, marcando o limite da escola. Quando fomos nos aproximando vi ali no canto direito entre o os muros que cruzavam perpendicularmente,  ali na frente tinha o que parecia uma pequena casinha, como uma de boneca, e foi próximo dela de onde paramos

- O que é essa casinha de boneca esta fazendo aqui? – Perguntei.

- Não é uma casinha de boneca – Nathan tentou não rir – Aqui é onde guarda todas as ferramentas e essas coisas que o colégio precisa sabe? Como um depósito.

- Nunca a vi aqui.

- Quase ninguém vem por aqui, as pessoas param no máximo até ali na quadra – Nathan apontou para a ultima quadra que passamos um pouco distante de nós.

- Por que estou aqui? – Disse como um jato. Nathan se virou para mim e suspirou.

- Queria ficar com você sozinho, sem ninguém para atrapalhar dessa vez.

- Bom, estamos sozinhos. Não estamos?

- A pessoa mais próxima da gente esta a mais de 800 metros, então eu diria que estamos sozinhos – O luar iluminou o sorriso que o Nathan deu. Apenas dei risada e direcionei meu olhar para meus pés.

- Você acha que isso pode dar certo? – Nathan me perguntou colocando suas mãos em minha cintura. Então coloquei minhas mãos em seus ombros.

- Não sei me diz você. – Então Nathan não falou nada, apenas me puxou para si, fazendo o espaço entre nós dois ficar inexistente e logo em seguido colou seus lábios nos meus. Logo já dei a permissão e a cada segundo que passava, eu aprofundava mais o beijo. Que dia era? Que mês estávamos? Que ano era? Naquele momento eu não saberia responder, era incrível como quando estávamos só nós dois, eu me desligava totalmente do mundo, simplesmente nada me importava, era apenas Nathan dominando cada parte do meu pensamento, não sabia se aquilo era muito bom, ou muito ruim. Eu estava me apaixonando por Nathan, e era tudo muito rápido, poderia sofrer consequencias no futuro. No entanto, nas horas que os nossos lábios estavam selados eu não me importava no futuro.

Quando paramos para respirar, apenas ficamos abraçados.

- Olha como o céu esta lindo – Nathan comentou –  Nunca vi tantas estrelas em Londres.

- Em Oxford costumava ter bastante – Eu disse admirando o céu que realmente estava maravilhoso - pelo menos no lugar que eu morava – Completei.

Então ficamos observando as estrelas por um momento indeterminado. Alias, estávamos ali em um tempo indeterminado. Mesmo sem saber quantos minutos tinham se passado, foram uns dos melhores minutos que eu tinha passado no Queen sem duvidas.

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Os dias foram passando e meus encontros secretos perto da casinha de ferramentas durante a noite e quase durante a madrugada eram frequentes. Agora com mais experiência, estávamos levando lençóis para colocar na grama para que pudéssemos nos sentar na grama. Também levávamos cobertores, as noites esfriavam cada vez mais em Londres. Essas noites ‘’fora’’ que eu passava com Nathan me cansava cada vez mais e como consequencia eu estava dormindo nas primeiras aulas, pois sempre ia me deitar tarde, tinha dia que eu dormia apenas 1 hora por noite, então era impossível manter minhas pálpebras abertas durante a manha.

Quando chegou o final do período de aula de sexta feira, rapidamente corri para meu quarto cai em minha cama e dormi profundamente. Acordo com a voz de Melani me chamando, mas a voz me chamava longe.

- Lo – Quando abro meus olhos ela estava na minha frente – Vou sair com Siva – Novidade – Qualquer coisa liga no meu celular ok?

- Ok – Disse sonolenta para menina toda maquiada e arrumada. – Usa camisinha hein –Brinquei.

- Tchau Lorena!  - Melani disse fechando a porta dando risada. Fiquei pensando o que diria Melani quando soubesse que eu e Nathan estávamos tendo algo... Certeamente ficaria confusa, porque na cabeça dela eu estou sim me envolvendo com algum dos meninos, mas Jay não Nathan. Ainda não tinha contado para ela pois ela andava muito ocupada com os exames de final de semestre, quando não estudava saia com Siva. Mal nos cumprimentávamos.

