Never Stop escrita por Sweetmoon


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Oi, então essa é a minha primeira fic long sozinha, sejam legais comigo ^^ toda critica é bem vinda, desde que seja feita educadamente *-*. Eu não tenho beta, dei algumas revisadas no cap, mas pode ser que tenha deixado passar algo, se aconteceu, me avisem e eu mudo, obrigada. Espero que gostem e boa leitura ♥



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1

Kim KiBum respirou fundo, os olhos percorrendo o pátio completamente vazio de sua escola. Ele deveria estar na sala de aula, como as crianças normais estavam. Mas ele não conseguia se mover daquele pequeno esconderijo que havia encontrado, um pequeno beco entre o banheiro feminino e masculino. Sentindo o desespero tomar conta de si, ele mirou novamente o teto, mas ainda estava lá. Ele registrou novamente o sangue escorrendo pelas paredes, enquanto ouvia gritos vindos do segundo andar.

Tristemente lembrou que a próxima aula era de inglês, sua matéria favorita. Não poderia ficar ali para sempre, se convenceu, teria que enfrentar aquilo. Tentou relaxar o corpo contra a parede, fazendo o máximo para ignorar os sons com todas as forças, desejou que JongHyun estivesse ali consigo.

– Não tenha medo.

A voz conhecida o fez sorrir, ele olhou para o lado sabendo quem veria. E lá estava Kim JongHyun, ele era um pouco mais baixo que si, tinha o rosto bonito e forte, grandes olhos que lhe agradavam muito, um sorriso gentil que fazia seu coração aquecer. Não usava a farda da escola. Não, ele não estudava ali consigo. As coisas seriam muito mais fáceis se sim.

– Eu estou com você – ele completou com voz suave- nada vai te acontecer.

– Mas eu estou ouvindo – KiBum respondeu com um tom baixo e rouco – eu não quero que eles apareçam de novo.

– Eles não vão se você correr. Agora é aula de inglês, não?

O mais alto assentiu triste, pesava no seu coração perder sua aula favorita.

– Se você não ver – o outro disse sorrindo- eles não existem.

De olhos bem fechados, KiBum saiu correndo pelo corredor, agradecendo por ser um caminho em linha reta até sua sala.

NS

Choi MinHo mordeu o lábio inferior com força, batendo os dedos no caderno entediado, ele realmente odiava aula de inglês. Simplesmente não conseguia entender direito que o professor falava e muitas vezes ficava completamente perdido, como agora. Precisaria estudar em casa de novo. O estrondo da porta abrindo com força assustou todos da sala, Kim KiBum entrou quase caindo, ele viu o professor olhar para o menino e então voltar as explicações. Normalmente um aluno não poderia entrar atrasado na sala de aula. Mas todo mundo sabia que Kim KiBum não era um aluno normal.

Ninguém sabia exatamente porque, mas ele não tinha amigos, estava sempre sozinho, vagando pela escola com o olhar perdido. Todos os professores eram mais cuidadosos com ele. Logo que o menino entrou na escola os outros alunos tentaram entender, surgiram boatos estranhos sobre ele (como um de que certa vez um grupo de meninas o viu falando sozinho), mas nada comprovado. Depois de um tempo, ele deixou de ser novidade e foi esquecido. Por todos, menos por Choi MinHo.

Ele simplesmente não podia controlar, mas algo em Kim KiBum o chamava atenção. A principio ele acreditou que fosse a aparência, afinal, ele era um garoto lindo com seus traços únicos e marcantes, olhos felinos, lábios naturalmente rosados perfeitamente desenhados, os cabelos castanhos relativamente comuns, mas nele pareciam tão diferentes e especiais.

O mais alto observou o outro respirar fundo uma vez que estava sentado em sua mesa, ele parecia satisfeito consigo mesmo quando sorriu, imediatamente seus olhos procuraram alguma coisa e sua face ficou séria novamente. MinHo suspirou irritado, porque ele tinha um humor tão instável?

