It Was Panic! At The Disco escrita por thisistherealryanross


Capítulo 7
Capítulo 7




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Eu estava no avião, escrevendo uma música. Ou pelo menos tentando. Normalmente não demorava muito, porque as palavras vinham à minha mente sem eu precisar fazer esforço. Era uma questão de segundos, e quando percebi, já estava com boa parte da música pronta.

Algumas horas se passaram e eu já estava saindo do avião. Só havia um problema: eu não sabia para onde ir. Eu estava perdido em uma cidade que não conhecia. Era um lugar diferente do qual eu estava acostumado.

Decidi parar de reclamar. Eu finalmente estava em Seattle, e eu não iria embora tão cedo po causa de um probleminha qualquer. Pedi informações para uma aeromoça, que me deu um mapa. Mas havia outro problema: eu não sabia a cor, o número, a rua e nem o bairro onde ficava a casa de Brad. Eu estava ferrado.

Parei em uma rua movimentada, eu estava com várias malas, por isso as pessoas me olhavam com uma cara estranha. Avistei um senhor que estava sentado em uma cadeira na calçada, que parecia estar na cidade havia algum tempo, então achei que ele poderia ajudar. Não perdi tempo e fui perguntar.


– Com licença, senhor

– Olá, meu jovem

– O senhor sabe se tem um garoto chamado Brad que mora aqui perto?

– Conheço. É da sua idade, creio. Alto, cabelos castanhos, olhos brilhantes...

– É esse mesmo


Dei sorte. Muita sorte. O senhor me deu o endereço, agradeci e segui meu caminho.

Pouco depois, cheguei em uma bela casa. Chequei o número e era aquela. Toquei a campainha e esperei. Logo avistei um rosto bonito e amigável que eu conhecia muito bem. Ele ficou parado, me olhando.


– Tem espaço para mais um? - Perguntei, mostrando minhas malas


Brad parecia um pouco abalado e carente. Quando percebeu que eu estava em sua frente, ficou tão contente como criança quando ganha doce. Brad sorriu e correu para me abraçar. Ele me apertou, o que me fez perceber que ele estava precisando bastante de alguém no momento.


– Ryan! É tão bom te ver!


Percebi que Brad estava cheirando meu pescoço. Achei estranho, mas fingi que não havia notado.


– É bom te ver também

– Eu estava precisando tanto de alguém! - As lágrimas escorreram pelo rosto de Brad.

– Eu estou aqui, não se preocupe. Vamos entrar porque está frio aqui. Conte-me tudo

– Você primeiro. O que faz aqui?

– Vim ficar com você. Por dois meses

– É sério?

– Sim

– Eu nem sei como agradecer, Ry! - Brad abraçou-me novamente

– Você não tem que agradecer. Nossa, suas mãos estão geladas

– Não tem importância

– Tem, sim

– Ry, você está aqui, vamos aproveitar e conversar

– Poderemos conversar muito durante dois meses. Agora me dê suas mãos

– O que você vai fazer?

– Esquentá-las

– Não precisa

– Brad, me dê suas mãos. Agora.

– Está bem...


Brad obedeceu-me e estendeu suas mãos. Envolvi-as nas minhas, elas estavam realmente geladas, mas consegui esquentá-las.


– Como estão as coisas?

– Tudo mal. Na verdade, acho que estão piores


Brad encostou suas cabeça em meu ombro e voltou a chorar. Abreci-o. Eu estava triste por ele, faria qualquer coisa para vê-lo feliz.


– Não me dou bem com a minha mãe, Ryan. Ela não me entende, não deixa eu fazer nada. Às vezes eu penso que ela não se importa comigo. E eu vou ter que morar com ela.


Foi doloroso ouvir isso. Eu estava com muita pena do Brad.


– Você vai conseguir conviver com isso, Brad. Eu acredito em você. E que história é essa? É claro que sua mãe se importa com você

– Eu acho que não. Na verdade, tenho quase certeza. Mas obrigado, Ryan. Vai ser difícil viver assim

– Eu sei que você consegue. Esqueça isso, ok? Não quero te ver triste. Que tal você me mostrar a cidade?

– Ok...

– Então vamos


Brad e eu fomos dar uma volta pela cidade. Paramos em frente a uma loja de instrumentos. Brad me conhecia muito bem.


– Só não babe - Ele brincou. Ele estava melhor, para a minha alegria.

– Nossa! Essa é a loja mais bonita que eu já vi

– Suspeitei

– Bem, vamos seguir caminho, voltamos outro dia - Sugeri, ainda vidrado na loja

– Tem certeza?

– Sim, vamos logo antes que eu decida morar nessa loja.


Ficamos andando por um bom tempo, até que Brad encontrou uma amiga. Era loura, quase de meu tamanho. Tinha um rosto bastante bonito, admito, e parecia ser bastante simpática. Estava segurando um copo de café e um garoto estava a seu lado


– Hey!

– Oi, Z! Como vai?

– Bem, e você?