Quando olhei pela janela, já estava de noite.  Me sentei na cama e cocei meus olhos. Eu ainda estava com a roupa que eu estava de manhã. Então com o meu sono recuperado, me levantei, tomei meu banho e me troquei (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=55781316) Logo quando me troco recebo uma mensagem de Nathan.

‘’ Que tal um piquenique a luz do luar?’’

‘’ Hoje?’’

‘’ Agora’’

‘’ O lugar de costume?’’ – Perguntei.

‘’ Sim, topa?’’

‘’ Sim, to indo para la’’  - Então peguei uma bolsa e coloquei uma manta dentro dela e fui para o meu destino. A escola como de costume não estava muito cheia, por ser sexta à noite. Fiz o caminho já gravado na minha cabeça, e bem ali escondido, apoiado na casinha, estava Nathan, e ele carregava uma mochila com ele. Cheguei perto dele e depositei um rápido beijo em seus lábios.

- As vezes é difícil te ver na escola e não te abraçar – comentei me pendurando em seu pescoço

- Por que mesmo concordamos em manter ‘’nós’’ em segredo? – Nathan brincou.

- Porque você sabe que iam ficar comentando e essas coisas, nunca íamos conseguir ficar sozinhos...

- Ok, ok, entendi – Nathan disse rindo - Vamos então ao nosso jantar – Então Nathan abriu sua mochila e colocou a toalha sobre a grama e tirou uma barra de chocolate, uma garrafa de dois litros de coca cola e morango – Eu sei que não é muita coisa, mas foi o que eu consegui comprar hoje de tarde.

- Não tem problema, esta tudo perfeito – Eu disse me sentando na toalha. Então começamos a atacar o chocolate e o morango, que particularmente eu amo os dois. Começamos a brincar que nem umas crianças de cinco anos, pegávamos os morangos e tentávamos acertar um na boca no outro, mas a falta de iluminação e o meu mau senso de direção fizeram com que os morangos caíssem em todos os lugares, menos na boca de Nathan.

- Você precisa de óculos que nem a Melani – Nathan brincou.

- Cala a boca! – Peguei dois morangos e taquei na cara dele de brincadeira.

- Ei, dois morangos de uma vez só é trapaça.

- Para de chorar vai  – Antes mesmo de eu terminar a frase vi Nathan pegando a caixa lacrada de morango, e começou abrir. Já compreendi o que ele pretendia fazer.

- Voce não faria o que eu to pensando... – Olhei pra ele com certo medo.

- Depende do que esteja pensando – Sob a luz do luar, vi seu sorriso de moleque de 10 anos. Então me levantei e sai correndo para trás da casinha. – Vem ca Lorena! – ouvi Nathan gritar

- Não! – Gritei no meio de risadas. – Você vai me matar com esses morangos – Eu disse me encostando na parede dianteira da casa, e quase na minha frente estava o muro do Queen.

- Vem ca prometo não te machucar – Nathan disse em um tom pervertido. Então ali mesmo tinha uma porta que dava para dentro da casa, então rapidamente abri e pulei para dentro. O local era completamente escuro, mas antes que eu pudesse ter algum medo da casa de ferramentas ou pudesse esbarrar em alguma coisa que faria barulho, Nathan abriu a porta me dando um enorme susto, o que me fez gritar tão alto que provavelmente minha família em Oxford teria ouvido.

- Você quer me matar?! – Eu disse com a minha respiração acelerada

- Te peguei!

- Como você soube que eu estava aqui.

- Você pode ser uma boa corredora, mas não é nada discreta. Ouvi a porta batendo – Nathan concluiu dando uma risada no final.

- Ok, me rendo! – Disse levantando as minhas mãos, mas não sabia ao certo se Nathan estava vendo pela falta de luz do local.

- Ta achando que vai se livrar de mim tão fácil? – Ouvi o tom malicioso em sua voz. Então de repente a luz acendeu, e vejo Nathan com a mão no interruptor e logo em seguida fechando a porta. O local era bem pequeno, suas paredes eram cheias de prateleiras de todo o tipo de ferramenta, desde as menores e simples até as maiores e sofisticadas.

