Bleach - The World escrita por Yoshiro Nakayama, Naomi Cipriani


Capítulo 1
Farewells - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos serão divididos em 2 partes, sem exceção. A fanfic terá três sagas previstas, serão em torno de 30 a 40 capítulos, então, se não gostam de histórias grandes, por favor, não leiam.



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Ichigo olhava para a janela enquanto brincava com o lápis em sua mão. Seu semblante era o de sempre, irritado, mas havia algo mais. Ele parecia extremamente nervoso e suava frio, além da torturante dor de cabeça que sentia. Seus amigos perceberam seu estado e tentavam animá-lo.

– Oe, Ichigo! – Keigo exclamou, aproximando-se da carteira do ruivo. – Que cara é essa?

– Hum? – ele pareceu acordar de seu transe, e fitou Keigo, arqueando uma das sobrancelhas. – Como assim?

– Bem, eu sei que você sempre tem essa cara de malvado, mas hoje ela está pior... – sorriu sem graça pelo comentário.

– O Keigo tem razão, Ichigo – Tatsuki comentou, aproximando-se. – O que está acontecendo com você?

– Nada – logo que respondeu, fechou a cara. Eles eram seus amigos, mas não gostava quando invadiam sua privacidade. – Eu só...

Antes que terminasse de falar, o sinal tocou, anunciando o final das aulas. Assim, Ichigo pegou logo sua mochila e saiu correndo do colégio, não querendo encontrar mais ninguém.

A última coisa que ele queria era ser rude, mas foi preciso. Desde o momento em que saiu de casa, sentia que algo o ameaçava, alguma coisa nefasta o seguia. Uma presença impossível de definir, como uma ameaça escondida andava atrás dele, parecendo que a qualquer momento iria... Sair. Aparecer.

Matar, talvez?

Parecia meio idiota, mas essa era a impressão que ele tinha. E de uma certa forma sabia que tudo era possível. Até por que, com seus quinze anos, ele podia ver espíritos, o que não era algo muito normal.

Quando chegou na porta de casa, parou por alguns segundos, tempo suficiente para retomar o folêgo. Depois, passou a mão pelos cabelos e decidiu entrar.

– Ichigo!

Pouco depois de entrar em casa, ele sentiu algo o atingir de um dos lados da cabeça, que o enviou até a parede de forma violenta. Ele percebeu que quem deu esse golpe ‘mortal’ nele foi seu próprio pai, o que realmente não o surpreendeu. Ele se levantou e como sempre, gritou:

– Imbecil! É assim que você recebe seu filho em casa?!

– Meu filho?! Não, Ichigo, você não é mais meu filho! Um filho que chega tão cedo, e que renuncia ao conhecimento que proporciona o colégio, não merece fazer parte da família Kurosaki!

Dizendo isso, seu pai se jogou contra ele e começou uma série de socos contra Ichigo. Conseguindo evitar essa catástrofe, ele grita de raiva:

– Seu retardado! A aula acaba a essa hora nas sextas! Me deixa em paz, seu bosta!

Mas Isshin não tinha a intenção de parar agora. A dor de cabeça de Ichigo estava piorando.

– Mas, você...

Isshin o agarra pela camisa e começa a chacoalhá-lo.

– Velho, por favor, agora não, me larga...

Ele leva duas bofetadas na cara e explode:

– ME DEIXA EM PAZ, PORRA!

Seu soco foi rápido e Isshin sai voando, mas evitou por pouco de quebrar o vaso preferido de Masaki. Ele se levantou imediatamente com um imenso sorriso estampado no rosto e com o olho roxo.

– Parabéns filho! Eu estou orgulhoso de você, você progrediu muito! Eu te autorizo a ser meu filho outra vez e a me dar um abraço bem apertado!

O barulho da porta do quarto de Ichigo batendo foi a única resposta que ele recebeu. Ele fixou as escadas que seu filho acabara de subir e sua expressão instantaneamente se tornou séria. Ele conhecia muito bem seu filho para saber quando ele estava mal. A ansiedade tomou posse de seu rosto.

~o~

A dor. Talvez foi o que o acordou naquele momento. Sua cabeça ainda doía, mas não do mesmo jeito de antes. A enxaqueca havia desaparecido, a dor vinha de uma batida.

Ele percebeu lentamente que estava deitado no meio da sala. Sua cabeça estava descansando no chão, rodeada por restos da mesa de café.

Ele levantou-se bruscamente gritando.

– VELHO?! Velho, o que...

Demorou alguns segundos para ele perceber que seu pai estava usando um kimono negro e tinha uma espada na mão. Isshin levantou a cabeça, o que parecia ser um esforço sobre-humano. Ele se tremia todo e seus olhos deixavam transparecer a dor.

– I... Ichigo...

– Pai, o que aconteceu?! Porque você tá sangrando? O que...

– Ichigo... Eu não tenho muito tempo...

– O que você tá dizendo?! Eu vou chamar a ambulância! Eles vão saber cuidar de você...

Quando o jovem estava prestes a levantar, ele parou de repente. Um outro Isshin se levantou dolorosamente a cerca de dois metros deles. Ele estava vestido com as roupas que seu pai usara hoje, e não tinha nenhuma espada na mão.

– Mas... O que...

– É o Kon.

– Que? O que você tá dizendo? Quem...

– Ichigo, lembre-se do que eu te ensinei sobre os shinigamis...Argh!

Diante dos olhos apavorados de seu filho, Isshin cospe muito sangue. Isso não o impediu, ao invés disso ele parecia mais determinado que nunca a falar. Ichigo sabia que ele queria dizer alguma coisa antes de morrer. Este pensamento encheu-o de terror. Seu pai estava morrendo.

– Ichigo, enfie minha espada... no seu coração...

– O que?Mas o que... Não fale... Eu tenho que chamar a ambulância...

– ICHIGO! Confie... em...Arrgh... mim...

A mão dele levantou-se fracamente, com a espada apontada para seu filho.

– Mas... Eu...

Ichigo começou a passar mal. Sua cabeça rodou ligeiramente e ele quase caiu. Porém, duas mãos o seguram e o mantém sentado. As mãos do seu pai, aquele que estava vestido normalmente, aquele que ainda estava vivo.

– Faça o que ele está dizendo. Confie nele, Ichigo.

Ele vê o quanto seu pai está sofrendo diante de seus olhos. Isshin fazia um esforço sobre-humano para manter seu braço erguido. Ele não conseguia mais falar, o sangue escorrendo lentamente por sua boca. As lágrimas que ficaram escondidas escorreram instantaneamente dos olhos de Ichigo.

– Tudo bem. Segure-se, pai. Você não vai morrer hoje.

Ele colocou as mãos sobre as do seu pai, segurando o punho da espada. Eles se olham mais uma vez e de um gesto comum, enfiam a espada no coração do garoto.

Uma sensação incrível correu por todo o seu corpo. Como se uma adrenalina enorme tivesse invadido seu corpo em um instante. Ao mesmo tempo, uma intensa luz tomou posse de todo seu corpo. Quando essa luz diminuiu, ele só teve tempo de perceber que ele também estava usando um kimono negro, enquanto o de seu pai ficou branco, e que uma enorme espada estava em suas costas. Então ele viu que os olhos de seu pai ficavam cada vez mais distantes, cada vez mais vazios.

– Pai... Pai!

Os olhos de seu pai se apagaram e Ichigo abraçou seu corpo caído e sem vida.



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Notas finais do capítulo

Comentários fazem bem para o coração dos autores, ainda mais quando os autores são noobs, como nós. =)
Façam pessoas idiotas felizes, onegai!