It Was Panic! At The Disco escrita por thisistherealryanross


Capítulo 14
Capítulo 14 - POV do Brendon




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/227069/chapter/14

Eu dormiria novamente na casa de Spencer, pois o Ryan ficaria lá por algumas semanas, até se recuperar.

Já era noite e estava chovendo novamente, mas desta vez, a chuva estava bem mais violenta.

Ryan continuava do mesmo jeito, não deixando ninguém chegar perto dele. Eu sentia falta do Ryan de antes, sempre calmo e alegre. Nos últimos dias, ele andava sempre bravo e agressivo. Eu sentia que o Ryan de antes não voltaria mais.

Mesmo que ele conseguisse se recuperar, não seria totalmente. Talvez fosse melhor eu aceitar que aquele Ryan que eu conhecia não retornaria mais.

Pediu-me para o deixar se vestir sozinho, e eu deixei, pois eu não poderia ficar no pé dele o tempo todo - e eu nem queria isso - e não queria discutir.

Após bastante tempo, achei estranha a demora, então revolvi abrir a porta. Foi aí que eu tive uma surpresa:


– Oh, droga.


Ryan não estava no quarto. Eu sabia que ele havia fugido novamente. A única coisa que eu não entendi for se ele sabia que o encontraríamos, por que foi para o mesmo lugar? Talvez ele não se importasse.

Avisei Spencer que iria atrás de Ryan, e foi isso que eu fiz. Entrei correndo em meu carro.

Após um tempo, cheguei no cemitério. Caminhei um pouco até encontrar o que queria. Vi Ryan sentado na terra - agora barro -, chorando e conversando com o túmulo de seu pai.


– Por que você? Não poderia ter sido outra pessoa? Existem tantas e justo você foi morrer? - Ele dizia, chorando - Eu amo tanto você. Eu sempre te amei, mesmo quando você deixava meu olho roxo. Não era sua culpa, você não tinha controle da situação. E quando você conseguiu ter controle, veio um maldito carro e passou por cima de você - Ele chorava cada vez mais - Eu nunca vou me perdoar. Nunca. Eu sinto muito. Eu quero você de volta, pai, por favor, eu sinto sua falta. Volte, por favor.


Era doloroso ouvir Ryan falando aquilo. Ver como ele queria que seu pai voltasse a viver. Eu podia sentir a dor que Ryan sentia.

Eu sempre achei seu pai um monstro, mas vendo Ryan daquele jeito, eu faria qualquer coisa para ressuscitar o pai dele.


– Hey - Sentei-me ao lado dele - Não foi sua culpa

– Se eu não tivesse chamado ele, ele não teria se distraído e aquele carro não teria amassado o corpo dele.

– Não faz bem se culpar, Ry. Simplesmente aconteceu, você não pode fazer nada.

– Eu sinto tanto a falta dele, Brenny - Ryan abraçou-me, chorando

– Eu sei, eu sei... mas seu pai não está fisicamente com você. Ele sempre vai estar no seu coraçãozinho de ouro, baby. Você é a pessoa mais forte que eu já conheci, você vai conseguir superar isso. E eu vou fazer tudo que estiver dentro e fora do meu alcance para ajudar você.

– Obrigado, Brenny - Ryan encostou a cabeça no meu pescoço

– Você não tem que agradecer, Ryan, estarei aqui para tudo que você precisar

– Obrigado

– Você não vai parar de agradecer, não é mesmo? Você é um doce, sabia? Acho melhor voltarmos, Ry. Ou podemos ficar mais um pouco, se você preferir.

– Podemos ficar mais um pouco, então?

– Claro que podemos. Mas ouça, Ry, você tem que parar de se torturar, vir aqui todos os dias

– Eu não consigo, Bden. Eu sinto falta dele.

– Você consegue sim, amor. Eu sei que consegue.

– Brenny?

– Sim?

– Me leva pra casa?

– Claro que sim. Vamos


Saímos do cemitério e caminhamos até o carro. Entramos nele e dirigi até a casa de Spencer. Por vezes, eu olhava para Ryan e via uma lágrima escorrendo por seu rosto. A jornada seria longa até ele conseguir se recuperar por inteiro.


– Chegamos

– Você está bem, Ryan? - Spencer perguntou

– Bem? Não, eu estou mal. Posso dizer que talvez tenha melhorado um pouco, mas bem eu não estou.