– Eu vou colocar vocês em duplas – Sr. Lee falou atraindo a atenção de todos os alunos – eu quero que vocês traduzam um dos textos do livro, quem resolver pegar os pequenos farão mais de um – ele avisou logo, fazendo algumas pessoas reclamarem – formarei as duplas e então explico melhor, okay?

Os nomes começaram a ser chamados de forma aleatória. Enquanto a maioria das pessoas simplesmente esperava ouvir seu nome, KiBum olhava para seu caderno preocupado, não queria fazer um trabalho em dupla. Não queria ficar perto de ninguém e expor o quão esquisito era.

– Kim KiBum – quase a sala toda prendeu a respiração ao ouvir o nome – Choi MinHo.

Ambos suspiraram.

NS

MinHo respirou fundo, estava contente de ter alguma desculpa para falar com KiBum, coisa que ele constantemente tentava fazer, mas sempre desistia quando chegava a menos de cinco metros do outro, porém estava preocupado. Ia fazer papel de idiota e sabia disso. O menino era o melhor aluno de inglês, e ele não era exatamente bom, mesmo que sua nota também fosse uma das mais altas, sua pronuncia era ruim e ele confundia algumas as regras gramaticais facilmente. mas não era fácil. Ele abriu a porta da biblioteca, onde tinha marcado de encontrar o mais baixo, e seus olhos imediatamente procuraram a figura conhecida por todas as mesas. Nada.

Talvez ele estivesse atrasado, MinHo ponderou, deixando sua mochila em uma das mesas e indo pegar algum livro para se distrair. Ele passou através das estantes, fingindo que lia os títulos, mas na verdade sua mente estava longe dali. Até que um sussurro lhe tirou se seus pensamentos, um “Choi” baixo, que ele não conseguiu identificar de onde vinha. Deu de ombros, achando que era imaginação sua.

– Choi –a voz estava mais alta agora- MinHo – ela completou e o mais alto ficou surpreso ao reconhecê-la finalmente.

– KiBum? Cadê você?

– Aqui.

Ele só virou, confuso, olhando para todos os lados, até que desceu seus olhos e ali, no cantinho da parede, espremido ao lado da enorme estante, estava Kim KiBum com as pernas dobradas encostando no próprio peito e o queixo descansando nos joelhos.

– KiBum, oi! – Ele sorriu tentando não parecer tão nervoso quanto estava – o que você está fazendo ai?

O outro engoliu seco, os olhos presos no chão.

– Aqui está confortável.

– Oh, você quer fazer o trabalho aqui?

Ele levantou a cabeça com uma expressão de surpresa, e então assentiu avidamente, como se sua vida dependesse disso.

NS

KiBum observou o outro ir pegar suas coisas se sentindo um pouco confuso. Normalmente uma pessoa o chamaria de louco e o faria ir até uma das mesas. Mas não Choi MinHo. Ele havia sorrido para si e estava disposto a sentar no chão do fundo da biblioteca, sem nem ao menos saber por quê.

– Não se impressione com coisas tão pequenas.

A voz conhecida quase fez o menino pular de susto, ele olhou para cima, vendo JongHyun encostado na estante em uma posição relaxada. KiBum corou, sentindo as palmas das mãos começarem a soar, odiava esse poder que o outro tinha sobre si.

– Eu não estou...

– Sim, você está –havia uma leve acusação em sua voz – ele não vai entender, Bummie. Ele vai te achar estranho e te desprezar.

KiBum piscou, se encolhendo ainda mais no canto.

– Eu não quero te magoar – JongHyun ajoelhou ao seu lado – mas você sabe que não pode confiar em todo mundo. Não é qualquer pessoa que vai entender o que você sente.

O nervosismo começou a tomar conta do garoto sentado e de repende os gritos que havia bloqueado voltaram a lhe atormentar. Odiava aquela escola. Fechou os olhos, não queria pensar naquilo.

– Você tem a mim, Bummie. Eu entendo você.

Ele assentiu, sabia que podia confiar em JongHyun, ele sempre esteve lá para si.

– KiBum? Tudo bem?