– Bem, até

– Legal

– Ah, este é o Ryan. Ryan, esta aqui é a Elizabeth

– Pode me chamar de Z - Ela disse, sorrindo, e estendeu a mão

– Olá - Eu disse, dando um aperto de mão nela

– Você é daqui de Seattle?

– Não, sou de Los Angeles

– Sério? Eu também, mas estou morando aqui há uns três anos. Eu vou nas férias para Los Angeles, visitar meus avós

– Seus pais moram aqui também?

– Não, meus pais moram em Portugal

– Legal! Você sabe falar alguma coisa em português?

– Um pouco

– Eu sempre quis aprender, mas soube que não é fácil

– Eu posso te dar umas aulas

– É, deixe a Z te ensinar, ela é uma ótima professora - Brad interrompeu

– Obrigada, querido - Z sorriu - Me desculpem, não apresentei meu amigo. Esse aqui é o Harry

– Olá

– Oi

– Vocês querem se juntar a nós?

– Seria ótimo, mas eu tenho que arrumar meu apartamento

– É, eu tenho que ir. Tchau, Z - Harry beijou o rosto de Z

– Tchau

– Tchau, gente

– Tchau!

– Bem, eu vou indo então. Me ligue para fazermos algo juntos um dia desses. Tchau - Z atirou-nos um beijo e continuou seu caminho

– Até mais

– Tchau


Z é simplesmente adorável. Nunca na vida conheci alguém assim. Ela é tão simpática e querida. Quando a vi, achei que era muito legal, mas não imaginei que era tanto.


EM LOS ANGELES...


– É, acabou. O Ryan se foi - Lamentei

– Não é tão ruim assim

– Pode não ser para você, mas para mim, é.

– Olha, Brendon, você tem que aceitar. Ele está feliz com o Brad

– Eu sei, é só... eu vou conseguir me acostumar

– Não fique assim. Quando você pensar em abrir os olhos, ele já estará aqui

– Hey, eu tive uma ideia - Spencer interrompeu - Por que não ligamos para o Ryan para saber como ele está?

– Boa ideia

– Coloque no viva-voz

– Ok


Sentamos no sofá, Spencer discou o número e colocou o celular na mesa de centro


– Alô?


Quando ouvi a voz de Ryan, meu coração bateu rápido. Posso dizer que, por pouco, não tive um ataque.


– Ryan? É o Spencer

– Hey, Spencer! Tudo bem por aí?

– Tudo, e aí?

– Tudo ótimo

– Fizeram alguma coisa hoje?

– Sim, Brad me mostrou a cidade e encontramos uma amiga dele


Uma amiga. Uma amiga. No momento que ouvi aquilo, eu estava prestes a explodir


– E como ela é?

– É maravilhosa. Querida, simpática, bonita, divertida...

– Duvido - Falei, rindo com um tom de ciúmes, e dei de ombros

– Brendon? Não sabia que você estava aí

– É, eu estou

– Tudo bem?

– Tudo, afinal, você se mudou, encontrou uma nova amiga e está muito feliz. Tive uma ideia: já que é tão maravilhoso aí, por que você não aproveita e fica? - Não economizei no tom de voz nas últimas palavras


Eu gritei. Gritei alto. Muito alto. Confesso que foi a coisa mais estúpida que eu poderia ter feito. Para minha sorte, Ryan era calmo


– Calma, Brendon

– Desculpe. Me desculpe, Ryan

– Tudo bem

– Está sendo duro ficar sem você, e saber que tem outra pessoa

– Isto soou estranho.

– Desculpe. Mas você entendeu

– Não se preocupe quanto a isso. Vocês são insubstituíveis para mim

– Eu sei, eu sei - Eu estava nervoso ainda, tentando me acalmar

– Bom, eu adoraria conversar mais, mas tenho que ir. Tchau, caras

– Tchau...


Ryan desligou o telefone. Ele não tinha noção do quanto eu estava sofrendo. Ninguém tinha, nem mesmo Spencer e Brent. Enquanto Ryan estava lá, feliz e com novos amigos, eu estava aqui, sofrendo

Ryan merecia, e muito. Acho que ele merece ser feliz mais do que eu, Brent e Spencer juntos, simplesmente pela pessoa incrível que ele é. Pelo sofrimento que ele passou todos esses anos - e ainda passa -, sem reclamar de nada. E principalmente, pelo coração de ouro que ele tem. Tenho um orgulho enorme de ter um amigo como ele.

Brent, Spencer e eu decidimos ensaiar, mas desta vez, teria que ser sem o vocalista. Ah, o vocalista... tão lindo e amável...

Ok, ok, eu sei... sempre que estou falando de alguma coisa, seja qual for o assunto, coloco o Ryan no meio. Eu vou parar, prometo. Ou pelo menos tentar, né? Não custa nada. E se não conseguir, eu lamento: você terá que me aturar falando do Ryan durante cada segundo, minuto, hora e dia da semana.

Passou-se um tempo, eu já estava em minha casa, tentando dormir. Escutei música, li um livro, toquei... mas nada adiantou. Pensei em bilhões de coisas antes de dormir. Já eram três da madrugada quando fechei os olhos e finalmente consegui dormir


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