– Tem fogo na lareira lá em cima, se vocês quiserem ir. Estou preparando chá

– Eu acho que vou tomar um banho

– Boa ideia, e eu vou junto, para me certificar de que você não vai fugir novamente. Vamos.


Subimos para o quarto e Ryan pegou suas coisas e tomou seu banho.

Ele saiu dez minutos depois, já vestido, e sentou-se a meu lado na cama. Como previ, ele começou a chorar.


– Hey! O que houve, Ry?

– É ele de novo. Eu não consigo tirar aquela imagem da minha cabeça, Bden.

– Você vai ter que tentar. Pense em coisas felizes, não em coisas tristes

– Eu não consigo

– Calma, Ry - Abracei-o - Eu sei que é difícil, mas tente esquecer. Eu sei que você vai conseguir, eu acredito em você. Agora vamos para a sala, está quentinho lá.

– Eu não quero ir

– Você quer dormir, então?

– Sim

– Ok


Deitei na cama com Ryan e abracei-o. Perguntei se podia apagar as luzes e ele concordou.

Na madrugada, Ryan levantou-se num pulo e eu levei um susto.


– Ryan? Tudo bem?

– Foi só um pesadelo com ele. Brendon, eu não vou conseguir dormir, eu vou ter pesadelos com ele de novo.

– Shhhh! Você não tem com o que se preocupar. Eu vou estar do seu lado. Qualquer coisa, você pode me acordar, ok? Eu não vou me importar.

– Está bem.


Algumas vezes, senti Ryan segurando minha mão. Não ouvi ele me chamando.

Às dez da manhã, acordei e levantei. Pouco tempo depois, escutei um barulho vindo do quarto no qual Ryan dormia e subi correndo.


– Ryan? Tudo bem?

– Sim, eu só caí no chão. Chamei seu nome e você não respondeu, então abri os olhos e você não estava. Me assustei e caí.

– Me desculpe, eu devia ter ficado aqui

– Não, tudo bem.

– Você quer descer?

– Quero.


Ryan estava bastante frágil. Ele caía no chão por um desequilíbrio qualquer, ficava tonto, ficava com medo o tempo todo. Senti que, por mais que ele quisesse manter certa distância de todos e dissesse que não precisava de ninguém, meu amado precisava muito de amigos para mantê-lo ocupado e manter a imagem da morte de seu pai bem longe das lembranças dele.

Haviam dias que ele não me beijava. O máximo que Ryan fazia era me dar um abraço. Eu queria mais que tudo os carinhos dele, mas teria que respeitar seu tempo. Poderiam levar semanas ou até meses para tudo voltar ao normal e eu poder vê-lo feliz e sorridente novamente.

Era, sem dúvidas, melhor respeitá-lo e tentar consegui-lo de volta aos poucos do que perder a cabeça, brigar e nunca mais poder ter ele.

Além disso, que tipo de humano eu seria se tratasse mal alguém que há poucos dias viu a morte de seu próprio pai?

Ryan encostou sua cabeça em meu ombro e fiquei acariciando seu cabelo macio.


– Eu te amo, Ry


Ele apenas beijou minha bochecha e voltou a encostar a cabeça em meu ombro.

Eu não falei que o amava para ouvir a mesma coisa. Ryan não era obrigado a dizer o mesmo, ele não tinha condições de pensar nisso. Eu só queria que ele soubesse que eu o amo.

Spencer chegou na sala com xícaras de chá. Ele sorriu ao ver que Ryan estava encostado em mim.


– Eu trouxe chá.

– Obrigado

– Como você está, Ry?

– Um pouco melhor, acho.

– Fico feliz de saber.


Alguém bateu na porta e Spencer foi atender.


– Hey! O que você faz aqui?

– Eu vim fazer uma visita

– Claro, entre.

– Obrigado.

– Pete? - Ryan ergueu sua cabeça

– Oi

– O que você faz aqui?

– Eu soube o que aconteceu. Eu sinto muito mesmo, Ryan.

– Obrigado

– Você está bem?

– Não cem por cento, mas estou

– Vai ficar tudo bem. Vem cá, me dê um abraço

– Obrigado, Pete.