O som surdo da mochila caindo ao seu lado o fez ficar ainda mais tenso. Com os olhos acompanhou o outro sentar a sua frente.

– Tudo – ele forçou um sorriso – obrigado por ficar aqui.

– Ahh, sim, é melhor que ninguém interrompe a gente.

MinHo tinha um belo sorriso, na verdade, ele era muito bonito como um todo. Os olhos grandes faziam um contraste quase estranho com o rosto pequeno, em qualquer outro ficaria feio, mas funcionava ele.

– Certo.

– Eu dei uma olhada no texto em casa e fiz algumas anotações...

KiBum olhou para o outro confuso, o comportamento dele o deixava surpreso e, mesmo com JongHyun o alertando, ele não podia deixar de ficar impressionado. As pessoas costumam o encher de perguntas em momentos assim, mas MinHo não, ele só aceitou. KiBum tentou prestar atenção no que o outro falava sobre o trabalho, mas só conseguia pensar em como a voz dele era rouca e em como ela abafa os gritos tão bem.

NS

MinHo pensou durante todo o caminho para casa em KiBum, claro, ele sentira vontade de pergunta o porque deles estarem sentados no chão da biblioteca, onde quase ninguém poderia vê-los e a parede tinha um monte de rabiscos com nomes de casais. Mas o outro não parecia confortável para lhe contar qualquer coisa, inclusive ele passara metade do encontro tenso.

Encontro.

Não pode controlar o rubor que tomou conta do seu rosto. Era ridículo, pois aquilo havia sido um encontro de estudos e não de um casal, não havia tido flertes, rostos corados, toques “sem querer” e troca de olhares, só os dois conversando sobre um texto de inglês.

Infelizmente.

Quando ele se tornara tão consciente de sua pequena paixão pelo outro garoto? Não conseguia se lembrar quando isso passara de curiosidade para algo maior, mas agora queria KiBum, precisava saber mais dele, tudo sobre ele. Talvez se tentasse fazer alguma dessas coisas quando encontrasse o outro da próxima vez. Ele deveria se aproximar mais, falar com ele, deixar claro que estava interessado.

E se ele não gosta de garotos?

Ele só poderia saber se tentasse. Satisfeito consigo mesmo, MinHo começou a cantarolar uma música qualquer enquanto ainda pensava no outro.

NS

KiBum se encolheu envolvido nos lençóis de sua cama, os livros das atividades escolares completamente esquecidos sobre a cômoda, estava cedo e ainda haviam coisas para terminar, mas um barulho suave vindo de fora do quarto tiraram completamente a sua atenção. Para ele pareciam passos, poderia ser que estivesse errado, mas na maioria das vezes não estava. Convivia com aquilo desde criança, sabia diferenciar sons quase perfeitamente. O som de um porta retrado caindo o fez dar um pulo, após cinco minutos percebeu o que havia acontecido. A janela estava aberta, uma tempestade se aproximava trazendo ventos fortes e eles derrubaram a foto. Tinha que fechar a janela.

Mas para fazer isso precisaria levantar da cama. O que não era uma opção agora. Mais uma rajada de vento entrou no quarto, dessa vez passando as paginas dos livros escolares e jogando no chão seu estojo. Ele não tinha escolha, precisava fechar a janela ou seu quarto terminaria destruído.

Foi para a borda da cama ainda segurando seu cobertor. Seu coração estava acelerado e ele tinha medo do que aconteceria quando colocasse os pés no chão.

Ele queria JongHyun. A imagem do menino lhe veio à cabeça imediatamente, pensou nele e em como ele o apoiaria agora. Como sempre fazia. O mais velho lhe falaria que nada poderia chegar perto dele enquanto estivesse lá. E nada realmente chegava.

Com esses pensamentos, pisou no chão hesitante, levantou da cama finalmente soltando o cobertor, e deu o primeiro passo incerto. Logo um vento gelado chegou aos seus tornozelos, ele se preparou para correr, mas uma mão igualmente gelada segurou-o no lugar.