- Não vale me prender aqui – Reclamei.

- Lógico que vale – Nathan colocou a caixa de morango em uma prateleira e se aproximou.

- Sabia que você não ia me atacar com os morangos – Disse provando Nathan.

- É por que agora tenho coisa melhor pra fazer – Nathan disse me puxando para si, então me fixei em seus olhos verdes e rapidamente avancei em seus lábios como se você cochichar algo para ele, ele rapidamente deu a permissão. E quando mais nos beijávamos, parecia que mais aumentava a nossa sede um do outro. Então senti as mãos de Nathan por dentro na minha roupa, e percebi que ele procurava o fecho do meu sutiã. Rapidamente me afastei de seus lábios.

- Nathan, quero ir devagar

- Pensei que você... – Então o interrompi.

- Pensou errado. Não quero ser só mais uma na sua vida Nathan, aposto que as outras que você já ficou cederam fácil, mas não sou assim. – Falei séria.

- Você não é igual as outras, você é diferente e você sabe – Nathan disse tirando a franja da minha cara e colocando para trás da orelha. -  Mas se você não quer, não tem problema.

- Obrigada – Dei um sorriso e dei um selinho. – Vamos voltar la pra fora? Esse lugar vai me atacar a rinite de tanto pó.

- Vamos – nathan disse meio desapontado. Na verdade eu entendo ele, mas eu simplesmente não podia, tudo tinha acontecido muito rápido, e pelo menos uma coisa queria ir com calma, e em um certo momento iria acontecer.

Ficamos a noite inteira ali sobre a toalha, jogando conversa fora. Nathan me contava sobre a banda, sobre os meninos, enfim de tudo um pouco. Também contei sobre Oxford, da vida que levava la, dos meus amigo, sem tocar é obvio no Filipe.

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Eu acordei com o sol batendo na minha cara. Eu estava deitada, enrolada no cobertor com Nathan, eu apoiava minha cabeça sobre seu peito. Já era de manha, logo as pessoas iam acordar... E Melani!? A Melani deve estar preocupadíssima comigo.

- Nathan – eu disse chacoalhando Nathan. – Acorda.

- Que, hã – Ele disse sonolento e abrindo os olhos.

- Nós caímos no sono, vamos para os nossos quartos...  – Então Nathan resmungou um pouco, mas se levantou. Guardamos tudo e caminhamos em direção ao prédio. Pego no meu celular para ver as 930289 ligações perdidas de Melani, mas ao invés disso, vejo apenas uma e simples mensagem:

‘’Vou dormir com Siva, beijos’’ – O que me aliviou, mas ao mesmo tempo me deu um acesso de ciúmes. Parecia que eu estava perdendo a minha melhor amiga para livros e para Siva. Quando chegamos na parte que dividia o corredor masculino e o feminino, dei apenas um selinho de despedida no Nathan e entrei no meu corredor. Enquanto eu andava, ouço passos atrás de mim, quando me viro vejo o infeliz do Fernando, e se não fosse o suficiente, carregava mais dois capangas, inclusive um deles era o namorado na filha do diretor.

- O que você quer? – Eu disse de má vontade.

- Eu queria te fazer uma pergunta... Quer dizer ‘’nós’’ queremos – Ele disse com um sorriso que não me satisfez nada.

- Agora?

- Sim... – Então ele coloca a mão no bolso e tira um aparelho – Queremos saber se você sabe que é proibido acampar na escola? – Ele disse quase gargalhando e me mostrando uma foto. Na foto estava eu e Nathan dormindo, como estávamos há algumas horas.

- Você estava me espionando?! Você por acaso é doente?! – Como Fernando tirou uma foto minha de Nathan? Isso é doentio!

Então ele se aproximou com um olhar desafiador - Quando eu disse que você vai pagar cada centavo pelo soco e pelo chute, não foi só por falar.

- O que você vai fazer com uma foto? -  Eu disse com vontade de dar um soco mais forte que eu dei na vez passada.

- Garotinha burra você... Vou mostrar para o diretor querida - Então ele olha de novo para a foto - E olha que essa foto pode ser entendida de varios jeitos. Vai ser sorte sua se ele levar como ''acampamento''