Pov’s Narrador

A sala era bem diferente, começando pelo formato, que circular. As paredes eram altas e tinham um tom de cinza bem clarinho, mas acolhedor; os azulejos eram brancos com pontas pretas, de um jeito que, ao se encostarem, formavam um losango; o teto era banco com uns riscos de cor grafite, Amy pensou se aquilo não eram marcas de lápis, e algumas lâmpadas bem claras. As cadeiras estavam dispostas num formato de semicírculo de modo que estavam todas viradas para o centro da sala, onde existia um tablado circular de mais ou menos 5 centímetros de altura. Ligado às pontas do semicírculo estava um quadro-negro apoiado em suportes feitos especialmente para aquele quadro.

Amy ficou parada à porta olhando a sala. Diferente. Era essa a palavra perfeita para descrever a sala.

Pov’s Anne

–- Amy, vamos logo – Eu disse empurrando a Amy da porta – Se você ficar na porta os outros alunos não vão poder entrar

–- Ahn? Ata, ok. Vamos entrando...

Nós entramos e nos sentamos em umas cadeiras perto da porta. Logo que sentamos chegou mais um garoto. Ele era alto, bonito, um pouco mais velho, e bonito, tinha cabelos pretos e bonitos, olhos verdes lindos, era um pouco bronzeado e muuuito bonito. Eu não parava de pensar no quanto ele era bonito.

–- Anne – Amy me cutucou – Por favor, eu não vou pegar o pano pra limpar a poça que você fez na mesa.

–- Haha. Mas serio, que tal irmos falar com ele?

–- Se você conseguir ir lá, falar com ele sem gaguejar e voltar sem estar vermelha eu te dou aqueles meus brincos q você adora.

–- Fechado

Fui lá e sentei ao lado dele:

–- Oi

–- Oi – A voz dele era tão...... perfeita

–- Qual é o s-s-seu nome? – Controlei o impulso de bater na minha testa. Como pude ser tão idiota.

–- Jeremy

–- E você veio pra cá por quê?

–- Tenho problemas de nervosismo em alguns casos. E você?

–- Tenho alguns si-si-simtomas meio humilhantes o-o-o tempo todo.

–- Mas por que uma moça bonita como você ficaria nervosa com garotos? – Por que ele foi falar isso? Agora é que eu não ganho os brincos mesmo. Consegui superar a Amy no quesito vermelhidão, e olha que isso é pra poucos.
-- O que v-v-você quis dizer com is-s-so?
-- É só que.....
-- Anne – Era a Amy me chamando. Graças à ela eu não paguei mico na frente de mais um garoto.

–- O que foi Amy? – digo me virando pra onde ela estava

–- É só que você esqueceu uma coisa comigo e eu me esqueci de te devolver.

–- Pode ir lá, depois a gente conversa.

Era só o que me faltava, salva de um garoto (muito lindo por sinal) pela Amy. E ainda não irei ganhar os brincos. Voltei pra minha cadeira ao lado da Amy, sentei nela e deslizei um pouco pra frente, cruzei os braços e fiz biquinho enquanto ela falava:

–- Eu não vou nem falar nada... Mentira, vou sim. E depois fala que eu é que fico

“toda vermelhinha” quando falo com garotos.

-- Por favor, não faz parecer pior do que já é.

-- Tarde de mais.

-- Olha só, tem mais alunos entrando na sala. – Ela olha na direção da porta quando uma garota de olhos cinzas entra na sala. Ela senta ao nosso lado e fica parada.