– Você não precisa agradecer. Eu disse que se você precisasse de um amigo, eu estaria aqui. E vocês, como estão?

– Bem, obrigado.

– E o Brent?

– Não apareceu desde o dia que fomos à gravadora. Ele não gravou porra nenhuma no álbum e ainda colocamos o nome daquele desgraçado nele. Teremos que retirá-lo do Panic! at the Disco se ele continuar assim.

– Se ele está sendo irresponsável, é o melhor a fazer.

– Por enquanto, vamos continuar assim. Quando Ryan conseguir se recuperar, pensamos melhor.

– É a coisa certa a fazer. Pensei em irmos dar uma volta, aproveitando que não está chovendo.

– Legal

– Eu não quero ir

– Vamos, Ry, vai ser bom para você

– Ok... - Cedeu - Vou me vestir, e antes que você diga, não precisa ir junto, eu não vou fugir.


Mesmo sabendo que seria arriscado, deixei-o, então ele subiu e foi se vestir.


– Fugir?

– Ele fugiu duas vezes e foi para o cemitério na chuva.

– Coitado do Ryan

– É, mas sinto que ele está melhorando

– Espero que sim

– Estavam falando de mim? - Ryan interrompeu

– Estávamos falando de como você é lindo e adorável - Eu disse, sorrindo

– Você é um idiota

– Ele sorriu de lado, já é um começo

– Cala boca, Brendon. Vamos logo

Estávamos caminhando normalmente, quando ouvimos duas garotas gritando:


– Olha lá! É o Panic! at the Disco!

– E o Pete Wentz!

– Oh, droga - Pete disse, olhando para trás - Corram


Corremos rápido e agora era um grupo com umas quinze garotas. Nós viramos à esquerda e nos escondemos em um beco. Vimos as garotas passando reto.


– Que diabos foi isso? - Spencer questionou

– Fãs. Se chamam fãs. É um sinal de que vocês já estão fazendo sucesso. O lado ruim é que várias vezes vocês terão que correr muito por conta disso.

– Venham, vamos voltar - Sugeri - Você está bem, Ry?

– Sim, obrigado

– Que bom - Sorri


Pete espiou para se certificar de que as fãs já haviam ido. Saímos, então, do beco. Segurei a mão de Ryan, e para minha felicidade, ele não soltou.

Caminhamos bastante e não entramos em nenhum lugar, apenas ficamos nas ruas, olhando as árvores e o céu.

Pete se despediu de nós e voltamos para a casa de Spencer.


– Querem fazer o que?

– Podemos tocar, que tal?

– Não estou com ânimo, me desculpem

– Sem problemas. Você parece cansado, quer dormir?

– Sim, eu deito aqui mesmo


Ryan deitou-se, com a cabeça em meu colo. Fiz carinho em seus cabelos castanhos e vi ele fechando seus olhos brilhantes e caindo profundamente no sono.

Após mais ou menos duas horas, Ryan acordou.


– Boa noite, estrelinha - Brinquei

– Oi...

– O que houve, Ry? - Perguntei ao notar seus olhos molhados

– Eu tive um sonho com ele, Brenny. Eu não vou aguentar, essa dor não vai ter fim

– Hey! Não desista, Ry. Eu sei que você vai conseguir, você só tem que esquecer

– Como eu vou esquecer se aquela imagem vem à minha cabeça sempre que eu fecho os olhos? É impossível.

– Não é impossível, amor. Você pode contar comigo, eu estarei ao seu lado sempre que você precisar, está bem?

– Ok. Muito obrigado, Bden, pelo seu carinho.

– Você não precisa agradecer, Ry. Eu acabei de dizer que você pode contar comigo para o que precisar. Agora esqueça isso, ok? O que você quer fazer?

– Não sei

– Você precisa comer

– Eu não estou com fome

– Não importa, você não ingeriu nada nas últimas quatro horas, e o certo seria comer de três em três. Vamos

– Eu estou com preguiça

– Eu levo você na garupa

– Vai quebrar suas costas

– Você pesa menos que uma pena, Ryan.

– Você que pensa

– Pare de enrolar e suba logo em mim

– Mas...

– Ryan, desista, você não vai escapar. Não enquanto eu estiver por perto.

– Ok...

– Vem


Ryan ficou em pé no sofá e subiu em minhas costas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It Was Panic! At The Disco" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.