Ele não teve tempo para reagir, seu coração acelerou, enquanto seu corpo começava a tremer, palavras desconexas em uma voz desconhecida chegavam aos seus ouvidos, mas ele estava muito nervoso para se concentrar em ouvi-las. Seus joelhos fraquejaram, seu corpo caiu sem vida, e ele se sentiu ser envolvido pela escuridão.

NS

– Você sabe que seu filho tem uma saúde frágil, senhora Kim.

A mãe de KiBum assentiu, os olhos vermelhos e inchados por causa das lagrimas recém derramadas. Era sempre assim quando KiBum desmaiava ou passava mal, a mãe dele o levava para o hospital e os médicos lutavam para descobrir o que o adolescente tinha. Não é como se eles fossem descobrir fazendo uma analise do corpo dele. O problema era mais interno que isso.

A porta do quarto em que o menino estava abriu-se. Teoricamente ninguém fora médicos e enfermeiras poderiam entrar lá agora, mas a pessoa que entrou não se enquadrava nas regras comuns.

– JongHyun...

A voz de KiBum estava rouca, seu rosto estava marcado, pois havia caído com ele contra o guarda roupa, ele ainda estava pálido e olhava para o garoto a sua frente como se fosse sua salvação.

E de certa forma ele era.

– Você está bem?

O menino piscou, se sentindo desconfortável, tentando impedir as lagrimas de caírem.

– Você não estava lá. Foi horrível.

O outro se aproximou da cama, passando os braços envolta do corpo magro.

– Eu estou aqui agora.

O corpo do outro não era naturalmente quente como o dele próprio era, mas KiBum não se importava com aquilo. JongHyun lhe trazia um conforto muito grande mesmo com seu corpo frio.

NS

– Bom dia.

Choi MinHo sorriu para o menino que agora o olhava surpreso. Não foi fácil reunir coragem para se aproximar do outro e falar qualquer coisa, mesmo que agora tivesse uma desculpa para fazê-lo.

– Bom dia.

Os dois se olharam em silêncio por alguns segundos, normalmente KiBum já teria ido embora, mas algo naquele garoto não o faziam querer fugir. O mais alto começou a sentir-se desconfortável com aquela situação.

– Eu queri-

– O trabalho – KiBum interrompeu, finalmente lembrando sobre o que o outro poderia querer falar consigo – eu não fiz a minha parte ainda, me desculpe.

Um sorriso sem graça surgiu nos lábios do outro.

– Eu também não. Eu queria a sua ajuda, eu tenho um pouco de dificuldade com traduções...

MENTIRA, sua consciência gritou, se tivesse ao menos tentado fazer alguma coisa, teria conseguido. Mas ele nem pegara nos livros.

– Achei que fosse um dos melhores alunos da classe – Key ouviu uma voz familiar sussurrar, virou o rosto para ver JongHyun sentado perto deles. MinHo seguiu o seu olhar, e depois voltou a olhar para ele. Quando viu a forma descrente como o colega o fitava, mordeu os lábios nervoso.

– Esse assunto é realmente complicado. Os textos são mais complicados.

– Podemos nos encontrar na biblioteca no final da aula – o mais velho falou, ignorando um protesto do garoto sentado ao lado deles – fazemos os textos juntos.

Por mais que MinHo estivesse muito feliz quando confirmou, ele viu algo diferente no rosto do outro, um sorriso forçado, como se estivesse sendo gentil por obrigação.

Ele não gosta nem um pouco de mim.

Mas ele poderia mudar isso. Ele era uma pessoa persistente. Até o final desse trabalho ele faria KiBum pelo menos simpatizar consigo ou seu nome não era Choi MinHo.



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Notas finais do capítulo

Então, é isso. Eu pretendo postar um capitulo por semana, nesse caso, todos os sábados. Vou me esforçar para cumprir isso. A fic não vai ser muito grande, acho que só terá uns 4/5 capítulos.
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Se você pulou as "notas da história", leia por favor, é importante.
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Obrigada a todos que leram, por favor me deixem reviews falando o que acharam ^^
Beijos e até próximo sábado.